Depois de caminhar por quase meio quilometro, os três gennins da futura "Kumo Nove" tinham percorrido completamente o lado oeste do planalto, depararam-se então com um dos pergaminhos, deitado sobre kanjis e runas desenhadas no chão rochoso.
- Esse é o primeiro dos três pergaminhos, supostamente contem um terço da adivinha que temos de responder para que Kenai nos aceite como alunos. - Relembrou Sagiri.
Aidam, o jovem dos cabelos prateados, e Takino, o jovem com vestimenta peculiares, olharam-se por momentos.
- Mas cada pergaminho também tem um desafio. Como é que será que eles funcionam? - Perguntou-se Aidam, incerto de que estava pronto para o desafio desconhecido.
- Já vamos saber. - Exclamou o ninja dos cabelos negros, e sem hesitar caminhou até ao pergaminho, pegou nele e abriu-o.
Antes de algum dos jovens ter hipótese de ler os conteúdos, o pergaminho desapareceu numa nuvem de fumo branco, os três ficaram boquiabertos e sem palavras, a pensar que tinham falhado o desafio antes sequer de saber o que tinham de fazer. Instantes de silêncio mais tarde, Aidam não pode mais guardar tanto nervosismo dentro de si:
- O QUÊE!? O que é que foste fazer? E agora? De volta à academia? Eu sabia que não devi... - Foi interrompido quando uma nuvem de fumo massiva explodiu à frente deles.
Por ser algo inesperado, Sagiri inalou um pouco do fumo e tossiu levemente, de seguida cobriu parcialmente os seus olhos e boca com os braços, formando uma cruz à frente da sua cara.
À medida que o fumo dissipava-se, uma paisagem completamente diferente era revelada:
Um enorme lago encontrava-se agora diante deles, a sua forma aproximava-se a um círculo e o seu diâmetro era cerca de dez metros, o tom da água era escuro, indicando uma profundidade assustadora.
No centro do lago nascia uma amoreira, apesar de estar coberta numa densa folhagem verde saudável, era possível observar um pouco da estrutura do tronco, era grosso com um diâmetro de dois metros, crescia como um cilindro e aos seis metros de altura dividia-se em duas ramificações maiores, que por sua vez culminavam em centenas de ramificações de diferentes tamanhos. Num destes troncos encontrava-se o pergaminho, já aberto.
- A merda que um ninja tem de passar na sua vida... Algum de vocês gosta de nadar e trepar árvores? - Observou Takino com esperança de que um de seus parceiros se oferecesse.
- Eu vou se ninguém se oferecer... alguém tem de o fazer, mas ficam-me a dever uma! - Exclamou a Kunoichi revelando a sua força de vontade.
- Relaxem, isto é fácil. - Disse Aidam ao apertar o nó que prendia o hitaiate à sua testa.
Na academia o jovem dos cabelos prateados era extremamente envergonhado e nervoso, por isso Takino estava um pouco hesitante em deixá-lo fazer aquilo. Mesmo assim, a personalidade dele não o deixou resistir a fazer uma piada:
- Não te imaginava como nadador nem macaco... mas força, nós damos apoio moral!
Aidam limitou-se a responder com um olhar sorridente e de olhos meio fechados, como se quisesse dizer "não chega já de gozo?". De seguida executou lentamente uma série de selos e ao acabar exclamou:
- Kinobiri no Jutsu! - Iniciou então um passo de corrida sobre a água a velocidade impressionante, e em tempo recorde trepou à árvore utilizando apenas a sola dos pés, até que alcançou o pergaminho.
- É lá! Temos skill'! - Festejou Takino.
Sagiri apenas sorriu, e Aidam sem querer perder tempo leu o pergaminho para si, guardou-o no bolso e retornou aos jovens.
- E então? O que é que isso diz? - Perguntou o ninja de roupas excêntricas, ansioso.
- "...branco depois da morte." - Disse o jovem dos cabelos brancos num tom nervoso.
-
"Morte... que agressividade... será que os outros pergaminhos são igualmente sinistros?" - Filosofou a menina do grupo.
- Branco depois da morte? Eu conheço essa... é um ovo! - Exclamou Takino entusiasmado.
- Não idiota! Isso é ao contrário, "qual é coisa coisa qual é ela que cai no chão fica amarela". - Gritou Sagiri, tamanha idiotice tinha sido capaz de irritar uma pessoa serena como ela.
- Ah... pois é! Precisamos de mais pistas, vamos agora ao pergaminho Norte para poupar algum caminho.
