Daisuke caminhava na direção norte quando algo lhe desagradou. -
Já não gostei desse país... - Reclamava a marionete gigante quando percebeu que um pássaro acabara de evacuar em seu uniforme. Balançando a cabeça em desaprovação, a marionete-viva usou um de seus braços para limpar a sujeira com um lenço que trazia no bolso. Contudo, apesar dessas boas-vindas às avessas, o ninja ainda podia admirar a bela paisagem que o País da Relva tinha a oferecer. Era uma planície florida, coberta por uma grama macia e dentes-de-leão que se espalhavam pela brisa numa manifestação flagrante da beleza natural. O ninja sabia que aquele local poderia ser um ótimo lugar para meditar, mas que naquela tarde, certamente aquela paisagem seria manchada por sangue. Assim, continuando a avançar através da trilha que levava ao vilarejo de Huuka, o nukenin se lembrava do boletim que recebera ao ser contratado.
Cuidado com sua beleza. - Avisaram-no antes que saísse do escritório de caças. O lutador tratou daquele comentário com desdém, afinal, já havia ficado com dezenas de mulheres bonitas em sua curta passagem pela carne, e as curvas de uma mulher certamente não o distrairiam naquele momento.
Pff.. Descruzando um par de braços, ele buscou mais uma vez a carta de baralho com o nome da procurada, tentando imaginar como ela seria... Cho Daiki. Era um nome peculiar, para uma ninja peculiar.
O Hiroshi brincava tentando imaginar se os pais da garota realmente estavam sóbrios para deixarem a filha com um nome estranho daquele. Esses pensamentos fizeram seu rosto abrir um sorriso estranho. Frio. Sem alma. A época de frivolidades terminara. Agora era uma máquina a caminho da perfeição, e não demorará muito para que esta máquina tivesse seu primeiro teste. -
É aqui. - Sussurrou para ele mesmo, olhando na direção de um pequeno vilarejo à beira-mar. Bem pequeno, a Vila era formada por apenas uma fileira de casas de madeira, que margeavam o balneário por alguns metros até uma alta encosta da falésia. O vento forte misturado com a maresia manchava um pouco o visor que tinha no lugar dos olhos, mas nada que atrapalhasse sua visão das pessoas que começavam a juntar-se nas areias aguardando a chegada de um punhado de pequenos barcos de pesca que retornavam com seus produtos naquele fim de tarde. Realmente um lugar simplório. Um lugar perfeito para uma ladra de valor se esconder. Talvez não. -
Onde será que ela guardava os seus roubos? - Sussurrava ao mesmo tempo em que caminhava na direção de seu alvo. Segundo as informações prestadas, Cho estaria em algum lugar naquele local e ele descobriria nem que para isso tivesse que destruir casa por casa. E foi então que começou a sua busca pela ladra, indo na direção de um grupo de seis jovens que dividiam um cigarro na varanda do primeiro casebre.
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Tenho uma coisa para negociar... Onde posso vender isso? - Perguntou com a voz rouca e metálica.
- Citação :
Enviando seu chakra para a cabeça dos jovens, Daisuke efetuou alguns rápidos selos por baixo do seu manto, escondendo seu real objetivo em prendê-los na sua ilusão.
A princípio os seis se assustaram com aquele homem gigante, cujo braço reluzente se revelou de dentro do pesado manto negro. Mas quando a grande mão revelou uma pedra preciosa, Daisuke percebeu que logo seus olhos brilharam com a proximidade da riqueza. -
Conheço sim. Acompanhe-me. - Comentou um deles, fazendo os outros se entreolharem com desconfiança. Apesar de perceber que talvez fosse apenas uma armadilha, o nukenin resolveu testar os limites dos jovens e ver até onde eles iriam para adquirir a joia. E mesmo que eles realmente não soubessem onde estaria o alvo, um pouco de exercício para esticar as juntas metálicas não seria nada mal. E foi assim que o grupo o atraiu para fora da trilha, indo na direção do paredão de pedra de onde a falésia começava. Gargalhando e contando piadas, eles pareciam despreocupados demais. Talvez aquilo fosse por causa do fumo que usavam, ou até mesmo a descontração natural da juventude que podia até ser confundida com arrogância às vezes. Mas o nukenin permaneceu calado e sério. Esperando que com sorte eles o levassem direto para a procurada, mas logo se decepcionou quando viu a entrada de uma gruta que adentrava pelo platô numa grande escuridão. -
Por aqui. - Comentou o que parecia ser o alfa do grupo. Rapidamente ele foi levado para dentro da gruta, onde mais homens bebiam numa espécie de bar adaptado. Era um local barulhento. Barulhento e grande. Aquilo realmente surpreendeu a marionete.
