Três horas depois…Abro os olhos lentamente, a minha primeira visão é o teto azulado que cobria todo o hospital. Remexo-me por dentro dos lençóis até me sentar onde outrora estive deitado. Esfrego os olhos, estes ainda estavam um pouco incomodados após três horas de sono. Oiço o som de uma porta abrir e depois a fechar, espreguiço-me e espero por essa pessoa chegar perto da cama.
-Kouta-sama, tudo bem? – Perguntava a Kaguya que vinha me visitar.
Coço na cabeça na área dorida, na área onde eu tinha levado com um calhau anteriormente. Sorri-o pela preocupação dela, mas eu tinha que lhe explicar uma coisa então começo a moderar nas palavras.
-Miyuki-san, por favor eu chamo-me Tsutao e não Kouta… Eu não sei o que aconteceu mas o meu verdadeiro nome sempre foi Tsutao… - Explico-lhe enquanto me tento colocar confortável na cama.
A rapariga suspira, alisa um pouco o lençol da cama e depois senta-se sobre ele. Olha para mim, não estava muito contente, mas também não estava triste o que era bom.
-Sim eu sei, mas eu ainda não assimilei bem essa história… Mas você vai continuar a ser o meu mestre certo? – Pergunta mostrando-se incomodada com a pergunta.
Penso na pergunta e depois na resposta, não estou muito a par desse assunto do mestre – Não desculpa…
A rapariga não me deixa acabar, levanta-se cabisbaixa e prepara-se para sair sem dizer mais uma palavra. Depressa lhe agarro numa das mãos e não a deixo sair para poder acabar de explicar.
-… mas quero-te ao meu lado como amiga e não com esse títulos de –sama e essas tretas. – Finalizo puxando-a para se sentar de novo na cama.
Ela sorri e abraça-me carinhosamente, contudo eu ainda estava muito magoado e começo a gritar “Ai, ai, ai” então esta larga-me, mas sorri para mim como sempre gosta de fazer.
-Então Kou… Tsutao-sam….Tsutao-kun continua a descansar. Eu agora tenho que ir à torre do Hokage. – Explica-se preparando-se para ir embora.
-E vais sozinha? – Pergunto preocupado.
-Iee, vou com a tua mãe. Sayonnara! – Despede-se virando-me costas e saindo pela mesma porta que havia entrado.
Fico uns momentos a pensar sozinho, já me havia esquecido desse episódio de ter encontrado a minha mãe em Amegakure, numa parcela da Shin no San. Ainda havia muitas perguntas para as quais eu não tinha respostas: o porquê de Daisaka-sensei estar na parcela de Takigakure, a minha súbita perda de memória, porque é que a minha mãe estava na parcela de Amegakure e o que a Shin no San quer de mim.
No final de tudo decido nem refletir muito sobre isso. Levanto-me nas calmas e pego nas minhas roupas penduradas numa espécie de cabide. Após me vestir com as minhas roupas normais abro a janela e olho para a imponente Konoha. Confesso que já tinha saudades do ar fresco desta vila, mas lembro-me que podia recuperar muitas das minhas memórias aqui.
Uma aura azulada surge na sola das minhas sandálias, prendo-me à parede do hospital e começo a escorrega-la como se estivesse em cima de um skate. Quando colido com o chão sou logo o centro das atenções pela maneira radical de ter saído de um quarto, mas eu não estou preocupado em ser popular neste momento. Finalmente saio do grande perímetro do hospital e a primeira coisa a fazer é dirigir-me para a minha casa no grande Complexo Uchiha.
Passo pelas longas ruas entulhadas de gente e já perdera o hábito de ter tanta gente. Mas mesmo no meio desta gente toda ainda consigo reconhecer um certo individuo, este indivíduo possuía o cabelo todo despenteado e passeava com um cão que também me era muito reconhecível.
-Hayato! – Grito correndo em direção do “amigo” acabado de reconhecer.
O rapaz olha para quem o havia chamado, mas em vez de um sorriso este esboça uma cara paranóica quando me vê. Depressa corre na minha direção e agarra-me pelos colarinhos.
-TSUTAO! Seu cabrão vais pagar por toda a merda que fizeste! – Gritava Hayato elevando-me bem alto.
Depressa éramos o centro de todas as atenções, não sei o que acontecia com Hayato, ele era o meu melhor amigo desde há muito tempo, mas não me lembro de alguma vez nos termos zangado.
-H-hayato calma… Estás a brincar certo? – Perguntava enquanto agarrava nos pulsos do rapaz para ele me soltar.
-A brincar? Eu vou é matar-te agora mesmo! AGORA MESMO! – Berrava retirando uma kunai do bolso.
Toda a gente entra em pânico após verem o Chunnin a apontar-me o pequeno arremesso de metal no pescoço. Mais em pânico estava eu, suava por todos os cantos enquanto o meu coração bombeava nervosismo. Teve que ser Haya, o seu cão, a morder-lhe no braço para que este tomasse consciência dos seus atos. Já mais consciente este larga-me e crava a kunai no chão, mesmo à frente dos meus pés.
-Vais pagar por todas as pessoas que fizeste sofrer. Está prometido! – Grita mais uma vez antes de me virar costas e desaparecer no meio da multidão com o seu cão.
Não sei o que acabou de se passar mas Hayato está muito diferente e só mais uma pergunta me surgiu: o que se passou entre mim e o Hayato para ele ficar assim. Mais uma vez tomo a decisão de não pensar muito nisso, limito-me a tapar a cara a toda a multidão e resumir caminho para a minha casa.
Na torre do Hokage…
-OK então és uma Nukkenin de Kiri, uma Kaguya para se ser mais específico. – Resume o Hokage enquanto olha para a pequena rapariga acompanhada pela minha mãe.
Esta, meio nervosa, acena positivamente com a cabeça, mas permanece calada deixando a minha mãe sempre falar.
-Loki-sama e o senhor já deve de saber que o meu filho, Tsutao Uchiha, voltou connosco para Konoha. – Afirma a minha progenitora passando ao assunto principal daquela visita.
-Hai… Hideyoshi, com certeza o conhecido teu, já veio cá tratar de uns assuntos comigo.
-E que tipo de assuntos, se me permite perguntar?
-Mas é claro… Limitou-se a tirar as culpas a Tsutao e entregou uma outra pessoa afirmando eu esta era a culpada. Contudo esta pessoa diz que é culpada não me deixando outro remédio senão cancelar as buscas a Tsutao – Explica mais detalhadamente.
-O Hideyoshi fez isso? – Pergunta-se a minha mãe baixinho – Muito obrigado Loki-sama.
-Hai, agora podem ir! – Despede-se virando costas às duas mulheres.
E assim elas o fazem, mas mais uma pergunta fica no ar. Porque razão é que aquele sacana do Hideyoshi me havia de ajudar?
~~CONTINUA~~