Saímos do restaurante. Um bom ramen seguido de um churrasquinho, foi perfeito para o que viria a seguir.
- Bem, pessoal… agora eu quero-vos levar a um sítio, onde vou começar a ensinar uma técnica ao Hayato. Vamos ficar lá por uns dias, portanto preparem-se – disse o rapaz de olhos escarlate. Acenamos todos, e acordamos todos em que passaríamos em casa para buscar algumas coisas de higiene básica.
Lá fomos e dirigimo-nos para uma espécie de pequena montanha onde, no topo, se encontrava um círculo perfeito delimitado por rochas enormes, das quais se destacava uma, onde deixamos as nossas trouxas.
– Bem, Hayato, vamos para ali para o meio começar, quero testar as tuas capacidades de concentração e manipulação de chakra – pediu-me o loiro, eu acenei e coloquei-me perto do centro, onde se encontrava uma espécie de lago, delimitado por mais calhaus.
- E agora, Angelus-senpai? – berrei eu colocando-me ao pé do meio aquático.
- Agora vais ter que te meter em cima da água, e não podes vacilar nem um centímetro com o que vou fazer, ok?
- Hai! – concentrei chakra nos pés e foi para cima do lago, ou piscina, como lhe quiserem chamar. Angelus atirou uma kunai para mim, e quando a vi dirigida à minha cabeça desviei-me e deixei de me concentrar no chakra, mergulhando inconscientemente na água. Voltei ao decima e coloquei-me novamente em cima da água, concentrando chakra nos pés.
- Vais ter que te concentrar mais – ordenou o loiro. Eu não respondi e apenas me coloquei numa posição estável e permanente. Ele voltou a atirar várias shurikens, mas eu não me mexi e estas acabaram por não me acertar. O rapaz sorriu, e avançou a correr para mim, simulando um soco para mim, que não me mexi. Ainda bem que ficou a um centímetro de mim, senão aposto que já aqui não estava – muito bem Hayato, já vi que consegues concentrar bem o teu chakra e mantê-lo fluído sem te mexer… mas agora vais ter que ter uma pequena luta de Taijutsu em cima de água ok?
- Tudo bem, tudo bem. Mas com quem? – interroguei. Não recebi resposta… ou melhor, recebi um pontapé que me fez afastar uns metros, mas ainda consegui manter o chakra bem estável quando deixei um pouco mais fluir para os pés. Avancei sobre o loiro e tentei dar-lhe um soco, mas este desviou-se agilmente e deu-me uma cotovelada na bochecha. Manti-me firme e respondi com um pontapé rotativo baixo, que fez o rapaz saltar – perfeito – disse, quando lhe tentei acertar um pontapé ascendente. Digo tentei porque quando falei, já ele tinha desaparecido, para aparecer atrás de mim. Deu-me um soco potente nas costas que fez com que eu caísse na água.
- Tenta mais Hayato, mais… - levantei-me e concentrei novamente chakra nos pés para me manter à superfície e foi de encontro ao rapaz com o joelho. Ele desviou-se agilmente, mas consegui depois acertar um soco no seu peito, que pouco efeito teve. Levei uma cabeçada que me fez rebolar sobre a água, mas consegui colocar-me direito de forma a ficar estável na água – bem, acho que por agora, conseguiste. Vamos passar realmente ao treino… isto tudo foi uma espécie de teste diagnóstico.
- Hai! – disse eu saindo da água. O loiro dirigiu-se a uma pequena mochila que tinha trazido e tirou de lá algumas bexigas. Deu-me uma para a mão e começou a explicar o que iríamos fazer.
- Hayato, vou dividir este treino em três partes. Agora vamo-nos concentrar e criar uma corrente de chakra fazendo com que esta se mova em todas as direcções, girando num certo sentido que já vamos descobrir qual. Tudo isto para que consigas estourar a bexiga de água, entendido? – disse-me o ninja. Eu acenei com a cabeça e fiquei calado – agora… baixa a cabeça – acatei as ordens e ele olhou-me para o cabelo, observando o redemoinho que este fazia – aparentemente terás que fazer o chakra girar da esquerda para a direita, tal como eu. Observa – pegou na sua bexiga e esta começou a movimentar-se. Ou melhor, a sua forma é que se movimentou, observando-se sem dúvida correntes dentro da mesma. Em poucos segundos, a bola estava rebentada e a manga do ninja encharcada – Agora é a tua vez.
Peguei na bexiga carregada de água e concentrei chakra nesta, iniciando um movimento rotativo com a “energia” azul. Mas este pouco se mexia quando eu tentava rodar mais. O Kinobiri havia sido fácil, era apenas concentrar chakra numa zona… o Mizu no Kinobiri era dispensar chakra sempre na mesma quantidade, mas isto era algo doutro nível. Fechei os olhos e concentrei novamente o chakra fazendo-o movimentar-se dentro da bola, da esquerda para a direita. O balão mexeu mais um pouco, mas nada de extraordinário. Angelus chegou perto de mim e abriu a mão.
- Observa atentamente, Hayato – vi umas quantas linhas a rodarem em torno do centro da mão do loiro, formando posteriormente uma esfera perfeita. Observei que ele tinha feito o chakra “ir e vir” de um lado para o outro. Peguei noutra bexiga de água, e concentrei chakra na mão, estabelecendo várias correntes dentro da bola. Estava agora a bola com formações irregulares de chakra.
- “Kuso” – pensei eu quando senti uma dor acutilante na mão, devido ao uso excessivo do chakra. Não desisti, antes pelo contrário. Libertei mais chakra para a bola, criando ainda mais correntes na água do seu interior e fazendo-a por fim estourar – Yata! – berrei com alegria.
- Muito bem Hayato, muito bem! – disse o rapaz loiro dando-me uma pequena pancada nas costas – agora vamos descansar que essa mão parece estar em fracas condições… é o teu sistema circulatório de chakra que não está habituado a tal uso excessivo.
- Hai – disse eu agarrando a mão. Akane dirigiu-se a mim e começou a fazer um jutsu médico qualquer, e eu ali fiquei, parado. Este novo jutsu parecia ser bastante difícil e complexo… poderoso, penso.