O Jovem conseguia observar uma noite muito turva, pela acção das muitas nuvens. O tecto tinha sido removido, assim poderia sair daquele “quarto”. Saltou em direcção à parede mais próxima, depois preparou-se para dar outro salto impulsionando-se na parede.
Conseguiu saltar pela parede, depois caiu na relva húmida. Olhou à sua volta, estava na Praça da Takagure (Aldeia dos Falcões), haviam vários falcões a andarem de um lado para o outro. Deviam estar a fazer a ronda, eles viram-no e foram ter com ele. Eram 3 falcões e muito pequenos, um deles abriu o seu bico e perguntou:
-Nightwalker, quererdes algo? – Perguntou o mais pequeno falcão.
- Primeiro, gostaria que me tratassem por amigo, companheiro. Segundo o que aconteceu? – Disse Misake abaixando-se para olhar nos olhos do falcão.
- Em relação ao primeiro tópico, estou entendido. Em relação ao segundo é assim, depois de tu adormeceres no dorso de Takakiu, eles desceram para a aldeia. Tu foste enviado para um quarto e os outros falcões foram descansar, também. – Disse o pequeno falcão com a sua voz aguda.
- Passou-se algo desde então? – Perguntou Misake.
- Não, o inimigo ainda não atacou, mas não podemos festejar. – Disse o falcão abrindo as asas.
- Concordo. – Disse Misake enquanto se levantava e saia da beira dos falcões.
Dirigiu-se para o palácio de Takabunta, deixando os falcões para trás. Abriu as portas do palácio e lá entrou. O próprio Takabunta estava no Hall de Entrada, olhou para o grande falcão com penas brancas. Depois perguntou-lhe:
- O que faço agora?
- Deves ir buscar as tuas armas o mais rápido possível. Pois está um ataque iminente. – Disse Takabunta com a sua voz nobre e grossa.
- Mas, vai demorar muito tempo para poder lá chegar, o que faço? – Perguntou Misake.
- Eu tenho uma solução. Enviei um falcão para a vila, ele vai invocar-te de lá. – Explicou Takabunta.
- Está bem. Até lá faço o quê? – Perguntou Misake, pensando - Não podia haver outra solução, mas não gosto nada desta.
- Vais ficar aqui conversar comigo, pois não há coisa melhor. – Disse Takabunta.
- Grande coisa. – Disse Misake deixando escapar ar pela boca e pondo os braços nas calças em sinal de aborrecimento.
Foi encostar-se à beira de um pilar do palácio, apoiou o pé direito na parede e depois olhou para Takabunta, lembrou-se de um assunto e perguntou:
- Depois como volto, para aqui?
- Da mesma maneira que lá foste. – Respondeu Takabunta.
- Então eu vou buscar as minhas armas a casa, deixar um bilhete à minha mãe, pôr o saco das couves e das frutas na banca e depois voltar. De seguida falo com o enviado à vila e depois volto, certo? – Perguntou Misake pensando em tudo o que tinha de fazer.
- Sim, só não percebi a parte das couves e das frutas. – Disse Takabunta.
- Isso também não interessa. – Disse Misake abanando os ombros, em sinal de desinteresse, depois lembrou-se de outro assunto e perguntou. – Mas já tem algum sinal de ataque?
- Eu penso que a situação seja esta. Um grupo de dragões composto por 7 ou 8, passou as nossas barreiras definidas como pacificas. Agora devem estar próximos da barreira de defesa, mas mesmo dentro da nossa barreira de pacificidade, nós deveríamos detecta-los, mas isso não acontece. Parece que têm um escudo a envolver-lhes e esse escudo permite-lhes não serem detectados. Penso que eles acamparam num local e agora estão a descansar da viajem, mas um deles está em movimento parece que é um batedor e vem fazer o reconhecimento de noite, para depois informar os outros enquanto for dia. Mas esse “batedor” pode ser um diplomata e ataca-lo seria muito mau, pois implicaria uma grande Guerra. – Disse Takabunta, com uma feição muito séria.
