Kayrie Riku e Hikaru reuniram-se no campo de treinos, como para decidir a melhor forma de treinar para o teste que se aproximava. Tinham passado os últimos dois dias nisto, sem resultado, devido às suas opiniões, demasiado díspares para treinarem fosse o que fosse.
Talvez Inohana, a sua sensei os tivesse observado, ou talvez precisasse simplesmente de algo feito em relação ao assunto. Talvez quisesse adiantar o teste e tudo aquilo fosse um engodo, não o sabiam, por isso não tinham senão que cumprir as suas ordens. O pergaminho repousava aberto sobre o branco de pedra, enquanto os três Genins o perscrutavam atentamente.
- Alba “Dedos Ligeiros”… e eu que pensava que os nomes não desciam mais baixo que Hikaru – lamentou-se Riku num suspiro, esquivando-se no momento seguinte dum carolo do amigo.
- Concentrem-se, raios! – exclamou Kayrie irritada, parecia prestes a espancá-los. Ela mascara-se de outras pessoas e faz batota nos jogos.. como raio?
- Talvez consiga extorquir os clientes, de alguma forma convencê-los a emprestar-lhe dinheiro ou a burlar a banca por ela? – opinou Kayrie por sua vez.
- Não vale a pena especularmos até sabermos como funciona o sistema de jogo – concluiu Hikaru interrompendo-os. Talvez fosse boa ideia irmos nós próprios até lá, disfarçados. Um isco, talvez.
OS amigos olharam para ele com um ar suspeito, à espera.
- Nem pensem nisso! – exclamou antes de perceber que nada havia a fazer.
*
Hikaru observou a estrada atentamente, em busca de sinais suspeitos. Como se não encontrasse nada, deixou correr o seu chakra e transformou-se num jovem de cabelo negro e olhos verdes. Aproximou-se do bar onde Alba teria sido vista pela última vez. Como se pretendesse reconhecê-lo primeiro, subiu até ao topo do edifício usando o seu chakra para aderir à parede lisa. Quando chegou ao telhado viu, como esperava, Riku e Kayrie. Todos se tinham separado para reunir informação e aquele era o seu ponto de encontro.
- O que descobriram? – Inquiriu Kayrie, impaciente.
- Toda a gente nas redondezas já ouviu falar dela, da Alba – informou Riku com ar aborrecido – mas os boatos quanto ao seu físico são todos diferentes. É como se ninguém soubesse quem ela é ao certo. – divagou – parece mais uma caça ao mito urbano do que a um ladrão!
Os dois olharam para Hikaru curiosos.
- Descobri que funciona um casino no andar inferior do bar, suponho que é aí que ela dá o golpe, só não sei ainda de que forma o faz. Ao subir vi uma janela que dá directamente para a escadaria.
Discutiram durante muito tempo o que fazer, afinal de contas, Alba não operaria antes do anoitecer, nem sequer tinham a certeza que fosse aparecer naquele dia. Delinearam o plano o melhor que puderam e quando concluíram, não lhes restou senão esperar.
A Hikaru caberia a intrusão no casino. Saltou do telhado até ao chão, deixando-se cair enquanto focava chakra nos seus 4 membros. Antes do choque agarrou-se à parede como uma aranha e aterrou com um mortal à retaguarda, exibindo-se para o ninguém que estava no beco.
Mais uma vez controlou o chakra, espalhando-o por toda a pele e juntou as mãos num selo, enquanto o Henge actuava uma vez mais, transformando-o num homem de meia idade. Saiu do beco e aproximou-se da porta do bar nocturno, passando sem uma palavra pelo segurança mal-encarado.
Aproximou-se do balcão de forma subtil e perguntou a alguém por Alba. O homem limitou-se a olhá-lo horrorizado antes de se afastar. Decidiu inquirir o próprio empregado do balcão. O homem olhou-o de cima abaixo antes de se deslocar pelo balcão, incomodando todas as raparigas que lá estavam além dele, que tiveram de sair para que ele próprio e a sua avantajada pança se pudessem deslocar até cá fora.
- Segue-me – disse em voz baixa. Desceram aas escadas sombrias, num poço de metal com uma só janela arruinada (onde Hikaru sabia estar Riku, em posição). – Ali, disse o homem apontando para uma porta vermelha.
Hikaru entrou, chegando por fim ao casino. As roletas e as máquinas tilintavam sem parar, as cartas voavam sobre mãos e mesas e, separada de tudo isso, a um canto, estava uma mulher de cabelo escarlate. Acenou para Hikaru, como se o conhecesse desde sempre. O Genin avançou sem medo, sentando-se à mesa, enquanto a mulher baralhava duas cartas incessantemente.
- Ouvi dizer que andaste a inquirir sobre a Alba – comentou como se de conversa casual se tratasse – ela costumava ser uma boa cliente, mas agora dá má fama ao casino. – lamentou-se.
- Trabalhas aqui? – inquiriu ele desconfiado. Ela sorriu.
