Atravessando o campo, Kimura se dirigiu até o riacho que desembocava num pequeno lago com cerca de trinta metros de diâmetro. Chegando à margem, ele retirou as sandálias e focalizou seu chakra na sola dos pés enquanto se alongava para o início dos exercícios. Mantendo o fluxo de energia constante, ele adentrou na superfície gelada do lago até quando percebeu uma profundidade suficiente para cobri-lo até o peito. Então, como já estava alongado, começou a correr por cima d’água, dando voltas margeando o lago, tentando manter-se na mesma profundidade. Ele já estava acostumado com o Kinobiri, então a cada passo de sua corrida seus pés mantinham-se firmemente sob a água, criando apenas ondulações naturais na superfície límpida. Pretendia dar dez voltas, que possuíam um trajeto de cerca de um quilômetro. Na primeira, conseguiu correr com incômoda tranquilidade, por isso achou que precisava aumentar a dificuldade.

- Vamos lá! - Gritou ao aumentar a concentração de chakra nos pés, começando a deslizar como se estivesse patinando numa superfície espelhada. Seu Mizu no Kinobiri o ajudava a ganhar velocidade e era isso que queria. Continuando a deslizar, os músculos das suas pernas se contraíam pela força investida para cruzar as águas em velocidade, e graças a isso conquistou rapidamente a quinta, a décima e a vigésima volta. Foi quando começou a ficar ofegante e para não perder a concentração no fluxo, Kimura olhava para seus pés enquanto fazia movimentos rápidos e inclinava seu corpo para compensar a inércia nas curvas gerada por sua grande velocidade. Sua respiração ofegante começou a se tornar mais profunda e somente quando completou a trigésima primeira volta, ele ainda tentou aumentar sua velocidade, mas suas pernas e pulmões já queimavam de esforço, por isso preferiu poupar-se ao completar a trigésima segunda volta.

- Ufa. Terminei. - Balbuciou enquanto descansava por alguns minutos. Assim, quando se sentiu recuperado, Kimura novamente concentrou chakra nos seus pés e entrou no lago até a mesma profundidade para então deitar-se sob a água. Sentiu a água gelada nas suas costas, o que o fez aumentar a concentração para manter-se na superfície. Então, uma vez aprumado, iniciou as três séries de cem abdominais que havia se comprometido. Kimura subia e descia, elevando seu tronco até os joelhos, enquanto sentia seus músculos abdominais queimarem do esforço exercido. Ele gemia já nas últimas repetições, até que quando terminou, sem descanso, rolou o corpo rapidamente e focalizou o chakra nas mãos, ficando na posição para fazer as três séries de duzentas flexões que também havia prometido para si. Os movimentos eram difíceis, pois agora o forte vento formava ondas que faziam seus braços ficarem em níveis diferentes por um segundo ou dois, mas era suficiente para aumentar o nível de dificuldade necessária para elevar-se. Era justamente o que ele queria. Assim, após mais vinte minutos de flexões, ele terminou desabando sob a água.

Estava com abdome e braços rígidos da força que fez quando desativou o Kinobiri e mergulhou para lavar um pouco o suor que grudava em seu corpo. Então, após algumas braçadas para ganhar profundidade, Kimura se surpreendeu quando viu algo brilhante no leito lamacento do lago. Contudo, por causa do acúmulo de dejetos, ele não pôde ver com clareza o que era aquilo que refletia tão bem a fraca luz do sol. Curioso quanto aquilo, Kimura subiu na superfície e focalizou chakra fuuton nos pulmões, misturando-o com oxigênio. O chuunin preparou-se para mergulhar na busca do objeto, alongando-se mais uma vez, ele saltou nas águas e desceu até o fundo onde limpou a superfície e percebeu que se tratava de uma grande placa de metal enferrujada, cujas letras já haviam se apagado pela erosão. Parecia que ela estava ali há algum tempo. - Lixo. – Decepcionou-se, triste com o fato de não ser nada valioso, logo retornando à superfície. - Mas espere... Aquilo seria um bom alvo. - Completou ao se animar com a ideia.

