Bem-vindos à 2ª fase do Exame Chuunin!
Aqui encontrarão equipas de todo o mundo a tentarem a sua sorte para subirem o seu rank! Será que a tua equipa conseguirá?

Cada equipa começa com um scroll (pergaminho) aleatório, fornecido por um dos árbitros do exame no primeiro check-point. O objectivo é apanharem o outro scroll que necessitam (como equipa) para ficarem com dois. Precisam que eles formem um par (um scroll do céu e um scroll da terra). Não é válido um par com dois scrolls iguais.

O local escolhido para a realização do Exame foi um dos arranha-céus abandonados de Amegakure. Todas as equipas começarão numa das várias entradas na rede de esgotos, em localizações diferentes. Terão que encontrar um dos primeiros check-points para receberem o seu scroll (existem vários check-points, uma vez que a rede de esgotos é em labirinto e para não haverem emboscadas a outras equipas na parte subterrânea). Lá serão encaminhados para uma das várias entradas para o rés-do-chão do arranha-céus, onde será realizada a missão propriamente dita, e terão que chegar ao topo do edifício. São, no total, 101 andares (rés-do-chão + andares). No topo do edifício estará o último check-point. É lá que finalizarão a prova, com a entrega dos dois scrolls a algum responsável pelo Exame.


Regras da fase:

1. A ordem de postagem será restrita à equipa.
   
2. Quem não postar nada ou o avaliador não achar o post apto a continuar será eliminado.
   
3. Uma equipa não pode escrever sobre a outra (a não ser comentários ou algo que não prejudique as equipas). Terá que inventar adversários como em missões.
   
4. O mínimo de post aceitáveis é 4.
   
5. Terão até o dia 9/08 para terminar esta fase.
   
6. O Exame irá valer igual a uma Missão Rank C sem o ponto de cumprimento (600 ryos + 1 Scroll). A recompensa será dada conforme a avaliação feita pela staff. Ou seja, se o avaliador achar que alguém não merece tudo, poderá tirar.
   
7. Mais informações e dúvidas neste tópico: http://www.narutoportugalrpg.com/t15811-exame-chuunin-2-fase-missao-no-arranha-ceus

-Agora tenham cuidado a descer, senão salpicam tudo. - Avisou o chunnin de Amegakure, dirigindo-se ao trio de gennins desconhecidos enquanto levantava a tampa do esgoto para lhes dar passagem.

O trio torceu o rosto numa careta desagradada, causada pelo cheiro que proveio do interior do buraco. Inconfundivelmente e sem qualquer dúvida, era mesmo um esgoto. Kazuki foi o primeiro a entrar, descendendo cuidadosamente pelas escadas e aterrando com segurança numa das bermas de cimento. Senshou seguiu logo no seu encalço, com movimentos bastante mais rápidos e precisos, aterrando sem precalços ao lado do parceiro de equipa. Naho, por sua vez, atirou-se pelo buraco sem qualquer cuidado ou atenção, enterrando-se na água até à cintura e salpicando os dois que a haviam precedido na descida. A rapariga não precisava de olhar para as caras deles para saber que muito provavelmente não haviam ficado agradados com a sua pequena demonstração.

-Ficou óh… - O chunnin de Ame, deslizando para o solo pelo lado metálico da escada, juntou os 5 dedos de uma mão e beijou-os de forma audível e teatral. Enquanto o fazia Naho arrastava-se para fora da água a custo e com cara de poucos amigos, parecendo mais um monstro do pântano do que uma kunoichi. - Uma bosta.

-É melhor deixá-la aqui. - Começou Kazuki para Senshou, num sussurro audível por todos os presentes. - Com este cheirinho ela vai atrair as equipas inimigas todas.

-Não. - O chunnin de Ame pregou imediatamente com um calduço no rapaz, repreendendo-o. - Ainda agora se conheceram e é suposto sobreviverem lá dentro durante vários dias. Portem-se bem.

-Mas… - Começou Kazuki a protestar, provavelmente pretendendo esclarecer que estava apenas a brincar.