***
Passaram-se minutos com os jovens a caminhar pelo planalto em direcção ao segundo pergaminho, aproveitaram este tempo para socializar e tentar desvendar o que é que se torna branco depois da morte.
Chegaram então a uma formação rochosa com um pergaminho no meio, tal como da primeira vez, à volta do pergaminho encontravam-se letras formando círculos e outros desenhos interessantes.
- Ali está, o segundo pergaminho! - Exclamou Aidam. - O que será o desafio desta vez?
- Farei as honras novamente! - Uma vez mais Takino assumiu o cargo de abrir o pergaminho.
Desta vez nenhuma explosão de fumo aconteceu e o conteúdo tornou-se instantaneamente visível:
- "O que é negro quando obtido..."
- Esse deve ser o inicio da advinha! - Aidam apontou o seu dedo para a primeira letra do pergaminho. - Esse "O" está em maiúscula, no pergaminho do Oeste a frase começava com reticências e a primeira letra era minúscula.
Takino deu uma palmada amigável nas costas do ninja dos cabelos prateados antes de o admirar:
- Quando queres és esperto!
Sagiri por sua vez ignorava a conversa, os seus olhos estavam completamente colados no céu, os dois rapazes olharam para ela e perguntaram o que se passava.
- Penas. - Informou a kunoichi, ainda a olhar para cima.
Uma chuva de penas brancas e suaves descia dos céus em direcção aos três.
- Mas que raios!? Eu bem estava a ver que faltava o desafio, mas o que significa isto? - Exclamou Takino.
- Genjutsu, ilusões. Esta vai colocar-vos num sono profundo, é uma técnica avançada de rank A, mas apesar de ser subtil é razoavelmente fácil de quebrar. - Descreveu a kunoichi num tom calmo.
À medida que as penas chegavam ao chão, os jovens começavam a ficar cada vez mais sonolentos, e ao mesmo tempo que os rapazes caiam ao chão num sono profundo, Sagiri formava um selo com a sua mão enquanto que preparava um jutsu de libertação.
Por entre as pedras uma figura humana revela-se criando uma situação deveras assustadora, mesmo assim a shinobi concentrou-se em realizar o seu jutsu.
O homem da máscara caminhava em direcção aos três, a ninja dos cabelos negros pode ver que ele tinha a altura de um adulto, vestes negras, um manto, nada que indicasse a sua vila de origem. A máscara era branca com uma lágrima vermelha desenhada na bochecha direita, cobria totalmente o rosto e tinha ainda cabelo longo falso, ajudando ainda mais a manter a identidade do homem confidencial.
- Genjutsu no Kai! - Exclamou ela libertando chakra e escudando-se a si própria da ilusão do sono. Takino e Aidam ao seu lado já estavam a dormir, ela podia quebrar as ilusões deles, mas primeiro tinha de descobrir o que era aquela presença que se encontrava agora a dez metros dela.
- Impressionante. - Disse ele numa voz distorcida.
- Quem és? Foste tu que usaste o genjutsu? - Perguntou ela com uma kunai na mão e pernas flectidas, pronta a atacar se fosse preciso.
- Essa ilusão é parte do teste do vosso sensei... Eu apenas pretendo aproveitar-me dela. - Disse o adulto enquanto que se aproximava. - Não esperava que conseguisses resistir a esse genjutsu, és digna da tua família.
-
"Digna da minha família? O que quer ele dizer com isso? Os meus pais nem são ninjas, são apenas traficantes."Executando um Shunshin, em menos de um instante o homem moveu-se até à Kunoichi e colocou a sua mão direita na testa dela, ao mesmo tempo com a sua mão esquerda impedia que ela o atacasse com a faca.
- Mas tu ficares acordada não vai alterar nada, porque este jutsu vai te paralisar de qualquer maneira.
A kunoichi tentou lutar de volta, mas era inútil devido à discrepância da sua inexperiência contra o poder daquele shinobi desconhecido. Soltou então um pequeno grito entre finas lágrimas, à espera que Kenai ouvisse, ou que Aidam e Takino acordassem do seu sono profundo.
- Tenho notícias para ti por isso abre a tua mente, Kokoro no heya!
- Spoiler:
Nos meus planos o conteúdo deste filler era para estar no segundo... mas não consigo enfiar muita história em pouco texto, eu gostava até de ter as coisas descritas mais profundamente >.<
Vamos lá introduzir um dos vilões da minha história