Pequena nota: No filler fiz referencia a uma personagem que ainda está em aprovação por falta da história (jinbeezame), que já adicionei, mas como penso que deve ser aprovada e como não é usada directamente no filler, penso que não deve haver problema.Filler nº1: Kumogakure no Sato
~ 8:04 ~
O nevoeiro matinal de Kumogakure ainda se fazia sentir, fino e frio, quando Samidare finalmente se levantou. Sentia-se cansado do trabalho do dia anterior onde ajudou o seu avô, Kikishido Takizawa, em várias tarefas que este mesmo tinha vindo a acumular ao longo do tempo, como reparar a velha vedação de madeira de eucalipto que cerca a parte norte da casa. Mas todo esse trabalho tinha valido a pena. Tinha passado bons momentos ao lado dele e parecia que ainda ouvia o suave riso de Naoki, a sua avó, que ia repartindo o seu tempo com Samidare e as suas queridas flores. Ficou toda a noite, à lareira, descalço, a ouvir histórias de como as armas criadas pelo seu avô tinham servido grandes Shinobis. Samidare adorava ouvir as suas histórias. O melhor porém, só chegou na hora da despedida.
- Usa-a com cuidado – Dizia Takizawa por entre sorrisos – Eu mesmo a forjei.
Samidare olhou para o presente que lhe foi dado pelo antigo mestre de armas. Era uma kunai, mas diferente de todas as que já tinha visto. Esta tinha o cabo verde e um pequeno S marcado numa das 4 faces da arma. S de Samidare presumiu ele. Mas algo o intrigava: a cor do cabo.
- Muito obrigado avô, nem sei como lhe agradecer. Mas porquê um cabo verde? – Disse Samidare. Não é que isso lhe fizesse muita confusão, muito pelo contrário, achava até que a afiada arma ficava muito melhor com aquela cor.
- Oh, ainda não percebeste? Verde é a cor da esperança, e é o que deposito em ti. Tenho esperança que esta kunai te acompanhe até onde os teus sonhos te levarem. Tenho esperança em ti… meu querido neto.
Deu por si outra vez no seu quarto, ainda a deambular com os olhos semicerrados. Aproximou-se da janela. Raios de sol encheram o seu rosto e involuntariamente moveu as suas mãos para frente dos olhos para os proteger. Olhou para o fundo da rua de onde vinha um som familiar. “Ahahah claro claro, têm razão, está na hora” dizia o seu pai no horizonte para os seus 3 pupilos. Sorriu. Sentiu-se motivado. Vestiu os seus calções brancos, a sua camisola de manga curta roxa, calçou umas sandálias ninja pretas e ajustou uma pequena bolsa na perna direita que servia para armazenar kunais e shurikens. Guardou lá a kunai que o avô lhe deu.
- É melhor não levar a
headband , não a quero riscar desnecessariamente e ainda por cima não a tenho à tempo suficiente que justifique andar com ela estragada. – Ainda pensou se estaria a ser demasiado conservador consigo mesmo, mas naquele momento sabia que mais valia prevenir do que remediar.
Desceu as escadas com vigor e encontrou a sua mãe a colocar umas flores de vários tons, variando de amarelo a púrpura, num jarro cinzento com o símbolo de Kumugakure no Sato.
- Bonitas não são? Foi a tua avó Naoki que as veio cá trazer à uns minutos. Ela queria falar contigo, pelos vistos tinha algo para te dar, mas como estavas a dormir não quis acordar-te de prepósito. Passa por casa dela mais tarde Sam, e leva-me esta cesta com bolos de arroz e soja para o teu avô, nem sabes como ele gosta disto. – Disse Kaname por entre um gracioso riso.
- Claro mãe. Não duvido que goste, ele ultimamente tem andado com um apetite insaciável. – Gracejou – Fiquei curioso com o que a avó me quererá dar, mas primeiro vou a casa do tio Jinbeezame, gostava de falar com ele.
Kaname pareceu surpreendida, mas tão depressa apareceu esse sentimento como desapareceu.
- Humh.. – Pensou - ainda é cedo mas certamente ainda deve estar em casa. Vê se não chegas tarde ao almoço.
- Não te preocupes, estarei em casa a horas.
E com isto deu um beijo na testa à sua mãe, fazendo de seguida deslizar a porta da cozinha que encaminhava para o pequeno hall de entrada. Quando já se encontrava na larga rua com uma estrada de terra, pensou se tinha a certeza do que iria fazer. Perguntou a si mesmo se aquela seria a melhor decisão a fazer. Tirou a kunai de cabo verde da sua bolsa na perna direita e ficou um longo momento a olhar para ela. Ouviu um bando de pássaros passar por cima dele a chilrear de alegria, algo comum naquelas altitudes. E foi aí que percebeu. Tinha feito a escolha certa.