Uma sombra deslocou-se no quarto mergulhado na escuridão, movia-se sorrateiramente quase sem respirar. O quarto estava uma desarrumação e o movimento por cima das tralhas de Zehel era difícil!
Zehel encontrava-se estendido na sua cama, respirava suavemente num sono profundo, o seu cabelo estendia-se até às suas pálpebras. O Misterioso homem colocou-se a seu lado, passando acima do nível das cobertas estava a sua cabeça, olhando o rapaz.
"Que rapaz mais preguiçoso!" disse roucamente o homem, aclarou a garganta e gritou amplamente virando o colchão de Zehel ao contrário, "Levanta-te seu mandrião"
"Haaaaa" gritou Zehel aterrando de cara no chão de madeira do seu quarto. "Hoje o teu treino é comigo rapazola" disse o seu avô atirando-lhe a sua roupa.
Ele esfregou os seus olhos enquanto se levantava só chão com a testa encarnada, pegou nas suas coisas e vestiu-se rapidamente. "Estarei lá em baixo Z, despacha-te." Z apenas respondeu com um grunhido e agitou o braço esquerdo em sinal de já se estar a despachar. Seria um dia bastante atarefado.
Desceu ao primeiro andar onde tomou o seu pequeno-almoço, os seus pais já tinham saído e o seu avô estava impaciente por começar o treino de Zehel.
"Vamos despacha-te, quando acabares de comer vai ter ao dojo lentinho.", dito isto fechou a porta da casa de banho e saiu de casa...
Estava um óptimo dia na rua a normal neblina cobria o sol e a temperatura estava amena e a claridade era bastante favorável aos olhos claros de Zehel. "É melhor começar já a correr para chegar ao dojo bem acordado." disse Zehel alongando o seu corpo para se preparar para correr. Saiu disparado para o lado direito abandonando assim a frontaria da sua casa. Entrou numa das ruas secundárias da sua vila onde já o movimento se notava, correu a toda a velocidade, focando chakra nos seus pés elevou o seu corpo por cima da carroça que passava no meio da rua, colocou o pé esquerdo na parede do edifício e impulsionou o seu corpo dando um mortal à retaguarda aterrando perfeitamente no telhado do edifício do lado oposto. Rodou sobre o seu pé esquerdo descrevendo uma trajectória 180º e correu pelos telhados da sua vila, ia saltando de telhado em telhado e ao fundo começava já a avistar o cartaz com os caracteres a anunciar o dojo de seu avô.
"Já cheguei!" disse Zehel entrando no dojo de paredes brancas. Era um espaço amplo teria o tamanho de aproximadamente meio campo de futebol, o chão era de madeira de carvalho amarelo, envernizado com cuidado minucioso. No centro do dojo encontrava-se o seu avô treinando já exercícios de respiração. Este envergava o seu kimono branco em contraste do seu hakama de cor negra. A sua postura era perfeita, as suas costas descreviam uma rectidão fantástica e os seus movimentos eram fluidos. Encontrava-se ajoelhado e no pano de fundo via-se um quadro que ocupava a parede toda com caracteres japoneses e com uma árvore de cerejeira em flor no meio. Dominava um clima de treino e de esforço.
Zehel desprendeu a sua katana, guardou-a e pegou no seu bokken. Ajoelhou-se e decidiu realizar um treino de respiração com o seu avô mas iria inovar usando o controle de chakra percorrendo o seu corpo acompanhando o movimento. Começou com um movimento amplo de braços elevando-os juntos acima da sua cabeça, fazendo o seu chakra percorrer desde o seu centro de energia, até aos seus ombros e percorrendo os braços. Inspirou fundamente enquanto elevava os braços, separou as mãos e desceu controladamente os seus membros superiores fazendo-os aterrar nos seus joelhos, foi expirando gradualmente. Repetiu esse movimento várias vezes impulsionando em simultâneo o seu chakra para as extremidades em movimento.
Aquilo melhorava a sua concentração. No kendo a respiração era fulcral, um inspirar no momento errado e toda a sua potência de corte se evaporaria. Isso era o que tornava a ascensão na hierarquia kendoca tão difícil. Realizou uma variação fazendo com que os seus braços na descida, ficassem centrados com os seus ombros, realizava o moldar de uma esfera com as suas mãos ao nível do peito e expelia o ar dos pulmões ao avançar os braços até estes estarem esticados. Aquele tipo de treino seria perfeito para o seu katon: endan sair com maior potência. Elevou os braços e inspirou fundo permitindo aos seus pulmões dilatarem se no seu máximo, colocou as suas mãos ao nível do tórax mantendo o ar dentro dos pulmões e concentrou uma considerável quantidade de chakra, realizou os selos e deixou que a sua mente trata-se do resto. Expirou o ar misturado com chakra e surgiu instantaneamente uma corrente de fogo que saia de sua boca. "Sugoy!!" pensou Zehel.
