Depois de explicarem que aquilo tinha sido apenas um teste ás capacidades de Maiko, Arata disse:
-- E, agora podes ter a certeza, que, irás mais vezes parar ao hospital. - dizia em voz de gozo.
-- Vais iniciar um novo metodo de treino e vais aprender coisas novas - dizia o seu pai.
-- Por isso cautela porque vais ter muito, mas muito mais trabalho - dizia Hitomi e Raiden em coro.
Maiko não sabia se ficava contente por ter novos treinos ou receoso por ter novos treinos.
-- Haha! Veremos, veremos. - dizia Maiko...
-- Ai sim? - dizia em tom de desafio Arata. - Então o treino começa já hoje! Tens 1 hora para te preparares. Este vai ser o inicio da tua caminhada a ninja...


Passou menos de uma hora e Maiko já se encontrava com Arata, no mesmo local de há pouco. Estavam sós. Arata tinha pedido a todos para se irem embora, para ser mais privado.
-- Então o que vou aprender hoje? - perguntou entusiasmado Maiko.
-- Vais aprender as bases para qualquer mestre do Tori. - Dizia Arata contente. - Hoje irás assinar o contracto de invocação.
Os olhos de Maiko brilhavam ao ouvir aquilo. Sempre tivera um grande prazer em ver a sua mãe, tia e avó em chamar passaros desde pequenino. As memorias mais antigas eram de pequenos beija-flores que brincavam com Maiko quando este ainda era muito novo.
-- A sério! - dizia Maiko. - Boa!!
Arata ria-se levemente.
-- Segue-me. - disse Arata.
Maiko e Arata foram andando até chegarem a uma arvore e perto dessa árvore estava um scroll, com metade do tamanho de Maiko. Arata parou com a mão em cima do scroll.
-- A partir do momento que assines o contracto de sangue estás obrigado a respeitar todas as regras que estão impostas sobre as aves das Montanhas de Luz. - dizia Arata com um ar sério. Maiko acenou levemente com a cabeça em sinal de entendimento. Arata deitou o pergaminho no chão e desenrolou-o no chão. Estava ricamente decorado, com lindas e luminosas imagens e pequenos textos que Maiko não entendia. No centro do pergaminho estavam nomes de ninjas que tinham assinado o contracto. Os dois primeiros nomes estavam muito sumidos, tanto que Maiko não conseguia perceber quem eram, depois tinha o nome da sua avó. Ao lado estava outras incrições, a da sua mãe e a da sua tia e ao lado estava uma assinatura que Maiko reconheceu de imediato.
-- A Serena também já assinou o contracto pelo que vejo... já foi há muito tempo? - perguntou Maiko num tom de total disinteresse.
-- Assinou o contracto á pouco mais de duas semanas. Mas ela não se mostrou muito interessada. - dizia Arata calmamente. - Bem acho que já sabes o que tens a fazer - dizia Arata com um sorrido. Novamente Maiko acenou a cabeça e mordeu o dedo. Espalhou bem o sangue pela palma da mão e prencheu o espaço com a sua impressão palmar e depois com o dedo indicador escreveu o seu nome a sangue no contracto. Quando acabou de preencher o "O" de Maiko sentio algo no pulso esquerdo. Olhou para o pulso e a sua tatuagem parecia que tinha um ligeiro brilho, e , por instantes parecia que Maiko tinha percebido algumas letras daquela tatuagem. Mas o brilho desapareceu tão subditamente que Maiko nem deu importancia. Afinal não queria parecer um louco ao dizer á sua avó que uma tatuagem tinha "mexido e brilhado"... "Estupidez" pensou Maiko.

-- Parabens. - dizia Arata enquanto abraçava e dava dois bejos na face de Maiko. - Agora quero que invoques alguem.- disse Arata.
-- Quem? - perguntava Maiko. Conhecia poucas aves que ele, naquele momento, conseguisse invocar. Sabia que muitas, como Purinsu ou Shinto, era-lhe naquele momento, impossivel invocar.
-- Quem tu quiseres. Basta pensares em algo, e, se conseguires controlar o teu chakra bem algo te irá aparecer.
-- Muito bem. - disse Maiko.
Começou a concentrar chakra no seu corpo e a pensar em algo. Mordeu o polegar e fez os selos necessários. Pos a mão no chão e apareceu uma nuvem de fumo. Quando a nuvem de fumo, e no centro daquele circulo, apareceram ... três ovos.
-- OVOS! - dizia Maiko desiludido. - So consegui invocar uns miseros OVOS!
Arata não conteve o riso e mesmo sendo um riso não muito audivel Maiko protestou.
-- Foi a minha primeira vez! A seguir vai ser melhor.
-- Maiko concentra-te bem - dizia Arata entre riso.
Maiko concentrou-se, tentando esquecer aquele incidente e com rapidez mordeu outro dedo, fez os selos e bateu com a palma da mão no chão. A mesma nuvem de fumo e a mesma inscrição no chão e, mais uma vez ovos. Desta vêz eram cinco ovos.
-- Outra vez? Daqui a bocado posso fazer uma omelete - dizia Maiko zangado. - Não há nenhuma maneira mais facil. Alguma dica que me queira dar.
Arata olhou para o ceu e disse:
-- Lembra-te da recordação mais antiga que tens, do 1º passaro que viste, da tua primeira brincadeira com ele.
Maiko ouvia atentamente o que a sua avó lhe dizia e fechou os olhos. Por instantes imagens do seu passado vinham á sua cabeça, mas ele tinha de recuar ainda mais, mais para trás na sua memoria. Maiko, ainda de olhos fechados, esboçou um sorriso e repetiu tudo de novo. Concentrou chakra, mordeu o dedo, fez selos, bateu com a mão no chão. Abriu os olhos, ainda conseguindo ver a nuvem de fumo a erguer-se e a sumir-se no ar. Mas desta vez o circulo estava vazio. Nada. O desanimo em Maiko foi grande. Por momentos Maiko pensava que tinha conseguido algo. Olhou para Arata e, mesmo á sua frente algo, extremamente rápido e pequeno passou. Maiko segui um rasto verde prateado e, quando se virou, pode ver três pequenos colibris a pairar no ar, ao nivel da sua cara. Os três voaram rapidamente para Maiko e, com as suas longas e finas linguas, lambiam Maiko, para o conhecer ou para o premiar por um trabalho bem feito. Maiko começava a rir-se.
-- São iguaisinhos ao que a minha mão invocava quando eu era pequeno. - Dizia Maiko alegre.
-- Eles não são iguais. Eles são os mesmos - dizia Arata com um sorriso de satisfação no rosto. Maiko tambem ficara feliz.

