Fukkatsu Kamui
Treino 25 – Duelo com Kamiki
– Olá Kamiki-chan. Vim fazer-te uma visita. Parabéns pela promoção. - Disse para a directora do Hospital de Taki, mas que também era minha irmã mais velha, apenas quatro anos nos separavam.
– Olá Kamui, então como correu a tua missão?
– Mal infelizmente. Mas amanhã vou-me tornar sensei de uma equipa de gennins.
– A sério? Bem que porreiro. - Disse-me esquecendo-se que tinha corrida mal a minha missão. - Tive uma ideia, vou ajudar-te a treinar para as próximas missões, depois do almoço encontramo-nos na área de treino 50.
Exactamente como tinha-mos combinado a certa hora a minha irmã chegou, enquanto eu já esperava por ela à algum tempo. Certamente o atraso seria causado pelo seu novo cargo no Hospital.
– Então que exercicios vou fazer para o treino? - Quis saber imediatamente tal era o empolgamento.
– Exercicio. É apenas um.
– Qual, qual? - Ainda mais curioso questionava.
– Um duelo contra mim. - Disse a directora do hospital.
Soltei uma gargalhada bastante audivel e ao mesmo tempo a cara dela transformou-se mostrando-se desagradada pelo riso.
– Sabes Kamiki, eu já não sou aquela criancinha de antes. - Disse-lhe, mostrando que o duelo não ia ser fácil.
Sem mais nem menos ela atirou duas kunais direitinhas ao mesmo pescoço. Atirei com alguma agilidade e habilidade, duas iguais que foram usadas para ricochetear as primeiras. Foi exactamente isso que aconteceu. Continuava a olhar para Kamiki mas estranhamente senti uma pancada no abdómen com uma velocidade incrivel e ainda consegui ver um vulto que parecia ser uma mão. Só depois senti a dor, tinha-me afectado por dentro e caí no chão de joelhos agarrado à barriga. Que dor intensa, e Kamiki mantinha-se no mesmo sítio. Nani!?
– Então Kamui, que se passa. Levanta-te.
Ela pareceu dar-me algum tempo para recuperar, e lá consegui voltar a erguer-me. Não estava para brincadeiras, e comecei desta vez a atacar. Atirei um grupo de cinco kunais com cada mão que voaram directamente para a minha irmã. Desta forma consegui algum tempo para concentrar parte da minha energia e unir essa quantidade de chakra com a tinta, desenhei duas bestas humanoides e de seguidas fiz um par de selos rapidamente para que activasse a técnica. Duas figuras conhecidas como Reis Benevolentes correram para a minha irmã e atacaram-na com golpes de taijutsu, mas nisto ela começa a fazer também alguns selos e depois gritou.
– Satetsu Shigure!
Uma chuva de areia metálica abateu-se sobre os meus dois servos e eles desfizeram-se em tinta que caíu espessa pela chão verdejante. Fiz um pequeno sorriso de escárnio.
– Com que então Satetsu maninha?
Nisto ela fez um cara de espantada, talvez assustada com o que eu pudesse saber e tinha razões para isso, pois eu começava a ver uma hipótese, mas era ainda muito cedo para tirar conclusões. Com um shunshin muito ágil aproximei-me dela num piscar de olhos e puxando o braço atrás disparei um forte soco ao nivel da cara. Ela colocou a palma da mão aberta numa velocidade superior à minha ouvindo-se apenas um estalo. Nisto ela levanto o joelho e o resto do corpo para me atingirem no queixo, mas eu sobreponho uma palma da mão na outra e com ambas defendo do joelhou. Abaixo-me ao nivel da sua cintura, e rodopio fazendo um movimento giratório acompanhado por uma rasteira. Ela coloca as mãos para trás para ir fazer um flick-flack e livrar-se da rasteira, com este movimento a sua t-shir estica-se tal como eu tinha previsto. Com esta sucessão de golpes faço com que ela coloque o umbigo à mostra e com agilidade concentro chakra nos cinco dedos, desta forma surge uma aura roxa com um kanji por dedo, quando vou para lhe parar o golpe sinto um golpe na minha perna esquerda, igual ao anterior que me tinha acertado na barriga. Mas não era Kamiki, o que podia ser? Não sei, mas novamente consegui ver um vulto a passar por mim a uma velocidade incrivel. Assim este vulto, fez com que falhasse o selo que ia acabar este duelo. Olhei para a minha irmã que se tinha desviado.
– Impressionante Kamui. Iniciares toda esta luta de taijutsu apenas para que a minha barriga ficasse descoberta, ias usar o Gogyō Fūin para me selares o chakra, que excelente tática, melhoraste bastante.
– Deduzes bem maninha, como podes ver não sou a mesma criança.