-Olhem, só por isso vai ser ela a levar o pergaminho. - Cortou o ninja, estendendo o pequeno rolo na direcção da rapariga. Esta pareceu hesitante em aceitá-lo, pensando para si própria se o homem estaria a bater bem da cabeça. Este limitou-se a dar-lhe uma forte palmada no ombro, fazendo-a perder o ar momentaneamente. - Vá, ganha tomates e mostra-lhes quem manda.

Naho encolheu os ombros, finalmente aceitando o pergaminho e guardando-o algures por entre as suas coisas sem pensar muito no assunto. A quadrilha percorreu vários metros das linhas de esgoto sob as direcções do chunnin, naquilo que era praticamente silêncio absoluto, apenas interrompido pelo escorrer das águas e o ocasional som de algo a raspar os canos de metal. Os gennins iam tentando acompanhar as direcções que tomavam naquela rede labirítica sob a alçada do chunnin, mas sem grande sucesso.

-A torre em si… É complicada de navegar como os esgotos? - Inquiriu Senshou, já tentando começar a perceber o que esperaria a equipa no interior do edifício.

-É uma lata de sardinhas gigante, não deve ser muito difícil de encontrar o caminho. - Interveio Naho, soando um pouco irritada. - Encontras escadas, sobes. Pouco mais desafiante deve ser.

-Quase isso. - Retorquiu o chunnin, parando a meia distância de um cano mais curto e começando a desbloquear um cadeado que se encontrava a segurar a tampa de saída, que se encontrava no topo. Assim que terminou empurrou a tampa para cima, sinalizando os 3 gennins que o acompanhavam. Estes pronta e rapidamente concentraram chakra, realizando rápidos Shunshins até se encontrarem no interior de uma sala ampla, forrada de pequenos e serpenteantes canos metálicos. - A partir daqui ficam por vossa conta. Boa sorte.

Um ruído ensurdecedor inundou a sala quando o chunnin arrastou a tampa metálica sobre o solo, seguido de um clonk seco quando esta encaixou no buraco, selando os três gennins na divisão. Os gennins olharam em volta durante alguns momentos, tentando identificar uma saída. O silêncio era interrompido a intervalos regulares por pingas de água caindo ritmadamente sobre uma poça, e a sala quase parecia ter vida própria graças às luzes trémulas e intermitentes que baloiçavam no tecto.

-Assim de repente não estou a ver nenhuma saída… - Murmurou Kazuki, mais para si próprio do que para os dois companheiros de equipa.

-Porque não há nenhuma. Parece que não vai ser só encontrar escadas e subir. - Conlcuiu Senshou, caminhando por entre os pilares metálicos que timbravam o interior da sala. Naho, de costas para o duo a observar algo numa parede, fez uma careta aziada mal ouviu a tacada do Himura. - Não há escadas, portas, janelas… Tirando o local por onde entrámos, parece não existir nem uma frincha para o exterior ou para outra divisão.

-Um problema para nos testar? Talvez nos tenham deixado na sala errada de propósito, e tenhamos de voltar para a rede de esgotos e encontrar uma entrada alternativa. - Sugeriu Kazuki prontamente, vocifeirando a primeira solução que lhe veio à ideia.

-Nope. - Respondeu Senshou, tendo-se prontamente deslocado para perto da tampa de esgoto e tentado levantar ou mover a mesma. - Consigo levantá-la uns milímetros mas não mais que isso. O nosso guia deve ter voltado a trancar o cadeado.

-Força bruta então! - Insistiu Kazuki com outra sugestão. - O Senshou pode partir uma das paredes, possivelmente esta sala estará ligada a outras… Não?

-Muito arriscado. - Interveio Naho de imediato, expondo a sua lógica logo de seguida. Quando começou a partilhar as suas ideias, bateu ao de leve com um dedo num dos canos que forrava as paredes circundantes. - Estes canos não são só decoração, contêm água. E pelo som, parece-me que são um sistema de transporte qualquer. Não faço é ideia de porquê nem para onde.

