- Não devias estar aqui. - Declarou uma voz forte e segura. A mulher endireitou-se e olhou-o com os seus olhos de serpente.
- Ekel. Amor. - Murmurou com os olhos a brilharem de maneira sobrenatural.Ekel olhou a mulher serpente com frieza, os olhos negros a fitarem-na com ódio na escuridão da aba do chapéu.
- Que fazes aqui. Outra vez? – Perguntou frio e seco, a voz rouca do tabaco ainda a conseguia fazer estremecer levemente.
- Sabes que eu não vou desistir. – Respondeu sibilante, passando a sua língua de serpente por um dos seus dentes afiados. – Desde que lhe senti o cheiro que se tornou na minha presa.
Com uma rapidez alucinante, sem que Nadja tivesse tempo sequer de ser desviar os dedos da mão de Ekel fecharam-se na garganta da mulher serpente empurrando-a contra uma árvore, olhou-a com ar ameaçador nunca deixando de exercer pressão, mesmo assim Nadja sorriu.
- À 13 anos que me apertas a garganta com a mesma força. – Declarou Nadja, a custo. – Podias ter-me morto à tanto tempo amor. – O homem olhou-a sem alterar a sua expressão facial, Nadja acariciou-lhe a barba e olhou-o suavemente, e num impulso agressivo, quase animal Ekel beijou-a.
Como sempre fizera, as suas mãos soltaram o pescoço de Nadja e repousaram nas suas ancas, a mulher enlaçou os braços no seu pescoço perdendo os dedos no cabelo comprido de Ekel, que a continuava a pressionar contra a arvore. Com a voz enleada de prazer, Ekel ainda murmurou.
- À 13 anos que me podias ter morto com o teu veneno amor.
…
- E tu dizes-me o que te passou pela puta da ideia de fazeres um duelo antes dos WarGames? –
Pergunta uma Sasame irritada.
- Oh. A culpa é deles. – Limitou-se a responder, entretendo-se a brincar com Bolacha que entrava e saia do seu gorro num jogo de toca-e-foge que divertia Mo e irritava Sasame profundamente.
- Ai criatura de Deus, um dia juro que te arranco os dentes pelas orelhas! – Murmurou irritada. – Estão dispensados por hoje. Fui.
- Há várias lésbicas em Kumo. – Declarou Mo fazendo cócegas na parte de trás das orelhas do Bolacha. – Muito abertas sexualmente.
- O que raio estás tu a insinuar pirralho de merda? – Perguntou Sasame, virando-se lentamente para trás e olhando Mo com uma fúria palpável em Konoha, Touya pôs-se imediatamente em sentido assustada, apenas Kuwabara continuava a polir o seu martelo alheado a tudo o que se passava à sua volta.
- Que existem lésbicas sexualmente abertas e disponíveis em Kumogakure. – Declarou como se o assunto não lhe dissesse respeito, enquanto Bolacha lhe esfregava a cabeça no pescoço provocando-lhe cócegas.
O que Mo não viu foi o pé direito de Sasame verde, tal a quantidade de chakra que a kunoichu que aplicava. O que Mo sentiu foi um pontapé no rabo que o projectou para fora do recinto de treinos até parte interna.
- E agora? – Perguntou Touya preocupada com a saúde de Mo.
- E agora nada, vou rezar para que tenha metade da massa encefálica a enfeitar Iwa. – Respondeu Sasame ainda furiosa.
- Só estou curioso com uma coisa. – Pronunciou-se Kuwabara por fim colocando o enorme martelo às costas. – Se estamos em Iwagakure porque ficaste tão ofendida pelo facto de existirem lésbicas em Kumogakure?
- Também sobra para ti. Gordo. – Declarou, afastando-se sem olhar para trás, a cara de Kuwabara tornou-se vermelha de raiva e num acto impulso atirou o martelo às costas da sensei. O que ele não esperava era que Sasame apanhasse o martelo pelo cabo e a maça como se nada fosse. – Eu dou porrada a gorilas maiores que tu. Literalmente.
