Sombras, são as únicas coisas que o jovem Brian consegue ver ao abrir os seus olhos, ele se levanta com dificuldade e ao olhar para seu corpo percebe que não está mais ferido e até mesmo seus hematomas parecem ter desaparecido. No entanto, suas roupas parecem não ter mudado e sua recente transformação em anjo negro para ter finalmente encerrado.

“Será que eu voltei para o Limbo?” _ pensa o jovem enquanto fica a observar o ambiente ao seu redor com bastante atenção, na tentativa de confirmar sua dúvida. Contudo, subitamente o local começa a se alterar e agora ele se vê no interior de um grande saguão, que segue por um caminho reto feito de mármore e cercado de enormes pilares negros, uma visão deturpada do que parece ser alguma espécie templo.

Sem pretensões ou mesmo um objetivo, Brian vai seguindo calmamente pelo caminho que se sucede a sua frente, ele consegue ouvir seus passos ecoarem no vazio, sendo o único som a quebrar este silêncio sepulcral. Então, após alguns minutos de caminhada (mesmo que a noção de tempo neste lugar seja controversa) o jovem fica diante para um enorme trono totalmente negro com mais de três metros de altura, feito de um material nunca visto pelo Borges mas que se parece com alguma espécie de mineral.

No entanto, mais surpreendente que o trono é a pessoa ou ser que está sentado nele, um humanoide de grande porte, talvez até maior do que o próprio trono e trajando um grande casaco negro que possui um capuz que oculta todo o seu rosto. Mesmo sendo a criatura mais medonha que o jovem já presenciou, ela apresenta uma postura serena e paciente, parecendo ser tão antiga quanto o próprio tempo.

-Quem é você? _ pergunta o jovem de maneira direta.

-Eu já tive muitos nomes ao longo dos milênios, alguns mais interessantes do que outros! Eu sou o único mau irremediável no universo e também a única certeza dos seres vivos, eu sou o FIM, ou como vocês preferem me chamar agora, Jashin! _ diz o ser primordial, com uma voz tão intensa que faz o Borges achar que sua mente pode explodir ao poder ter a chance de ouvir as palavras de tão poderosa e antiga entidade.

-Jashin!? Se isto é verdade então quer dizer que eu estou...

-Morto? Isto é você quem vai me dizer, Brian! Você finalmente completou o seu destino e serviu fielmente aos meus propósitos! _ diz Jashin com um tom de voz ainda mais misterioso.

-Do que você está falando? _ pergunta o Borges de maneira afoita, como se não tivesse mais nada a perder.

-A um certo tempo, o simples ato de ceifar vidas se tornou algo enfadonho e entediante para mim. Então, eu e Gaia, a deusa da criação e da vida, fizemos um acordo! _ diz o deus com uma voz bastante calma. -A cada ciclo de mil anos, eu escolho uma família e lhes dou uma chance de tentar burlar a morte, neste milênio esta dádiva foi entregue a família Borges. Você não se lembra da mensagem no suposto túmulo do seu pai, a que diz que você encontrará seu legado no fundo da cachoeira? Pois bem, um rio sempre escorre por um longo trajeto, ele pode passar por caminhos tortuosos e até mesmo pode acabar mudando o seu curso mas no fim ele sempre encontra o seu destino no mar, através de uma cachoeira!_ neste momento ocorre um pausa e o silêncio volta a assolar o local. -Contudo, de forma a deixar este jogo mais interessante, esta mensagem só pode ter ser lida pelo membro da família Borges que passou por um trauma capaz de corromper sua própria alma e no fim conseguiu supera-lo, tanto por meio do sangue, como seu ancestral Bartholomew Borges; como pelo autossacrifício, como você! _ termina o ser milenar, demonstrando com frieza toda a sabedoria e indiferença de um deus.

Assim, o jovem finalmente consegue entender aquela mensagem. Sua jornada passou por momentos tortuosos e muitas vezes ele pensou em desistir de tudo, mas assim como sua mãe costumava lhe dizer ele seguiu em frente independente das adversidades, chegando agora ao fim de sua jornada. Apenas um lágrima escorre do seu rosto e vai descendo pela sua face, levando com ela sua última gota de tristeza por tudo que havia lhe acontecido.

-Então, com a minha morte eu cheguei ao fim do meu trajeto e cumpri a profecia da família Borges... Sendo assim, qual é o meu legado?

-Uma escolha! Você poderá voltar para o plano terreno como meu emissário e terá mais poder do que sua vaga mente mortal pode imaginar. Ou...

-Ou o que? _ pergunta o o Borges de maneira bem ansiosa.

-Eu posso lhe conceder voltar ao mundo mortal ainda mantendo seus poderes atuais e levando consigo uma alma, que pode ser de qualquer pessoa que você desejar, até mesmo alguém que você amou muito. Contudo, saiba que algumas almas valem mais do que outras!  _ Jashin termina, dando ao jovem Brian uma escolha que pode mudar completamente o curso de sua vida em diante.

-Considerando o seu imenso poder, acho que você já deve saber qual é a minha decisão. _ diz o jovem com um sorriso discreto porém sincero no rosto.

