Depois de contarmos o nosso passado um ao outro, já tínhamos descansado um bocado. A noite tinha-se posto e apareciam agora as estrelas aos poucos. Ficamos durante algum tempo a olhar para o céu, a pensar quando teria sido a última vez que tínhamos apreciado assim as estrelas. Sabíamos que tínhamos que voltar a treinar, agora que já tínhamos recuperado bastante chakra. Decidimos ir até ao pé da praia, treinar na areia, junto ao mar. Havia vários caranguejos. O Gumi decidiu desafiar-me:
- Aposto que não consegues matar caraguejos só com as kunais. Não vale ir ao pé deles e mata-los. Tens que atirar de longe.
- Aceito o teu desafio. – concordei eu.
Tirei da pasta as minhas kunais e comecei a atirar. A primeira kunai que atirei, falhei redondamente, ficando a mais ou menos de 50cm do caranguejo. Da segunda vez concentrei-me e atirei. Parecia que tinha acertado. E acertei, nas patas do lado esquerdo do caranguejo, impossibilitando-o de se mover. Da terceira vez mandei e acertei entre os olhos do caranguejo, parando de andar. Isto tudo em três caranguejos diferentes. Depois decido fazer uma variante. Concentrei o chakra nos pulmões e usei Endan, e acertei num caranguejo. Quando chegamos perto dele, ele estava cozinhado, e portanto não quisemos desperdiçar comida e comemo-lo. Era agora a vez do Gumi. Ele atirou a primeira kunai e acertou, bem como as outras duas. Ele tinha andado a treinar bastante com as kunai, podia-se ver. E para me imitar, teve que usar um jutsu, mais precisamente Mizu Kunai Bunshin no Jutsu, que ao se aproximar, se multiplicou em várias que cortaram o caranguejo aos pedaços.
- Nem sabes como fizeste essa! – disse eu num tom de gozo.
- Volto a faze-lo se quiseres. – replicou ele.
- Deixa lá. Vamos fazer outra coisa. Fazemos um risco na areia e vamos os dois puxar uma corda. Quem conseguir puxar o outro para atravessar a risca ganha.Simultaneamente temos de criar uma corrente de chakra.
- Está bem, vamos lá. – aceitou ele.
Preparámos tudo e começamos a puxar. Quem ganhou a primeira ronda fui eu; ambos tínhamos equilibrado o chakra algum tempo mas um puxão seguido de uma libertação de chakra deu-me a vitoria, mas Gumi ganhou a seguinte. Fingiu que me deixava puxar mas estava na verdade a concentrar o chakra e depois libertou-o repentinamente. Depois de umas 10 rondas os nossos braços não aguentavam mais. Concordamos em trepar dunas. Concentramos os chakra na sola dos pés e usamos Kinobiri no Jutsu. Mas a areia era muito mole, o que fez desta subida um trabalho bastante difícil. Depois de 3 subidas estávamos exaustos e decidimos sentar-nos um pouco. Uns 15 minutos depois, Pensamos em fazer uma corrida de sacos na areia. As vezes que caímos não podem ser contadas, pois a areia estava sempre a atirar-nos ao chão. Era frustrante, mas é uma boa forma de treinar. Depois disto, decidimos ir até ao pé da árvore mais alta e fazer uma corrida até ao topo. Um de cada lado da árvore, concentramos o chakra na sola dos pés e usamos Kinobiri no Jutsu. Rapidamente estávamos a correr até ao topo. Eu estava a ganhar, mas um pico de chakra nas solas dos pés fez com que eu ficasse sem aderência à árvore. Consegui agarrar-me a um ramo, o que me salvou a vida. O Gumi veio logo saber como estava.
- Estás bem Nagakura?
- Estou bem. Se não fosse este ramo, não sei como teria sido. – disse eu.
Esta árvore não era comum ali, pois teria para aí 150 metros. Teria sido uma queda fatal. Mas sinceramente, um minutos depois já tinha esquecido isso e fui saltando de ramo em ramo para chegar ao chão. Decidimos considerar o dia de treino com acabado, e combinamos encontramo-nos no dia seguinte. Fomos os dois a falar até à entrada da cidade, e depois acabamos por cada um seguir o seu caminho para casa.