Ultimamente tem feito bastante frio. É normal, afinal estamos no inverno; o ano vai findando e nada de interessante tem acontecido. Meus estudos na Academia estão perto de acabar, finalmente estou a um passo de ser gennin, o primeiro estágio da vida shinobi. Abri a janela naquela gélida madrugada, estava com uma terrível insônia e o aconchegante ar quente de casa estava a sufocar-me; é claro que poderia apanhar um resfriado, mas o frio nos pulmões acalmava-me um pouco, e decidi sentí-lo. O silêncio era absoluto, conseguia mesmo ouvir minha própria respiração. Uma densa névoa encobria a rua, deixando-me com visibilidade de apenas alguns poucos metros à minha frente. Não seria exagero dizer que Kiri - pelo menos naquela noite e naquele quarteirão - era um deserto frio: não havia animais nem bêbados a vaguear pelas calçadas, não ouvia-se som nem mesmo de insetos, e aquela doce calmaria poderia facilmente assustar alguém. Mas não a mim.

Pelo menos até perto das duas da manhã. Haviam-se passado cerca de quinze minutos desde que tinha sentado-me no parapeito da janela, a pensar na vida. Não consigo recordar-me exatamente em que estava absorta, mas um barulho alto rompera a quietude da noite e pôs-me em estado de alerta; parecia que alguém ou algo muito pesado havia caído do telhado de uma casa vizinha. Peguei minha katana que estava encostada ali perto, logo depois de colocar meu soprador de bolhas junto ao meu corpo, seguindo para fora. Olhei para a direita, mas minha visão periférica acusava que algo observava-me pelo lado oposto; rapidamente virei-me, mas o local estava vazio, obrigando-me a ficar ainda mais desconfiada - afinal, eu tinha a certeza de ter visto algo. 

Manti-me em posição ofensiva, mas estava tudo novamente quieto. Decidi voltar para dentro, começava a sentir os efeitos da baixa temperatura e não gostaria de cair doente. Pulei o parapeito de minha janela, mas notei que do alto do meu telhado caía um pedaço de papel. Apanhei-o, e para minha surpresa, uma pequena mensagem estava escrita - algo realmente pertubador, e que tirou-me de vez todo o resquício de sono que pudesse existir: "Terás um belo presente de Natal. Espera-me, Harima-chan. Ass - Miku-san. PS - Não mostre isso a ninguém; será o nosso segredo até minha volta". Saí em disparada de volta à rua; subi ansiosamente a parede de minha casa com o Kinobiri, tanto que quase caí umas duas vezes, e vasculhei todo o telhado à procura de algo que não sabia bem o quê. Poderia ser a Miku-san, mas não acreditava muito; mas é claro que nada havia lá em cima. Ainda corri por entre os telhados vizinhos, mas tudo estava na mais absoluta paz.

Lembrei-me de ter deixado a janela aberta, e voltei imediatamente à minha casa. Entrei desconfiada e ainda em estado de atenção: fechei todos os possíveis acessos ao meu lar e vasculhei todos os cômodos, mas tudo estava na mais perfeita ordem. Voltei a procurar o misterioso papel, que perdeu-se com a mesma facilidade com que aparecera. Decidi ir dormir - ou pelo meno menos tentar - , afinal tinha que preocupar-me com a proximidade dos exames. Mas será mesmo, que Miku-san... Por que raios ela não aparecia logo, não era mais simples? Deve ter sido mesmo uma peça que o cérebro pregou-me... Preciso mesmo descansar.

Nota da Eve:

Desde já deixa-me dizer-te...

Bem-vinda a Kiri!!!!!! È um prazer ter te na vila
Foi um filler pequeno mas de leitura agradável, parece que a amiga de Harima vai voltar eheheh that is good
Fico à espera que tenhas mais tempo para escreveres para ver um montão de fillers e treinos teus

Tens feitos Fillers pequenos, mas que em nada perdem de qualidade! A história move-se aos poucos e assim todo o mistério da pequena faxineira vai ganhando e perdendo intensidade. Contudo, compensas este escasso desenvolvimento de história ao revelares a personalidade da faxineira aos poucos!

Continua fofita!

Parece que a Miku-san realmente não morreu, mas também pode ser apenas alguém a usar o nome da pessoa que ela gostava (pode se dizer a única até  ). Só com o tempo e com a continuação da historia vamos ter a certeza de que realmente está a acontecer e qual é o verdadeiro mistério.

Continua a historia Linda