(splash)
Uma onda gelada atingiu Zehel em cheio na cara, extinguindo a chama alaranjada que lhe saia da boca. "Estás parvo rapaz! Queres incendiar o dojo?", o seu avô empunhava o seu bokken atingindo Zehel repetidas vezes na cabeça. "Desculpa avô foi sem querer! Não tinha qualquer intenção de incendiar o dojo mas seria o melhor katon que alguma vez fiz!"disse Zehel abrindo os braços enfatizando o quão grande seria o seu Endan. "Esse é precisamente o problema... Unf não se pode deixar um pouco este rapaz que ele incendeia logo a casa...". Zehel correu para a pequena porta que havia no lado esquerdo do dojo e sacou uma esfregona com a qual limpou rapidamente a água do chão. "Bem que achas de passarmos a um pequeno duelo entre kendocas? quero ver se te dou uma lição para aprenderes!", "Vais me perseguir com isto a vida toda imagino, até ao first blood vovô!" disse empunhando o seu bokken. O seu avô executou um rápido salto à frenteexecutando uma queda a frente, colocou uma mão no chão quando a queda se aproximou e rodou o seu corpo por cima do ombro, arredondando as extremidades do corpo. Alcançou também o seu bokken e apenas teve tempo de se defender do ataque de Zehel. Fora uma defesa praticamente inquebrável, o ângulo que formava com o seu bokken não permitia ao adversário atingir o seu corpo, se tentasse atingi-lo com um pontapé estando ele agaixado naquela posição seria o fim, o seu bokken atingiria o pé e o primeiro sangue seria derramado. Zehel recuou, tomando a sua posição de ataque.
"It´s On" gritou o seu avô dando espírito ao duelo. Avançou com um dash a alta velocidade levando a sua arma apontada ao centro de Zehel, este esquivou-se habilmente do ataque direccionado à zona mais critica do seu corpo, rodou sobre o pé esquerdo descrevendo uma circunferência 180º, ficou voltado para o seu avô e num movimento rápido ambos avançaram o pé direito e os seus bokkens encontraram-se a meia altura. Trocaram olhares neutros mas que mesmo assim ardiam, nenhum seria poupado! Saltaram à retaguarda ambos no entanto Zehel usou o seu chakra movendo-se rápido como o vento para trás de seu avô logo que pousou um pé no chão, o seu bokken cortou o ar da esquerda para a direita enquanto se virava par a direcção do seu avô, o seu avô tinha esquivado, "O velho move-se bem!" pensou Zehel troçando um pouco. Um pontapé veio de baixo atingindo Zehel na barriga, caiu de costas e por um momento perdeu o fôlego.
"Respiração!" lembrou-se ele. expirou todo o ar dos seus pulmões e fez com que o seu corpo se projecta-se para a esquerda, o boken de seu avô embateu na madeira emitindo um ruído estrondoso. Zeh-san aterrou com a mão e pé direitos, concentrou chakra nos seus apoios e elevou-se bem acima do nível da cabeça de seu avô. voltou a tomar uma posição que permitia ver onde estava o seu inimigo, elevou a arma e com um movimento descendente direccionou o seu ataque à cabeça de seu avô, no entanto o seu avô não era nenhum bobo, num movimento de mestre desviou a sua posição triangular para o lado esquerdo e colocou o seu bokken na trajectória inversa à de Zehel, o seu avô tinha o bokken encostado à barriga de Zehel.
"Lamento boy foi bom enquanto durou!" disse ele confiante. Fumo surgiu e no lugar da barriga de Zehel apareceu o seu casaco. Tinha o usado para realizar um kawarimi no jutsu. Zehel encontrava-se atrás de seu avô, não tencionava atacar pois seguia o código de honra à risca, o adversário encontrava-se instável e apenas os fracos obteriam uma vitória num duelo de espadachins com um truque daqueles, ele queria terminar em grande. "O rapaz não é nada parvo!" pensou o avô de Zehel. "Lamento avô", disse Zehel concentrando chakra e avançando para o atacar de frente, simulou um ataque à cabeça do seu avô, no entanto este ficou a uns poucos cms de embater no bokken de seu avô. Zehel agaixou-se e rodou sobre o seu pé direito estando a perna esquerda esticada. Realizou os selos e acumulou mais um pouco de chakra. Atingiu os fracos calcanhares do homem no entanto este saltou dando um mortal para trás, esquivara-se ao varredor de Zehel.
O vento soprou, ambos estavam imensamente concentrados. "Haahahahah" riu-se Zehel sadicamente, os seus olhos flamejaram, inspirou o mais fundo que conseguiu, largou o bokken e realizou os selos. Da sua boca saiu um glorioso endan com a cor laranja vivo, o velhote gritou desesperado "NÃOOOOOO!!!" e as chamas irromperam pelo dojo espalhando-se pelo chão. O velhote sentiu o calor intenso mas essa sensação foi rapidamente substituída pelo fresco do seu dojo outra vez. Mas não era só isso, quando abriu os olhos viu Zehel com o bokken encostado ao seu lado esquerdo do tórax.
"Perdeste avô" disse Z impassivo. Fora um movimento inteligente usar o genjutsu para distrair o seu avô. "Mas, mas, o que aconteceu?" perguntou o seu avô fechando fortemente os olhos. "Prendi-te num genjutsu, avô, e com isso a tua guarda ficou aberta." Zehel estava radiante, tinha conseguido derrotar o seu avô no duelo.
O relógio marcava 16 horas, nos treinos não tinham muito o hábito de comer pois se fosse muito puxado poderiam vomitar. "Acabámos meu aluno" disse o velho"penso que rendeu bastante hoje" disse lhe piscando o olho, "Vamos mas é comer avô" gritou Zehel despindo o seu kimono enquanto arrumava as suas coisas. saíram ambos do dojo, colocaram o letreiro a dizer fechado na porta do dojo e foram almoçar a um restaurante que havia na esquina. "Hum ele está a evoluir bastante bem, sinto que agora vai ser mais difícil ensiná-lo" constatou o seu avô enquanto se dirigia para o restaurante.
Assunto: treino nº2- Um duelo de kendocas 
Dom 27 maio 2012 - 10:14
