Filler 5 – Os Gennin de Iwa…
“Uma nova cara exibe-se em Iwa como novo Jounnin, mas só o pronome já sugere desconfiança e medo no coração de todos os cidadãos da Vila da Pedra…”-Nem acredito que ele se perdeu! –
Bramia o rapaz que esperava frente ao prédio conhecido por A. Este possuía cabelos pretos que lhe desciam até aos olhos vermelhos, usava uma roupa ao estilo Sasuke mostrando os peitorais e portava uma lâmina presa à sua cintura, Yoshizumi Shiraki!
-Ele é demasiado inofensivo… Depois acontece estas coisas! – Resmungava a rapariga encostada à parede que fazia companhia a Yoshizumi. Tinha cabelos longos e castanhos, atados em forma de rabo-de-cavalo, brilhando pela luminosidade dos seus olhos esmeralda, Mitsuki!
Ambos franzem o sobrolho, Yoshizumi coloca as mãos sobre a anca enquanto bate com a sola do pé contra o solo de uma forma impaciente. A rapariga contava o tempo sossegadamente, não tendo nada que fazer. Finalmente um rapaz de cabelos castanhos e olhos azuis aparece no horizonte, numa corrida acelerada depressa chega à beira dos seus companheiros pacientes.
-Desculpem a demora… Mas estava a apanhar castanhas! – Desculpa-se o rapaz de olhos azuis enquanto faz uma vénia aos seus amigos e exibe algumas castanhas nas mãos como prova.
Ambos olham para ele, incertos trocam olhares desconfiados um com o outro, sorriem e depois voltam a olhar para Nisshoku, que estava agora calado a olhar para as castanhas recentemente apanhadas.
-Claro sim, mas já estamos todos, e agora que vamos fazer? – Perguntava-se Yoshizumi retirando as mãos da anca, o seu olhar é atraído pelos seios de uma rapariga que passava perto – “Topa” só aquela “garina”…
Nisshoku acompanha o olhar do seu amigo para a rapariga de cabelo castanhos que passa à beira deles lentamente, esta estava a usar um sakkaj o qual escondia o seu rosto, mas o Yoshizumi só olhava para o peito dela, se fosse razoavelmente bom então servia o esforço… e aquele podia ser considerado desse jeito.
-Esta já cá cant- - Gabava-se Yoshizumi, mas interrompe-se após ver Nisshoku a falar com ela antes do rapaz de cabelos grisalhos – N-nani?
O rapaz de olhos azuis corria na minha direcção num tom alarmado, decido ignorar pois provavelmente não era para falar comigo.
-Cuidado! – Gritava o rapaz de olhos azuis definitivamente para mim.
Cesso o meu passo e olho para baixo, estava prestes a pisar uma castanha mas senão fosse aquele rapaz eu estaria a queixar-me a esta hora. Deixo-o pegar na castanha e depois é que pouso a perna. Este guarda o fruto no bolso e depois olha para mim nervoso.
-O-obrigada! – Agradeço nervosa de igual forma, já não me lembro a quantidade de anos no qual eu não falava com um rapaz da minha idade...
-Foi um prazer! Sou Nisshoku Kokona e tu? – Apresenta-se acompanhado por uma vénia.
-Nadeshiko Tsukuda! – Apresento-me de igual forma tentado não ser rude.
-E eu sou Yoshizumi Shiraki! – Gritava o garoto de olhos vermelhos a surgir à beira do seu amigo, depois pega na minha mão e tenta beijá-la mostrando o seu cavalheirismo
Resisto não querendo que ele pegasse nela, mas este faz força para dar um ligeiro beijo, continuo a resistir para que ele não fizesse nada com ela – O que tem a minha mão? – Pergunto conseguindo finalmente afastá-la da boca dele.
-É uma forma de cumprimentar as damas de Iwa milady, não queria ofendê-la! – Explica o rapaz fazendo-me uma vénia ainda assim, tais actos deixam-me estupefacta e a pensar se todos os rapazes de Iwagakure são como aquele ser.
-Vocês são desta vila? – Pergunto tentando ignorar as coisas que Yoshizumi aparvalhava para o ar.