Enevoado pela grande quantidade de fumaça de cigarro, a gruta sem saída era de um tamanho suficiente para caber os dez homens que estavam sentados às mesas de madeira. Conversando e gargalhando, eles pareciam e fediam como pescadores que acabaram de chegar do mar, gastando seu dinheiro naquele inferninho. Daisuke já estava acostumado com aquele tipo de ambiente e não se sentiu desconfortável quando todos pararam de conversar para vislumbrar o gigante que acabara de entrar no "estabelecimento". Assustada, uma garçonete logo se aproximou para falar com o líder dos jovens que cochichou alguma coisa para mulher. O nukenin percebeu que a garçonete arregalou os olhos, caminhando a passos largos até o barman que terminava de servir algumas taças de saquê. O homem percebeu a inquietação da moça e logo olhou para a comitiva que aguardava à beira da entrada. -
Aqui... Venham. - Inquiriu o cara atrás do balcão, acenando com a mão. Os jovens sorriram baixinho como se tudo o que eles planejavam estava dando certo, quando continuaram a andar até o fundo do bar, onde adentraram por uma pesada porta de madeira na direção do que parecia ser um estoque de mantimentos. Pelo tamanho, Daisuke se abaixou para passar pelo portal e logo viu um homem sentado a uma grande mesa no meio de uns tantos caixotes empilhados e dois seguranças. De uma elegância que destoava dos outros, o homem atrás da mesa os olhou com impaciência, mas o ninja notou sua surpresa ao ver seu tamanho avantajado.
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Senhores, em que posso ajudá-los? - Perguntou, bonachão.
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Esse moço quer vender uma pedra. - Adiantou um dos jovens.
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Ótimo. Deixe-me vê-la. - Disse, estendendo a mão.
Daisuke então se aproximou da mesa, quase atropelando os jovens no seu caminho, e enquanto seu robusto braço esticava com a mão fechada, usando-o como distração, outro par realizava os selos necessários, manipulando chakra para utilizar a mesma estratégia que usou anteriormente, imbuindo com a ilusão de que segurava uma safira de ótima qualidade. A joia realmente parecia valiosa e mesmo sem ter que olhar de perto, o homem já cuspia um valor muito abaixo do preço que a ilusão tinha. O loiro balançou a cabeça, já com um plano em mente, e negou a cada novo valor que o mafioso oferecia. -
Sem interesse. Irei pela estrada do norte... De repente no próximo vilarejo terei mais sorte. - Disse o nukenin, fingindo guardar a peça de volta em seu uniforme. O negociante fez uma careta e antes que dissesse qualquer coisa, todos viram o brutamonte se inclinar para passar pela porta, saindo do bar sob os olhos curiosos dos bêbados. A semente estava plantada. Agora só restava à marionete caminhar de volta pela estrada norte na direção do outro vilarejo, como declarara aos presentes naquela dispensa escura. A noite já estava caindo e como era de praxe, Daisuke resolveu fazer uma fogueira para esperar seus futuros e ambiciosos convidados. Sentando-se à beira da estrada norte, o jovem buscou seu scroll e o abriu, juntando chakra numa das mãos para acionar o selo inscrito no objeto. Ele usou a técnica de selamento genérica para liberar uma boa quantidade de madeira seca que havia selado anteriormente.
