- Não! Estás a pisar o tracejado! – Reclamou Mo a Bolacha, o esquilo olhou confuso, mas acabou por dar um pequeno salto para o lado. Mo bateu as palmas de satisfação e afagou o pelo escarlate do pequeno esquilo.
Nisto um objecto voador não identificado atinge Mo no nariz, o qual sangrou de imediato, a figura feminina e intimidante de Sasame surgiu pouco depois com uma expressão enfurecida no rosto, Bolacha fugiu para o interior do gorro de Mo, pressentindo a tempestade que se aproximava.
- Voltas-te a entrar no meu apartamento minha bola de vomitado! – Gritou enfurecida com uma veia a pulsar-lhe na testa enquanto agitava um par de cuecas tingidas de cor de rosa. – O que raio é que enfiaste na MINHA máquina de lavar roupa?!
- Sabias que existe uma raça de lagartixas apenas do sexo feminino, que são lésbicas?! – Perguntou com um entusiasmo que não combinava com os olhares ameaçadores e mortíferos da sensei.
- Mo! Eu estou a falar a sério! Juro que te enfio o punho na boca até que cheires os pêlos do meu sovaco! - Ameaçou Sasame apontando com as cuecas para a meia dúzia de pelos na sua axila.
- Para se reproduzirem, elas lambem-se umas às outras até que…
POOW!
Um potente pontapé de Sasame no queixo de Mo, faz com que voasse uma quantidade razoável de metros para longe. A kunoichi suspirou profundamente, treinar Mo, o Emo Gordo e a Boazuda estava-lhe a tirar anos de vida.
[Sunagakure]
Uma figura encapuzada chegou junto aos portões da Vila da Areia, sem tirar o capuz mostrou algo aos guardas que a deixaram entrar, apressou-se a seguir o seu destino, sabia que tinha pouco tempo.
Estacou frente a uma pequena casa e bateu impaciente à porta, parando apenas quando reconheceu aquela voz tão familiar.
Uma kunoichi de longos cabelos castanhos-claros de hitaiate na testa e com casaco de chunnin abriu a porta e os seus olhos abriram-se de choque ao ver a inesperada visita.
[Kumogakure]
- Fokkaso-sama, tenho aqui uns documentos que têm de ser assinados por vossa excelência. – Declarou um homem de aspecto franzino entrando num imponente escritório.
- Pode deixá-los na secretária. – Respondeu uma voz feminina cristalina, que se encontrava sentada numa cadeira reclinável virada para uma enorme janela com vista para a Vila do Trovão.
O homem deixou os papéis em cima da secretária e afastou-se desdobrando-se em vénias.
A cadeira girou e surgiu a figura frágil de uma mulher de estatura mediana, cabelos brancos pelo queixo num corte direito e franja a emoldurar-lhe os olhos vermelhos como rubis, que contrastavam com a pele pálida.
A mulher vestia umas calças e botas de montar de tons escuros, uma camisa cinza com riscas verticais com folhos nas mangas e no colarinho alto, onde pendia uma jóia escura como o breu, a acabar o colete castanho, luvas de pele do mesmo tom e uma bengala negra repousada junto à secretária.
Suspirou enfadada e começou a ler as folhas, assinando-as no fim com uma caligrafia perfeita, enquanto o seu nome brilhava com a tinta preta ainda húmida: Fokkaso Rei.
[Kumogakure]
A pequena Sora parecia inquieta, olhava nervosamente de um lado para o outro como se estivesse à espera de uma catástrofe de proporções gigantescas. Deu um pequeno salto, ao assustar-se com o barulho do trinco e pareceu um pouco desiludida ao ver que era apenas Sasame que vinha com as cuecas ainda na mão, que dispensou a ama e aproximou-se dela.
- Então fofinha, como vai a vida? – Perguntou a kunoichi beijando a pequena ao de leve na testa. Sora não respondeu, limitou-se a sorrir. – Vou pôr as cuecas na lixívia e já venho brincar contigo.
A miúda bateu as palmas de contente, mas assim que Sasame virou as costas voltou a adquirir a mesma postura vigilante e assustadiça.
[Sunagakure]
- RIMA?! – Perguntou Shizuna surpreendida puxando a amiga para um abraço apertado, que a kunoichi correspondeu, fazendo com que o capuz que envergava caísse. – O que te aconteceu à cara?! E porque raio tens o cabelo tão curto?!
- Não posso demorar, o Hokage já deve andar à minha procura. – Declarou Rima apressadamente. – Só vim ver a Sora.
- O que é que tu fizeste Rima?! – Perguntou Shizuna preocupada agarrando Rima pelos ombros e abanando-a freneticamente.
