Konoha ainda estava longe, mas já era possível sentir uma certa mudança climática. O ar seco de Oto começava a se tornar mais úmido, dando um respirar melhor aos dois viajantes. Estavam a três dias na estrada, sem comida ou descanso. Aquele já era o limite para ambos, então concordaram em parar no hotel mais próximo, que não tardou a aparecer. Era um edifico de madeira, desgastada pelo tempo. A cada tábua pisada, um rangido meio assustador ecoava. Aquele local mais parecia um cenário de filme de terror, que estava deixando Hideki bastante incomodado. Já Ryuu não demonstrava qualquer emoção, como sempre. Parecia que ele estava atento a cada minimo detalhe possível, para o caso de encontrarem algum tipo de pista.
As teias de aranha dominavam completamente o recinto, deixando um ar ainda mais estranho. A atendente, uma senhora de idade, não mostrava qualquer interesse em atendê-los, como se estivesse ali por obrigação. Mas ainda sim, conseguiram fazê-la ceder uma das chaves dos quartos, prometendo pagar na saída. O cansaço dos dois era evidente; mal conseguiram andar até as camas, esquecendo completamente das roupas sujas que estavam usando. Deitaram, e Hideki adormeceu facilmente, mas L não. A sua mente estava trabalhando a todo momento, tentando encaixar detalhes que podiam lhe dar alguma informação de quem foi o responsável pela morte de seus pais, mas nunca conseguia. Parecia que faltava algo. "Preciso dormir. Tenho que estar completamente descansado para quando chegar em Konoha, conseguir buscar informações." Embora seu corpo clamasse por descanso, sua mente só foi ceder horas depois.

Acordaram somente a tarde do outro dia. Hideki se espreguiçou e demorou um pouco a levantar, enquanto Ryuu já estava de pé há tempos. Os dois tinham que partir antes de serem cobrados pela velha senhora, pois não possuíam dinheiro algum. Se apressaram e desceram as escadas, sem ao menos escovar os dentes.
Por incrível que pareça, a senhora não estava mais lá. Seria mais fácil do que imaginaram... Mas algo estava errado, pelo menos a concepção de L. Por que a senhora tinha deixado os dois sozinhos? Ela tinha mesmo a intenção de deixá-los sair sem pagar?
Quando foi tentar falar algo para o Hyuuga, foi tarde. Ele abriu a porta da frente, e parou. Sua pele ficou pálida e sua feição amedrontada. Eles não podiam acreditar naquilo que viam. A saída havia se tornado a porta de entrada para o mesmo local onde estavam, como um labirinto infinito. L sabia que tudo estava muito fácil. Terem caminhado por tanto tempo, resistindo ao cansaço, a fome, e, por obra do destino, encontrarem um local para dormir. Algo tinha que estar errado nisso.

- Será que isso é um genjutsu? - perguntou Hideki, desesperadamente. Ryuuzaki apenas olhou em volta, tentando achar algum detalhe que revelasse que, de fato, se tratava de um genjutsu. - Eu não tenho certeza, é apenas uma hipótese. Mas provavelmente nem saímos de Oto. Devemos estar presos nesse genjutsu a horas, e nossas mentes já estão deveras cansadas. Não será fácil sairmos daqui com um simples Kai. Temos que pensar em algo, antes que seja tarde. - Os olhos de Hideki se arregalaram, ele não tinha sequer cogitado essa hipótese. Quem quer que tenha lançado a ilusão, era poderoso. Mas, por qual motivo queriam atrapalhar a jornada dos dois? L não conseguia suspeitar de alguém.

De repente, os pensamentos de ambos foram atrapalhados por uma voz feminina, porém rouca e macabra. Parecia a voz da mesma senhora que os atendeu. Ela estava apenas cantarolando, provavelmente tentando deixar o clima ainda mais pesado.

- Quem é você?! O que quer de nós?! Pare com isso! - O Hyuuga se mostrava extremamente assustado. Aquilo com certeza estava atrapalhando os pensamentos do rapaz, e se desesperar era a pior coisa a se fazer. - Hideki, fique calmo. Se desesperar não vai adiantar em nada. E essa mulher não irá lhe responder. Apenas deixe-me pensar. - L nunca havia passado por situação parecida. Apesar de ser muito inteligente, e ter passado com as melhores notas possíveis na academia, nunca estivera em um combate real. Aquela era sua primeira experiência, e estava sendo mais difícil do que ele imaginava.

A voz se aproximava cada vez mais, revelando ser realmente daquela mulher do balcão. Ela sorriu, com os dentes completamente amarelos, e proferiu:

- Bem vindos ao meu hotel. Ele é um lugar maravilhoso, não é? Hahaha - A sua voz era extremamente macabra, como em um filme de terror. - Espero que tenham gostado. Podem dormir em qualquer quarto que quiserem, ou comer qualquer coisa... - Uma pausa foi dada, e seus olhos surgiram diante da escuridão. Eram vermelhos como o mais puro sangue. - Mas nunca poderão sair! - Sua imagem voltou a cobrir-se na escuridão, e um silêncio tomou conta do local. Os dois garotos ficaram sem qualquer reação. O ar estava muito mais pesado que o comum, e o suor frio que pingava no chão, desaparecia no mesmo instante.

