- Citação :
Anteriormente
... "Me levantei pouco disposto embainhando a lâmina cortante em minha cintura, imponente. - Vai começar a chover logo. - Calculei pela aparência do tempo. Teria de correr agora, ou melhor dizendo, teria de pular. Sucessivamente como um raio obscuro passei pelos galhos no alto das árvores que sediavam o local. "
"
Se os tijolos não estiverem benfeitos, a muralha cai. E esta muralha que estou construindo é realmente enorme, portanto preciso de um monte de tijolos. É basicamente assim que se baseia o mundo shinobi. Particularmente. Felizmente, conheço um monte de tijoleiros e também todos os tipos de pessoas úteis."
Na vida existem apenas dois tipos de pessoas; as que devoram e as que são devoradas. A arte de ser shinobi só incrementa com um terceiro estereótipo, são aqueles que cozinham. Missão ninja é só eufemismo para limpar-toda-a-porcaria. Do que adianta eu ter a habilidade de derrubar um país inteiro sozinho se o meu suposto superior não sabe resolver os assuntos dele mesmo sozinho?
O choro da pedra começara sútil, o clima começaria a ficar hostil em alguns minutos. Por sorte, minha casa já estava á poucos metros. Tanto, que já podia vê-la. Andar pela vila da pedra era um pouco perigoso, principalmente pela quantidade de buracos que continha em cada encruzilhada e ruela dali.
Após caminhar mais um pouco entrei dentro de casa. Minha mãe estava sentada na mesa, e meu pai à sua frente, na outra extremidade. Ambos olhavam-se como se estivessem discutindo mentalmente; o que pra mim significava alguma noticia má para vim.
Meu pai suava, parecia que havia saído do trabalho recentemente. Ele era camponês, assim como minha mãe e meu irmão. Os dois olharam subidamente para mim, como se fossem me incinerar com o olhar. Minha mãe pediu para mim sentar no meio da mesa. Puxei a cadeira, e me sentei.
Olhei para os dois, abismado. Meu pai, indiferente tragou um bocado de ar e logo começara a falar. -
Como foi o treino, Kenpachi? - Indaguei na mesma hora. -
Bom, na verdade, ótimo. - Ele calou-se. Minha mãe também, pareciam estar observando algo que movia-se na madeira da mesa. -
Muito bem. - Continuou. -
Acho bom te-lo aproveitado, pois este foi seu último treino. - Eu sorri, como se aquilo fosse uma brincadeira de mal gosto. Mas ele prosseguiu sério, o que foi me deixando indignado. -
Eu, e principalmente sua mãe estamos tendo problemas com seu irmão, e com nosso trabalho. Você sabe como é difícil ser um camponês nestas bandas, e precisamos de alguém de habilidades como você para podermos ter uma vida digna e colocar comida na mesa. Surpreendentemente minha mãe não falou nada. Ela parecia concordar com a conclusão que meu havia feito. -
Pai, de tudo o que puder pensar sobre mim, só é certo que eu não desistirei de minhas ilusões e provavelmente me afogarei nelas algum dia. Enquanto isto não acontece, eu irei lhe ignorar. Não irei fazer o que esta pedindo. E é claro, não há ninguém que possa me impedir. - Indaguei. -
Acha mesmo que pode fazer isto? Sou seu pai, quem manda nesta casa aqui sou eu. - Coloquei ambos os braços na mesa, e olhei-o calmamente virando a cabeça. -
Se realmente é o bonzão da parada, porquê não te viras sozinho e resolve esse problema na nossa família? Tu sempre foi o estraga-prazeres daqui, não será hoje que isso vai mudar. E também não posso simplesmente jogar no lixo anos de treinamento fora. - Ele pareceu não gostar de minha sinceridade. Então socou a mesa. -
Você ignora minha superioridade de pai, seu merda?! Pela primeira vez que deixo de ser hipócrita e penso coletivamente para ao bem da nossa família você simplesmente ignora? Quem acha que é? - Fiquei quieto. Ele me olhava irritado; me movi quando o vi vindo em minha direção. -
E agora? Vai me bater? - Ironizei-o, ele não era mais capaz de fazer isso como antigamente.
Minha mãe então resolveu fazer alguma coisa. Nunca a vi daquele jeito, mais não sei da onde; ela conseguira forças para segurar meu pai. Que de qualquer maneira tentava vir até mim. -
Saia de minha casa, seu moleque de bosta! Se acha que consegue se virar sozinho vá morar sozinho na rua. - Disse olhando com um ódio evidentemente no rosto.
Não falei nada. Subi as escadarias da casa rapidamente, fui até meu quarto e juntei umas tralhas e depois fui. Nem sequer me despedi de minha mãe, já que ela havia apoiado aquele que julgava ser meu pai, que morra junto dele de fome. Tinha dó de meu irmão em ter de aturar um cara como aquele. Mas não me importa. Agora teria de arrumar um lugar para ficar. Isso seria o mais o mais difícil.
Postagem às pressas, falous e grato.