Passaram 8 dias, desde que não vou à floresta, àquele lugar que se tornou algo de especial. Sinto uma necessidade fortíssima de lá voltar, mas tanto é o meu embaraço que me impede de, talvez, me dirigir ao belo sítio.
Já está a escurecer, o sol vai ‘trocar’ de lugar com a lua neste momento, decidi lá voltar.
Sai pela janela sem que a minha mãe percebesse, ela talvez é o menos importante neste momento, só sei que ele não me sai da cabeça.
Cheguei à floresta e estava escuro, o vento era forte e chovia, mas eu não quero saber disso, apenas quero encontrar o rapaz. Fui andando para o sitio onde o tinha visto pela ultima vez, e comecei a ouvir ruídos vindos de todos os lados, não sei o que ou quem os faz, mas sinto-me arrepiada, o tempo tinha mudado de um momento para outro, não sei o que vai acontecer. Continuando, os ruídos estão a tornar-se cada vez mais estrondosos, a chuva mais forte e também o vento, está tudo tão exagerado, que não é possível acreditar.
Oiço os ruídos cada vez mais de perto, ao que se nota melhor os tais. Oiço rugidos, paus a quebrar, cada vez mais e mais perto, está tão escuro que não consigo ver nada.
Só vejo uns vultos ao pé de mim que me rodeiam cada vez mais perto.
Parece que estou a sonhar, ou algo do género, sentei-me e encolhi as pernas e agarrei-as com as minhas mãos, não sei o que se está a passar, duvido que irá saber se isto assim o continuar!
De um momento para outro tudo desapareceu como se o vento tivesse levado. Sinto-me confusa, embora continue escuro já não se ouve nada, nem os rugidos nem os paus a quebrarem, não me sinto arrepiada, tudo parecia um sonho, ou melhor, um pesadelo.
De repente senti uma mão a tocar-me nada cara, fiquei assustada e não se mexi, de seguida senti a outra, e ouvi uma voz a dizer:
- “ Sou eu, o Yasushi.. Não deves andar por aqui de noite. Não sabes os perigos que podes encontrar, mesmo sendo uma ninja. Digo-te a noite é a tua pior inimiga..”
- “ Estava a ver que dava em doida, só te queria ver.. Não achei bem o que fiz da ultima vez”
- “ Anda, vamos a minha casa.. Não podemos ficar aqui. Há perigo!”
- “ mas porquê?.. tu disseste q….”
Ele agarrou-me o braço quase arrastando-me, largou-me e disse: “vem comigo por favor”, eu não percebi bem porquê, mas fui com ele, fomos o caminho todo sem falar era tudo tão estranho, até que chegamos a um sítio cheio de árvores.
Consigo ver uma casa de madeira entre essas árvores, a casa é pequena, bonita, e tem um agradável conforto, vista de fora.
Entrámos porque ele quis, não sei o que pretende fazer aqui. A casa está com muita sujidade, à sangue ao pé das janelas e no chão, isto parece irreal, nunca pensei entrar assim numa casa destas. Acho que ele está um pouco envergonhado pelo jeito da casa, eu não me importo com isso, só quero estar com ele e saber o porquê de nos termos dirigido aqui. Acho estranho, só isso.
- “ Emi, desculpa o estado da casa, mas eu tenho de falar contigo sobre o meu pai…”
- “Não faz mal, força, diz”
- “ Custa-me tanto dizer isto, mas…”
- “Mas…?”
- “Ele.. ma..”
- “DIZ LOGO!”
- “ Ele.. mata pessoas, é um assassino, tudo o que vês, esse sangue e isso, foi de quando ele matou pessoas cá em casa e também foi ele que matou a minha mãe ”- disse-me ele no estado de tristeza, não sei bem como responder-lhe, sim, porque estou chocada, ele trouxe-me a toca do lobo.
- “ O quê? E tu trouxeste-me para aqui?! Estás doido ou quê?”
- “ Ele não te fará mal, prometo.”
- “ Quero-me ir embora, leva-me já embora”
Estou parada, não me consigo mexer. Ouvi uns ruídos vindos da porta principal, será o pai dele? Tenho medo, mas sei que se me tentar matar puderei trava-lo. Ele acabou de entrar pela porta, consigo observa-lo do quarto, o Yasushi foi ter com ele, coitado está a ser maltratado. Será que sempre foi assim? Acredito, o pai dele tem mesmo cara de mau e perversa. É gordo e tem a camisa com pingos de sangue. Será que ele vem de matar alguém? Oh meu deus, preciso de sair daqui, eles estão a discutir.
- “ Quem mataste hoje?”- disse ele a chorar, e sim os homens também choram.
- “ Era uma bela mulher, estava sozinha em casa mais um cão. E não tenho de te dar explicações da minha vida! Fora daqui” – disse o pai dele, mandando-lhe um estaladão.
Não pude ficar a ver aquilo, tive de me impor, mas porra, ele pensa que é assim, pode bater no filho sem mais nem menos?! Levantei-me da cama porque estava sentada e dirigi-me a sala, o homem ficou chocado ao ver-me ali. Se calhar não era habitual do filho ter amigos.. ou devo dizer namorada? Não sei bem se o somos, mas até pode ser. Bem, o homem parecia parvo, não parava de olhar para mim, até que disse:
- “ Quem és tu?”
- “ Eu sou na.. hmm amiga do Yasushi”
- “Pois bem, Yasushi, quem te mandou trazer esta muidita para aqui? Queres que lhe aconteça o mesmo que aconteceu aos outros?”
Eu perguntava-me o que tinha acontecido aos outros, será que os tinha matado? Contudo, fiquei assustada, e pensei porque é que ele nunca tinha matado o pai, sim sei que ele é o PAI dele mas à limites para tudo.
Eu estava entre os dois, neste momento, para evitar que começassem outra vez a porrada, de repente o pai dele, encosta-me a kunai ao pescoço e diz:
- “ Parece que será aqui o fim dela”
Qualquer movimento ele cortar-me-ia o pescoço, qual seria o meu fim? Yasushi ficou irritadíssimo, o pai já estava a passar das marcas. Poderia fazer um kawamiri no jutsu e sair dali mas não ia dar em nada. Yasushi tira a sua kunai e espeta-a em mim, porque é que ele fez isto? Eu não estava a espera, seriam ambos assassinos? Cai no chão, estou a sangrar muito, não sei se puderei morrer.
Yasushi ficou mal por me ter feito isto, mas.. Qual era a finalidade?
O pai dele, sorriu vendo que o filho tinha nascido para o mesmo que ele, ser assassino. Ele estava furioso não sei percebia porquê, seria por me ter atingido a kunai na barriga ou por querer matar o pai? Era o que dava a entender.
Continuando, o pai dele virou-se e diz:
- “Filho, agora sim tenho orgulho em ti, vejo que nasceste para o mesmo que eu e não umputo mimado que tem namorada”
Yasushi, sem mais nem menos, começa a lançar kunais contra o seu pai, este indefeso, grita e cai no chão, com muitas kunais espetadas pelo corpo.
- “Não ouses voltar … a fazer uma coisas destas a pessoas que eu amo, CHEGA!” – disse o yasushi ao seu pai, este caído no chão, cheio de sangue.
Ele ajudou-me e saímos dali, ainda sentia dores. Queria saber quem foi a sua ultima vitima.