- Kuchyose no Jutsu!
Uma criatura de corpo reduzido e negro como uma sombra saltitou pela escuridão, percorrendo rápidamente um túnel, não só com os seus pés, mas também com os seus grandes olhos amarelados.
- Ainda não conhecia esse truque, esqueceste finalmente os bonecos de areia? - Perguntou um rapaz alto com um humor seco.
Estavam num caminho escavado na terra, era escuro e coberto por pedras, no chão, paredes e tecto.
Neste momento, dois homens caminhavam por ele, um vestia uma capa negra, revelando apenas a cara, tinha cabelo castanho e olhos avelã, não possuía qualquer fita ninja, mas no meio do seu manto encontrava-se um largo pino de metal, com o símbolo de Kirigakure.
- Dri, as pessoas mudam, tu pelos vistos continuas com esse feitio de cão. - Atacou psicológicamente.
O segundo rapaz, que partilhava a coloração dos cabelos, mas que por sua vez a sua íris era verde mar defendeu-se, utilizando uma expressão que apesar de não ser fria, revelava ao seu amigo que algo se tinha passado no tempo em que não se tinham visto:
- Mudam, sei isso melhor do que tu.
Um silêncio repentino esmagou os dois, e acompanhado deste, veio uma escuridão ainda maior, após uma caminhada sobre esta, era impossível enxergar qualquer coisa, obrigando o rapaz a tactear o ar, procurando cegamente pelas paredes que limitavam a área.
- Ralfui, diz qualquer coisa, só para termos a certeza de que não nos perdemos. - Disse o Uchiha num tom de certa forma mais alto.
E o rapaz do manto começou a cantar o "Atirei o pau ao gato", num volume perturbador.
Deram os seus últimos passos pela galeria subterranea, até chegarem a uma porta de metal, esta tinha dois selos escritos a tinta, e de cada um de estes selos emanava uma luz poderosa num tom azul-cobalto.
- E agora? - Questionou Dri enquanto dava pancadas na porta de várias formas diferentes.
O seu companheiro olhou a porta por alguns segundos, e ao aperceber-se de que seria ínutil tentar abri-la de qualquer forma, juntou as suas mãos e fechou os olhos, voltando a revelá-los com uma estrela roxa no lugar da pupila.
- Sim sim, sei que tens esses olhinhos bonitos, eu também tenho uns novos.
- Eu também sei, a diferença é que enquanto os meus são bonitos, os teus são vermelhos e fazem parecer que andaste nos drunfos.
O rapaz mais alto proferiu um "Ou não" em voz baixa, enquanto soltava um sorriso de certa forma forçado, e observou Ralfui a desactivar o seu Doujutsu ao mesmo tempo que fazia uma sequência de selos com uma mão e colocava a sua palma a tapar a fonte de luz, repetindo este processo agora com a mão esquerda e a tapar a outra fonte.
A porta de metal rugiu, reclamando árduamente a sua velhice enquanto se abria lentamente.
O local que a passagem escondia era bonito, silenciando novamente os dois rapazes.
Uma espécie de sanctuário ergueu-se sobre a visão dos rapazes, encontrava-se talhado em pedra, húmido e iluminado. As paredes e tecto eram feitas neste material, mas por sua vez o chão era uma grelha de tijoleira negra, que reflectia fortemente qualquer tipo de luz.
O local era espaçoso, menos largo do que cumprido, formando um rectângulo com cerca de vinte metros desde a porta até ao final. Até aos últimos cinco metros, toda a sala era igual, um tapete vermelho-ferro extendia-se de um lado ao outro, um par de pilares aparecia aqui e ali, e por fim, as paredes estavam repletas de Kanjis luminosos, exactamente iguais aos encontrados nas portas.
Ralfui estava espantado com a beleza que enxergava, mas Dri tentou quebrar a maravilha do momento com um cínico "uau", de qualquer maneira, o bombista continuou a caminhar lentamente, apreciando cada centímetro do local.
Ao chegarem ao final do corredor, encontraram uma fonte que jorrava água límpida e duas mesas, esta parte já não tinha quaisqueres pilares, e invés disso, pequenos postes, cada um com cerca de um metro de altura segurando um cristal luminoso, novamente com um efeito semelhante aos selos inscritos na parede e na porta.
Nas mesas estava desenhado a tinta branca a forma de duas pessoas deitadas, apesar de muito semelhantes, o ninja de olhos avelã pode reparar que uma tinha o corpo mais longo.
O silêncio permaneceu por bastante tempo, observaram tudo à volta, dentro da fonte, mergulhado na sua água encontrava-se uma harpa e uma catana. Dri pegou nesta e observou-a em várias posições, golpeando então o ar, cortando o inimigo invisível, depois voltou a colocá-la no seu berço.
Por sua vez, Ralfui observou as mesas metálicas, reparando em algumas gavetas que esta possuía, abriu uma, puxando para si o objecto.
Dentro desta encontrava-se vários papeis, retirou o que se encontrava no topo, e após ler a primeira frase, chamou o seu companheiro:
- Dri... Vem ver isto. - Disse num tom arrepiado e sombrio.
O rapaz de olhos verdes caminhou lentamente, e quando o papel entrou no seu campo de visão, leu um pouco, até exclamar:
- Merda.