- Jogo aqui e sei exactamente onde está o que procuras, mas não vai ser de graça – disse num sorriso encantador a mulher ruiva. – tudo tem um preço. Um jogo, se ganhares, digo-te tudo o que queres saber. É simples, sinto-me em maré de sorte – comentou – estas duas cartas – mostrou uma carta com duas faces iguais e outra carta com uma face idêntica e um Joker – vamos pô-las dentro deste saco. Vamos tirar uma carta apenas, experimenta! – Hikaru colocou a mão dentro do saco e tirou a carta. O joker saiu voltado para cima.
- O joker seria um ponto meu – explicou a mulher, mas como o tiraste virado para cima, voltamos a pô-lo no saco. O primeiro de nós a fazer 10 pontos vence. O que me dizes?
Hikaru refletiu por um momento. Se para ela apenas contasse a carta do Joker, as suas hipóteses de ganhar o jogo seriam 50%, era arriscado. Pegou em ambas as cartas e observou-as, uma delas com ambas as faces… iguais. Se para Hikaru contasse aquela carta, o jogo estava praticamente ganho! Ao retirar a carta do Joker voltada para cima, o ponto não contava. Mas a carta de Hikaru não tinha lado de cima, ou seja os pontos contariam sempre que saísse! Isso aumentava as suas hipóteses pelo menos até 66%. Contudo, porque proporia a adversária um jogo tão parvo? Estaria ela de boa vontade para com a missão? Não sabia, mas decidiu aproveitar.
- Aceito.
O jogo decorreu normalmente até ao 4º ponto. À quinta tirada, a pontuação era de quatro para
Hikaru e um ponto para a mulher. Até que a sua sorte mudou. Hikaru retirou dois jokers válidos de seguida e a mulher.. não falhou mais nenhum. O resultado final era de 9 pontos para 4.
Mas como?, pensava exasperado, estava tudo do meu lado. Será apenas uma questão de sorte? Ou talvez.. batota?”
Observou as cartas atentamente e ocorreu-lhe que o truque poderia não ser visual. Fechou os olhos e… lá estava! Os vincos na carta não eram visíveis, não eram feitos por lâminas mas talvez pelas unhas de uma mulher. Abriu os olhos e fitou aquela que sabia ser Alba triunfante, enquanto o homem que o acompanhara entrava pela porta dos fundos em roupa interior a praguejar.
- Agarrem-na! Essa mulher roubou o meu casino! Alba Dedos Ligeiros!
Hikaru não perdeu tempo, afastou-se de um salto e acertou-lhe um valente Konoha Senpu! Então o Kage Bunshin desfez-se. Uma distracção. Provavelmente a verdadeira Alba teria fugido mal começara a fazer perguntas. Saltou sobre as mesas e para o tecto, ao qual se agarrou empregando o seu chakra, do qual parecia não ter falta. Correu até à porta vermelha e subiu o poço metálico. Lançou a extremidade da sua kusarigama até à janela e içou-se pela corrente. Saltou para o telhado com um shunshin, aterrando ao lado de Riku.
- O dono do restaurante – balbuciou – é ela! Ela prendeu-o e roubou..
Riku abanou a cabeça ordenando que o seguisse. Saltaram sobre dois telhados e observaram o descampado em frente. Apontou para o campo onde Kayrie lutava com Alba dedos ligeiros. A Genin de Kirigakure parecia exausta, Alba por outro lado parecia na plenitude da sua forma. Riku preparava-se para saltar até Hikaru o impedir. Desceram subtilmente com o kinobiri, espalhando chakra pela planta dos pés. Posicionaram-se atrás de Alba enquanto Kayrie a distraía.
Hikaru saltou por fim. Surgiu à esquerda da criminosa com um shunshin. Com um selo e um pouco de chakra criou três clones que a atacaram. Não era por acaso que lhe chamavam Alba dedos ligeiros, desfez-se deles como se soprasse o ar à sua frente, tão simplesmente como se respirasse, voltando-se depois para Hikaru para atacar.
- Cheque-mate! – disse o rapaz alegremente, puxando da sua foice e corrente. Riku entrou em cena, com um dynamic entry modificado, cujo pontapé explodiu numa centelha de fogo. Alba foi empurrada contra Hikaru que rodou habilmente a sua arma, prendendo-a nas suas correntes. – Kayrie!
A rapariga saltou, preparando o jutsu e num instante apanhou a criminosa numa prisão de água. A primeira missão da team 3, completa!
Não é de todo dos meus textos mais brilhantes, mas a escassez de jutsus até a mim me entediou, principalmente depois de tanto tempo numa besta como o Selim. A próxima será melhor!
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Assunto: [Missão Rank D] Dedos Ligeiros ![[Missão Rank D] Dedos Ligeiros Icon_minitime](https://2img.net/i/fa/icon_minitime.gif){kind=icon}
Qui 26 Jul 2012 - 11:45
