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Parece que as trilhas para Kiri não são tão seguras assim. – Comentou Daisuke, ao ver a cena de quatro homens que cercavam a carroça do idoso. Vestidos com roupas surradas, os meliantes não se pareciam com ninjas. À primeira vista armados apenas com ancinhos e clavas, eles gritavam com o velho para que ele lhes desse a mercadoria. Porém, examinando mais detalhadamente, somente um deles chamou a atenção do sunanin. O bandido que parecia o líder carregava uma espada cujos adornos brilhavam sob a luz da lua. –
Mas eu não tenho nada de valor! - Suplicava o velho. Não satisfeitos, os bandidos abriram a carroça e começaram a derrubar os pesados sacos de sementes, sob os gemidos de protesto da vítima indefesa. "Covardes.” - Pensou Daisuke, quando viu um dos bandidos bater no idoso.
Revoltado, Daisuke saiu do esconderijo num rápido shunshin. Usando chakra para invocar seu bastão condutor, o ninja já chegou levantando a perna com toda força no peito do primeiro meliante, fazendo-o cair em cima do outro que o ajudava a derrubar os sacos no chão. Os dois caíram desajeitadamente da carroça, enquanto o rapaz se debruçava agilmente sobre si mesmo para juntar chakra no bastão e desferir três fortes golpes no estômago, nas pernas e finalmente a cabeça do bandido, pondo-o inconsciente no mesmo instante. Só então, os três restantes viram que estavam sendo atacados. Desesperado, o idoso gritava enquanto testemunhava toda a ação dos bandidos que iniciavam os contra-ataques. Dois deles carregavam ancinhos, enquanto o que parecia ser o líder sacou sua espada.
Rodopiando o bastão nas mãos, Daisuke disparou numa corrida veloz para circundar a carroça e usar as mãos em rápidos selos ao manipular seu chakra fuuton, formando um bolsão de ar às costas de seu alvo. O bandido se distraiu com a corrente de ar e assustou com sua aparição repentina, quase não percebendo que o ninja já o golpeava o peito com toda força, empurrando-o para o colchão de ar que o expulsou para o alto. –
Argh! – Gritou o meliante ao ser estilingado para o alto. O segundo bandido não esperou o resultado da queda do colega e girou o ancinho contra o braço do gennin, que retirou o braço no último momento, mas não o impediu de cortar sua carne. O sangue espirrou e o rapaz gemeu. –
Esse desgraçado vai morrer! – Condenou o líder, avançando com a espada.
Daisuke inclinou o corpo e realizou uma pirueta acrobática para se livrar da estocada, deixando-o atingir somente o corpo da carroça. Agarrando o braço do outro assecla, o sunanin usou toda força de seu braço para girá-lo no alto e arremessa-lo contra o líder que agilmente saltou para cima da carroça, livrando-se do choque imediato. O ruído de seu corpo contra a carroça tonteou o bandido que não viu o rapaz arremeter contra ele e elevar o braço em gancho, que brilhou quando o chakra fluiu contra o peito do alvo num poderoso Lariatt. A pancada rachou a madeira da carroça e derrubou o bandido que o cortara anteriormente. Nesse momento, o líder estocou a espada novamente, terminando por perfurar seu ombro. O corte não foi profundo, mas sangrou bastante.
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Argh! – Gritou o rapaz, agachando-se para se desprender da lâmina em tempo de usar seu chakra para invocar duas linhas shinobi – uma de cada tatuagem – para arremessa-la contra o bandido que ainda caía, puxando-o com toda força contra o chão, abrindo uma pequena cratera no chão. “Este certamente não levantará mais.” – Pensou ao manter suas atenções diretamente voltadas ao líder sorridente. Rapidamente Daisuke invocou alguns shurikens e os arremessou com propriedade para distrair o último bandido, deixando-o com tempo para juntar as mãos em rápidos selos e enviar chakra para seu cérebro num esperto genjutsu. O homem nem percebeu o que o atingiu. Girando pelo lado esquerdo, o ninja da Areia manipulou seu chakra raiton e o enviou para as mãos após mais alguns selos.
O líder virou para o lado oposto, acreditando no genjutsu que era vítima, acabando por deixar suas costas livres para que Daisuke se aproximasse com grande velocidade e o atingisse com uma forte descarga elétrica quando o agarrou pela nuca. O bandido gemeu e tremeu fortemente, perdendo a consciência aos poucos até que caiu inerte no chão. –
Pronto. Acabou. – Aliviou-se ao acenar para o velho e se afastar pela mata. O idoso ficou atônito e nem teve tempo para agradecer a boa ação, limitando-se a recarregar sua carroça e partir para seu destino esperado, deixando os bandidos à própria sorte no meio da trilha escura. A noite para eles seria bem longa.
FIM