Citação :

- Vejo que me levaste a sério.
O sono desapareceu tão rápido como viera. A voz do irmão serviu como um café dos mais fortes que a levou a ficar em pé num salto rápido.

- Hideo? – Sora olhava o irmão com os olhos muito abertos.
- Bom dia. – Disse, sorrindo ternamente. – Vou ajudar-te a treinar. Acho que nunca lutamos um com o outro. Surpreende-me.
A ruiva assentiu com um acenar de cabeça. Chegou-se para trás e o irmão fez o mesmo. Ainda nem tinha reparado que o dia estava a clarear, dali a pouco tempo o Sol ia aparecer. Sem qualquer aviso prévio, Hideo sorriu divertido e iniciou o combate.
- Ranton: Ko arashi! – Disse, fazendo uma sequência de selos que Sora não conhecia.
Começaram a formar-se várias nuvens negras, escurecendo novamente toda a área. A ruiva ficou parada a olhar para aquilo, perguntando-se o que poderia acontecer. Logo de seguida viu um raio brilhante a cair velozmente uns metros à sua esquerda. Quase simultaneamente sentiu gotas de chuva a molharem-lhe a cara. Passado uns segundos tinha-se formado uma ligeira tempestade.
A rapariga sabia que a partir daquele momento o irmão não ia ser brando com ela. Tirou duas kunais santottan, que fez rodar nos indicadores, enquanto pensava. Percebeu que o irmão não controlava a tempestade, pois os raios caiam aleatoriamente e ele estava parado, a olhar para ela simplesmente. Sora atirou as armas ao ar, concentrou chakra e fez selos o mais rápido que conseguiu, enquanto estas permaneciam suspensas a girar no ar.
- Kasumi Jūsha no Jutsu! – Exclamou, fazendo aparecer vários clones do chão.
Quando as várias Soras se espalharam por todo o campo, sendo ocasionalmente atingidas por um raio e deixando ver o líquido negro do qual eram constituídas, ela voltou a apanhou-las com facilidade. Depois se voltarem a compor, as Soras continuavam a lançar as armas ao se aproximarem de Hideo.
O irmão conjugava pontapés, socos e esquivas para se defender. Quando avançou para ele, Sora virou-se agilmente de lado para ver um raio a passar-lhe a poucos centímetros da cara. A sua visão ficou um pouco desfocada devido à luz, mas logo viu o irmão a desenrolar as ligaduras que tinha nos braços, fazendo-as ondular livremente. De cada vez que um clone se aproximava, as ligaduras trespassavam-no.
A ruiva parou de correr, concentrou algum chakra e usou o Shunshin no Jutsu para não ser apanhada pelas ligaduras que ceifaram a área, acertando em todos os clones e que, por pouco, também iam acertar nela. Mesmo assim, não foi suficiente para a afastar do alcance do jutsu. Estava agora a alguns metros do irmão enquanto via as ligaduras a irem ao seu encontro vindas dos lados. Com um salto para a frente, apoiou uma mão no chão para dar mais impulso e conseguiu desviar-se agilmente, a poucos segundos de ser apanhada.
Depois correu em direção a Hideo e desferiu um forte e rápido pontapé, que o irmão defendeu com o braço, sem dificuldade. Com a mão contrária à que tinha usado para se defender, Hideo lançou um soco em direção à barriga de Sora, que imediatamente cruzou os braços à sua frente. Foi arrastada alguns metros para trás, mas conseguiu recuperar o equilíbrio e voltar a investir. Voltou a avançar para ele, desta vez primeiro tentou uma rasteira, baixando-se e rodando sobre si com a perna esticada, que ele saltou para evitar. De seguida, impulsionou os braços para trás, usando as mãos como apoio e fazendo uma tentativa lhe acertar com os pés no queixo, mas, mais uma vez, Hideo defendeu. Com a distância que agora os separava, Hideo avançou com um soco de direita, que Sora desviou baixando-se rapidamente, sem ter tempo para antever o pontapé que vinha da esquerda. Posicionou os braços ao lado da cara e o peso do corpo para a esquerda, a pensar se com isto ganharia tempo de desviar ou não. Concentrou chakra o mais rápido que conseguiu e usou o Kawarimi no Jutsu para se esquivar do ataque do irmão.
