Tora andava pelas ruas, levemente incomodada pelo sol que lançava sem piedade alguma seus raios em Konoha. Portava uns óculos escuros que Netsu havia dado-lhe, diminuindo o incômodo que sentia, mas não eliminando-o de todo. Apesar disto, transitava bastante atenta pela vila, na esperança de logo encontrar o jovem com as incomuns características dadas no gabinete do Hokage:
- E este maldito que não dá as caras? – pensava consigo, quando ouvira uma pequena explosão ali perto.
Correra para ver o acontecido, logo notando uma pequena silhueta que rapidamente desaparecia em meio à pequena multidão que aglomerava-se para saber o que estava a passar-se. Enquanto as pessoas distraíam-se com o estabelecimento que acabava de ter parte de uma parede e a porta frontal seriamente danificadas, a kunoichi de cabelos azuis preferia acompanhar com seu olhar a pequena figura que fugia. Provavelmente pensariam que era uma criança, mas a atenta Nara não tardava a notar-lhe os músculos nada habituais, seguindo-o silenciosamente.
O rapaz apressava-se em afastar-se da confusão, rindo-se e tirando uma pequena bolsa de sua jaqueta. Pensava em iniciar a contagem, mas acabou notando que não estava sozinho:
- Rapaz, não devias de fazer estas coisas... Entrega-te, certamente terás um alívio da pena. – a chuunin calmamente falava.
- Estás louca? Jamais vou entregar-me, hahaha, tem é graça – respondia ele, sarcasticamente.
- Ora vamos lá, sei que roubas por necessidade e...
Uma risada maníaca ecoava, mais alto que a voz de Tora, que optava por calar-se para observar o rapaz à sua frente, contorcendo-se numa crise de risos. Dando um passo à frente, agilmente o pequeno sacava uma kunai, que acertar-lhe-ia em cheio caso não desviasse para a direita. A garota suspirava fundo, enquanto ele sacava uma segunda kunai, colando uma kibaku fuuda:
- Melhor ficares longe, não quero ter de explodir este seu lindo rostinho! Mas quem sabe estes óculos feiosos... – dizia, arremessando a kunai, e explodindo o papel colado a ela com um selo, enquanto dava meia-volta para prosseguir seu caminho.
- Aonde pretendes ir? – a Nara perguntava, arremessando duas shurikens em sua direção.
O rapaz olhava com fúria a chuunin, que o encarava com os pés presos a uma parede graças ao seu kinobiri, depois de usar um shunshin para escapar da kunai. O corpo dele começava a tremer e adquirir uma cor avermelhada, quando de repente sacava shurikens e envolvia-as em chakra fuuton, lançando-as na direção da kunoichi. Agilmente, Tora retirava e abria seu leque, defendendo-se dos projéteis. Mal ela defendia-se desta investida, seu oponente gritava como um louco, concentrando chakra e criando uma explosão de vento. Não era um ataque muito forte, mas ainda assim Tora estava com uns arranhões:
- Droga, seu anão! – ela dizia sem pensar, sentindo arder algumas regiões de seu corpo.
- A... não? – perguntava com uma expressão assustadora.
Um vento mais forte assoprava, denunciando a tensão do momento. Sem prévio aviso, ele sumia num shunshin, aparecendo de seguida atrás da garota, aplicando-lhe um potente pontapé em suas costas, projetando-lhe. Utilizando-se novamente de um shunshin, investia diversos socos e chutes em Tora, que defendia-se com dificuldades por ser apanhada de surpresa. Não demorava nada em acabar sendo acertada por um soco no rosto, seguida de uma rasteira. Rolou rapidamente para o lado, desviando-se de um murro (certamente muito doloroso) que seu adversário acabou desferindo no solo, causando algum estrago no mesmo.
Apesar do desvio, Tora estava um pouco atordoada. Seus óculos escuros haviam sido quebrados, o que incomodava-a bastante. Irritada por ter de lutar daquele jeito, era ela quem utilizava-se de um shunshin para aproximar-se do oponente:
- Ah, tu pagar-me-ás pelo que fizeste, seu anão arruaceiro! – gritava, enquanto desferia chutes e socos no adversário.
- Não tenho tempo a perder contigo, garotinha. E não me chame de anão! – retrucava o meliante, defendendo-se das investidas, contra-atacando velozmente. – Podes ser maior que eu, mas não és duas! – ele dizia, acertando novamente um soco em seu rosto.
A Nara começava a perceber que um ataque corpo-a-corpo não surtiria muito efeito, e recuava tentando pensar rapidamente em algo. Porém, o pequeno rapaz à sua frente notava-lhe o que se passava, e por não conhecer o potencial da chuunin, decidiu prosseguir com o taijutsu, julgando ser a fraqueza dela. Assim, não deixava Tora recuar, o que já começava a provocar-lhe:
- Tsc, então ele quer forçar um combate próximo, já que é algo que ele julga ser a minha fraqueza... Bem, ao menos aparentemente não terei problemas com genjutsus, mas tenho que usar algo para afastá-lo, tecnicamente estamos empatados, mas...