-Excepto que isso não é preocupação nossa. Não nos disseram nada sobre não danificar a torre ou os seus componentes. Vão ter dezenas de equipas a combater aqui dentro, decerto estão preparados para que esse tipo de coisas aconteça. Ainda para mais quando uma das salas não tem qualquer saída aparente. - Contra argumentou Kazuki.

-Não, ela tem razão. - Interveio Senshou, começando a perceber onde a ruiva queria chegar enquanto observava a complexa canalização. - Não tem a ver com os danos que podemos causar ao edifício, mas a nós. Não se consegue ver nada através nem para além dos canos, não temos maneira de saber o que está para lá deles. Pode até existir algo que não consigamos atravessar, nem com força sobre-humana.

-Certo. - Anuiu Naho. - E se for uma barreira impossível de atravessar ou quebrar, e os canos fizerem realmente parte de uma rede de transporte, a água vai continuar a escorrer através deles mesmo que os danifiquemos: excepto que vai escorrer para o interior da sala e começar a inundá-la. E se entretanto não encontrar-mos outra maneira de sair daqui…

-Sim estou a perceber, viramos peixinhos. - Cortou Kazuki, finalmente vendo o ponto dos dois companheiros. - Então é melhor permanecer-mos calmos e procurar-mos uma solução, é isso?

-Exactamente isso. - Concordou Himura, sendo acompanhando por uma anuição silênciosa por parte da Kita. - Continuamos é com o problema de estarmos selados numa sala fechada e sem ideia nenhuma sobre o que fazer para sair daqui. Já que provavelmente vamos ter de passar aqui algum tempo, sugeria… O que é que estás a fazer.

-Deixa lá as lamechices e faz pouco barulho. - Protestou Naho, encontrando-se de orelha colada a uma das colunas da sala e parecendo extremamente compenetrada em algo. Semicerrou os olhos, olhando de soslaio para o topo da coluna, e depois para a base antes de se deslocar para outra coluna. - E ajudem, de preferência.

-Estamos à procura do quê?

-Existe imensa preparação por trás destes exames, eles não iam simplesmente enfiar uma equipa dentro de uma sala da qual não pudessem sair. - Explicou Naho meio distraída, encostando o ouvido à nova coluna de que se aproximara. - De certeza que existe uma saída lógica daqui. Só temos de encontrar uma pista que nos indique algo sobre o que pode activá-la.

-Não custa tentar. Sempre é melhor do que ficarmos parados a olhar para o tecto. - Anuiu Senshou ainda que, ao contrário da ruiva, não se atrevesse a declarar com certeza absoluta que tal mecanismo existiria no interior da sala. Sim, poderia ser a conclusão mais óbvia de momento. Mas no meio deste tipo de exames, surpresas nunca eram demais. Kazuki concordava silenciosamente com ele, acenando a cabeça. - De que estamos à procura?

-Eu estou a verificar os pilares. Se quiserem podem ajudar com isso, ou então podem começar a procurar por outros indícios. Algo escondido ou fora do comum, para começar. - Murmurou a ruiva, dando pancadinhas com o punho ao de leve no pilar onde se encontrava agora. Nem sabia bem do que estava à procura. Talvez um pilar falso, um compartimento escondido… Tinha apenas esperança de que reconheceria o que quer que fosse quando o encontrasse. Entretanto o Himura e o Watake iam varrendo os cantos da sala, procurando por possíveis brechas ou objectos "escondidos" em que não tivessem reparado quando entraram na sala pela primeira vez. Naho começara a analisar minuciosamente o terceiro pilar quando reparou em algumas marcas de arrasto no solo. Quase impulsivamente encostou o ouvido aos canos do pilar, e verificou que destes, ao contrário dos que vira anteriormente, não conseguia ouvir qualquer ruído de água. Empurrou um dos seus ombros contra a estrutura e pressionou com bastante força, mas não conseguiu mais do que produzir um som pesado de arrasto enquanto a coluna se movia uns meros milímetros. Temia que, se tentasse impingir mais força ainda, acabaria por se lesionar. "Não convém, o exame ainda mal começou…" - Um de vocês pode ajudar-me aqui, por favor? Isto é pesado demais para mim.

