Ishimaru continuava o seu caminho na floresta. Estava calor e as árvores não deixavam penetrar muito ar. O rapaz saltava de árvore em árvore, sereno e com uma expressão pensativa, como era habitual, demarcada no rosto. Parecia ter os olhos fixos dentro de si próprio… nas entranhas do seu pensamento ou nas profundezas de recordações. Talvez estivesse a declamar para si mesmo o que a vida lhe declamara e ensinara durante os cinco anos de horripilantes feitos. Acendeu um cigarro sem tirar os olhos da árvore seguinte.
Poucos metros à frente, foram desferidas duas kunais em direcção ás costas desprotegidas de Ishimaru. O rapaz virou-se a tempo de ver as armas brandirem na sua direcção esquivou-se num jogo de saltos e habilidades de esquiva entre as árvores.
- Quem está ai? – Perguntou o rapaz, quando assentou os pés sobre uma das árvores. A sua katana já destilava uma certa sede de luta há muito tempo… talvez aquele fosse o momento. Desembainhou da lâmina de metal pontiaguda e empunhou-a à sua frente com as duas mãos. Ouviu-se uma breve risada entre as árvores e depois uma voz retorquiu:
- Tem calma rapaz… - Seguiu-se um ronco de desdém. – Pareces ser muito apressado! – Concluiu a voz.
Ishimaru teve a confirmação de que se não se tratava de um engano, as armas foram mesmo dirigidas à sua pessoa. Por isso, redobrou a atenção sobre o que tinha à sua frente. Não ficou satisfeito com a resposta que lhe fora dada, por isso, voltou a insistir:
- Quem está ai!? – A sua voz soou imperativa e ansiosa, ressoou drasticamente entre as árvores. Após alguns longos minutos de silêncio, Ishimaru recebeu a sua resposta:
- Aqui… queres tu dizer! – A voz do oponente soou desta vez bem perto de si…. Atrás de si. Ishimaru moveu a katana e desferiu um ataque de baixo para cima, este foi travado com o som de lâminas em colisão. O som foi tão bruto e seco, que soou como um aviso de guerra, estridente, em toda a floresta. Ishimaru e o homem olharam-se fixamente enquanto mediam forças, faziam-no com uma severidade terrível
- Acho melhor descermos das árvores… - Argumentou Ishimaru. – Lá em baixo posso te matar com mais floreado e à-vontade. Ishimaru utilizou um shushin e o oponente imitou-o.
Já nos solos da floresta, os dois começaram a mover-se. Corriam lado a lado entre as árvores. Não descolavam a atenção um do outro, cada um esperava o ataque do adverso, como quem espera a permissão para liberar um mar de sangue. “Kumo” – Concluiu Ishimaru, identificando a headband do oponente. Era um rapaz um ouço mais novo do que ele, talvez tivesse uns catorze anos, pouco mais.
- Então? Parece que encontrei o alvo certo, não? – Confirmou o rapaz, desdenhoso e satisfeito de si mesmo. Ishimaru roncou com desprezo e respondeu com o arrojo de uma kunai por entre as árvores.
- Queres passar já à acção! – Perguntou o inimigo, a sua voz indicava a esperança desesperada de ouvir um “sim”
Ambos param num sítio onde as árvores não lhes atrapalhariam a luta. Ishimaru quebrou um curto silêncio e falou para o inimigo de guerra que se mantinha à sua frente.
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- Bah… Já entendi. Esta é uma luta que vai decidir qual das nossas vilas vai derramar as lágrimas de uma guerra mais cedo. – Podes crer que vai ser a tua – E com esta frase, o inimigo avançou veloz e desinibido para o rapaz loiro.
As lâminas, protectoras de derrames de sangue, uivavam uma e outra vez nos cantos da floresta. O desejo de ver o sangue do oposto, vivia agora em ambas as cabeças dos rapazes. Ishimaru afastou-se com rápido shushin para trás e o oponente fez o mesmo.
- Katon goukakyu no jutsu!
- Suiton mizurapa!
As duas vozes suaram em contradição e os dois elementos chocaram violentamente, como forças provenientes de alguma divindade enraivecida. As forças da natureza pararam de rugir em contradição e dissiparam-se quase de súbito.
- Katon edan! – Ishimaru aproveitou um espaço de segundos para fazer brandir uma corrente de lume em direcção ao oponente. Este foi integralmente atingido pelo rio de fogo.
Passaram-se alguns segundos até que o fogo se decidisse a desaparecer mas, quando o fez, essa foi a brecha que o oponente encontrou para assaltar um desprevenido Ishimaru. Não houve tempo para esquivas. Ishimaru foi brutalmente chacinado no peito. O loiro ululou nitidamente e ouviu o som das suas roupas a serem rasgadas pela lâmina… rasgadas como um sorriso de malvadez intencional.
- FODASSE! – Grunhiu o loiro. E, depois de sucumbir ao chão sobre o insulto, procurou a katana na sua própria mão e agiu em modo defensivo. O oponente, que tinha os cabelos vermelhos como o sangue, gargalhou de volúpia. O acto, por si feito, parecia ser a coisa mais natural à face deste cosmos.
Ishimaru pôs-se rapidamente de pé e ignorou os jorros de sangue que caiam o chão em tons de vermelho-morte, vermelho-vida.
- Konoha senpuu! – O loiro efectuou um pontapé rotativo na cabeça do oponente, que já se estava a preparar para atacar. O inimigo provou o solo arenoso e grunhiu como um espicaçado em tortura. Ishimaru não perdeu tempo e correu para o corpo caído, empunhando duramente a sua katana. Quando chegou perto do mísero corpo indefeso, este travou a ponta da lâmina com a sandália e tentou forçar Ishimaru a desistir. O loiro, ao ver tal relutância, calcou o órgão genital do oponente com uma força animalesca. Como seria de esperar, o ninja de Kumo inciou um pranto doloroso e suplicava a Ishimaru para que o largasse. O loiro sorriu-lhe maliciosamente e mudou a direcção da sua arma, atingindo assim o órgão do opositor que clamou de dor aos infernos.
Não satisfeito, Ishimaru contornou o corpo e, depois de pegar numa kunai explosiva, enterrou-a na cavidade vocal do inimigo. Este arregalou os olhos ao sentir o metal invadir o seu interior. Podiam ser ouvidos todos os sons provenientes de um horrível massacre. Ishimaru levantou-se em triunfos e, de uma maneira teatral e pura, gritou:
- KABUM!