Kamiki começa novamente a produzir alguns selos novamente e eu para lhe parar a concentração atirei de rajada novamente um grupo de projecteis, que voaram para o alvo mas esta desviou-se no último instante e sem perder a concentração atacou-me com um forte ataque Raiton. Um dragão enorme de electricidade azul corria para mim, eu não o conseguiria evitar, excepto de uma forma. Começo rapidamente a fazer alguns selos ao mesmo tempo que invoco grandes quantidades de chakra, porque para esta tecnica ia precisar bastante dele. De seguida estendo uma das mãos e usando o Fūjutsu Kyūin como Pein o fazia à dozes anos em Konoha, absorvo todo o chakra daquele dragão que parecia entrar na minha mão mas apenas ia perdendo o chakra até que se desfez por completo. Mas foi quando senti um golpe na perna, desta vez na direita, era o mesmo ataque de anterior. Perdi a concentração ao absorver o chakra e não consegui terminar o selamento, desta forma metade do dragão ainda me atacou e projectou-me para a frente. Percorri dez metros no ar até encontrar uma árvore e embater-lhe com toda a força, cuspi algum sangue e mais sangue estava pelo corpo, cheio de cortes do anterior jutsu da minha irmã. Nem ela nem eu estavamos a brincar.
Agora tinha a certeza do que seria, e ia meter o meu plano em prática. Kamiki ia ficar boqueaberta. Comecei a verificar que estava com dores nas pernas e que mal as conseguia mexer, devido aos ataques sorrateiros de anteriormente, cada vez mais tinha a certeza do que se tratava.
Concentrei bastante chakra pela minha tinta que rodeava o meu corpo e sem necessitar de selos, apenas com telecinesia fiz com que da minha tinta se criassem vários espigões de tinta. Estes espigões que pareciam cordas moveram-se a uma velocidade magnifica para Kamiki para a espetar e cortar. Mas o vulto aproximava-se pelos meus calculos, pois sempre atacava quando eu estava a fazer um ataque ou a defender-me de um. Seguindo a ordem que estabeleci na minha cabeça o seu alvo seria o meu braço esquerdo. Abri o braço como se fosse uma asa e a mão falhou o ataque, pela primeira vez consegui ver realmente um braço. Com uma tamana agilidade, com o braço esquerdo agarrei no vulto e rodeio no ar como se fosse um fantoche. Concentrei novamente o chakra na ponta dos dedos e os cinco kanjis apareceram depois da aura roxa. Bati com eles no estômago do alvo que me atacara várias vezes antes e desta vez tinha conseguido parar os ataques de uma vez colocando-o inconsciente. Era a verdadeira Kamiki, pelo menos era o que eu pensava mas depois vi que era um Kage Bunshin quando desapareceu por fumo. Enquanto isso a outra Kamiki tinha sido espetada pela tinta e jazia no chão, morta.
– Boa Kamui. - Disse Kamiki aparecendo por trás de uma árvore. - Explica-me como conseguiste?
– Ganhei? - Quis saber antes de lhe explicar.
– Sim, deixaste-me sem mais surpresas, e eu assim estou sem truques. É a mesma coisa que dizer que bastava uma luta normal e derrotavas-me.
– Então passo a explicar. Primeiro que tudo, segundo o pai nenhum de nós os três... - Referia-me a mim, a ela e ao Oshitsune. - … nenhum de nós os três passou no exame da arma secreta de Suna, logo tu não podias ter Satetsu, por isso cheira-me a Shikon no Jutsu e basicamente manipulaste o morto para se parecer exactamente contigo, correcto?
– Correcto, boa dedução, mas como me conseguiste parar e perceber o resto?
– Como é que eu podia estar a receber golpes físicos e que me aleijavam os músculos interiores de ti se tu estavas à minha frente? Só se fosse alguém com conhecimentos médicos, e se tu não eras aquela à minha frente, só podias ser tu, a verdadeira Kamiki.
– Isso ainda não explica como me apanhaste.
– Primeiro atacaste-me na barriga, depois na perna esquerda e direita. Era óbvio que estavas a estabelecer um padrão para me causares disturbios pelo corpo até eu ceder completamente. A seguir estava obvio que ia ser o braço esquerdo, depois o direito e por último ias finalizar com um golpe um pouco a baixo da nuca certo?
– Certissimo, o meu irmãozinho cresceu.
– Mas espera Kamiki, não é tudo pois não?
– Nani!? - A sua expressão mudou completamente, ela estava atónita. Será que eu sabia do resto? Sim eu sabia.
– Por essa expressão vejo que estás surpreendida por eu saber do resto, estes teus ataques não foram apenas para me ires desfazendo aos poucos. Eles atingiam alguns nervos interiormente, com a tua habilidade de Ninja médica conseguiste atingi-los aos mesmo tempo que me fechaste alguns tenketsus e nem precisas de chegar à cabeça para me desmaiares, ganhas-te... - Caí no chão sem forças, a minha irmã tinha-me vencido apesar de eu ser inteligente e ter visto todas as suas táticas.