Filler 30 – O Começo de uma Jornada
Fukkatsu Kamui
Hoje lembrei-me de mim e de acontecimentos que me marcaram ao longo da minha vida. Lembrei-me de coisas que me fizeram parar e pensar. Um deles foi no exame gennin que participei à coisa de uns meses. No único duelo que participei, um duelo contra um Uchiha de Konoha. No decorrer da luta, por duas vezes tive experiências que não eram minhas, lembro-me perfeitamente como se fosse hoje. Não era eu quem ali estava, era uma outra pessoa, a lutar contra um outro Uchiha que não era o meu adversário. A única coisa que me ocorreu, foi que aqueles pensamentos eram memórias, mas não minhas. Seriam de uma vida passada?
Caricato também, foi quando o meu amigo Law Spring. O rapaz sombrio da Linhagem Avançada sombria que lhe permitia separar o seu lado negro de si próprio, as suas conversas por vezes assustavam-me. Mas era uma excelente pessoa, foi ele que me proporcionou uma conversa bizarra. Certa vez, quando o meu clã ainda se chamava Dokizune. Ao que parece ele sabia um segredo dos Dokizune que nem eu sabia, e que o fez temer-me. Começou a respeitar-me ao ponto de me seguir para todo o lado para ser o meu braço direito, mas ao perceber que eu não sabia desse segredo deixou de me dar tanta “graxa” e passou realmente a tornar-se meu amigo.
Como ele é ninja de Kusagakure de vez em quando vem-me fazer uma visita aqui a Taki, com a Guerra até se tornou mais fácil visitar os dois países. De qualquer das formas andava com este mistério na cabeça, e agora tinha oportunidade para que ele saísse de lá. Todo o meu clã vivia comigo agora em Takigakure. Alterando o nosso nome de Dokizune para Fukkatsu, assim Suna não nos iria chatear.
Desci do topo da maior árvore do mundo que abrigava a minha vila, de onde conseguia ver quilómetros e quilómetros de paisagem e me ajudava a reflectir na minha vida, fazia isso muitas vezes. Dirigi-me ao novo recinto do meu clã, uma quinta bem agradável com alguns lagos e algumas árvores num longo pátio rectangular e várias casas que que fazia um rectângulo perfeito em volta do pátio. Excepto num sítio, tinha um portão enferrujado e transformado pelo tempo com uma tabuleta onde se podia ler o kanji de Reviver, ou seja Fukkatsu.
O meu pai estava na entrada, e achei que era a pessoa ideal para me retirar este atrofio que se havia instalado na minha mente já algum tempo. Olhei para ele.
─ Desembucha logo. – Disse-me o velho percebendo pela minha cara que vinha com algo para lhe dizer.
─ Sabes, durante o tempo que me mantive longe do clã, andei por muitos sítios. Desde Hantomei Shingai no Lado Este, também por Kuraigakure, Oto, Tsuba, Yuki, País dos Pantanos, País do Ferro… Enfim, uma infinidade de lugares diferentes e num deles um peculiar ninja temeu-me ao saber que eu era Dokizune. Como sabes de parvo nada tenho, e percebi logo que o nosso clã Doki… quero dizer, Fukkatsu tem um segredo e esse segredo é algo bem forte.
─ Filho não te vou mentir, sim nós temos um segredo que é um grande poder.
─ Então ensina-me. – Comentei impacientado.
─ Deixa-me acabar. Mas como esse segredo não é exclusivamente nosso tens de ser aprovado, pela pessoa mais velha do clã que sabe esse segredo e por uma pessoa externa. Apenas seis pessoas em toda a história do nosso clã foram aprovadas, e nenhuma delas é teu parente próximo. Isto quer dizer que nem eu, nem a mãe, nem o teu irmão nem a tua irmã, nem nenhum dos teus avôs foi aprovado.
─ Estou disposto a tentar a minha sorte. O que é?
─ Só poderás saber a partir do dia em que realizares os testes. Os teus irmãos também já fizeram este teste, mas não passaram. Traduzindo por miúdos, eles conhecem o segredo mas não o possuem.
─ Estou disposto a fazer o teste. – Disse com coragem erguendo o punho.
─ Então vou-te dar a pista que é permitida assim que alguém se demonstra interessado no segredo, o que vais aprender é conhecida no mundo como “A Arma Temida de Suna”.
Também à muito pouco tempo descobri que possuía uma doença, outro mistério do clã. O Manseishikkan como é conhecida esta doença possuí algo bastante incurável e complicado. De três em três segundos sofro uma grande dor que me percorre o esófago. Esta dor é suficiente para qualquer genjutsu mais básico. Mesmo um genjutsu de Rank A pode ser quebrado se a dor for bastante intensa e se o genjutsu não for muito complicado, claro que também depende da minha aptidão com genjutsus.
O problema era que sentir uma dor de três em três segundos como esta revelou-se bastante complicado para mim. Deixei de ouvir o que me diziam e por momentos enlouqueci, cometi graves crimes, e sádicos com a minha loucura. Um dia consegui perceber que o que estava a fazer era grave demais. Law Spring este meu grande amigo salvou-me a tempo, apesar de ser a pessoa mais sombria e sem coração que eu conhecia. Ajudou-me. Graças a ele aprendi a controlar as dores que sinto. Agora, depois de bastante treino, consigo libertar tornar a dor mais intensa ou menos intensa dependendo da ocasião. Se estiver a lutar contra um mestre em genjutsu é claro que tornarei a dor o mais intensa possível.
Com isto estava finalmente preparado para começar a treinar para descobrir o que era a tão temida arma de Suna, aquele que eu queria aprender. Voltei a falar com o meu pai sobre o assunto.
─ Precisas de viajar para Yugakure onde te encontrarás com a pessoa mais velha do clã e ele vai-te fazer um teste. – Disse-me o meu pai depois de lhe perguntar o que era. ─ Mas antes disso, quero-te ensinar um outro segredo do clã, a Kinezumi no Kuchiyose.
─ Esquilos!!???