- Anteriormente:
Após uma intensa semana de treino físico e aprendizagem dos princípios base do Cursed Seal, Zehel foi posto à prova num teste que o apanhou desprevenido. Alheio ao procedimento do teste, foi confrontado com uma luta contra um utilizador capaz do selo amaldiçoado. Este cedo pressionou o rapaz a cair na loucura falhando assim o seu exame.
O som do alarme do despertador acordava Zehel do seu sono profundo, fazendo-o abrir os olhos assustado com o barulho. "5 da manhã..." Pensava o rapaz para si mesmo desligando o barulho e levantando-se da cama. No dia anterior tinha falhado no seu teste e naquele dia tinha de deixar a colónia antes do sol nascer. A seu lado Ykarus levantou-se também, espreguiçando-se longamente.
- Bom dia. - disse ela ainda no meio do bocejo.
- Ainda não é bem de dia, está na hora de irmos. - falou o rapaz deixando a cama e pegando na sua t-shit e casaco.
- Não fiques triste por ter falhado, Bengal deu-te um prazo demasiado apertado, numa semana é quase impossível alguém dominar totalmente a sua transformação para ficar utilizável em batalha. - esclareceu a rapariga, respondendo à tristeza que sentia no coração do jovem.
- Quase impossível é margem suficiente para trabalhar. - ripostou ele insistindo no seu insucesso.
Com o seu braço levantou o pano branco que cobria a entrada da pequena casa onde tinham sido enviados depois do exame, ficava na periferia da colónia, onde podiam sair desta sem dar muito nas vistas. Assim que destapou a entrada, foi recebido por um corpo musculado e bronzeado que quase cobria a passagem toda. Guilly ficara à espera deles ali querendo despedir-se de ambos.
- Ela tem razão Zehel. - a sua voz roca denotava um sentimento de culpa ao ter permitido que um prazo tão apertado tivesse sido imposto. - Numa semana era impossível dominares uma mutação complexa como a tua.
- Mas continua a ser um falhanço. - a tristeza em Zehel mantinha-se dissessem o que dissessem, ele tivera a oportunidade e deixara-a passar.
- O falhanço de uns pode ser o sucesso de outros. - falou uma voz alegre vinda de uma pessoa oculta pelo fisico de Guilly.
Movendo-se agitadamente, o homem gigantesco virou-se rapidamente para ver quem falava, não estivera ninguém com ele até aquele momento. No seu movimento revelou atrás de si uma figura de estatura semelhante à de Zehel, um metro e sessenta e oito, ombros largos e membros rijos. Possuía cabelo ruivo, apanhado num rabo de cavalo que lhe chegava às omoplatas e uns óculos redondos que repousavam em frente aos seus olhos âmbar.
- Haa, não te vi chegar kari. Zehel, não tiveste oportunidade de conhecer este belo personagem intrometido, Kari é o nosso cientista regente. É ele quem trata de recolher informações das mutações de todos os amaldiçoados e ajudá-los a compreender como funcionam. - explicou Guilly apresentando o cientista ao rapaz.
- O que queria dizer com aquela frase. - ripostou o kirinin antes de se dizer mais qualquer coisa.
- Ora meu caro rapaz! Como é óbvio irei aproveitar para sair deste pedaço de areia do inferno. Irei contigo se-me permitirdes e ajudar-te-ei a dominares essa mutação curiosa que tens. O falhanço deste tipo de treino leva-me a crer que não interessa o quão bem se explique o que é o chakra natural nem essas coisas teóricas todas. Tu precisas saber exactamente aquilo que é a tua mutação. Noutras palavras, tu precisas de saber o que és ao certo, precisas de conhecer intimamente o teu selo para o conseguires usar. São conceitos muito rabiscados, eu sei, misturando um pouco de psicologia com a aceitação da biologia podemos obter talvez a tua resposta. O teu cérebro não consegue aceitar o selo que não conhece e por isso repele-o. - a boca do homem começou a vomitar aquelas palavras sem parar um segundo.
- Mas que raio Kari, teorias dessa magnitude logo de manhã? O teu cérebro não para? - queixou-se Ykarus atravessando a passagem.
- Como tu cresceste minha querida, já à quanto tempo! - exclamou o homem abraçando a rapariga.
