O silêncio ecoava por uma das mais longas salas do país da pedra, na sala contavam-se 31 pessoas à volta da mesa, uma quinzena ao lado esquerdo, uma quinzena ao lado direito e apenas uma se sentava com a cara virada para os portões este que dirigia o país todo sem se mover daquela cadeira. O silencio foi quebrado com uma pergunta:
- Então? – Perguntou o lorde Feudal impacientemente aos presentes – Contai-me as novidades…
Em apenas um segundo o silencio desapareceu por completo e agora todos falavam ao mesmo tempo, para uma única pessoa, uma das únicas pessoas que estava calada naquele momento era um jovem que se sentava ao fim da mesa, era a primeira vez que estava ali a marcar presença no lugar do sei pai.
- SILENCIO – Ladrou o Lorde, levando todos a calarem-se subitamente – Eu não disse todos ao mesmo tempo. – O lorde olhou para o rapaz e apontou o dedo – TU! – O jovem estremeceu – Contai… - O lorde calou-se rapidamente, vendo que não reconhecia o jovem – Quem diabos és?
- O meu nome é Iabara Soda, sua graça, venho em nome do meu pai Iabara Soda, primeiro do seu nome.
-Ah sim – reconheceu finalmente a cara, interrompendo o jovem - Porque é que não está aqui o teu pai, rapaz?
-Temo que o meu pai esteja doente, não sai da cama faz hoje três dias.
- Já que falastes, contai-me o que há de novo nesta maldita terra.
- Continuamos a lucrar, com o empresto de armas para ambas as facções em guerra, dinheiro que vai quase todo para a reconstrução de Iwagakure, não para falar da mão de obra que o meu senhor enviou para lá.
- Aquela vila irá ser a minha desgraça… - O lorde calou-se por alguns momentos – Só isso? Nada de Karasemo ou Karasuemo ou lá como aquilo se chama? – O lorde feudal aguardou aquilo que ninguém tinha, uma resposta – E a progressão da construção da vila? – O silêncio voltou a instalar-se – Não acredito – Murmurou – Quem é que aqui já fora treinado naquela vila?
Só o jovem levantou a mão, os outros permaneceram imoveis como se fossem estatuas. Outro homem respondeu à pergunta do lorde.
- Sua graça, nós somos donos de vilas e pessoas de alto grau no seu exercito.
- Não acredito – Suspirou – Jovem, tu falas por ti ou pelo teu pai?
- Falo por ambos, eu sai da vila com a grande invasão, por isso sou apenas um Gennin, enquanto meu pai saiu para o servir quando já era jounin.
- Não pensavas em voltar?
- Não está nos meus planos meu senhor.
- Está nos meus! – Respondeu o lorde – Irás voltar à vila e me enviaras uma mensagem sobre o teu progresso.
- Mas, meu senhor… - O jovem levantou-se, tentando desenvacilhar-se daquela situação.
- Tu farás isso em nome do teu Lorde Feudal! – Interrompeu a gritar.
- Sim, sua graça – O jovem sentou-se, já a pensar no seu futuro. No entanto não só pensou no prejuízo como pensou no lado positivo, este que era ficar longe do seu pai, uma pessoa rude e egocêntrica, que quando estava raivoso batia no seu filho. Agora que via melhor, havia apenas uma coisa que Soga iria sentir falta e isso era uma jovem rapariga de cabelos louros e olhos azuis, só de pensar nela, ele podia sorrir, até se lembrar da ordem do Lorde Feudal, aí já suspirava.
Ao fim de mais uns gritos e discursos no conselho, acabou-se a sessão mais longa da sua vida. O jovem encontrou-se com um homem ao sair do palácio, cujo o rosto não lhe era familiar, o homem era velho, com o cabelo que lhe caia até ao pescoço, despenteado e levava uma armadura de ferro, agarrando com a sua mão uma lança.
- Meu lorde – Disse ele, fazendo uma vénia – Eu irei acompanha-lo até Iwagakure no Sato, também irei fazer o papel de protector nos primeiros três meses. Nós iremos partir de imediato.
- Raisparta isto, já? – Disse o jovem surpreendido – Eu acabei de sair, como é que já sabes disto?
- Nós protegemos o Imperador, mesmo quando não somos vistos. O seu pai já foi avisado…
- Ainda bem, não me apetecia ver aquela cara antes de partir – O jovem parou por um breve bocado – Mesmo que vê-lo fraco seja uma tentação… - O jovem hesitou outra vez – Se pensa que eu só ia ver o meu pai, enganas-te muito meu caro homem, vamos!
Os dois dirigiram-se a uma pequena casa de madeira suja, com os vidros poeirentos, Soga foi até à porta e esperou um bocado antes de bater, chegando até a ter duvidas. “Tenho de lhe contar” decidiu por fim e bateu na porta três vezes.
- Oh, tu… - Disse a rapariga com quem o jovem sonhara e ela tinha uma barriga maior do que o jovem tinha imaginado.
- Eu vim-me despedir – O jovem a partir dai começou a hesitar nas suas palavras – Vou voltar para Iwagakure… Espe-Esperava que talvez pudesses vir com-igo.
- Ambos sabemos que não iria resultar – Disse ela com um ar triste – Adeus então – Ela fechou a porta
- Posso visita-lo ao menos, eu tenho a certeza que ao menos isso me irão dar… - Ele já não falava com ninguém e ao aperceber-se disso virou as costas e começou a andar, com o seu guarda atrás.
- É teu? – Perguntou ele.
- Não – Hesitou ele antes de responder – É apenas dela e de mais ninguém, comigo só tenho memórias… Nunca cheguei a perguntar o teu nome, guarda.
- Chamo-me Lago.
- Lago, já conheceste o amor? – Perguntou o jovem ainda triste.
- Sim… - Parou um bocado na sua fala, mas com uma afirmação com muito orgulho disse – Eu matei-o – Deu um risinho arrogante, como se tivesse a lembrar de uma piada.
O jovem olhou para ele estranhamente.
- Porque é que não te enviaram a ti para Iwagakure?
- Precisam de uma pessoa lá, permanentemente, além disso …
- Sabes que mais, vai-me fazer bem uma mudança de ares – Soga fez um pequeno sorriso – Que uma nova vida comece! – Gritou para todos os que estavam na rua, todos olharam para ele, mas ele não se importou e continuou a andar, Lago seguia-o com um sorriso nos lábios.