Agora suas atenções se voltaram para a placa. Já sabendo onde ela se encontrava, o chuunin focalizou chakra nos braços e os esticou pela água até conseguir tatear o objeto. Forçando os dedos por baixo, a serpente convergiu mais chakra para os pés para não afundar e então usou os músculos das pernas, costas e braços num grande esforço para arrastar a placa até a margem. - Argh! Pronto! - Gritou ofegante, ao deixar a grande placa enferrujada cair na margem. Sentando-se pesadamente embaixo da árvore onde deixara a mochila, ele percebeu que já era hora do almoço, assim, abriu a bolsa e retirou o pequeno depósito onde sua mãe havia deixado sua comida. Kimura ficou pensativo por um momento imaginando onde prenderia a placa e como a utilizaria para treinar, contudo preferiu deixar para pensar na resolução dessa questão depois que descansasse. - Ai, ai! - Balbuciou enquanto bocejava. Aconchegando-se na mochila, sono começou a incomodá-lo, até que não resistiu e dormiu pesadamente sob a sombra do velho carvalho.

UMA HORA MAIS TARDE...

- Mas que merda! Dormi demais! - Gritou ao se levantar cambaleante e chutar a placa institivamente, só então percebeu que ainda estava sem sandálias. Seu dedo estalou no metal, fazendo-o pular de dor. Aquela placa havia assinado sua sentença de morte! Então, agarrando a placa com as mãos, Kimura pegou firme no objeto e usou a força de seus braços para arrastá-la com gemidos e suor até o carvalho onde dormia. Focalizando chakra na tatuagem, ele invocou uma kunai com linha shinobi e a girou num golpe preciso, perfurando o objeto metálico num som agudo, passando a linha através do buraco, onde a prendeu com um nó potente. Jogando a linha por cima do galho, numa altura mediana, ele puxou com força novamente a ponto de deixar a placa suspensa. Agora tinha um alvo perfeito. Pois a placa balançava com o vento, girando vagarosamente em seu próprio eixo. Efetuando alguns saltos mortais para afastar-se, Kimura esbarrou no velho saco de areia onde treinava seus golpes.

Foi então que teve mais uma ideia. Sem querer havia criado uma ótima forma de treinar arremessos, pois o saco serviria como um obstáculo a mais para acertar os arremessos na placa pendurada. Então, afastando-se mais quatro passos, Kimura pode ver apenas as extremidades da placa que saíam da cobertura do saco cada vez que ele balançava lateralmente. Focalizando chakra nas tatuagens, ele invocou cinco senbons e aguardou o vento com expectativa, até que a placa balançou, saindo da cobertura, dando-lhe uma chance para acertar. - Agora! - Disse em tempo de atirar as cinco agulhas com precisão, que se enterraram na lateral do alvo com um silvo metálico. Satisfeito, ele invocou mais cinco senbous e aguardou o vento agir novamente. Estava atento, concentrado e pronto. O vento soou nos seus ouvidos e novamente a placa balançou, deixando à mostra mais uma lateral enferrujada. No momento certo, arremessou todas as cinco senbous, e mais uma vez o alvo foi alvejado com precisão.

Invocando mais três shurikens após concentrar energia, Kimura os arremessou rapidamente sem aguardar o balanço da placa. Dessa vez, os projéteis se dirigiam pela tangente do saco de areia, quando o chuunin trouxe mais três kunais, arremessando-as com muita força para que ganhassem mais velocidade que os primeiros. Os projéteis se encontraram em pleno ar e o choque foi suficiente para desviar as kunais, que ricochetearam até o centro da placa de metal. - Isso! - Ele comemorava ao ver que havia acertado todos os três arremessos. Assim, já satisfeito por ter treinado bastante kenjutsus, resolveu passar para o taijutsu, dirigindo-se ao saco de areia à sua frente. Aguardando seu coração bater num ritmo normal, ele se alongou novamente e começou a esmurrá-lo. Jabs, cruzados e ganchos. Sempre mexendo os pés, Kimura inclinava o corpo e girava o quadril para obter mais força em cada golpe. Rapidamente agachava-se e efetuava uma ligeira rasteira e logo, num só movimento, elevava a mesma perna que utilizara para dar um forte chute lateral.