-Hai! – Respondem os rapazes em uníssono.
-Queria perguntar porque é que a vila tinha tantos calhaus à volta… - Peço com toda a delicadeza esboçando um falso sorriso.
-C-calhaus? Estes calhaus são como monumentos históricos! – Gritava Yoshizumi enquanto pega numa pedrinha do chão à sua frente – Cada destas pedras já foi chutada “minhentas” vezes por “minhentas” pessoas milady!
Olho para ele, confusa, tentava comentar aquilo, mas da forma que ele pegava na pedra mostrava o orgulho que aquele rapaz tinha por ela, e eu não conhecia a palavra “minhenta”. Eu não queria ofender o fascínio dele, então decido fazer uma cara completamente estúpida para que ele entendesse que eu não percebi nada.
-Ah! – Gritava o rapaz após lhe vir outra razão à minha pergunta – E estas pedras colocam sentimentos nos corações das pessoas, sentimentos puros! – Explicava enquanto brincava com a pedra atirando-a ligeiramente para o ar, apanhando-a de seguida.
-Sentimentos… puros? – Pergunto olhando para aquela pedra, que tipo de sentimentos é que aquele aglomerado de sedimentos poderia dar a uma pessoa?
-Hai! – Insiste o rapaz – Ora vê só!
Este faz um gesto para trás e depois finge que vai atirar a pedra para Nisshoku. Este geme de medo, ajoelha-se no chão e coloca os braços à frente da cara a tremer, um rápido e eficaz reflexo para proteger a cara de uma pedrinha que não chegava aos cinco centímetros. Abro a boca de espantada, mas Yoshizumi ainda não tinha acabado, desta vez finge que vai atirar contra Mitsuki, esta que finalmente se tinha reunido a nós, embora tenha ficado sempre calada a observar o seu amigo a dizer coisas disparatadas.
-Se me atiras com isso… Podes querer que ta enfio num sitio que eu cá sei! – Grita a rapariga cruzando os braços enquanto suspira irritada.
O rapaz amedronta-se e deixa cair a insignificante pedra no chão, mas vira-se para mim calmo tentando parecer o mais normal possível – Vês? Estas pedras colocam muitos sentimentos, depende das pessoas, é claro!
-Entendi! – Esclareço enquanto abano com a cabeça feliz e depois arrependo-me de ter feito aquela pergunta. Na tentativa de não criar um “momento morto” olho para a rapariga que ainda não se tinha apresentado – Olá, sou Nadeshiko Tsukuda e tu?
-Mitsuki e Mitsuki só! – Esclarece a rapariga, esta estava frustrada e sinto uma pouco da sua fúria a raspar-me na pele com aquelas palavras, mas logo vejo-a a piscar-me o olho e a retirar a língua para fora, sorri-o ao ver a antipatia a disfarçar tanta simpatia..
Entretanto no portão…
-A Tsuchikage-sama nunca mais chega… - Segreda um Jounnin para o outro enquanto estes dois trocam olhares com um sujeito à frente deles.
Este sujeito tinha a pele mais acastanhada que eu (é preto prontos…), cabelo espigado e usava uns óculos de sol. Contem uma hitaiate de Kumo riscada, tal hitaiate que conseguia provocar uma pouco de ansiedade nos Jounnin que ficaram incumbidos de o vigiarem. Mas eis que sons de alívios e de esperança se fazem entoar, finalmente a grande marca da vila chegava.
-Muito bem já aqui estou! – Anunciava-se a grande Líder colocando-se à frente do Nukkenin.
Este nada faz, simplesmente olha seriamente para a mulher. Esta também olha para ele, ambos começam a tomar conclusões rápidas sobre o outro, rápidas conclusões só iriam fazer com que a conversa terminasse mais rápido. Os Jounnin não confiam no Nukkenin, logo colocam-se à beira da Líder para protegê-la.
-Tsuchikage… sama… - Falava finalmente o Nukkenin mostrando a sua falta de hábito de pronunciar “-sama” – Sou Tetsu Kotsubaki!