Depois de muita brincadeira e de algumas explicações de Arata sobre o que Maiko poderia invocar, Maiko levantou-se rapidamente. Já deviam ser três da tarde e este ainda não tinha comido.
Arata essa tambem se levantou e fazendo selos de mão fez com que os colibris desaparececem numa nuvem de fumo. Arata ia para acompanhar Maiko quando repara nos sete ovos que estavam no chão.
-- Estranho. - Dizia Arata ao aproximar-se dos ovos. - Estes não desapareceram. - Maiko aproximou-se de Arata e esta fez outra vez selos e nada. Os ovos não voltavam para as montanhas de Luz.
-- Bem parece que vais ter de os levar - dizia Arata.
-- Eu?! - perguntava Maiko. - Porque?
-- Porque sim, afinal sao teus. E porque eu tambem tenho uma missão e não posso ficar a tomar conta deles. Vá apanha-os. - dizia Arata levantando-se e sacudindo a roupa.
Maiko apanhou-os todos na sua camisola.
-- Vê avó, todos apanhados - dizia ele segurando com uma mão a camisola e com a outra mão passava por cima dos ovos.
-- Muito bem... - dizia Arata. Mas Arata reparou em algo. Cada ovo, cada ovo que Maiko tinha tocado, tinha emitido uma fraca, mas visivel luz do interior de cada ovo, cada uma de cor diferente. Arata não sabia o que era aquilo, mas optou por não dizer nada, afinal a sua visão já não era o que era antes e aquilo podia ser alguma luz projectada das folhas da floresta.
-- Bem eu vou andando - disse Maiko, despedindo-se de Arata e desaparecendo rapidamente.

Quando Maiko já não se encontrava perto de Arata, ela mordeu os dois polegares e batendo com as mãos no chão apareceram dois pavões que iluminavam a floresta com um brilho difuso. Um emitia uma luz negra enquanto que o outro uma luz branca.
-- Chamaste-nos? - perguntavam os dois enquanto olhavam para Arata.
-- Sim. Preciso que sigam o meu neto, e guardem os ovos que ele tem.
-- Ovos? - disse o pavão branco. Apesar de não abrir o bico, a voz que ecoava na cabeça de Arata era uma voz femenina bastante docil.
-- Mas porque? - perguntava o outro. Este tinha uma voz masculina, melodiosa.
-- Preocupação, cautela, curiosidade. - dizia ela. - Se acontecer qualquer coisa fora do normal , peço que me informem de imediato, esteja eu onde tiver. - dizia Arata.
Os dois pavões acenaram com a cabeça e esvoaçaram na mesma direcção de Maiko, desaparecendo rapidamente numa explosão de luz negra e branca.
-- Será que... - pensava Arata, desaparecendo da floresta em penas.


Uma pasta era lançada para cima de uma mesa mal iluminada.
-- Onde é que ela está!? - perguntava algo enfurecida Tsuma. Tinha várias folhas na cabeça que prendiam um cabelo atado, para não cair na sua bata ensaguentada...
-- Pensei que ela já cá estivesse. - desculpava-se Keitaso, levando as mãos á cabeça.
-- Então vai busca-la! - dizia Tsume apontando um dedo a Keitaso que se transformava lentamente numa cobra de madeira. - Sabes muito bem que sou sempre eu que os oiço. Sou sempre EU que sofro as consequencias.
-- Agora estou ocupado. Decerteza que podes esperar mais uns dias. - dizia Kitaso calmamente.
-- Ela já cá devia estar! Não so deixamo-la fugir como não sabemos onde ela está. - dizia Tsuma obviamente irritada.
-- Muito bem, muito bem- dizia Keitaso enquanto saia da sala. - Vou chama-la. De certeza que ela, sendo uma mercenária tão boa como voces dizem - notava-se um ligeito tom de gozo na voz de Keiteso - deve de a encontrar. - dizia rindo saindo da sala.
Tsuma suspirou e voltou ao seu trabalho numa sala ao lado.
Em cima da mesa, iluminado por um foco central estava uma ficha, e com ela a foto de Akiko, com um carimbo que dizia "Importante - S.E "...

Muito BOM MESMO ADOREI

Grande filler como sempre Maiko, espero ver o desenrolar dessa história.

Ainda bem que gostararam ^^

Agora vai ser só segredos a partir de agora (e ainda não foi neste que apanhei uma grande sova lol)