Fukkatsu Kamui
Filler 32 – A Reconstrução
Um dia como os outros, mas de certa forma diferente, pelo menos para Kamui. O rapaz tinha acordado com um pensamento na cabeça. Ia preparar-se para uma grande viagem, decidiu na noite passada ir até Yukigakure no Sato, a Vila Escondida na Neve. Era lá que habitava o grande sábio do clã Fukkatsu. Lendas diziam que tinha mais de 100 anos e vivia sozinho numa caverna. Kamui estava fraco graças ao Akagan e queria descobrir o poder do clã, para ficar mais forte. Se havia coisa que ele era, é ambicioso por poder. Para se preparar para a viagem decidiu fazer uma coisa em particular, levantou-se bem cedo, ainda com o céu enegrecido. Caminhou para a carpintaria na quinta do clã e aí ficou.
Retirou do bolso um scroll que tinha e nesse instante abriu-o com cuidado e lentamente, colocou a mão sobre ele e escrituras negras que não se percebiam invocaram algo que Kamui tinha guardado já à bastante tempo, muitos meses atrás quando ainda vivia em Kuraigakure no País do Rio. Depois do fumo se dissipar destroços de madeira apareciam sobre a mesa. Pareciam as próprias pernas de Kamui, pernas de marioneta. Pegou numa lixa e foi passando-a pela madeira fazendo força, apesar da fraqueza física que o seu Akagan lhe trazia. Continuou sempre com aquele processo, polindo todas as partes do corpo da marioneta. O objectivo era montar todos aqueles cacos e reconstruir a marioneta por completo e torna-la reutilizável. Estava quase pronto, só faltava colocar-lhe a cabeça que tinha uns cabelos semelhantes aos seus, Kamui achou bastante interessante este facto e até se riu ao de leve.
Pareceu ouvir um barulho, e rapidamente activou o seu doujutsu, ficando com os olhos de um vermelho vivo e brilhante. Analisou o chakra que se aproximava, já o tinha gravado na memória e sabia quem era.
-- Entra pai. – Disse o rapaz. – O que fazes por aqui tão cedo?
-- Ora essa… - Dizia-lhe o pai naturalmente estranhando a pergunta do filho, ele é que se tinha levantado mais cedo para ir ali. – Que eu saiba estás aqui desde as três da manhã, e pelos vistos a polir uma marioneta.
-- Hahaha. – Gargalhou animado. – Tens razão, devias ser tu a perguntar-me isso. Mas creio que já sabes a resposta.
-- Não sabia que te interessavas por marionetas. – Disse o pai muito bem-disposto, aproximando-se do filho e dando-lhe uma mão com aqueles braços que a marioneta possuía.
-- Nem eu, mas sabes lembrei-me que tinha estes pedaços num makimono. Aqui há uns meses quando fugia a Suna encontrei numa gruta esta peculiar marioneta despedaçada. Decidi traze-la claro, olha só para a cara dela. Parece-se comigo.
-- Olha… E não é que tens razão! – Disse o pai muito admirado com uma expressão. – É mesmo parecida contigo, pelo menos a cara.
-- E as pernas. – Disse Kamui com grande humor visto que as suas próprias pernas tinham sido amputadas e agora eram de madeira. O seu pai copiou e acompanhou-o na gargalhada.
Recuperou da risada que anteriormente dera e olhou para o filho, encharcado em suor e cansado, bastante cansado. Para ele, polir uma marioneta, era bem mais complicado do que para uma pessoa normal devido ao seu desgasto físico. O seu pai reparou nisso, e começou então por falar no assunto que o trouxe até ali.
-- Bem Kamui, tenho um presente para ti. – Disse-lhe o Fukkatsu Saimou.
-- O que é? – Questionou curioso, presentes eram sempre bons, mas também mantinham as pessoas curiosas.
-- São estas Denki Tekuburo, são luvas mas não são nada normais. – Dizia Saimou enfiando-as nas mãos do seu filho uma de cada vez. – São condutoras de chakra, e reagem ao chakra Raiton. Ao concentrares chakra nas luvas estas enviam estigmas eléctricos aos nervos das tuas mãos, e basicamente consegues controla-las, mesmo com esta debilidade do Akagan. Vais poder usar as tuas mãos, não digo como dantes, mas quase e pouca diferença vais notar.
-- Estás a falar a sério? – Perguntou, incrédulo. Se aquilo fosse verdade era óptimo mesmo, poderia voltar a usar os seus ninjutsus mais fortes e que precisavam de selos. Mas o melhor era mesmo podes controlar marionetas, usar o Kugutsu no jutsu. Só o tinha de aprender claro, mas para quem já o tinha sabido uma vez, era como andar de bicicleta, esqueceu-se, mas retomar é fácil. – Que bom pai, obrigado. – Ainda assim a sua ambição queria leva-lo a Yuki para falar com o sábio do clã, Kamui queria poder, queria a arma temida de Suna que tão bem guardava secretamente o clã Fukkatsu. A sua vingança ao Kazekage Arashi iria acontecer, era o que ele desejava todos os dias.
-- Olha vamos acabar a marioneta, para ver como te sais com as novas luvas. – Monta as junções desse lado que eu faço deste lado.
Com as novas luvas Kamui teve mais facilidades a reconstruir aquela marioneta, unindo todas as suas junções do corpo. O trabalho estava concluído, o tronco de madeira unido aos membros inferiores e superiores também eles de madeira, e também à cabeça claro. No final Kamui colocou-lhe a capa, que acabava num capuz todo farfalhudo. Saimou olhou para a marioneta e esbugalhou os olhos abrindo-os incrédulos.
-- Esta marioneta é…