O meu nome é Gumi. Nunca soube muito da minha família, e ainda menos sobre o que é ter uma. Porém nunca me fez falta. Não sei como nasci, apenas vim ao mundo. Comigo apenas o que me foi dado, a minha roupa, as minhas armas e uma chapa como a dos soldados.
Vivia numa espécie de laboratório. Era de um só andar com vários tipos de salas; salas de experiencias, sala de primeiros socorros, uma sala de luta e uma sala de profundidade. Havia mais mas nuca tive o direito de as visitar, a excepção do meu quarto.
O meu quarto era uma espécie de cela. A porta era de metal e estava sempre destrancada. Em frente tinha uma cama de dois por um e meio pendurada a parede por correntes de ferro. Tinha um lençol azul que todos os dias era mudado quando a cama era feita. Á direita tinha uma mesa onde fazia as minhas refeições diárias e os meus estudos.
Á esquerda tinha um armário com algumas camisolas. Quando estas eram desviadas uma parede falsa descia e mostrava todo o tipo de armas. Tinha ainda na parede da porta um lavatório e uma retrete.
Quando já tinha idade suficiente o meu treino começou; era rígido tal como o seu horário.
Até aos sete anos tinha um treinos não sistematizado, apenas aprendia como segurar as armas, como andar rapidamente com elas. Tinha ainda de ler artigos sobre o controlo de chakra e lia uma espécie de manuais de instruções de armas. No meu dia de anos fui submetido a um teste. Descobri que havia outros como eu e mandaram-nos para uma sala e disseram para lutarmos. Ganhei essa luta.
A partir dos sete anos, acordava cedo e era-me dado uma leve refeição e alguns comprimidos. Depois tinha treino de projécteis. Animais eram soltos e tinha de os matar. Era uma crueldade que nunca percebera e em criança nunca questionei. Tinha Duas horas para matar todo o tipo de bichos de pequeno e médio porte. Gafanhotos, macacos, gatos, cães, lagartos, osgas, salamandras…usando apenas projécteis como senbons shurikens e kunais. E fazia o que conseguia. Sabia as regras; era-me dado um murro por cada animal que não matasse. Quando já era maior, um dia recusei-me a matar qualquer um dos animais. Fiquei duas horas a olhar para eles e a acaricia-los. Quando saí fui agredido quase até á morte, fiquei duas semanas em coma na sala de primeiros socorros.
Depois almoçava uma refeição que se podia dizer luxuosa. Quando acabava dormia a sesta (foi-me uma vez dito que esta melhora os reflexos) e ia depois para o treino de controlo de chakra. Seguíamos para a sala de profundidade.
Esta sala era um buraco no chão de profundidade por mim desconhecida. Era atirado para o mesmo e uma rede apanhava-me mais ao fundo. Não sei bem como mas esta era regulável. Cada dia ia mais fundo e eu tinha de subir. Distâncias inacreditáveis usando kinobiri e duas kunais. Por vezes uma pedra onde tinha a kunai soltava-se e ao perder a desconcentração caia para a rede, que eles enchiam de shurikens como castigo para a queda.
Quando subia era hora da revisão diária. Entrava para a sala de primeiros socorros e alguns ferimentos básicos eram curados; ferimentos das shurikens e qualquer outro ferimento. Depois faziam alguns teste com ventosas e com instrumentos estranhos e umas vez por semana tiravam-me sangue para análise.
Depois jantava e ia dormir. Por vezes deixava-me ver as estrelas até tarde e imaginar se mais alguém estaria a ver aquelas estrelas.
No dia em que fiz quinze anos tive mais um teste. Era uma luta contra dois ninjas, que eram como eu. Esta luta perdi, acabando por desmaiar nela. Quando acordei já tinham sarado as minhas feridas, não sei ao certo quanto tempo passara e apenas me foi dito uma coisa
“Já não nos és útil. A execução é amanha. O que queres para ultima refeição?”
Fiquei sem palavras e acabaram por me mandar para o meu quarto. Percebi que tinha de fugir. Abri o meu armário e peguei em várias senbons, assim como shurikens. Já era perto da meia noite e já tudo estava fechado.
Usei henge no jutso para me transformar no médico da sala de primeiros socorros. Fui até lá mas a sala estava trancada. Peguei em duas senbons e abri-a rodando as senbons pela fechadura. Dirigi-me ao armário dos anestésicos. Infelizmente já tinha visto demasiadas vezes onde estavam…
Peguei em cinco ou seis seringas e corri para o quarto tendo o cuidado de fechar a porta á saída. Ejectei várias seringas a volta da cintura e fiz cinco cortes com uma kunai, cortes superficiais. Peguei depois em seis shurikens e passei-lhes um pouco de harigane deixando algum fio solto. Passei as kunais pela parte superficial da pele e introduzi-as pelos cortes, chegando-as para cima e deixando-as entre a minha pele e o músculo. Voltei a cozer deixando apenas o fio a passar pelos pontos, parar poder passar as kunais.
Foi depois para a cama, ia ter de descansar. Doía um pouco quando estava deitado pois sentias as shurikens a cortarem bocadinhos do músculo. Adormeci rapidamente.
No dia seguinte acordei ao ouvir passos no corredor. Levantei-me, a dor era insuportável e via o sangue a escorrer-me por entre os pontos. Depressa limpei o sangue a algumas camisolas e injectei mais alguma anestesia. Deitei as seringas e as camisolas sujas de sangue pelas grades da janela em cima da cama e deitei-me rapidamente.
