“O Genjutsu manipula chakra para atingir o sistema nervoso do adversário, confundindo e enganando os seus cinco sentidos (paladar, olfacto, visão, audição e tacto) para criar ilusões; os Genjutsus precisam de actuar por pelo menos um dos sentidos para surtir efeito, sendo os mais poderosos os que actuam pela visão.”
Lia eu num livro, sentando num pequeno tronco de uma árvore que já tinha sido bastante usada em treinos. O mundo estava num tumulto, mas nós, os mais novos… tínhamos de treinar para poder de alguma forma ajudar. Tinha estudado este livrinho sobre a arte ninja durante uns bons dias, e ia agora ver o fruto sobre o primeiro capítulo… Genjutsu.
- Hayato, chega-te aqui! Vamos fazer o aquecimento – estava-me a berrar desde o meio do campo de treinos. Eu fiz um gesto com a mão para ela esperar, guardei o livro e fui ter com ela. Ela baixou-se e colocou-se em posição de prancha, num acto de mímica, executei o mesmo movimento. Forcei os braços enquanto colocava a boca perto do chão, e com um novo movimento de força, voltei à posição inicial. Levantei-me novamente exercendo força nos braços, para depois regressar ao mesmo. Repeti isto algumas vezes até me começarem a doer tanto os bíceps como os triceps… caramba, eu era assim tão fraco? Deixei fluir um pouco de chakra pelos meus braços e continuei o exercício até concordar comigo próprio que já não se justificava gastar mais chakra.
- Passemos aos abdominais, sim? – questionei à minha “irmã”. Ela acenou afirmativamente com a cabeça e colocou-se na posição de flexão dupla. Eu fiz o mesmo, erguendo os joelhos e cruzando as pernas pela canela. Iniciei o movimento, que consistia em ir de encontro com a cabeça aos joelhos. Assim o fiz, uma vez, forçando ligeiramente os abdominais. “Quinze” pensei eu quando me começou a doer a parte abdominal, continuei com a dor gradual até aos vinte e cinco, onde decidi dispensar algum chakra para ajudar a atenuar a dor. Cheguei aos cinquenta abdominais e parei, já não aguentava mais.
- Chega de aquecimento – disse a rapariga colocando-se em pé – vou-te ensinar um genjutsu, Hayato – eu sorri, exactamente o que pretendia estava a acontecer. Coincidência? Não sei, talvez – chama-se Magen – Jigoku Kōka no Jutsu e consiste em fazeres com que uma grande bola de fogo surja no céu, indo em direcção ao teu oponente.
- Eu já vi esse jutsu… já o usaram contra mim e vi com o nosso Doujutsu como é que o chakra fluía. Acho que vai ser rápido de aprender – disse eu, coçando a cabeça e sorrindo sincronizadamente.
- Ah, assim ainda bem! Vá, os selos são estes – disse ela executando uma breve sequência de selos – não tens que concentrar muito chakra, apenas o suficiente.
- Hai! – executei os selos e concentrei chakra a nível cerebral tal como havia visto Selim fazer e prendi a rapariga de cabelos escarlate no Genjutsu. De repente, ela viu uma enorme bola de fogo a descer dos céus. Ela voltou o jutsu para mim, fazendo com que a bola rumasse na minha direcção.
- Está demasiado distorcida… agora safa-te! – disse ela deixando-me à minha mercê. Eu parei o meu fluxo de chakra e executei o Kai. Voltei a concentrar chakra e executei a mesma série de selos de à pouco, colocando novamente a rapariga sobre o mesmo Genjutsu. Desta vez tinha feito a bola de fogo mais uniforme, mais perfeita – ok, está feito Hayato! – disse ela quebrando a ilusão.
- Yosh! – sorri.
- Muito bem. Agora vamos fazer um exercício que eu costumo fazer com o nosso Sensei – disse-me ela começando a explicar – vamos fazer um combate… MAS, não podes usar ninjutsu nenhum! E se quiseres concentrar chakra, que seja apenas e só para Genjutsus, ok? – acenei com a cabeça e sorri. A rapariga colocou-se em posição de combate e eu copiei o movimento dela. Os seus olhos tornaram-se vermelhos, e como que respondendo, tornei os meus vermelhos também.
- Ikkuso! – disse eu desaparecendo em corvos (gen), apenas para depois aparecer por trás dela, tentando acertar-lhe com uma kunai. E consegui, mas nesse momento toda ela se desfez em pétalas também que se afastavam gradualmente de mim. Quando a rapariga emergiu das pétalas, já eu tinha feito uma série de selos e fazer brotar sobre ela uma enorme árvore que a cobriu por inteira. Como um ramo a crescer abruptamente, saí da árvore e encostei-lhe uma kunai ao pescoço. Isto tudo apenas para, em menos de um segundo, estar tudo trocado – Akane, tu tem-lo, eu também – disse eu, fazendo com que a ilusão, perante ambos os nossos olhos, se quebrasse como vidro. As ilusões cessaram… mas eu não. Avancei para ela com a kunai em punho, usando o Shunshin várias vezes para a confundir.
- Lembra-te, nada de usar chakra sem ser em Genjutsu – dizia ela enquanto se desviava da minha arma. Tentei acertar-lhe com um pontapé rotativo na face, mas esta baixou-se bem a tempo e deu-me um soco potente no estômago que me fez cuspir um pouco de sangue. Dispersei-me em corvos (genj) após concentrar um pouco de chakra e afastei-me da rapariga.
- Não sejas assim Akane… - disse eu sorrindo e concentrando chakra a nível cerebral – és uma show off – fiz um beicinho. Ela olhou-me nos olhos com cara de parva, tal como eu tinha previsto. Avancei para ela, cerrei os punhos e desfiz-me em corvos (genj), apenas para aparecer do seu lado esquerdo (que para ela seria o direito). Dei-lhe um pontapé que a fez afastar na direcção contrária a que pensava ser a verdadeira. A rapariga quebrou o Genjutsu inconscientemente graças à dor que o meu ataque lhe tinha causado – pronto, pronto – disse ela limpando uma pequena linha de sangue que lhe corria face abaixo – por hoje chega.
- Hai! – disse com um sorriso de orelha a orelha. Duas sombras surgiram a alguns metros de nós, e dois segundos depois, à nossa beira.
- Akane, Hayato… o Hokage quer falar convosco.
Assunto: Treino 26 - Crescer 
Qua 26 Jan 2011 - 19:18