Senshou de imediato levantou-se, instruindo Kazuki a continuar a procurar no local onde ele estivera. Naho explicou-lhe rapidamente o que encontrara, e em concordância a dupla tentou em conjunto arrastar o pilar, que pouco mais se moveu comparativamente a quando a Kita o tinha empurrado sozinha. Senshou instruiu Naho para que esta se afastasse, e após uma rápida concentração de chakra nas suas mãos para aumentar a sua força embateu contra o pilar, conseguindo lentamente arrastá-lo por vários centímetros até este estagnar.

-Não vai mais longe que isto. - Acabou Senshou por declarar, após ter tentado empurrar a coluna mais um par de vezes sem qualquer sucesso. De imediato tanto ele como Naho analisaram o espaço onde antes o pilar se encontrara, esperando encontrar alguma pista. A Kita acabou a chamar a atenção do rapaz para o tecto, onde parecia encontrar-se uma concavidade quadrada. Encontrava-se no exacto local onde estivera o pilar anteriormente. - Que raio… Achas que é isto?

-Encontrei isto. - Kazuki aproximou-se dos dois colegas de equipa, mostrando-lhes um pequeno objecto angular em formato de "L". - Estava entalado entre o chão e um dos canos, ali no canto. Tem algumas linhas em relevo aqui… Acham que serve para alguma coisa?

-Provavelmente é uma chave. - Acabou Senshou por declarar após alguns segundos de silêncio contemplativo. Indicou a concavidade no tecto a Kazuki, para que este também a pudesse ver. - E aquilo provavelmente é a fechadura.

Sem qualquer palavra Naho agachou-se ligeiramente, concentrando chakra nas suas pernas e dando impulso ao seu salto com um Shunshin. Acabou "de quatro" no tecto, prendendo-se ao mesmo após com rápida precisão concentrar chakra nos pés. Acabou por ficar assim, de cócoras e de cabeça para baixo, a observar o quadrado que se encontrava embutido no tecto. Ia descrevendo o mesmo aos dois rapazes à medida que ia notando mais detalhes: para além da óbvia forma quadrada, era pouco profundo e tinha um "錠" (fecho) cravado a toda a extenção da sua superfície.

-Kazuki, a peça que encontras-te? - Pediu Naho, e o rapaz prontamente e com grande força atirou a peça até ao tecto, permitindo que a konohanin a apanhasse sem problemas. O relevo que se encontrava na peça, após algumas tentativas, encaixava num dos cantos do quadrado: e alinhar o mesmo com a correspondente reentrância no tecto fazia com que a peça lá ficasse fixa sem cair. - É isto, encaixa perfeitamente. Devem haver mais peças destas espalhadas pela sala, vamos ver se as conseguimos encontrar.

-E depois disso fazemos o quê? - Inquiriu Senshou, enquanto Naho se deixava cair graciosamente no solo ao lado dos companheiros. - É só juntar as peças e conseguimos logo abrir a sala, ou vão haver mais surpresas?

-Heh. - Naho encolheu os ombros, não parecendo minimamente preocupada. - Encontramos as peças, montamos a "chave", e logo vemos.

-Se as peças forem todas daquele tamanho vamos perder imenso tempo só a tentar encontrá-las. - Gemeu Kazuki num lamento desgostoso.

-As peças tiveram de ser postas aqui por alguém. - Ponderava Naho enquanto coçara a base do queixo, continuando quando foi questionada sobre a relevância da sua afirmação. - Alguém mexeu nelas. Pode ser que ainda tenham alguns traços de chakra de quem as escondeu aqui, e se assim for podemos usar técnicas de detecção de chakra para as encontrar.

-Será isso viável? Ao nosso nível por vezes já é difícil encontrar alguém com um jutsu desses, imagina então tentar encontrar rescíquios de chakra que podem até já ter desaparecido. - Contrapôs Senshou, soando ligeiramente desgostoso por ter de ser ele a "dar as más notícias".