Um guarda chegou depois e acordou-me; mandou-me vestir e virou-se para que eu o fizesse. Aproveitei essa oportunidade para por várias senbons na boca. Acorrentou-me as mãos e os pés e trouxe-me a minha comida.
Fui levado ao longo de um corredor; passei por muitas portas, incluindo uma que pelo barulho calculei ser a de animais. Viramos e entramos numa sala a direita.
Era uma pequena sala. No centro, uma cadeira eléctrica. Á direita havia um vidro e por trás desse vidro um guarda. Tanto á direita antes do vidro e a esquerda havia mais dois guardas. Ambos tinha kunais penduradas á cintura. Tiraram-me as algemas e sentaram-me. As minhas mãos foram presas á cadeira e os meus pés também.
“Está na hora. Algumas ultimas palavras?”-E os guardas riram-se.
Baixei a cabeça para que os guardas não me vissem a puxar as senbons para a frente, ficando com elas perto dos dentes.
“Ok vou activar a corrente”-Disse guarda atrás do vidro
Num movimento rápido cuspi duas senbons para as cordas que me segurava a mão direita. Antes que os guardas vissem o que estava a acontecer, peguei num dos fios da cintura e puxei tirando uma shuriken e arrancando os pontos, que projectei para o guarda da esquerda, acertando-lhe no olho. Ficou desnorteado e gritava. Não tinha muito tempo.
Tirei aproveitando o movimento da saída para cortar a outra corda. Levantei-me ainda com os pés presos á cadeira. Atirei-a depois para o joelho do guarda da direita, seguido de uma senbon que perfurou os pulmões e ele que caiu para traz partindo o vidro. Peguei rapidamente no primeiro guarda ainda sem soltar os pés e sentei-o na cadeira, o que me fez cair para a frente. Enquanto caia cuspi mais uma senbon para o botão para accionar a cadeira e caí deitado no chão.
Um grande choque passou para o guarda atrás de mim até que morreu, ficando um cheiro esquisito. Apresei-me a soltar os pés. O guarda atrás do vidro atirou-me várias kunais e shurikens. Eles não eram ninjas por certo ou já estaria morto.
Peguei no já morto guarda que estava na cadeira e pus a minha frente para que ele leva-se com os projécteis. Tirei a kunai que tinha á cintura.
Corri para fora da sala e encostei-me á parede acocorando-me. Quando o guarda saiu espetei-lhe a kunai na perna e quando ele, por reflexo se baixou tirei-a da perna e espetei no pescoço num movimento vertical.
Segui a grande velocidade ao longo do corredor. Ao passar pela zona dos animais hesitei. Sem pensar mais entrei na sala. Estava cheia de jaulas. Peguei nas últimas shurikens e atirei-as rapidamente, acertando em alguns cadeados. Mas tinha de seguir. Fui até ao meu quarto e peguei numa serie de armas.
Dirigi-me para a porta e olhei uma última vez para o quarto. Era minha casa desde o meu nascimento, mas tinha de ir. Virei-me e vi alguma coisa vir na minha direcção. Senti uma intensa dor na cabeça e desmaiei…
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Quando voltei a mim estava numa espécie de aldeia, encima de um telhado. O sol brilhava bem no cimo do céu azul. Alguns pássaros passavam. A aldeia era extensa, pelo menos de onde conseguia ver. Havia muitos edifícios; a maior parte estava em obras. Apoiei o meu braço no chão e levantei-me.
Uma imensa onda de dor fez-se sentir na minha perna esquerda e voltei a cair, agarrado á perna. Comecei a escorregar ao longo do telhado e com algum esforço agarrei-me á chaminé. A minha cabeça estava dorida e notava que tinha emagrecido, por isso devia estar lá á algum tempo.
Pus as mãos aos bolsos e verifiquei o que tinha; algumas kunais e um frasco de comprimidos, assim como um papel. Abri e podia ver uma receita que dizia “medicamentos de Gumi”.Nunca soubera para que serviam os comprimidos, apenas que tinha de os tomar. Não sei á quanto tempo já não os tomava, por isso tomei um antes que qualquer efeito acontecesse. Verifiquei a minha cintura onde tivera de esconder as shurikens mas estas já todas tinha sido retiradas e compressas tapavam as cicatrizes.
Comecei a pensar no meu próximo problema. Provavelmente tinha a perna partida e tinha de descer de alguma maneira. Conseguia ver uma grande cruz semelhante á dos primeiros socorros do laboratório e sabia que era para lá que tinha de ir.
Com esforço dirigi-me para a casa do lado que estava em obras. Tinha um andaime pelo qual queria descer. Mas quando me agarrei a ele as rodas escorregaram e ele mexendo-se, fazendo-me assim cair e ficar inconsciente.
Quando acordei estava no hospital e fui informado da minha situação. Tinha a perna partida e ia ter que estar parado algum tempo. A conversa não teve de avançar mais para que percebesse que ia perder muitas capacidades, capacidades que se ganham devagar e se ganham depressa.
O tempo passou e eu andei na academia da aldeia e agora já estou bom e pronto para retomar o meu caminho até recuperar as minha capacidades, para voltar ao laboratório, destrui-lo e soltar todos os outros como eu para alem de descobrir quem é p meu pai
O meu nome é Gumi e esta é a minha história.