Oito dias depois apareci no mesmo casino chique daquela cidade. Já me tinha safado sem pagar o hotel e estava prestes a enganar o homem milionário. Ali estava ele sentado numa mesa acompanhado pelos seus dois guarda costas de pé. Aproximei-me dele e cumprimentei-o com um aperto de mão.
– Aqui tenho o seu ouro. - Apontei com o meu olhar para uma maleta preta.
– Vale 1000 ryo?
– Exctamente. - Posei a mala em frente a ele e ia abri-la mas sabia perfeitamente que ele aí não ia querer que as outras pessoas vissem, e ainda mais estava vazia.
– Aqui não, aqui não.
– Como queira. - Disse-lhe.
– Acho que desta vez vou investir mais.
– Faça como quiser, eu vou investir 1200 desta vez. Agradeço-lhe o primeiro investimento, mas a partir de agora consigo afastar-me sozinho.
– Espera lá, tu ainda és jovem. 1200 dizes tu? Bem se eu investisse na mesma quantia ambos ganhavamos mais certo?
– Certo, mas 1200 é bastante, não sei se estou para me responsabilizar por essa quantia não sendo minha.
– Anda lá rapaz. - Dizia ele com a ganância a funcionar, como eu gosto da ganância.
– Pronto está bem. São 2400 para cada um no final. Uns oito, nove dias e tenho o seu dinheiro em forma de ouro. Aqui tem os seus mil iniciais.
– Aqui tens os 1200, quero os meus 2400 rapaz se não tenho aqui o meu amigo.
Peguei no meu lucro e saí dali, como da outra vez o jounin ia atrás de mim. O golpe tinha sido um sucesso, mas ainda tinha um Jounin atrás de mim. A mesma tática não ia funcionar. Mas tinha um plano, precisava apenas de me aguentar um pouco numa luta contra ele.
Aproveitei que ele me seguia para escolher o local da luta. Levei para uma estrada já longe da cidade, cheia de arvoredos à volta. Voltei-me para ele e perguntei:
– Com que então de Suna?
– Como sabias que eu te estava a seguir?
Retirei a minha hitayate do bolso e coloqueia-a na testa.
– Taki! - Disse-lhe começando a concentrar o chakra nos olhos e mostrando-lhe a minha arma secreta. O Akagan brilhou logo num intenso vermelho, acreditei que contra um Jounin fosse necessário.
Previ o taque dele com o olho mas não consegui prever o clone dele a atacar-me pelas costas atingindo-me com uma joelhada.
No ar, retirei um dos meus scrolls, um pincel que prendi entre os dentes e a tinta. Atirei o scroll aberto para o ar e com o pincel ainda na boca molhei a ponta na tinta. Desenhei no ar enquanto o scroll me rodeava e movimentava a cabeça criando formas. Concentrei o chakra na tinta enquanto desenhava e de seguida fiz dois selos minimos para ajudar no jutsu. Saíram do scroll três leões de tinta pronto a tacarem o Jounin. Um deles conseguiu morder-lhe o braço. Mas depois o meu adversário fez alguns selos, a preparar o Kawarimi concluí, exactamente o que eu previa pois quando um segundo leão lhe rasgou as costas este desfez-se em fumo e depois num tronco.
Senti novamente uma pancada nas costas, ele já estava atrás de mim, e projectou-me pela segunda vez. Com um Shunshin rápido reapareceu atrás de mim, agora uma cotovelada que me fez algum sangue sair da boca. Dei uma volta de 360º grus e consegui cair bem no chão evitando uma queda aparatosa. Voltei a concentrar o meu chakra na minha tinta e com o pincel na mão desenhei dos bonecos. Um sequência de vários selos para ajudar à técnica e gritei.
– Choujo Giga Nio! - Com isto dois reis de tinta ergueram-se e conseguiram entreter com golpes de taijutsu o meu adversário, enquanto me preparava para mais uma técnica.
Mas ele acabara de destruir um dos Reis, e precisava de mais tempo, por isso concentrei chakra na cabeça por algum tempo e de seguida olhei com instinto assassino para ele. O jounin de Suna começou a ver a mesma bola de fogo que havia visto oito dias antes. Era o mesmo genjutsu mas eu só precisava de um pouco de tempo, aquilo ia chegar.
Comecei a concentrar chakra Doton por todo o meu corpo, ia usar algo para me dar ainda mais tempo, este duelo começava quase a ser um treino de gestão de tempo. Para rematar o meu plano inicial ia precisar de bastante tempo. Fiz os selos necessários já com a energia Doton focada e de repente o cúe escureceu por cima das nossas cabeças, Duas cobras enormes de terra tinham sido criadas. Pareciam montanhas. Tinha dado um bom entretenimento ao Jounin enquanto me escava para os arbustos e preparava a minha tática final.
Concentrei pela última vez o meu chakra, visto que já estava fraco, foi mesmo a tempo. Juntei as mãos criando selos várias vezes e de seguida senti o meu corpo desaparecer à medida que entrava num scroll, a minha alma entrou na marioneta e peguei no scroll que continha o meu corpo. Estava sob a forma de marioneta e seria uma boa distração, fui então que decidi usar os meus dotes de actor.
– Ah! - Gritei aterrorizado saindo dos arbustos mesmo quando o meu adversário destrui as cobras. - Estava ali um ninja escondido, ele tentou matar-me ajudem-me!
– Cala-te sei bem que é um Henge, pensas que me enganas. - Disse o Jounin?
– Um Hen... quem? - Disse eu representando lindamente.
Ele deve ter usado uma habilidade qualquer de sentir chakra, pois a sua expressão mudou, pois eu não tinha chakra nenhum, era apenas uma marioneta.
– Ok camponês, para onde disseste que ele foi?
– Por ali. - Típica atitude, se não era um ninja era um camponês.
FIM