Anteriormente...Fui ficando meses e meses pela vila de Iwa. Talvez os suficientes, talvez não, mas em muitas coisas foram-me bastante uteis. Aprendi o básico dos básicos da vida ninja, aprendi a hierarquia ninja e finalmente aprendi o que era um Anbu e também um Kage, em especial sobre a Tsuchikage da nossa vila. Aprendi que haviam outras vilas, mas nem tempo tive de saber quais eram, apenas uma outra que já conhecia muito vagamente, mas pelo que me apercebi essa nem era grande coisa entre as outras.
A verdade é que o tempo que passei na vila não foi suficiente para arranjar amigos, nem me preocupava com isso, para dizer a verdade fugi a todas as conversas que me eram dirigidas. Muitas vezes virando a cara rudemente, outras dava uma desculpa que tinha pressa. Não sei se por isso, se pelo meu misterioso aparecimento na vila, mas notava um certo ódio a mim, os vizinhos fechavam-me as janelas quando caminhava na rua e escondiam os filhos pequenos atrás das pernas. Que mal fiz eu?
– Nenhum Spring. - Respondia-me a minha consciência negra que sempre me acompanhava. - Eu fi-lo por ti. - E ria às gargalhadas num claro desafio e gozo, fazia parte de ser negra, tudo o que era de mau estava lá e eu habituado estava.
– Boa para ti, boa mesmo. - Dei-lhe um certo desprezo, o que ele às vezes precisava para se calar e me deixar concentrado no percurso.
– Eu deixava, mas olha. Está alguém a seguir-te à cerca de dois minutos, já me tinha apercebido mas cada vez está mais perto.
– Ah, obrigado.
– Não agradeces monte de merda, só quero salvar a minha pele.
A minha consciência negra parecia dizer a verdade, apercebi-me em pouco tempo que alguém me seguia ao ouvir alguém descuidado a tentar imitar os meus passos, mas apercebi-me de uma falha e rapidamente me virei.
– Que queres? - Perguntei abruptamente.
– A Tsuchikage pediu-me para te chamar ao seu gabinete. - Disse-me aquele com roupas castanhas e vermelhas com um cachecol amarelo. Não sei porquê, mas vi nele uma figura de respeito e acatei as ordens agradecendo no final.
Rapidamente me dirigi ao primeiro edificio que tinha visitado em Iwagakure, o gabinete do Tsushikage que agora sabia chamar-se Kurotsuchi e era a neta do anterior Kage, Onoki-sama. Percorri as escadas em caracol e finalmente cheguei à porta que dava acesso aos aposentos da minha líder. Bati duas vezes e sem esperar resposta rodei a maçaneta e entrei.
– Olá Law Spring-kun. - Cumprimentou-se ela, mas nem lhe prestei muita atenção a sala tinha mais pessoas, dois guarda-costas e um homem, o mesmo que anteriormente me tinha interpolado.
– Ol...
– Se os meus serviços estão terminados, até à próxima Kurotsuchi. - Interrompeu o mesmo homem de à bocado com alguma afinidade para com a mulher.
– Olá Law Spring. Ainda não te perguntei, o teu nome é algo diferente, como preferes ser tratado? - Disse a Kage que fazia tudo para me acomudar.
– Spring, Law Spring. É-me indiferente.
– Spring-kun então. - Dizia.
– Que seja. - Secamente e sem demonstrar importância.
– Olha lá, os tempos que passaste na Academia foram-te uteis claro, mas o melhor mesmo será arranjares uma equipa. - Fez uma breve pausa para tentar ver a minha reacção. Na verdade não reagi nem mal nem bem. - Arranjei-te uma para falar a verdade, estás interessado?
Para ser sincero, não estava muito interessado, mas também não gostava de incomodar ninguém, mesmo que isso fosse um feitio meu irracional. A minha segunda reacção foi pensar no trabalho que ela tinha tido para me conseguir uma equipa. Aceitei apenas com um abanar de cabeça.
– Assim sendo, peço-te que amanhã vás ao terraço da Academia. Os teus colegas e sensei devem estar por lá, ninguém se conhece entre vocês por isso não te preocupes em ser o único que não os conheces.
– Percebo. Obrigado Tsuchikage-sama. É tudo?
– É sim, podes ir. Aproveita para treinares ou assim.
A minha consciência negra estava a ficar impaciente de estar tanto tempo no mesmo sitio, apetecia-lhe praticar alguma maldade mas por enquanto conseguia controla-la. Rodei novamente a maçaneta, desta vez para sair do espaço e fechei-a atrás de mim. Sem pressa abandoneio o edificio, mas já havia alguém a apressar-me.
– 'Bora, estou farto de estar aqui. - Resmungava a minha negridão.
– Mais calma, mais calma caraças. - Disse-lhe.
– Hey rapaz, estás a falar sozinho? - Perguntava-me um Anbu da vila com um aspecto bastante sinistro, parecia até que me estava a espiar.
– Uh... ah, estava a pensar alto. - Saí dali e caminhei em direcção a minha casa. Ficava no topo de um edificio bastante alto, talvez um dos maiores da vila. Tive sorte, pois foi-me oferecido pela Tsuchikage e ainda tinha uma excelente vista, algo que a minha consciencia negra não apreciava, pois não tinha aquela sencibilidade.