- Humm, está complicado vejo. Então mais ao menos quanto tempo vou demorar a ir e a vir? – Perguntou Misake.
- Deves demorar perto de 10 minutos. – Disse Takabunta. – Olha prepara-te o nosso falcão enviado, o Takachi já está pronto para te invocar.
- Preparo-me como? – Perguntou Misake
- Olha tenta relaxar, fechar os olhos e sentar-te. – Respondeu Takabunta.
Misake assim o fez sentou-se, fechou os olhos e tentou relaxar segurou o saco das frutas e dos legumes numa mão. Passados poucos segundos sentiu-se tonto e estavam a doer-lhe os ouvidos, ele tapou-os com a mão que estava livre. De repente tudo parara, Misake esperou até estar equilibrado e depois abriu os olhos, estava em Konoha, em frente a uma casa vizinha da sua. Levantou-se e destapou os ouvidos olhou para baixo e viu o falcão minúsculo ele abriu as asas e elevou-se até à altura dos olhos de Misake, depois disse:
- Eu sou o Takachi, não me julgues pela altura, pois um dia destes ainda vou ser maior que o Takakiu. – Disse o pequeno falcão.
Misake riu-se ironicamente e depois disse:
- Está bem isso não me interessa, tenho de ir. – Disse Misake passando ao lado do falcão e dirigindo-se até sua casa.
- Espera por mim. – Disse o falcão enquanto vinha atrás de Misake.
Misake sentiu uma frieza incomum naquela noite, olhou para trás e viu uma nuvem branca a dissipar-se, lá no centro estava um humano da altura de Misake, depois disse:
- Eu sou o Takachi, agora não podes sentir a diferença de alturas. – Disse Takachi, exibindo um sorriso muito grande e gabando-se desse facto.
- Porquê que estás tão preocupado com a altura, eu nunca te julguei por isso. – Disse Misake enquanto abria as grades do portão de sua casa.
- É que toda a gente me goza por isso. – Disse Takachi.
- Talvez porque estás sempre a falar no assunto e olha agora cala-te, mas entrar. – Disse Misake apressadamente.
Misake abriu a porta da casa com a chave e entrou. Dirigiu-se para a cozinha deixou na banca o saco com os legumes e com frutas. Foi buscar um papel e escreveu:
“ Mãe, não dormi em casa esta noite. Tenho assuntos a tratar, volto mais tarde ou talvez daqui a alguns dias. Adeus, de teu filho Misake.”
Colocou o papel numa mesa que ficava na entrada da casa e depois saiu de casa, trancou a porta e depois saiu pelo portão atravessando o muro. Takachi vinha atrás dele, depois Misake lembrou-se:
“ Há esqueci-me da minha mochila e das armas.” – Pensou ele virando costas ao caminho e entrando novamente em casa.
Subiu as escadas e muito lentamente entrou no seu quarto, pegou em todos os seus utensílios, depois colocou-os na pasta e saiu pela janela. Quando caiu sentiu uma dor no pé, pois apoiara-o de uma forma estranha e assim fizera com que ele lhe doesse. Foi até à porta da casa e trancou-a, depois saltou o muro e foi ter com Takachi. De seguida perguntou:
- Agora o que faço, para voltar?
- Vamos esperar que Takabunta nos invoque, vou conversar com ele. - Takachi voltou à sua forma original e afastou-se dele. Passado um minuto voltou e disse:
- Está tudo pronto para voltar-mos. – Disse Takachi planando à altura dos olhos de Misake.
Misake encostou-se a um poste, sentou-se fechou os olhos e tapou os ouvidos. Esperou um pouco, mas nada se sucedia, então tornou a esperar. Mais uma vez nada se sucedera o que terá acontecido. Ele levantou-se e olhou para Takachi depois perguntou-lhe:
- Nunca mais vamos, o que se passa? – Perguntou Misake interrogando-se sobre o que estaria a suceder-se em Takagure (Aldeia dos Falcões).