Procurando um contra-ataque, foi para uma parede feita de rocha, atrás de Hideo, onde concentrou chakra e usou o Kinobiri no Jutsu Estava a preparar-se para realizar o Ranton: Denka mizu no kyū, quando ficou com a visão obstruída por um bando de corvos. É obra dele, apareceram vindos do nada, pensou, tirando uma kunai armadilhada que lançou para cima.
Contava que a explosão por cima si fizesse os corvos desaparecer e lhe proporcionasse uma aterragem ideal para um contra-ataque. Rapidamente fez um selo para provocar a explosão do papel e cessou o fluxo de chakra que a mantinha apoiada na parede. Quis olhar para o chão, que estava uns metros abaixo de si, para poder aterrar sem se magoar, mas os corvos não tinham desaparecido. Pelo contrário, haviam mais agora. Muitos mais. Eles tapavam-lhe a visão por completo.
Mal deu conta do grito agudo que lhe saiu da garganta provocado pela dor que sentiu quando embateu com as costas no chão cheio de pedras. Logo de seguida um raio acertou na parede onde tinha estado apoiada, uns metros acima de si, e a luz ofuscou-lhe a visão. Reparou também que, por instinto, tinha colocado os braços à frente da cara.
A primeira coisa que viu quando os tirou da sua frente foi a cavidade negra na parede onde o raio tinha acertado e a segunda foi uma luz que lhe impedia a visão e se aproximava. Reconheceu-a como o Ranton: Denka mizu no kyū. Como tinha os pés virados para a parede, percebeu que atrás de si estava o irmão e era de lá que vinha a esfera. Pôs-se em pé num salto ágil, mesmo com a dor que sentia, e de seguida deu mais um salto para trás. Teve que apoiar as mãos no chão para dar mais impulso para outro salto e nessa altura esbugalhou os olhos ao ver uma esfera brilhante a tocar nos seus cabelos por passar tão perto de si, à direita, e involuntariamente fechou os olhos. Naquele momento ficou desiludida consigo mesma por não se ter lembrado que haveria duas esferas de água eletrificada. A seguir ao estrondo que se deu atrás de si, tinha as mãos no chão e o corpo esticado em direção ao céu, quando a segunda a atingiu na barriga e lançou para trás. Uma vez mais as costas sofreram o primeiro impacto, batendo contra a parede.
Gemeu e levou a mão direita às costas e depois à bolsa. De lá tirou três kunais com Kibaku Fuda que prendeu entre os dedos e lançou rapidamente para o sítio onde pensava estar o irmão, enquanto a gravidade a puxava de volta ao chão. Como estava relativamente perto do solo, fez um enorme esforço para apoiar ambas as mãos no chão, com os braços esticados que suportaram o peso do seu corpo. Com cuidado impulsionou uma perna de cada vez para a frente até tocarem de novo no chão e ela estar de pé, apesar de os braços insistirem em fraquejar, como se estivesse a fazer o apoio facial invertido.
Queria cair de joelhos com as mãos agarradas às costas, mas esforçou-se por ignorar a dor. Com a noite passada a treinar, Sora tinha consciência que o seu chakra estava a acabar, bem como a energia.
- Então Hideo? – Disse a ruiva, sorrindo em desafio - Assim não é justo! Se não te deixares acertar não tem piada.
- Se me deixar acertar é que perde a piada. – Ele sorriu-lhe de volta. – Não me digas que já estás cansada.
- Pfffff, é claro que não. – Respondeu, escondendo o cansaço e a dor.
Sora concentrou chakra uma vez mais, fez os selos e exclamou “Kasumi Jūsha no Jutsu”. Do solo voltaram a emergir os Servidores do Nevoeiro que rodearam Hideo de todos os lados. A rapariga começou a correr velozmente em direção ao irmão, passando por trás dos clones com destreza, que corriam também, como se estivessem simplesmente no seu caminho. Enquanto isso foi colando papéis explosivos às costas das Soras que ultrapassava.

