Era já de manhã quando acordei apesar de ter dormido mal como todas as noites. Da janela via os pequenos raios de sol que conseguiam escapulir-se entre as nuvens e vinham dizer "Bom dia" à vila.
- Preciso de comer. - Digo segundos antes de bocejar.
Levanto-me da cama e dirijo-me para a cozinha para comer alguma coisa. Preparo leite com cereais e sento-me a olhar para alguns dos desenhos que tinha no frigorífico de quando era mais novo.
- Porque é que eu alguma vez desenhei isto? - Pensei enquanto metia uma colher de cereais à boca. Grande parte eram manchas negras com silhuetas brancas de três pessoas de mãos dadas.
Depois de acabar o pequeno-almoço, voltei para o quarto para vestir alguma coisa. Estagnei mal pus a mão na camisola preta pousada na cama. Não tinha intenção de a usar mas de alguma forma não o consegui evitar. Era uma camisola negra com as mangas maiores que os braços, era a minha favorita. Talvez por ser a mais antiga ou uma recordação... A delicadeza com que pegava naquela simples camisola era estranha, até para mim.
Quando mudei de indumentária, fui até à casa de banho e fiquei em frente ao espelho durante alguns minutos com a fraca luz da manhã a iluminar-me. Os meus olhos negros começavam a ficar cada vez mais negros, ou pelo menos era o que parecia pois o branco da córnea entre o negro da íris e o escuro das olheiras, faziam-nos mais negros.
Fiquei a contemplar o branco dos longos cabelos como que de neve se tratasse sobre uma montanha. O cabelo da minha mãe o os olhos do meu pai. Eles estão sempre presentes de alguma forma.
- Vá, agora não tenho tempo para pensar nisso. A vila precisa de mim. - Dizia eu para o espelho como se me fosse responder.
Abri a porta para sair de casa e tão depressa a abri como fechei.
- Falta-me o protector da vila. Coloquei o protector de fita branca á volta do pescoço, dei um nó e saí de casa.
Estava uma manhã gélida, com algumas nuvens que cobriam os céus de maneira que pouca luz do sol conseguisse passar. Senti-me fraco só de olhar para cima, sinto-me sempre assim quando não tenho luz suficiente.
De mãos nos bolsos e a andar devagar á medida que lançava bolas de vapor pela boca, observava os poucos habitantes que começavam as suas obras depois do ataque da Karasuemu que deixou muita destruição.
- Tsuchikage-sama! - Digo depois de entrar no edifício com o kanji "Terra" e um telhado em forma de cone.
- Kazuhiro-kun, ainda bem que apareceste. Preciso de ti mais uma vez. - Respondeu a Tsuchikage muito rapidamente.
- Sei que ainda é cedo mas pedi-te ontem que viesses para me auxiliares com uma certa missão. Os habitantes estão com alguma carência de comida e precisava que fosses para os arredores da vila caçar. Terás uma lista do que caçar quando saíres do edifício assim como algumas kunais, dardos e senbous para os poderes caçar. - Continuou a Tsuchikage.
- Hai, Kurotsuchi-sama. - Respondi enquanto fazia uma pequena vénia antes de sair do edifício.
Depois de uma rápida análise à lista, verifiquei que precisava de uns quantos javalis, algumas lebres e também uma pequena quantidade de ervas medicinais da zona. Um trabalho fácil portanto.
Preparado para sair da vila, arrumei as armas e a lista e saí da vila para começar a caçada.
A caminho da floresta, comecei a preparar algumas estratégias mentalmente para que pudesse poupar algum tempo para puder treinar.
- Só isso? Mais, mais... Quero muito mais que isso. - Assim que ouvi alguém gritar militarmente, escondi-me por detrás de uma árvore próxima e procurei pela origem do som.
"
- Mestre e aluno... Eu também já devia estar a trabalhar." - Pensei enquanto observava o rapaz de cabelo escuro a esmurrar a árvore.
Assim que virei costas para o acontecimento para começar a trabalhar senti um arrepio e ouvi um grito agonizante que me fez perder os sentidos e caí para o lado.
"
- Mãe, onde vais?
- Fica aqui, não saias daqui e não fales com ninguém, esconde-te se for necessário. A mãe vem já.
- Adoro-te mãe, volta rápido. "
Abro os olhos e vejo uns pássaros no cimo de uma árvore a criarem um ninho. Arrasto-me até á árvore mais próxima e tento perceber o que aconteceu.
- Começo a ficar farto destas memórias incompletas. E desmaiar antes de sonhar torna as coisas mais preocupantes. - Digo para a árvore á espera de compreensão e ajuda pela parte dela.
- Concentra-te, recompõe-te e começa a trabalhar!
Missão Caça ao Javali - Aqui está a missão onde Kazuhiro apanhou os animais e completou assim a lista da Tsuchikage.