Ele usava os cotovelos e joelhos nas laterais do saco, além de chutes giratórios e frontais. Até que, entre as sessões de golpes, Kimura se empolgou com os movimentos rápidos e efetuou algumas cabeçadas, quando lembrou tardiamente que havia completado a areia com algumas pedras para que o saco ganhasse mais rigidez. – Filhada.... – Amaldiçoava ao passar a mão no corte em seu supercílio. Aquilo o enfureceu. E enquanto o sangue escorria, ele descontava sua raiva em seguidos socos na altura do que seria a cintura do inimigo. O saco balançava com a potência dos golpes. Ofegante, resolveu descansar um pouco, mas antes de fazer uma pausa, o chuunin rodopiou mais uma vez, dando um fortíssimo chute descendente que resvalou lateralmente no balanço do saco e, com os dois pés no chão, ele se agachou e deu um forte chute ascendente que fez o saco subir alto, desprendendo-se do apoio. Logo, Kimura focalizou chakra para realizar um shunshin e prendeu pés e mãos no saco, descendo com força até o chão. Seu golpe fora perfeito.

O saco estourou, jogando areia para todos os lados. – Droga, terei que reparar novamente. - Resmungou o chuunin. Exausto, foi até a mochila fazer um curativo para o supercílio. Olhando para cima, percebeu que o sol já estava se pondo, então resolveu por encerrar o treino, pegar suas coisas e retornar para casa. Entretanto, algo em seu íntimo lhe dizia que seu treino ainda não havia acabado. A voz de sua consciência lhe dizia que precisava treinar genjutsus, pois numa verdadeira luta, deve-se estar preparado para tudo. Então, arrastando-se pela trilha de volta, como sempre ele encontrou a estrada principal que retornava para Kirigakure. A fim de fazer sua consciência parar de reclamar, Kimura sentou-se à beira da estrada, escondido entre as folhagens, esperou que alguém passasse pelo local, daí conseguiria praticar sua técnica de ilusão sem incômodos. Não demorou muito até que um transeunte se aproximou. Era um homem corpulento que carregava uma cesta de frutas acima da cabeça. Estava concentrado apenas em não derrubar a mercadoria. Vendo o homem se aproximar, a serpente concentrou seu chakra no cérebro e efetuou alguns rápidos selos, enviando a energia para o cérebro do homem. Logo, a ilusão de uma árvore caída na estrada atrapalhava a passagem. O mercador se assustou, na certa se perguntando por que não vira aquela árvore caída antes. Entretanto, ele não ligou, e com um pouco de dificuldade, margeou a floresta e atravessou a ilusão sem maiores prejuízos.

Foi então que o ninja percebeu que mais pessoas chegavam. Dessa vez era uma senhora e uma menina. Elas andavam despreocupadas, olhando para o sol que se punha à frente. Kimura então, concentrando seu chakra no cérebro mais uma vez, olhou para as duas e fez todos os selos rapidamente, repetindo a ilusão da árvore caída. As duas recuaram num salto, assustadas, olharam para os lados à procura de alguém que lhes explicasse, mas, vendo que não havia ninguém, repetiram os movimentos do mercador e circundaram a ilusão. A consciência do garoto agora estava em paz, havia treinado praticamente tudo o que pretendia. Então, cancelando o genjutsu após perfazer o selo necessário, ele se levantou, recolheu suas coisas e mais uma vez caminhou vagarosamente até a vila. Chegando lá, sua mãe já estava pondo a mesa do jantar. Kimura estava muito cansado. Faminto, resolveu beliscar qualquer coisa na cozinha mesmo, sob as reclamações de sua mãe que preferia que todos se sentassem à mesa no mesmo horário.

BUMP!

Reservo (mas se alguém quiser passar por cima, à vontade, minha internet está um pouco complicada)

Ninjutsu: 40
Taijutsu: 40,75 + 0,75 = 41,5
Kenjutsu: 38,25 + 0,75 = 39
Genjutsu: 19,25 + 0,25 = 19,5
Selos: 19,25 + 0,25 = 19,5
Trabalho de Equipa: 7,75

Força: 35,25 + 0,75 = 36
Agilidade: 41,5 + 0,25 = 41,75
Controlo de Chakra: 61 + 1,25 = 62,25
Raciocínio: 14,5
Constituição: 47,5 + 0,75 = 48,25

Total avaliado: 5/5
Total das habs: 365 + 5 = 370

Comentários: Eis que acabaram minhas reservas de treinos do Kimura hahahaha. Gostaria de ter esta aptidão para escrever treinos como tu, se quiseres escrever alguns para a Tora sinta-se à vontade aushauhsuahsuhaushausha Eu realmente tenho pena do Kimura, nos treinos ele só falta morrer, coitado D= Tudinho atualizado