-Óbviamente não vamos conseguir apontar a localização das peças com grande precisão, mas já ajuda se tivermos uma vaga ideia de onde devemos procurar. Quer dizer… A alternativa é vasculhar cada recanto da sala. - No final da sua declaração a voz de Naho já soava mais arrastada, ecoando pelo espaço amplo da divisão.

-Sim, posto sob essa perspectiva concordo. Saber que uma peça se encontra nesta parece e não na próxima já deve ajudar a cortar em bastante o tempo que passamos aqui na sala à procura. - Admitiu o Himura.

Chegando a esse acordo a equipa pôs mãos à obra, decidindo que iriam juntar e "montar" as peças no solo à medida que as fossem encontrando, e apenas depois colocá-las na íntegra sobre o quadrado no tecto.  Kazuki, não possuindo capacidades sensoras, iria assistir os outros dois companheiros da melhor maneira possível, ajudando-os a procurar por peças assim que estes tivessem uma localização geral que pudessem seguir. Senshou foi o primeiro, concentrando o seu chakra com um único selo para realizar um Chakra Chie, procurando filtrar os chakras que conseguia detectar. Ignorando o melhor possível os chakras de Kazuki e Naho, conseguiu após vários minutos detectar um chakra desconhecido e extremamente ténue, quase imperceptível, no lado direito da sala. De imediato pediu a assistência do outro rapaz, começando os dois a procurar na parede direita da sala. Em simultâneo Naho, sentada no solo, concentrou e moldou o seu chakra com um selo singular, realizando também um Chakra Chie. Com notórias dificuldades em comparação com Senshou, Naho fez os possíveis por ignorar os chakras dos dois rapazes e tentar detectar "fontes" pequenas. Acabou a conseguir sentir uma na parede oposta onde se encontravam os seus colegas de equipa, mas sentiu-a de forma tão disforme e ténue que se questionava se realmente teria detectado algo.

-Mais uma! - Festejou Kazuki, agarrando uma peça em forma de "T" que tinham encontrado encolhida no meio de dois canos.

Senshou instruiu o rapaz a ajudar Naho a procurar a peça dela, aproveitando esse tempo para mais uma vez concentrar o seu chakra com um único selo. Mantendo o Chakra Chie e "varrendo" outro canto da sala, acabou por sentir outra presença de chakra muito ténue, lançando-se logo na procura da mesma. Não demorou muito tempo até sozinho encontrar mais uma peça, desta feita enterrada numa ranhura no tecto. Kazuki e Naho, por sua vez, não tinham conseguido ainda encontrar a que procuravam. Com um suspiro Naho fechou os olhos e deixou-se ficar quieta, segurando um selo enquanto concentrava o seu chakra para, com um novo Chakra Chie, tentar confirmar a pequeníssima porção de chakra que identificara antes. Não conseguiu resultados mais esclarecedores que os da primeira vez.

-Deixa que eu faço isso. - Interveio Senshou, já que a eficácia de Naho na detecção de porções tão minúsculas de chakra estava, em comparação com a dele, terrível. - Vai pegando nas peças que já encontrá-mos e tenta montá-las, apenas para sabermos quando as encontrá-mos todas.

A peça que Naho sentira acabou por ser encontrada enterrada no solo, por baixo de uma porção de metal amovível em que nenhum dos três havia reparado durante o seu tempo no interior da sala; sendo essa em formato de "L", tal como a primeira que Kazuki havia encontrado. Para além dessas três peças encontraram mais duas: uma quadrada e outra recta, sendo pouco espessa mas mais longa que qualquer uma das outras. Graças ao kanji em relevo que sabiam que tinham de completar, montar as peças e dar-lhes algum sentido não foi muito difícil. Naho voltou a subir ao tecto, mantendo um fluxo de chakra constante consentrado nos seus pés para se manter fixa. Cuidadosamente encaixou o pequeno puzzle na abertura quadrada, ajeitando-o ao de leve para que encaixasse na perfeição. Nada aconteceu.

-Estou sem ideias. - Desabafou Naho, bufando exasperadamente.

