Fukkatsu Kamui
Filler 29 – Manseishikkan
Branco. Eram os lençoís e paredes do hospital em que Kamui havia estado depois de ter desmaiado na biblioteca. Sentiu uma enorme dor no peito, arredou a roupa da cama afastando-a do peito e olhou para onde a sua ferida se encontrava. O buraco vermelho já não ali estava. Assim percebeu que tinha-se passado o tempo suficiente para a sua ferida sarar.
Alguém rodava a maçaneta da porta, também ela branca, e entrava no quarto. De barbas negras como o cabelo, Kamui reconheceu o seu pai Fukkatsu Saimou. Abeirou-se a seu lado e olhou para o rapaz como se perguntasse como estava ele.
─ Estou bem. – Respondeu à perguntou que não chegou a ser dita.
─ Ah ainda bem. – Disse Saimou evitando a noticia que lhe tinha de ser dada. Mas tinha de dizer. – Bem filho, surgiu um problema.
─ Um problema? Em mim? – Disse assustado. É um cancro? Alguma coisa maligna?
─ Não…
Sem demoras, o filho que temia o pior, interrompeu.
─ Então não pode ser nada assim tão mau. – Olhou para a expressão nervosa do pai. – Ou pode?
─ Infelizmente sim filho. – Por mais forte que era, o homem irrompeu-se em lágrimas. Foi nesse momento que Kamui se lembrou das histórias que o seu pai lhe contava, ainda no tempo em que viviam em Suna.
Flashback
─ Vai Kamui, não chores. Isso não é nada.
─ É pois, tenho um doidoi, buaaaaah. – Chorava berrando o jovem Kamui de sete anos, com um arranhão na perna.
─ O pai com a tua idade tinha um doença, chamada Manseishikkan. Isso sim eram dores filho, de três em três minutos uma chama ardia no esófago, desejava para morrer a cada três segundos da minha vida. Foi por isso que passava a vida a dormir, aí não tinha dores.
─ A sério papá? Conta mais, conta mais. – Quis o pequeno Kamui saber mais sobre esta doença.
─ O teu avô ensinou-me a controlar e suportar as dores e ao fim de dois anos com o terminar da Guerra Shinobi a doença deixou de ter efeito. Não sabemos porquê, mas as crianças do clã deixaram de nascer com essa doença crónica.
─ O que é cróquina papá?
─ Crónica. – Emendou. – Um dia mais tarde aprenderás todas essas coisas na Academia.
Fim do Flashback
A conversa retomava no quarto de hospital onde Kamui estava alojado.
─ Manseishikkan certo? – Perguntou ele ao pai.
─ Certo. – Anunciou.
─ Mas pai, tu sabias controla-la, vais conseguir outra vez.
As lágrimas do homem forte voltaram a enfraquecer-lhe a face pálida.
─ Kamui… Não sou eu… A doença manife…
Não foi preciso Saimou dizer mais nada, o rapaz sentiu um dor aguda, intensa e ardente como se lhe cravassem agulhas por todo o esófago. Os seus olhos pareciam querer sair do corpo e a sua boca aberta gritava de sofrimento. Passou-se pouco tempo até as dores acabarem, e Kamui num tom vermelho arfava velozmente.
─ De três em três segundos Pai? Como vou aguentar? – Questionou o rapaz.
─ Ao principio, o tempo de intervalo é maior, e antes que seja de três em três vou-te ensinar um jutsu que te permite dormires instantaneamente. Enquanto dormes as dores param.
─ Mas eu não quero passar a vida a dormir. Como me curo, quero curar-me.
─ Não há possibilidade, eu deixei de ter a doença porque foram mais de 20 anos a habituar-me às dores, hoje em dia elas não me fazem diferença, mas tenho-as aqui na mesma.
─ Pensava que tinhas sido curado.
─ Isso era o que eu te dizia em pequeno, para parares de chorar.
─ Tens alta do hospital, vamos rápido tenho de te ensinar a técnica.
─ Ahh. – Gritou ele uma vez mais com uma nova dor no esófago. Poucos segundos depois a dor passou. – Vamos.. rápido… pai. – Imperava ao mesmo tempo que respirava entre as palavras.