- O q-que vamos fazer? - O corpo de Hideki tremia completamente. Ele não conseguia esconder o medo em seu olhar, que se enxia de lágrimas a cada instante. Ryuu se abaixou e começou a analisar a situação. Estavam em um beco sem saída. Não tinham forças para usar um Kai forte o suficiente para liberá-los. Se não fosse uma ilusão, teriam gastado as ultimas forças restantes em vão, e ficariam ali para sempre. - Preste bem atenção, Hideki. Antes de fazermos movimentos precipitados, precisamos ter certeza de nossos atos. Primeiro, quero que ative seu Byakugan. - O Hyuuga não entendeu as intenções do Nara. O byakugan naquela situação não seria util, pois não consegue identificar se é ou não uma ilusão. Mas, sem contrariar, ativou seu doujutsu. - Agora, preste bem atenção. Eu vou testar o limite de nossa área. Quando eu mandar, quero que abra a porta novamente. - Ainda sem entender, Hideki atende aos comandos de L, e, ao sinal, abre a porta. O rapaz retira uma de suas kunais e a joga contra a porta. Como esperado, a kunai retornou ao local de onde foi lançada. - Agora, vou atrás daquela velha. Quero que fique aqui, atento. Quando ela aparecer, veja se existe algum tipo de fluxo de chakra dentro dela. Se isso se confirmar, não estamos em um genjutsu, e sim em algum hijutsu extremamente poderoso. Mas se não ver nada, poderemos usar nossas forças em um kai conjunto. - Dito isto, Ryuuzaki partiu para a imensa escuridão, deixando Hideki sozinho, em posição de combate.

O hotel agora estava maior do que era antes. Um enorme corredor surgira, e a voz a cantarolar vinha do final deste. Com uma de suas kunais na mão direita, L se aproximava cuidadosamente, tentando não ser percebido. A velha estava parada no final do corredor, simplesmente esperando o rapaz chegar. Ela abre um leve sorriso, e, com uma velocidade absurda, parte em sua direção e lhe acerta um golpe em cheio. Seu nariz começou a sangrar na mesma hora, e pela primeira vez, o desespero apertou seu coração.

- Pobre rapaz... eu disse que nunca sairá. Tentar me enfrentar será inútil. - A confiança na voz dela era incrível, tendo certeza absoluta de sua vitória. L nada podia fazer, a não ser correr para perto de seu amigo, mais experiente em combates. - Isso, fuja como um rato. Eu adoro caçadas! - A velocidade dela era muito superior a sua, assim o alcançando facilmente.

Ao ver seu amigo com o rosto ensanguentado, Hideki tremeu suas pernas. A velha tinha um poder de luta absurdo, e um campo que favorecia somente a ela. Aquele parecia o fim certo.
L se aproxima de seu amigo, e lhe sussurra: - Então, consegue ver algum fluxo de chakra? - Os olhos do rapaz se focaram na mulher, e com medo, respondeu afirmativamente. Ryuu abriu um leve sorriso, como se tudo tivesse saído de acordo com seu plano. A mulher, cansada de ver os dois sussurrarem, partiu contra os dois e desferiu um potente soco. Os dois caíram ao chão, mas o sorriso permanecia na face de L.

- Sabe moça, ainda bem que eu estava errado e você não é uma ilusão. Isso teria tornado as coisas menos interessantes. - Pela primeira vez, a feição da inimiga se tornara assustada. Ela não entendia o que o garoto falava, pois ninguém nunca agira daquela forma. - Então, vou acabar logo com esse combate, pois tenho coisas mais importantes a fazer. - Quando a velha tentou se mexer, já era tarde. Uma kunai estava atravessada em seu peito. O garoto levou os golpes de propósito, para deixá-la pensar que estava no comando do combate, e então lançou uma kunai contra a porta, que levou a voltar para o mesmo local que estava, atravessando o peito da mulher. Hideki olhava surpreso, não imaginava que seu parceiro tinha planejado algo assim, e enganado completamente sua inimiga. - Sua própria técnica virou contra você. - Um sorriso um tanto macabro surgiu em seus rosto, ainda sujo de sangue.

O hotel voltou ao normal, virando novamente um edifico velho. O corpo da mulher estava estirado sobre seu próprio sangue. Hideki ainda tentava assimilar o plano, e tudo que tinha acontecido, mas foi interrompido pela voz de L, dizendo para seguirem logo em frente.
Sem perderem tempo, os dois voltaram a caminhar rumo a Konoha. O sol já estava nascendo naquele momento, e uma leve brisa refrescava os dois garotos que ali prosseguiam, rumo a seus objetivos.

- Hey Ryuu, pela primeira vez você estava errado. Nós saímos sim de Oto! - Sua fala foi prosseguida de uma leve risada. - Ainda bem que eu estava errado... -

cuidado com o excesso de vírgulas se seu objetivo é fazer uma escrita misteriosa, nao precisa fazê-la tão desnecessáriamente pausada. Gostei bastante do filler, a idéia do hotel me pareceu interessante, apesar de achar que você subestima demais seu parceiro, morte ao nara, hail hyuuga >:

Outra coisa, adorei a estratégia da kunai, muito bem colocada

AWESOME deude! Tive que ler a estratégia duas vezes para entendê-la

O Hyuuga não passa de um medroso, mata-o de uma vez e volta para Oto

Continua ^^

As virgulas em excesso foi sem querer, é que o sono já estava me atrapalhando quando escrevi

Bons fillers iniciais. Li os dois e gostei muito. Estão muito bem descritos e tens uma excelente escrita.

Tens uma história interessante por isso não pares