A mulher sente um batimento suave no coração, o sangue começa a ser bombardeado mais fortemente enquanto o nervosismo cresce interiormente a uma velocidade frenética. Esta começa a pensar em muitas coisas enquanto o Nukkenin fica calado paciente, isto acontece numa fracção de segundos após ouvir o nome daquele homem….
-Tetsu… O maluco que matou todo o clã Kotsubaki? Acusado de violar mulheres e comer os homens, de cometer os mais bárbaros e sádicos crimes de Kumo. A tua cabeça vale bastante para aquela vila – Esclarecia a mulher, agora é que os Jounnin começam a ficar arrependidos de não terem tomado medidas antes, qualquer erro agora seria fatal perante uma pessoa com tal cadastro.
-Minha senhora, esqueceu-se da melhor parte!
-Hai… Não comete crimes há mais de dois anos… Humm… Mas o que desejas de Iwa? – Pergunta a grande Líder querendo tratar daquele assunto com máxima urgência, esta também estava com um nervosismo por estar à frente de uma pessoa como aquela.
-Quero unir-me a Iwa, quero redimir os meus pecados e creio que esta vila será o local certo para um recomeço! – Brame o Nukkenin sorrindo de uma forma estranha, ajoelha-se perante a figura à sua frente – Tsuchikage-sama….
-Oh… Essa agora não esperava! – Confessa a mulher rindo-se um pouco, depois acalma-se e reflecte cuidadosamente sobre o assunto que lhe fora proposto – Creio que posso te aceitar, um par de mãos nesta altura vem sempre a ajudar. Mas a partir de agora serás um Jounnin de Iwa, e como tal terás que agir, espero eu que nos demos bem, sim? – Estabelecia para que não houvesse futuras confusões.
-Hai minha senhora! – Concorda o recente Jounnin retirando a capa amarela que o cobria exibindo as suas tatuagens ao longo do corpo, todos admiram as tatuagens pertencentes ao clã Kotsubaki, tatuagens consideradas amaldiçoadas e que se diz que acarretam poderes desconhecidos – O meu corpo é como o ferro e o meu coração é inimigo, os meus sentimentos esvoaçarão perante o sangue do perigo. – Orava o Jounnin.
A Tsuchikage e o resto dos Jounnin que guardavam o portão não ligam para o que Tetsu acabava de orar, e todos lhe viram as costas, cada um para os seus postos de trabalho. Aproveitando tal acção, o Nukkenin de Kumo abaixa-se, retira uma kunai e faz um ligeiro corte no dedo até que uma gotinha de sangue se espalhe no chão.
-Um dia o céu ficará tingido de vermelho, até lá irei guiar este mundo pelo meu próprio caminho….
-Maldito… Não te vou deixar fazeres isto em Iwa… - Pensava o rapaz em cima do poste que tinha observado a cena toda, uma brisa passa pelo local abanando com o cabelo dele mostrando como este era parecido com duas orelhas de gato…
No prédio C…
-Obrigada por me mostrarem onde ficava o prédio… Eu sinceramente estava meia que perdida! – Agradecia com uma vénia, à medida que fazia o movimento para a frente os meus seios descaem mostrando ainda mais o decote para Yoshizumi.
Este coça no cabelo enquanto olha para mim embaraçado, aguenta-se e volta a agarrar na minha mão pronto para dar outro beijo – É um prazer ajudar alguém tão belo como tu!
Retiro a mão antes que este desse o beijo, de seguida reclamo com o rapaz – Não sei o que viste na minha mão mas ela não é um brinquedo para dares beijos !!!
Todos se riem menos Yoshizumi que realmente queria dar-me um beijo na mão, apesar de eu não conseguir entender a razão de tanta formalidade entre nós. Acabámos por nos perder em mais horas de conversa até que chega a hora de cada um ir para a sua casa. Dirijo-me para dentro do prédio após me despedir dos meus recentes amigos.
-Esqueci-me que tinha de ir falar com a Tsuchikage-sama…. – Comento após me sentar no sofá do meu apartamento, confortável e fofo – Amanhã passo por lá…
A noite já se exibia pela única janela do meu apartamento, era um lugar acolhedor e que eu estava a gostar muito. Para além disso aquela seria a minha primeira noite em Iwa… eu queria passá-la a mais relaxada possível.
CONTINUA…