-Experimenta rodá-la, empurrar para dentro… Qualquer coisa. - Sugeriu Senshou, a sua voz tremendo ansiosamente com a perspectiva de finalmente se ver livre daquela sala e continuar a segunda fase do exame. Naho anuiu, começando por tentar rodar o puzzle sem o retirar do tecto. Não se moveu nem um milímetro, mesmo depois de diversas tentativas. Em seguida tentou pressioná-lo, e sentiu uma leve cedência no metal por baixo das suas mãos. Finalmente sentindo-se confiante, impingiu mais força ao seu braço e, com convicção, empurrou o puzzle tão para dentro do tecto quanto lhe foi permitido. De imediato uma série de ruídos metálicos variados se fez ouvir, uns a seguir aos outros de modo sistemático e organizado. Estes terminaram após um "poof" pesado, parecendo proveniente de um sistema hidráulico. Quase de imediato o trio sentiu uma brisa fresca e divinal proveniente de uma frecha que se abrira algures numa parede, num local que haviam examinado antes e no qual não haviam encontrado nada suspeito. - Ah, finalmente!

A porta agora revelada era espessa e pesadíssima, e apenas Senshou fazendo uso da sua força aumentada por chakra (concentrando o mesmo nas suas mãos e braços) conseguiu abri-la o suficiente para que toda a equipa pudesse sair do espaço infernal. Nem uma hora haviam passado naquele espaço mas, à medida que o ar fresco lhes envolvia os membros e a luz do exterior (vinda de uma janela) lhes inundava os olhos, sentiam-se como se se tivessem livrado de dias de tormento. Naho soltou um riso nervoso. Não que achasse particular piada à situação, muito pelo contrário. Mas, de forma quase bizarra mas natural, foi essa a resposta do seu corpo ao súbito alívio que a assaltou. Não tardou muito até todos os três, num misto de emoções confusas, se desfazerem em gargalhadas, libertando assim inconscientemente a tensão que lhes habitara nos corpos até ali.

-Bem, agora que já nos livrámos disto. Vamos traçar estratégias para o que possamos encontrar daqui para a frente, só para estarmos prevenidos.- Começou Senshou, à medida que os três se começavam a acalmar e normalisar. Naho e Kazuki concordaram em silêncio, subitamente assaltados pela realidade da situação em que se encontravam e pelos perigos que poderiam encontrar dali para a frente. - Antes de mais temos de saber aquilo de que vamos à procura, portanto… Qual é o scroll que nos calhou.

-Nem olhei bem para ele. - Admitiu Naho, encolhendo os ombros enquanto enfiava as mãos aos bolsos. "Nem me lembro sequer de onde o enfiei", pensava ela enquanto ia percorrendo todos os seus bolsos. - Só um bocadinho.

Os outros dois fitaram-na perplexos enquanto a observavam a entrar novamente na sala de onde haviam acabado de escapar. Vários minutos se passaram, nem sinal da Naho. Até que finalmente a rapariga voltou a juntar-se a eles, completamente lívida.


-Bem, err… Eu perdi o scroll.

- Nanii!!!???
OO'!! / OO'!!
O choque dos dois gennin perante a grave notícia deixou Naho ainda mais em baixo.
V_V.

- Afff... - O kumonin sacudiu a mão. - Nada a fazer! Parece que o nosso objetivo agora será avançar rapidamente e conseguir os dois scrolls de alguma forma...

Naho continuava a balbuciar murmúrios de culpa para ela mesma. Himura Senshou aproximou-se:
- Hey! - Chamou-a, na tentativa de a animar. Grave seria que a sua "equipa" tivesse um membro desmotivado. - Tinhamos que conseguir um de qualquer forma. Só o temos que fazer duas vezes! - Pareceu fazer efeito, pois ela levantou-se e fez um pequeno aceno com a cabeça.

- Então e... - gaguejou um pouco. - O que fazemos agora?
Senshou sorriu-lhe estendendo o braço para o lado:
- "Encontras as escadas e sobes"! ^_^
Ela seguiu o seu dedo e viu os degraus ao fundo da divisão. Certamente que ficou mais animada naquele momento.
Os três apressaram-se a trepar a escadaria em forma de "L" de três em três degraus até ao andar de cima onde um corredor de apenas cinco metros ligarava a outra escadaria ascendente idêntica. Na total, devem ter subido uns dez pisos de uma só vez, pois ficaram sob um cansaço traduzido pela sua forte respiração...