- Bebeste demasiado café hoje. Zehel, podemos levá-lo connosco? Ele pode muito bem ser a resposta aos teus problemas da maldição. - pediu a rapariga de olhos esverdeados.
Imobilizando-se numa posição direita olhando para o chunnin, o cientista da colónia aguardava pela resposta sustendo a respiração.
- Aff, podes vir sim, por favor sai dessa posição esquisita que me estás a fazer comichão. - falou o rapaz virando-se de costas. - Estamos no ir.
E dizendo aquilo fez uma série de selos enquanto concentrava chakra, mordeu o dedo e pousou a mão no chão completando o contrato. Numa onda de fumo surgiu uma cabeça de feições aterrorizantes que flutuava no ar.
- Estou à tua espera à 3 horas Zehel... Andas a brincar com a vida tu. - reclamou chateado o contemplador saindo da nuvem de fumo com mau humor.
- Impossível, são 5 da manhã. Não me venhas com as tuas tretas. - ripostou o jovem de kirigakure.
- Hmm pois, mas aqui o horário são mais 3 horas do que perto de kirigakure. - falou o cientista adoptando uma pose de professor catedrático explicando ao aluno de 1º ciclo que a terra é redonda e as horas são diferentes noutros países.
- Ora toma e embrulha. Eu gosto dele. - declarou a invocação desaparecendo de seguida.
Zehel segurou a mão de Ykarus e de Kari sabendo o que aconteceria a seguir. Uma onda de fumo cobriu todo o local desértico, ocultando a saída dos 3 shinobis. Quando voltaram a sair da onda de fumo, Zehel, Ykarus e Kari encontravam-se em valeria, tendo sido transportados pelo contemplador que usara a invocação inversa.
- Para aqueles que nunca cá estiveram, bem-vindos a valéria. - disse o contemplador começando a movimentar-se na direção de uma cidade em ruínas.
-woah, isto é o local da tua invocação Zehel? - perguntou Kari boquiaberto com o sitio.
-Sim é o habitat da minha invocação e o berço do meu clã, naquele palacete ao fundo era onde o herdeiro do clã e os seus nobres viviam. -disse ele apontando para o palácio desgastado pelo tempo e em más condições.
- Mas isto é o sitio perfeito para dominares o teu cursed seal, não há nada que saiba mais de chakra natural que as invocações. Até no ar se consegue sentir a elevada densidade de chakra natural! - disse o cientista abrindo os braços e inspirando fundo.
- Vocês sabem sobre o chakra natural e nunca me referiram nada? - perguntou com um ar chateado o kiri nin, fitando agressivamente o contemplador.
- Eu não faço ideia do que ele está a falar... - desculpou-se a cabeça flutuante começando a voar dai para fora.
- Não são todas as invocações que sabem... - falou uma voz doce atrás deles.
Zehel reconheceu de imediato a voz da sua tia que se deslocara do palácio ali para os receber.
- Oi tia, como tem estado tudo por aqui? - perguntou ele cumprimentando a mulher loira com um beijo na cara.
- Pacifico finalmente. Só há mais movimento quando o teu pai decide ir treinar com uma das invocações mais fortes. - respondia-lhe a mulher virando-se depois para os dois shinobis que tinham vindo com Zehel. - Bem-vindos a valéria, o meu nome é Mira, se precisarem de ajuda com alguma coisa é só chamarem.
- Obrigado tia, eles agora ficam ao meu cuidado, não te preocupes. O meu pai saiu hoje? Ou está no palácio? - questionou o rapaz.
- Hoje ficou pelo palácio, é a vez de ser ele a limpar a casa. - ripostou a mulher continuando a andar na sua caminhada matinal.
- Ui, é melhor não entrar-mos lá agora... A não ser que queiramos morrer já. - aconselhou o rapaz fazendo Ykarus rir por saber como Akira era quando limpava. O homem irritava-se sempre com um tufo de pó irritante e havia sempre vassouras a voar.
- Podias-me fazer o tour da ilha Zehel-san? - pediu Kari curioso com os edificios que o rodeavam.
- Claro, pode ser que percebas como me ajudar melhor a dominar o selo. - falou o rapaz vidrado na possibilidade das suas invocações serem a resposta para ele dominar o seu selo.