-Então, só resta você me dizer qual alma você quer que retorne com você! _ proclama o deus enquanto fica batendo batendo calmamente os dedos da mão direita na braçadeiras do trono.

-Quanto a isto, eu gostaria de pedir um último favor! Eu creio que a alma da minha mãe deve valer um número elevado de almas de pessoas comuns. Então, eu gostaria de pedir que ao invés de trazer minha mãe de volta você revisse todas as pessoas que meu pai matou no ataque a Sunagakure.

-Por quê? Me responda, Brian! Por que abdicar da única chance de trazer a pessoa que você mais amou de volta em troca das vidas de pessoas que você nem mesmo conhece ou se importa? _ pergunta o deus, como se quisesse ouvir a reposta pela boca do próprio Brian.

-Por mais que possamos amar alguém, chega um ponto que os mortos não pertencem mais ao mundo dos vivos. Sobretudo, eu sei que é isto que minha mãe iria querer!

-Que assim seja! _ proclama o deus da morte, para depois levantar sua mão direita e aportar para um ponto localizado atrás de Brian.

Ao se virar, o jovem ceifero nota que uma grande porta surgiu um pouco atrás dele. Ele solta um leve suspiro e depois caminha até a porta e, quando sua mão toca a maçaneta, ele se vira para contemplar o deus uma última vez e diz:

-Deus Jashin! Por favor, diga a minha mãe que eu agradeço por todos os momentos que passamos juntos... Eu sei que foi ela que me puxou para longe do abismo, possibilitando que eu trouxesse meu pai de volta a razão! _ diz o rapaz de forma a passar com clareza todo o orgulho que sente por ser filho de Márcia Borges.

-Tais palavras não precisarão ser repetidas, sua mãe as está escutando atentamente. Adeus, Brian filho de Zetsu, filho de Sengoku! Nós logo nos encontraremos de novo, numa outra ocasião. _ fala o ser primordial de forma compassiva.

Após mexer a cabeça em sinal de consentimento, o jovem usa sua mão direita para girar calmamente a maçaneta da porta, liberando uma grande e intensa luz branca que transmite esperança para o Borges, que depois adentra pela porta no intuito de retornar para sua família.


Continua...

Novamente ótimo filler e como disse a ultima dadiva de janshin está a ser concedida a Brian e ele está a voltar da morte.

Pelo visto Brian tem mais coração que muitos outros personagens ao resolver trazer de volta a vida outras pessoas que ele talvez nem conheça ao invés de sua mãe.

Parabens e Continua

Meh, não gostei da personalidade de Janshin. Para um deus que venera a morte e destruição, conceder o desejo ao Brian de ressuscitar as pessoas foi um pouco dececionante. Estava à espera que ele fizesse um ultimato malvado que fizesse Brian ter uma decisão muito complicada ou que tivesse algum ato que fizesse jus aos seu nome, nada disto.

O Filler até foi escrito e a história continua boa, mas a atitude do Deus foi demasiado dececionante para eu te dizer que gostei do texto. Lamento :/

Mesmo assim, continua ^^

Há, muitas vezes um Deus é muito diferente da maneira que o veneram. Poseidon não é considerado um deus maligno mas a antigüidade fazia sacrifícios em prol dele e até mesmo Hades, o deus do submundo, ficou encantado com a musica de Orpheu.

Então, preferi mostrar um contraste diferente pois embora ele ceife as almas dos seres humanos bem ou mal é uma perspectiva dada pelos seres humanos aos Deuses, que estão muito além dessas concepções mundanas.

Mas mesmo assim, muito obrigado aos que leram ^^

Belo filler Brian, achei que o sunanin ia em fim morrer e se juntar ao deus da morte em seu reino mas você deu uma ótima solução e explicação para tudo. Foi bastante nobre por parte do ceifeiro reviver as pessoas que seu pai matou em vez de trazer um ente querido novamente a terra, todavia, confesso que já esperava isto.

Quanto ao Deus, diferente do Tsu, gostei da personalidade calma e pensativa do Deus porque geralmente a Morte não é coisa boa dependendo da situação, porém, é um mal necessário o que de certa forma acaba por tornar bom se analisado de determinado ponto.

Continuarei

Citação :

Quanto ao Deus, diferente do Tsu, gostei da personalidade calma e pensativa do Deus porque geralmente a Morte não é coisa boa dependendo da situação, porém, é um mal necessário o que de certa forma acaba por tornar bom se analisado de determinado ponto.

É como eu tinha dito ao Tsu, a concepção de bem e mau é coisa de seres humanos, a morte é tão maligna ou benigna quanto uma pessoa achar.

Citação :

Pelo jeito o jovem Sunanin está a pensar mais nos outros a não ser nele mesmo, já que teve a chance de reviver quem é mais importante para ele em prol da vida de inúmeras pessoas em que muitas não gostam dele. Agora é saber se vai perdoar seu pai e se ele vai se arrepender por tudo que fez a Suna.

As vezes, seguir em frente é a maior prova que alguém pode dar e ao abdicar da vida de sua mãe em prol da vida de outras famílias Brian está não só honrando a memória dela como também cumprindo o seu juramento de impedir que outras famílias passem pela mesma dor que ele passou.

Mais um vez, obrigado por lerem ^^