- Konoha Senpuu! – interrompia o raciocínio da garota, aplicando-lhe um chute a altura de sua cabeça.
Com toda a rapidez que pôde, Tora retirava seu tessen e colocava-o a sua frente, amparando o chute de seu oponente. Este ainda tentava executar o movimento seguinte do golpe, que novamente falhava diante do leque de ferro. Aproveitando-se da abertura da guarda do rapaz, concentrava seu chakra fuuton e abria o tessen, agitando o ar à sua volta e criando bolsas de vento. Ao perceber que aquilo cortava-lhe dolorosamente, concentrou seu chakra e rapidamente afundava no solo. A chuunin, surpresa por seu adversário conseguir usar técnicas doton, parava o seu Kamaitachi:
- Então ele usa os mesmos elementos que eu... Interessante – pensava ela, enquanto fechava novamente seu leque. – Mas eu já estou cansada de ti, nanico; tenho mais o que fazer! - dizia
Permanecia no sítio, à espera de algum ataque, que não tardava a chegar. O oponente tentava desferir um chute ascendente, e com um selo, a sombra de Tora esticava-se em direção ao alvo, para prendê-lo no Soaku Kage Mane. O rapaz notou a tempo de esquivar-se para o lado, e manter uma distância razoável entre ele e a konohanin, que apenas sorria:
- Nani?! – perguntava-se, visivelmente confuso.
- Já avisei-te, vem comigo por bem, ou... – dizia, a concentrar chakra em suas armas ninja, levitando diversas kunais e shurikens.
- Ou o quê? Matas-me? É mais fácil o contrário ocorrer... – dizia, com um olhar maníaco.
Perdendo o pouco de seu humanismo adquirido com Hana-chan, Tora jogava todo o seu arsenal que levitava no seu adversário. As armas atingiram em cheio o rapaz, que havia transformado-se em um tronco de madeira:
- O nível dos ninjas de Konoha tem caído bastante... Tsc, que deprimente. – ele comentava, enquanto sacava uma kunai.
Tora observou atentamente o local ao seu redor e sorria. Nukahura não entendia o que se passava, mas já estava farto, precisava livrar-se da garota. Corria como um louco para tentar feri-la com a kunai, enquanto ela unia as mãos no selo típico do Kage Mane, forçando-o a parar. Ele não sabia o que aconteceria se aproximasse-se mais daquela kunoichi, e seus jutsus não eram fortes o suficiente para enfrentá-la a média ou longa distância. A Nara insistia no uso do Soaku Kage Mane, mas o rapaz sempre desviava-se:
- Vamos, a menos que me surpreendas tu não tens opção, tens de usar kenjutsu, e o melhor que podes fazer é infundir teu chakra nas tuas armas e atacar-me de longe... É tudo o que eu preciso! - pensava ela.
Não tardava para seus pensamentos virarem realidade: o Kaori envolvia seu chakra em shurikens, que vinham velozmente em direção à chuunin. Com um sorriso, Tora rapidamente sacava um pergaminho, abrindo-o e deixando as armas acertá-lo. O pergaminho libertava alguma quantidade de lama, que lentamente tomava a forma de um lobo:
- Na... Nani?! – o rapaz perguntava, assustado.
- Ora, que tal brincar com meu lobito? – troçava a garota, enquanto endurecia sua mão direita após alguns selos e uma boa dose de chakra doton. - Bem, sei que deves pensar que minhas técnicas são superiores às tuas, isso ficou claro quando usei meu Kamaitachi. Também não sabias o que acontecer-te-ia caso ficasses próximo, já que eu mostrei-te meu Soaku Kage Mane. Não tens um estilo de luta definido, e sabia que terias duas opções ao final: ou usarias genjutsus, ou kenjutsu aliado a algum ninjutsu para evitar a aproximação. Mas durante o combate inteiro não demonstraste quaisquer domínio com genjutsus, então supus que irias usar a última opção. Só que terias de usar teu chakra, que é a chave de ignição da técnica deste lobito, portanto agora estás perdido. Gomen... Apesar de sinceramente não saber o porquê de estar me desculpando-me, pois tu quebraste-me os óculos novos!
O rapaz ouviu tudo perplexo, sem acreditar que havia sido conduzido a fazer tudo, enquanto mantinha-se ocupado com o lobo que não o deixava fugir dali. Não percebeu a aproximação da kunoichi com um shunshin, desferindo-lhe um golpe na cabeça de seguida. O rapaz caía desmaiado à sua frente, e sinceramente, apetecia-lhe bastante bater-lhe, mesmo inconsciente – e com o domu ainda activo. Respirava fundo enquanto cancelava a técnica do lobo e fazia sua mão voltar ao normal, colocando o pequeno – mas pesado – corpo em suas costas, levando-o em direção ao gabinete do Hokage.
- Spoiler:
Minha primeira missão de bingo book
Sei que não está lá estas coisas, tenho ciência de que não ganharei muitos pontos; porém, não era tão difícil assim derrotar este nanico '-' . Prometo que escrevo mais - e melhor - num nuke rank C