Hideo não tirava os olhos da irmã. Vi-a a correr entre os clones e pensava que ela passava entre eles para tentar ocultar a sua posição. Mas, sendo a sua irmã, poderia esperar por algo mais. Ainda assim não iria perder um combate, muito menos com a irmã mais nova.

A ruiva estava já a poucos metros do irmão. Surpreendida por não ver nenhuma jogada da parte dele passou um olhar rápido pelas redondezas, não fosse ser uma armadilha. Quando achou que estava perto o suficiente e tinha colocado o maior número de Kibaku Fuda que conseguia, começou a recuar usando saltos longos até perto da parede em que tinha embatido.
Os Kibaku Fuda explodiram logo de seguida. Mas Sora pensou ter vislumbrado uma sombra por um pequeno instante. Os papéis explosivos proporcionaram uma grande explosão, mas depois ouviu algo ao longe que parecia dizer:
- Ranton: Hageshī arashi!
O céu ficou ainda mais escuro e começou a chover quase torrencialmente. Vindo do nada e incrivelmente veloz, um único raio veio direito a ela e lançou-a contra a parede. Depois shurikens vindas do nada prenderam-lhe lá a roupa. Ficou agradecida por isso, porque se não ia cair para a frente.

- Devo dizer que armadilhar os clones foi uma ótima ideia. – Hideo estava por cima de Sora, com os pés na parede. – Lembrou-me os velhos tempos.
A rapariga suspirou e depois sorriu. O Sol estava a dificultar-lhe a visão, à medida que subia no céu. Ia olhar para cima, mas o irmão já se encontrava ao seu lado, depois de um salto subtil para o chão, a tirar as shurikens que a prendiam.
- Sai-me mal, não foi? – Sora cambaleava para a frente, cansada e cheia de dores.
- Nem por isso. – Quando o irmão passou um braço forte e musculado atrás das costas e passou o dela pelo seu pescoço, Sora viu uma queimadura extensa.
- Fui eu que fiz isso? - Perguntou-lhe, a apontar com a cabeça para o braço dele que estava à sua volta.
- Foste. Se calhar não eram precisos tantos papéis explosivos, aquilo quase que parecia o Inferno. Não sei como tinhas tantos. Apanhaste-me de surpresa. – Ele sorriu.- Continua a treinar. Eu quero a desforra por isto – apontou para a queimadura - e tenho um presente para ti. – Seguiu-se um silêncio. – Dá um beijo meu à Naomi. – Disse, com um olhar vazio, enquanto a ajudava a apoiar-se numa árvore.
Uma forte dor nas costas fez Sora perder uns dois segundos e quando lhe ia implorar que ficasse, o irmão já tinha desaparecido. No chão estava uma caixa branca com seis riscos pretos desenhados na horizontal. Ao abri-la encontrou seis hashis pretos para meter no cabelo envoltos num tecido verde. Reparou que eram algo pesados e bastante afiados quando os começou a meter no novelo de cabelo.
Olhou em volta na esperança de ver o irmão ao longe. Quando tentou caminhar, uma dor aguda surpreendeu-a. Cambaleando, tossiu um pouco e viu que tinha cuspido sangue. Muito obrigada, irmão…, pensou enquanto começava a caminhar lentamente até ao hospital para cuidar dos ferimentos.

Reservo

Ninjutsu: 3,75 + 0,5 = 4,25
Taijutsu: 0,75 + 0,5 = 1,25
Kenjutsu: 4,25 + 0,25 = 4,5
Genjutsu: 2,75 + 0,25 = 3
Selos: 3,75 + 0,5 = 4,25
Trabalho de Equipa: 1

Força: 2,5
Agilidade: 3 + 1 = 4
Controlo de Chakra: 4,5 + 1,25 = 5,75
Raciocínio: 3,5 + 0,25 = 3,75
Constituição: 3,25 + 0,75 = 4

Total: 5,25/7
Habilitações: 33 + 5,25 = 38,25

Comentários: Um bom treino, só me pergunto porque o Hideo continuou a lutar com clones... Acho que ao ver o "líquido negro" pressupõe-se que seja tal genjutsu, e ele por ser chuunin (se bem lembro) não perceber isto é meio estranho. Gostei mesmo da estratégia da Sora em colocar explosivos nos clones, foi algo que eu fiz no torneio gennin, mas com clones elementais (sim, sou malvada, dependendo da situação faço também com kage bunshin's, mwahahaha )
Actualizado

Bem, originalmente o treino tinha 5 páginas no word, mas tive o pressentimento que se calhar seria de mais Por isso andei a curtar umas partes e tals, incluindo as que eram mais filler do que luta em si, daí que não se tenha percebido tão bem que ele, mesmo não admitindo, lhe estava a dar um desconto'zito :/

Obrigada, Eve! ^^