Antes de tudo eu deveria me apresentar, correto? Não, acho que não, talvez nos encontremos algum dia e lhe direi, mesmo que sem palavras, quem realmente sou. Por hora, basta dizer que tenho meus 15 anos de idade.

Sabe, ser ninja é perigoso. É assustador. Na maioria das vezes, acaba com a gente de um jeito penoso e detestável. O que para mim é lamentável, afinal, qual é a moral disso tudo? Nunca tive uma causa em minha vida. Tampouco, até onde sei, nunca acreditei em nada. Isso é embaraçoso porquê eu realmente gostaria de acreditar em alguma coisa. Já que, reconheço que crença é a tábua de salvação que faz a maioria das pessoas passarem pelas águas turbulentas da vida. Gostaria de acreditar num Deus supremo, embora tivesse mais perguntas para fazê-lo do que a própria fé neste.

Sinto que ganhei um amigo. Não sei se aquele que tanto buscava, mas, nestes tristes e sombrios dias, sua amizade incerta é o que basta para aquecer a minha alma. Olhei diretamente para minha Katana; agora, no chão ao meu lado. Evidentemente me referia à ela.

Sem pestanejar olhei para o céu acinzentado, vazio, exceto por algumas nuvens ao leste que cobriam o sol. Tenho um prazer especial em recordar minhas memórias de infância, antes de a desgraça ter contaminado minha mente a ponto de transformar suas visões brilhantes em reflexões estreitas e sombrias sobre mim mesmo, anyway; é a vida, afinal todos mudam. Neste caso, para pior eu acho.

Eu poderia estar enganado, mais eu ainda tinha a sensação de que algo de ruim estava para vim. E aquilo havia me deixado um pouco mais estressado do que o normal. Levantei ainda um pouco cansado do treino. Era hora de voltar para casa, e isso me deixava apreensivo. Meu pais ultimamente brigavam muito e meu irmão, bem, meu irmão era um cara como qualquer outro. Normalmente apoiava meu pai em suas conclusões precipitadas sobre minha mãe. Eu sabia que era errado, mais eu nunca liguei para isso. Até a alguns dias atrás. Espero que isso continue apenas como um pressentimento ruim.

Me levantei pouco disposto embainhando a lâmina cortante em minha cintura, imponente. - Vai começar a chover logo. - Calculei pela aparência do tempo. Teria de correr agora, ou melhor dizendo, teria de pular. Sucessivamente como um raio obscuro passei pelos galhos no alto das árvores que sediavam o local.