TREINANDO NOVAS TÉCNICAS
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Alterar a frequência do chakra... - Sussurrava Daisuke, no centro de campo de treino. O jovem ainda se acostumava com sua prótese, principalmente após o acidente recente com a peça. Mesmo assim, ele sabia que não poderia descansar, pois seus inimigos não sentiriam pena dele ou lhe dariam tempo para se recuperar. Ele nunca foi de treinar ninjutsus, mas já que não tinha toda a velocidade que tinha antes, nem podia contar com o Hachimon, Daisuke não teve alternativas senão ir por esse caminho. Assim, para aprimorar suas habilidade de seu novo elemento, ele manipulou seu chakra com habilidade, mudando sua natureza após realizar alguns selos chave para então tocar no chão e espalhar seu chakra doton. (Doton: Oshi Sacchi) Demorando alguns segundos até que alcançasse uma boa distancia, ele conseguiu sentir a pressão no solo de mais duas pessoas que passavam na rua lateral.
Ótimo exercício. - Pensou ao dividir seu chakra doton para espalhá-lo pelo corpo, retirando as mãos do solo para juntá-las num selo rápido, logo seu corpo começou a se mesclar com a terra até que finalmente sumiu sem deixar vestígios e quando chegou numa profundidade específica, ele manipulou novamente seu chakra doton para disparar na direção das duas pessoas que pressentira com o primeiro jutsu. Rapidamente alcançou as duas pessoas, saltando com agilidade logo à frente, interrompendo a passagem.
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Boooo! Essa não. - Tentou assustá-los, mas logo viu em que enrascada estava. Eram duas jounins tinham acabado de sair do serviço. Furiosas, a primeira fechou o punho e atingiu o rapaz com toda força. -
Idiota! Quer nos matar de susto! - Reclamou uma delas, projetando o rapaz contra uma grande lata de lixo que se fechou com sua entrada. Atordoado, o jovem ainda ouviu a segunda trancar a tampa da lixeira colocando uma kunai na tranca. -
Agora você aprende a não assustar mais ninguém. - Concluiu a moça, gargalhando enquanto se distanciava. Daisuke estava preso e o cheiro do local não era tão legal. Então, levantando-se com dificuldade, ele inclinou as pernas e apoiou as mãos contra a tampa trancada. Empurrando-a com toda força, o jovem gemeu de esforço e sentiu seus músculos contraírem com grande poder para arrombar a lata, mas não teve sucesso.
Bosta. Ele sabia que precisava escapar antes que o caminhão passasse. Sabia também que, pelo horário de seu treino, logo ele estaria naquela região.
Pense idiota. Pense. Reclamava quando finalmente passou a mão nos rebites que prendiam a tranca.
Isso. Então, juntando chakra na ponta do dedo, Daisuke utilizou o fluxo de chakra para aumentar sua força e atingir o primeiro parafuso com toda força que tinha. A força de seu dedo, acumulado com a descarga de chakra, estouraram o parafuso na mesma hora.
Puxando o dedo de volta, o jounin sentiu um profundo corte nos pedaços do parafuso que ainda ficaram no corpo da grande lixeira. O sangue escorreu. -
Assim não vai dar. - Sussurrou ao arrancar um pedaço de uniforme para ajudar a estancar o sangue.
Merda. Enfureceu-se ao ponto de fechar o punho com força e desferir um forte soco na lateral da lata, apenas amassando-o com grande ruído. -
Realmente as lixeiras-ninja são resistentes! - Gemeu. Ele sabia que se esmurrasse com força ele sairia, mas correria o risco de se cortar novamente. Precisava de outra opção. Então, após uma breve concentração, ele juntou as mãos novamente para realizar alguns selos enquanto juntava chakra fuuton no peito para disparar um projétil de ar comprimido contra a parede oposta da lata. O estrondo foi terrível e a lata amassou, mas mais uma vez não conseguiu perfurar a lateral. Daisuke ficava cada vez mais frustrado. Aquelas ninjas malditas deveriam pagar pela sua insolência. -
Já sei! - Comemorou sua mais nova ideia. Assim, juntando chakra na tatuagem que levava no pulso, Daisuke invocou seu bastão condutor, direcionando-o para outro dos três parafusos que ainda estavam de intactos. Ao longe ele já começava a escutar o ruído do caminhão.
Preciso me apressar. Então, fazendo mira com seu bastão, ele manipulou sua energia para que ele percorresse o bastão até que finalmente estocou com toda força que tinha.
Com a pancada, o terceiro e quarto parafusos foram destruídos, restando apenas um para poder se libertar. Mas quando fez mira, um grande ruído do motor hidráulico fez o latão tremer, e para o desespero do rapaz, sentiu ser içado para o alto do caminhão. Seus gritos não conseguiram ser ouvidos pelo barulho excessivo, e logo seu corpo foi atingido por peças de metal, vidro e lixo orgânico. E quando Daisuke caiu no fundo do caminhão, foi soterrado pela segunda pilha que o caminhão jogou. Estava enrascado. -
Não tenho tempo. - Balbuciou, usando toda força para tentar escapar e não engolir nada nojento. Mas não deu certo. Estava preso. Foi então que enfim pensou num plano eficaz. Então, manipulando seu chakra fuuton, ele percorreu seu corpo com essa energia e começou a criar um poderoso colchão de ar após rápida sequência de selos. O turbilhão envolveu a traseira do veículo e antes que o lixeiro pudesse puxar a alavanca do compactador, o lixo ganhou o ar num grande confusão. -
Mas que porra! - Reclamou o homem, revoltado porque teria que limpar toda aquela sujeira. Nesse momento, já sem o peso dos dejetos, Daisuke conseguiu escalar e fugir. Saltando pela lateral, ele sentiu grande dor ao retirar um pedaço de vidro que havia perfurado sua cintura. O sangue espirrou mais uma vez e o jovem começou a cambalear para casa.
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Ei! Espere! Vai limpar isso comigo! - Reclamou o lixeiro, empurrando o jovem.
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Vai à merda! - Esbravejou, cerrando o punho para atingir o homem com um soco.
CONTINUA...