Bem como avisaram, existiam poucas árvores neste país... O que dificultaria qualquer tentativa de se conseguir fazer uma fogueira e por isso resolveu trazer a madeira de sua região. Abrindo o seu manto, ele então efetuou alguns selos e moldou chakra raiton na palma de suas mãos, juntando-as contra a formação de madeira previamente arrumada. Um chiado elétrico fez a madeira aquecer rapidamente e por fim acender. Agora estava pronto para receber quem quer que fosse. -
Espero que não demorem. - Comentou, ao se recostar numa pedra na beira da trilha. Apesar de não sentir fome, ou sede, ou até sono, o rapaz ainda tentava se acostumar com aquela falta de necessidades fisiológicas. Era engraçado que às vezes ainda tentava cochilar, mas como não sentia cansaço, terminava por ficar impaciente. E foi isso que aconteceu. Fechando os olhos, ele ficou atento aos arredores até que a lua já estava alta no céu coberto por estrelas. Uma visão incrível. Ao longe Daisuke ainda conseguia ver a fraca iluminação que vinha das cabanas no litoral, e quando se voltou para a fogueira, ouviu um silvo peculiar vindo da escuridão. Com agilidade, a marionete rodopiou lateralmente e testemunhou a rocha onde se recostava se partir com duas lâminas de vento que vieram da área fora da precária iluminação da fogueira. Parecia que sua convidada acabara de chegar. Porém, parecia que não era ela quem começaria o ataque e logo alguns gritos em carga ecoaram pela planície na sua direção. De pronto, a marionete-humana reconheceu alguns dos jovens que conhecera, além dos seguranças do negociante.
Pareciam acostumados a emboscar viajantes na trilha, pois não se importaram com o perigo. Armados com espadas, os oito rapidamente o cercaram e aguardaram uma reação temerosa do emboscado, mas o que viram fizera-os tremer. -
Ótimo. Agora tenho alvos para meus braços! - Gritou o monstro animado, ao retirar o grande manto negro que o protegia dos olhares curiosos. OS homens recuaram alguns passos, mas logo pararam ao ouvir os gritos de uma mulher na escuridão. -
Covardes! Ataquem! - Inquiriu. Não foi preciso muito esforço para perceber que o plano de tirar Cho do esconderijo dera certo. Vacilando por alguns segundos, os bandidos mal perceberam a velocidade com que a marionete se movia, elevando o punho de titânio com grande força na testa do alvo mais próximo. O estalo projetou o primeiro contra a relva, matando-o instantaneamente. Vendo isso, os outros sete avançaram com ódio, iniciando uma chuva de estocadas da qual o ninja agilmente se esquivou enquanto rodopiava o pé para atingir outro no diafragma. O bandido perdeu ar, e logo sentiu a linha shinobi que Daisuke havia invocado de sua tatuagem enrolar em seu pescoço. Usando chakra para impulsionar sua força, seu terceiro braço puxou o segundo com muita força, acabando por decapitar o rapaz num corte limpo. O sangue espirrou. Enquanto isso, os outros braços já fechavam sua guarda, sendo atingido diversas vezes pelas lâminas que fizeram seu corpo tremer pelos danos recebidos. Ele estranhava porque não sentia dor, mas conseguia notar a destruição de suas peças.
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Insetos! - Esbravejou, juntando chakra no punho para desferir um grande okashô que partiu o chão numa grande cratera, enviando os bandidos restantes para o alto. O nukenin não queria perder tempo com reles comandados, e por isso, usou toda sua velocidade para invocar uma kunai em cada um dos seis braços, despejando uma chuva cortante nos homens que ainda pairavam no ar, ferindo-os mortalmente. -
Mas como... - Sussurrava Cho, ainda na escuridão da planície, quando viu que seus homens haviam sido trucidados pelo gigante metálico. Seus olhos arregalaram quando a máquina virou para sua direção. Olhos frios e sem alma. Um assassino. Saltando lateralmente, Cho balançou seus afiados leques, enviando uma forte rajada de vento cortante que Daisuke preferiu não esquivar. O fio da navalha eólica o atingiu em cheio, rasgando roupas e danificando seu corpo. Mas isso não o impediu de avançar. Passo a passo ele iniciava uma pequena corrida na direção da mulher que parecia não acreditar naquilo tudo. Desesperada, a mulher não teve alternativa senão soprar uma nuvem densa e venenosa contra o golen que rapidamente contra-atacou ao juntar as mãos numa cadência de selos para usar seu chakra fuuton e criar um bolsão de ar que expeliu a maior parte da nuvem para a estratosfera. Virando-se de um lado a outro, Daisuke acabara de perdê-la de vista quando foi atingido por uma bola de fogo gigante vinda de seu flanco direito. A potência da explosão foi suficiente para projetá-lo dolorosamente pelo chão até que por fim parou do lado oposto à trilha. Imóvel.