E com isto deixou cair o martelo e saiu do campo de treinos ainda furiosa com Mo, e com o facto de provavelmente ter perdido Rima. Ao passar junto de um mercado, viu uma jovem ruiva de olhos cinzento claro brilhantes que lhe sorriu.
Sasame olhou confusa em redor, só para ter a certeza que aquele sorriso era para ela, a rapariga sorriu-lhe timidamente outra vez e a kunoichi aproximou-se dela.
- Olha, sabe como se escolhem os melhores melões? – Perguntou a rapariga pegando em dois melões de tamanho considerável e colocando-os em frente do seu peito, também de tamanho considerável.
- Cheirando-os. – Declarou Sasame com um sorriso sedutor nos lábios que fez corar a ruiva, e cheirou a fruta, não sei antes admirar o declive bastante agradável.
- Estes parecem-lhe bons? – Perguntou a rapariga mordendo o lábio inferior, Sasame sorriu.
- Estou a dormir numa pensão ao fundo desta rua.
…
- Porra. – Resmungou Kuwabara entre dentes polindo o martelo, agora sujo de terra, nem dando conta que Touya o observava à quase dez minutos.
- Kuwabara? – Chamou Touya gentilmente sorrindo, prendendo uma madeixa de cabelos negros atrás da orelha.
- Queres o quê? – Perguntou à bruta, nem se esforçando por ser bem-educado ou sequer em olhar para a rapariga.
- Queres ir dar uma volta? – Perguntou esperançosa pousando-lhe a mão no joelho de uma maneira nada sugestiva.
- Não. – Respondeu curto e grosso. – E tira-me a mão da perna que eu tomei banho hoje. – Pediu rígido e áspero nem dando conta que Touya estava quase à beira das lágrimas.
- Não faz mal… - Murmurou num fio de voz, levantando-se e afastando-se lentamente de Kuwabara.
- Ainda ai estás? – Perguntou seco, e a rapariga fugiu para longe, acabando por entrar numa taberna e sentar-se a beber chá enquanto chorava baba e ranho.
…
A rapariga ruiva vestia-se olhando uma Sasame apenas coberta por um lençol, a kunoichi deu-lhe o melhor sorriso amarelo que conseguiu.
- Foi o melhor sexo que tive na minha vida. – Declarou a ruiva, sorrindo e suspirando apaixonadamente.
- Pois. O meu também. – Mentiu descaradamente com todos os dentes que tinha na boca.
- Telefonas-me? – Perguntou esperançosa, abotoando os últimos botões da camisa a uma Sasame que soltava um enorme bocejo.
- Pois claro fofa. Fechas a porta antes de sair?
A rapariga ficou atrapalhada com a resposta, meio a tropeçar abriu a porta e preparava-se para sair, não sei antes se despedir de Sasame.
- Eu amo-te! – Declarou a rapariga antes de sair e fechar a porta.
- Tenho de me ir embora daqui. – Lamentou-se tapando a cara com uma almofada.
…
As roupas de Ekel jaziam amarrotadas por entre a vegetação, Nadja repousava com a cabeça e o braço no seu peito, enquanto o homem lhe acariciava os longos cabelos. Com a mão livre Ekel fumava um cigarro e a mulher serpente enrolava a sua perna à volta da sua cintura.
- Amo-te Ekel. – Murmurou, desta vez sem venenos ou falsidade, o homem beijou-lhe o topo da cabeça.
- Amo-te Nadja. – Suspirou entre dois tragos de cigarro. – Mas um dia, eventualmente, terei de te matar.
…
E enquanto tudo isto se passava Mo divertia-se a saltitar por entre as ruas de Iwagakure, com Bolacha enroscado no seu cabelo e atirando para o ar frases soltas de conversas com os seus amigos imaginários.
Continua…
E pronto, hoje sentia-me especialmente romântica e escrevi isto.