No cimo das escadas um pequeno hall de acesso a uma porta metálica central. Tinha um puxador redondo, ninguém teve dúvidas sobre o que tentar fazer, só tinham dúvidas sobre se iria resultar, receosos, após a prova anterior. Kazuki agarrou o puxador e tentou girá-lo, mas não girou o que os deixou brancos. O Kumonin olhou para eles embaraçado e levantou-lhes a mão em sinal para que se acalmassem:
- Gomen!!! Estava a girar para o lado errado! - Girou para o lado certo e a pesada porta abriu-se sem problemas.
- Não voltes a fazer isso! - Senshou tinha uma expressão quase de assassino quando passou por ele e entrou na divisão "quadrangular".
Seguiu-se Naho e em último o cavalheiro que tinha ficado a segurar a porta que parecia querer-se fechar, como que sob a força de alguma mola.

A divisão era ampla, sem quaisquer objetos ou mobiliário, mais moderna e silenciosa que as divisões de canalizações dos pisos abaixo. Sem janelas era iluminada por quatro focos, um em cada canto do teto. A porta no centro da parde do lado direito não tinha puxador o que os fez olhar para trás, para a porta que se acabara de fechar. Também nada de puxador do lado de dentro.

- Estamos presos outravez!!! - Num uníssono de desespero e frustração.

Depois de se tentarem acalmar começaram a raciocinar.
- Será esta uma divisão prisão? Um "dead-end", tipo armadilha? Deveríamos ter estado atentos a detalhes enquanto subimos a escadaria!?
- Senshou, pára, por favor! - Implorou Naho. - Não nos enerves mais! Fazemos como da última vez: exploramos todos os detalhes!

Kazuki concordou em silêncio, fazendo apenas um aceno e já girando a cabeça para todos os lados à procura de algo que nem ele sabia bem o quê...
- Não encontro nada! - Exclamou. - Esta sala simétrica está completamente vazia!
- O que acabaste de dizer!? - Naho pareceu despertar com as palavras dele.
- Que está vazia!?
- Não! Antes disso! Disseste "simétrica"!
- Sim, mas isso é lógico, é uma divisão cúbica.
- Pois mas um cubo devia ter inúmeros eixos e planos de simetria, mas devido à existência destas duas portas e apenas duas, só existe um plano de simetria diagonal entre elas e o canto oposto. - Começou a caminhar em direção ao centro da parede esquerda. - Para existirem outros três planos deveria existir aqui uma porta... «Clanque!» - O mosaico branco quadrado que pisou emitiu um som único e breve. - E outra daquele lado! - Apontou para a parede oposta à porta por onde entraram.
Kazuki correu até lá! «Clanque!» O mesmo som.
A porta da frente abriu-se!
- Boa!!! - O sunanin levantou o seu punho e puxou-o para baixo num gesto vitorioso. Foi o primeiro a correr para a porta aberta, mas quando os outros dois o seguiram a porta fechou-se em cheio na cara dele! X.X'!!! Virou-se lentamente esfregando o nariz magoado. - Parece que o peso não pode sair de cima dos mosaicos...
- Então e como fazemos isso? - Perguntou Kazuki.
- Assim: - Senshou formou um selo: - Furemasu Bunshin no Jutsu!

Os dois clones foram para cima dos mosaicos, a porta abriu-se e os três gennins passaram!