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É um idiota. - Provocou a moça, aproximando-se para ver sua nova vítima de perto. Passos lentos na direção do brutamonte, quando este sumiu numa pequena nuvem de fumaça, não deixando nada em seu lugar.
Um bushin?! Espantada, a musa ainda arregalou os olhos para procurar o original, mas logo sentiu uma poderosa mão ressurgir do chão, terminando por agarrar seu calcanhar. Só aí percebeu que o adversário também utilizara a cortina venenosa para realizar os selos necessários e dividir seu chakra para fabricar o clone, aterrando-se no chão só para esperá-la passar. Aquilo deu quase certo... Pelo menos se somente Daisuke soubesse aquele jutsu, pois quando ele usou sua poderosa força para balançar a procurada contra o solo, Cho também sumira sem deixar vestígios. -
Filha da mãe! - Gritou irritado, tentando encontrar a mulher que já disparava a sua frente na direção da falésia. Invocando alguns shurikens, o nukenin os arremessou com toda força para compensar a velocidade da ninja, disparando logo em seguida num rápido shunshin. Percebendo o ataque, Cho deslizou lateralmente e se esquivou, quando juntou os leques sobre seu peito para bloquear um poderoso soco que o nukenin desferira. O estalo amassou as armas, fazendo-a temer por sua integridade.
O sujeito é muito forte! E quando viu que a marionete se preparava para socá-la mais uma vez, a mulher rasgou o próprio uniforme, mostrando seu corpo escultural.
! Aquela manobra fez o caçador parar e vislumbrar a beleza da mulher por milésimos de segundo, distraindo-o o suficiente para receber uma saraivada de chutes rápidos e consecutivos.
Aquilo doeria caso ainda estivesse com seu corpo, mas como máquina, sentiu apenas a vibração angustiante de suas peças sendo cada vez mais danificadas a cada golpe que a mulher desferia, Quase amassando sua blindagem externa. Mas enquanto usava os outros quatro braços para se defender, Daisuke a viu saltar alto no ar, tentando fugir para longe da falésia. Ela era esperta em utilizar os golpes para atordoá-lo enquanto fugia, mas como quase nada dele era humano, o loiro conseguiu efetuar um conjunto de selos para enviar seu chakra doton pelo solo, criando um rio de lama vindo à sua direção, exatamente onde a mulher cairia. Dito e feito. Finalmente o Hiroshi conseguiu pegar a mulher em sua estratégia. Ainda sem perceber o que tinha acontecido, já que a escuridão camuflou o rio de lama, Cho aterrissou segura de que iria fugir num shunshin, mas logo caiu pesadamente no chão, escorregando descontroladamente na direção da marionete-humana. Daisuke só precisou elevar o braço em gancho e usar seu peso e força contra a garota que gritou de dor com seu Lariatt. Pernas ao vendo, o corpo da mulher pairou no ar, quando o caçador a envolveu com suas linhas shinobi, usando chakra para aumentar sua força e puxá-la de volta ao chão. O estrondo ecoou pela planície quando finalmente a mulher perdera a consciência dentro da pequena cratera que criara. Caminhando na direção dela, o loiro se agachou na lateral do buraco para averiguar que se tratava dela, e quando teve a confirmação, cobriu-a com seu manto para evitar mais distrações enquanto a levava de volta ao escritório para buscar seu prêmio. -
Você é boa, garota... Pena que me encontrou pela frente. - Sussurrou.
FIM
Assunto: Missão Bingo Book rank A - Cho Daiki 
Sex 28 Nov 2014 - 13:15
