Preparação para o Torneio
Iwagakure tinha promovido uma espécie de campeonatos na própria vila. Fiquei logo interessado com a possibilidade de conhecer outras vilas e outros ninjas a lutarem, ver tecnicas, ver táticas e todas estas coisas que podia aprender. Inscrevi-me. Como resultado aqui estou eu mais uma vez, com o sensei Akatsuchi que me vai preparar para tudo isto.
– Olá Spring-Kun. - Disse o sensei depois de eu o ter cumprimentado. Aperta-mos as mãos e ele continuou. - Vou-te ensinar umas técnicas que te podem ajudar no torneio.
– Obrigado sensei. - Agradeci.
– Estás bem mais falador do que com os teus colegas. - Denotou ele. - Bem, primeiro vamos aquecer. Faz alguma flexões.
– Hai.
Agilmente atirei-me de barriga para baixo para o chão, coloquei os braços à largura dos ombros e comecei-me elevar usando a minha força para me sustentar alguns segundos. Repeti o exercicio uma vez sen dificuldade, mais cinco vezes sem dificuldade, até que na sétima repetição comecei a sentir uma dor como fogo a queimar nos meus músculos do peito e dos braços. Sinal de que me faltavam as forças, era assim tão fraco? Não quis pensar nisto e enchi-me de coragem continuando arduamente a abusar da minha força e a erguer-me. Cheguei à décima vez, com os braços a tremelicar por todo o lado e deixei-me cair no solo.
– Muito bem, deste o teu melhor. Elevações agora, com estes pesos. - Pediu o sensei.
Deu-me uma espécie de pulseira que coloquei nos dois tornozelos, pesavam toneladas a meu ver. Concentrei algum chakra nos pés e com facilidade caminhei pela copa da árvore até chegar a um tronco paralelo ao chão. Deixei-me esticado por momentos e logo comecei a elevar-me. A primeira repetição sem dificuldades, à segunda já notei os pesos das braceletes a quererem me puxar para baixo, maldita gravidade. Mais uma repetição já com as veias do pescoço à mostra e uma careta feia escondida na gola da minha camisola que se esticava até à cana do nariz. Completei mais duas com grande esforço fazendo assim um máximo de cinco repetições.
Recorrendo ao Shunshin no Jutsu saltei da árvore e velozmente apareci em frente a Akatsuchi que parecia preparado para me dar mais um conselho.
– Corres até àquela árvore normalmente e voltas para cá com um Shunshin. - DIsse-me ele apontando para uma árvore a cerca de uns 700 metros.
Comecei a correr normalmente a uma velocidade mais moderada, e depois então acelerei a corrida pois já tinha os músculos mais quentes. Mantive aquela velocidade rapida até chegar à árvore. De seguida olhei par aum ponto escuro que era o meu sensei lá no fundo do terreno. Concentrei algum chakra e com um shunshin veloz corri toda aquela distância. Não tinha atingido o meu sensei, apenas uns trezentos metros, voltei a realizar a técnica de velocidade e desta vez com mais concentração consegui chegar até Akatsuchi.
– Muito bem, a primeira técnica que te vou ensinar chama-se Kage Senbon no Jutsu. - Disse ele. - Tenta defender-te deste ataque.
Coloquei-me em posição defensiva com a minha Kunai e de seguida esperei o ataque. Vi uma senbon com um guizo e ricocheteei-a com ajuda da minha kunai. Estava tudo bem mas senti uma picada no antebraço que me perfurara a pele com força, gritei em sofrimento, um grito não muito histérico mas de dor.
– Quando é que atirou uma segunda?
– Ao mesmo tempo. - Respondeu o sensei. - Com o Kage Senbon no Jutsu atiras duas senbons, uma com um guizo e a outra sem guizo camuflada pelo som da primeira. Aproveitando também outros factores que te saiem normalmente.
– Ah, é por isso que eu não a vi. Quer dizer não a procurei, apenas ouvi uma senbon.
– Exactamente, toma lá estas senbons e guizos e experimenta tu.
Peguei nas duas agulhas e coloquei um guizo numa, depois de abanar a cabeça para Akatsuchi atirei o projectil esguio. Ele facimente defendeu as duas com um jutsu de terra. Eu próprio consegui ver ambas, logo ela não estava camuflada.
– Novamente...
Voltei a pegar nas armas e olhei para o meu sensei, tentei engana-lo. Rodei sobre mim mesmo e atirei-as de novo para o ar. Desta vez ele conseguiu-se defender mas não tinha reparado na segunda, ou seja ela estava camuflada.
– Conseguiste com esse rodopio. Tenta sem o rodopio.
Com alguma habilidade lancei as armas que estavam presas entre os meus dedos, perfuraram o ar e foram até ao sensei. Mas estas não se conseguiram misturar e camuflar no ar.
– Acho que só consigo com o rodopio, não sei como faço. - Disse com cara de desanimado.
– Não faz, tens de continuar a treinar e a dar o teu melhor. - Disse o Akatsuchi-sensei tentando motivar-me. - Agora vou-te ensinar outro. Chama-se Hitoshirenu Wana, colocas um selo no chão e quando alguém o pisar vai elevar-se uma armadilha de terra. Experimenta como nesta ilustração.
Ao ver a ilustração do pergaminho, percebi mais ou menos o que fazer. Concentrei o chakra nas mãos e depois espalhei um pouco pelo corpo de seguida realizei um par selos e meti a palma no solo. Umas kanjis num registo cor-de-rosa apareceram para logo desaparecerem. O meu sensei enviou um clone para testar a armadilha e esse mesmo clone saltou com uma coluna de terra que se erguia agora no ar.
– Conseguiste. - Parabenizou-me o meu mestre. - Só precisas de mais resistência.
Só percebi estas palavras quando vi o clone do meu sensei no ar atirar-me com várias e e várias kunais, aos milhares parecia. Usei um shunshin para com bastante velocidade me desviar para a direita, mas as armas já caiam aí, e acertaram-me duas de raspão, deixando um golpe de sangue. Rapidamente me apressei para a esquerda depois de realizar novamente um Shunshin no Jutsu, mas as armas pareciam não querer terminar e duas outras rasgavam-me as roupas e a carne.
– Por agora chega, já sei o que deves treinar de seguida. Bom Almoço.