- Destrui parte da mansão do meu clã e empalei a minha tia. – Respondeu com uma naturalidade assustadora, soltando-se das mãos da amiga. – A Sora?
- Fizeste o quê?! Enlouqueceste? E porque… Porque estás a brilhar assim?
- Acordei a minha Kekkei Gekai, agora vou vingar a minha irmã e o Zero. Onde está a Sora? – Voltou a insistir, ignorando o olhar de pânico de Shizuna.
- Foi para Kumo com a Sasame. Rima… Por favor… Ainda podes voltar atrás… - Pediu suplicante.
- Voltar atrás? VOLTAR ATRÁS?! Voltar ao tempo onde me mentiam cada vez que convinha e só me diziam meias verdades? - Gritou alterada brilhando mais intensamente. – Eras a minha melhor amiga Shi. Pensei que me fosses compreender.
- Eu compreendo, eu juro que te compreendo, mas não estas a ver as coisas com sensatez!
- Eu a sensatez nunca fomos amigas, ou eu nunca teria sido apanhada em balneários masculinos. Envia uma mensagem a Hyuuga Taro de Kumogakure e diz-lhe para esperar por mim à entrada da vila. – E dizendo isto voltou a colocar o capuz e o brilho voltou a diminuir. – Eu adoro-te Shi. Adeus. – Abraçou novamente a amiga e saiu rapidamente da vila, no entanto os guardas barraram-lhe a entrada.
- És procurada por crimes em Konohagakure. Por favor vem connosco. – Pediu um dos guardas, Rima estendeu as mãos na direcção de cada um dos dois guardas e em cada uma criou uma bola de chakra dourado concentrado que atirou contra eles, deixando-os inconscientes, desaparecendo num Shunshin em seguida.
[Kumogakure]
Mo havia aterrado em cima de um telhado, como lhe aborrecia descer resolveu dormir ali uma pequena sesta até que um jacto de dejectos de pombo lhe acertou mesmo no meio da testa. Acordou em sobressalto e limpou a testa com as costas da mão, descendo do telhado num salto gracioso, aterrando mesmo em frente de Kuwabara.
- De onde raio é que apareceste tu, desperdício de espaço? – Perguntou o Gordo, meio aborrecido, Mo sorriu de orelha a orelha e limpou a mão à t-shirt negra do colega de equipa. – EI! FILHO DA MÃE! VOU-TE AOS CORNOS! DA-SSE! – Gritou enojado, enquanto Mo se ria à gargalhada com os insultos, que pareciam não surtir qualquer efeito.
- Não queiras deixar de comer senão já nem passas pelas portas. – Declarou Mo olhando Bolacha que espreitava do seu gorro, não reparando na cara vermelha de raiva de Kuwabara que lhe agarrou o pescoço com a mão grande e rechonchuda. – Qual é o teu número de calças?
O Gordo fez Mo pairar no ar só com um braço e ganhando impulso mandou-o contra uma parede ali perto. Mo esborrachou-se na parede e caiu de costas no chão rindo à gargalhada a sangrar abundantemente do nariz e boca.
- MO! – Gritou Touya alarmada, que ouvira o som do embate. – Kuwabara-kun, porquê tanta violência? Somos da mesma equipa.
- Como queiras, estou-me a cagar. – Resmungou antes de se afastar totalmente indiferente ao estado de saúde de Mo e ao facto de ter deixado Touya a chorar.
- Porque é que ele não gosta de mim?! – Perguntou a rapariga entre duas fungadelas, enquanto levantava Mo e o levava para o hospital.
- Provavelmente porque tens um cheiro esquisito… Ou então porque não fazes o buço à mais de um mês. – Respondeu Mo, Touya limitou-se a suspirar entristecida, lembrando com saudade o tempo que foram uma equipa inseparável devido à amizade construída no Orfanato onde todos cresceram, Mo começou a andar descontraidamente.
- Onde vais? – Pergunta Touya.
- Comer bolotas. – Respondeu alegremente dirigindo-se aos portões da vila.
- E eu pergunto porque? – Suspirou frustrada, dirigindo-se a um bar para beber chá e afogar as suas mágoas.
Já fora dos portões de Kumo, Mo observava Bolacha que pulava alegremente de ramo em ramo, enquanto comia uma bolota, nisto Mo adquire um olhar de pânico. Nadja, a mulher serpente surge no ramo onde Bolacha repousava e apanhou-o.
- Hisss – Sibilou, sorrindo maldosamente na direção de Mo. - Tiveste saudades minhas?
Assunto: Filler 8 - Maravilhosa Estupidez 
Sáb 31 Mar 2012 - 16:34
