Eram cinco horas da madrugada, ainda o sol não tinha dado sinais de vida, e já Takumi se encontrava vestido e com metade do pequeno-almoço tomado. Demorou cerca de meia hora a terminar de tomar o seu grande pequeno-almoço, tratou da sua higiene pessoal e saiu de casa, dirigindo-se para a biblioteca da vila. Era um edifício com três andares, sendo que cada andar tinha uns três metros e meio de altura, e possuía todas as paredes cobertas por estantes repletas de livros. Takumi dirigiu-se à secção de ninjutsu que era logo nas primeiras estantes à esquerda da entrada do edifício, pegou em três livros, dirigiu-se para o segundo piso e pegou outros tantos mas desta vez da secção de medicina. Dirigiu-se à recepção para registar o aluguer dos livros, em menos de dois minutos o aluguer efectuou-se e Takumi voltou para casa. Foi ao seu quarto, meteu os livros em cima da secretária quando de repente algo ou alguém empurra a porta com uma força brutíssima e grita:
- ACORDAAAAAAR
- Hey! Já estou acordado à que séculos tio! Escusavas de ter batido assim com a porta – resmunga Takumi
- IIIIIIH que exagero… como se isso fosse possível
- Tipo… era um exagero…
- Bem, mas isso também não interessa para nada. Sendo que já estás acordado “à que séculos” podemos iniciar o treino?
- Claro!
- Bem então vamos começar… desafio-te para um jogo de xadrez! Se perderes não almoças!
- Essa coisa do não almoçar é que não me agrada nada pá…
- A única regra diferente do xadrez clássico é o seguinte: vais definir um dos peões como sendo a tua representação no campo de batalha. Vais deslocar-te e matar como todos os outros peões… não podes é ser morto a não ser que na jogada seguinte mates o meu rei… - explica Santaku enquanto se dirigem para o salão de jogos/lazer.
- Então mas os peões são a peça mais limitada do jogo! Ainda para mais a probabilidade de eles ficarem encravados é grande! - resmunga novamente Takumi.
- Tu és muito limitado em relação à maior parte da comunidade ninja… qualquer jounnin tem maiores capacidades que as que tu tens neste momento.
- Então mas os peões deviam ser os gennins não?
- Os gennins não merecem entrar numa batalha a sério. Gennin é apenas uma fase de pura aprendizagem… raros são os gennins com habilidades decentes para o campo de batalha.
- Continuo a achar injutso… vamos jogar os dois com as mesmas regras então certo?
- Hum… Não…
- Mas isso assim é imparcial! Estás em vantagem!
- Tens que te habituar a estar em desvantagem. Vamos mas é começar a jogar… - disse Santaku movendo o cavalo branco da direita de um tabuleiro de xadrez que se encontrava no salão de jogos/lazer já com as peças em posição.
O primeiro jogo que fizeram terminou em menos de quinze minutos. Takumi não tomara as devidas precauções em relação ao peão que o representava no terreno, tendo sido morto pelo bispo de Santaku. O segundo jogo já foi bastante longo. Foi um jogo bastante intenso e muito bem jogado. Takumi já se encontrava muito mais concentrado e cada vez que jogava pensava em enumeras hipóteses de jogar e as respectivas consequências possíveis escolhendo sempre a com menos probabilidade de falhar. O xadrez fora um exercício mental muito bom. No final Takumi até se sentia exausto de tanto ter puxado pela cabeça.
- Bem, vamos passar ao treino de taijutsu. – atalha Santaku. – Segue-me até ao quintal.
Takumi obedece ao tio, e quando chega ao quintal leva um golpe forte no queixo que o deixa um pouco atordoado. Logo de seguida um soco na barriga faz com que se Takumi baixe a cara e mal Santaku parte para joelhada na face de Takumi, um antebraço aparece entre o joelho de Santaku e da face de Takumi. Foi a partir deste momento que a batalha de taijutsu realmente começou. Takumi decidira não utilizar a sua linhagem pois aí não estaria propriamente a melhorar o seu taijutsu natural. Takumi levou um bom enxerte de porrada do tio mas nunca desistiu nem nunca recorreu a qualquer ninjutsu de esquiva como o mizu kawarimi ou o próprio kawarimi no jutsu. A batalha teve uma pausa passado duas horas para almoço (almoço este que Takumi devorou desenfreadamente). Após o almoço os dois voltaram e continuaram na base do Taijutsu mas antes de iniciarem novamente um combate Takumi teve que fazer um montão de flexões, abdominais e agachamentos sempre com pelo menos o peso de Santaku em cima (por vezes um ou outro empregado era chamado para aumentar ainda mais o peso). Antes do inicio do combate de Taijutsu com o tio, Takumi estava com os músculos todos doridos. Por um lado os braços pareciam mais leves mas todos os movimentos que Takumi realizava com estes provocava algum incómodo pois aquela sensação não era muito confortável. Também a força que possuía nos braços era claramente menor. Quanto à barriga Takumi sentia-se dorido mas isso não prejudicava muito o seu movimento. As pernas pareciam do dobro do peso pois Takumi tinha que se esforçar bastante para se deslocar.
- Ora agora é que vais levar um porradão a valer! – provoca Santaku.
- Posso levar um porradão mas não terás o prazer de me ver desistir! – responde Takumi, provocando de certa forma o tio.
- Ai é? Isso é o que vamos ver! – grita Santaku, iniciando uma série de golpes que eram quase na totalidade todos desviados por parte de Takumi ou então bloqueados.
O combate alongou-se mais umas duas horas. Combates desta longevidade eram a coisa mais cansativa que havia. Takumi bem que preferia fazer musculação ou gastar muito chakra no treino do ninjutsu. Nada se comparava ao cansaço físico e psicológico de uma luta de Taijutsu desta longevidade. Após uns breves alongamentos e uma desinfecção dos arranhões e das feridas que Takumi possuía, Santaku deu o treino por terminado. O resto do dia (exceptuando o jantar) foi passado dentro do quarto, no meio dos livros que havia alugado naquela manhã a estudar ninjutsus médicos. A vontade de aprender este tipo de ninjutsus era mais que muita e não queria de forma alguma estragar o plano de treinos que o Santaku tinha. Para salvar Hana tinha que trabalhar arduamente e sozinho.