Do outro lado da porta, um grande prisma hexagonal em altura, cujas paedes metálicas se apresentavam ferrugentas devido à humidade que se conseguia sentir no ar frio. Qualquer som ecoava tipo "reverb".
Os três quase ignoraram o local, correndo sob uma rija grelha de ferro para uma porta aberta em frente, idêntica áquela por onde tinham saído.
- Mate!!! - Foi o Watake, o mais recuado, que os travou olhando para cima.
- O que foi? - Perguntaram os outros dois.
- Não é suposto chegarmos ao topo do edifício!? - Eles entenderam a lógica da retórica. Na verdade, foi a claridade que provinha da divisão à sua frente que os atraiu como moscas. - Além disso, acabei de ver uma Kunoichi passar por ali! - Apontou para um orifício redondo que estava a uns dez metros acima deles, fosse ele referente a um cano de esgoto ou ventilação. Viram que um pouco mais acima a passagem era bloqueada por uma grelha idêntica à que pisavam. Kazuki olhou para os dois e para trás deles. - Eles devem ter vindo dessa sala aí, o que significa que isso nos faria andar para trás, mas mais importante que isso, eles devem ter um dos dois scrolls que precisamos! - Os dois ouvintes despertaram e realizaram um imediato selo para auxiliar a sua concentração de chakra nos pés. - No entanto, é melhor termos cuidado. - Alertou, também concentrando chakra para o Kinobiri. - O facto é que os "supostos eles" estão um passo à nossa frente, por isso, numa primeira prespetiva, não devem ser shinobis mais "fracos" que nós.

O trio subiu parede acima até à entrada circular. Senshou patinou um pouco na parede humedecida e quase escorregava. Segurou-se à mesma com mãos e pés para evitar cair na grade já vários metros abaixo deles. Acabou por trepar a restante distância tipo uma aranha.

O caminho era circular. O diâmetro do cano, pouco mais de dois metros. Apesar da humidade e absência de luz, deduziram que aquela seria uma conduta de ar e não de esgoto. Ao fundo, ela curvava para cima. Os "outros" já deveriam estar a subir, deduziram. Apressaram-se em fazer a perseguição!

Usaram novamente o kinobiri para a escalada, mas desta vez não entraram para a conduta horizontal que surgiu em frente. Continuaram para cima para um quadrado luminoso com cerca de cinquenta centímetros quadrados. A grelha deste tinha sido removida. A luz provinha da sala ventilada pela conduta. Um a um, colocaram uma mão de cada lado e forçaram o corpo para cima exigindo esse esforço aos músculos dos braços. Gatinharam até se encontrarem em piso firme e só depois se levantaram...

- Ayatsuito!!! - Duas vozes em uníssono! O harigane envolveu os três, ficando estes apertados uns contra os outros.

Naho inclinou a cabeça para espreitar. A cabeça de Senshou estava à frente. Viu dois rapazes da vila anfitriã usando um casaco verde tropa, uma bermudas de ganga e um gorro vermelho sob despentados cabelos loiros
- Ore!? Kage Bunshin!?
- Não Nahomi-san. - O jovem Kazuki, prespicaz e atento. - São diferentes, são gêmeos!

Atrás deles, uma kunoichi de Kusagakure usando um largo kimono cinza claro e um lenço da cabeça da mesma cor contrastanto com os seus longos cabelos pretos. Era aquela que Kazuki já tinha visto.
- O vosso scroll! - Exigiu ela.
- Lamento meus semhores, mas não o temos. - Respondeu Kazuki séria e calmamente enquanto, com os seus companheiros, usava a técnica da escapatória para se libertarem.
Ficaram os seis frente-a-frente três-a-três.
O confronto era iminente...

Kazuki concentrou chakra nos pés preparando um rápido movimento...
Senshou agachou-se e balançou o braço para trás para agarrar o cabo vermelho da sua Tanto. Já Naho equipou-se com as suas Shunpuu Engetsutou.

Kazuki usou o Shunshin para surgir rápidamente em frente a kunoichi adversária. Ele viu o scroll que ela tinha preso ao largo cinto do kimono. «Ar»

Naho quase entrou em pânico ao ver a súbita iniciativa de Kazuki. "Tão repentino…". Se bem que neste caso, talvez fosse ela quem não agisse de forma rápida o suficiente. Sentia-se desconfortável e fora do seu elemento, cercada por todas aquelas paredes metálicas e sem locais estratégicos onde se pudesse esconder ou obter uma vantagem posicional. O rapaz de Kumo carregou pesadamente sobre a kunoichi de cabelos negros, assaltando-a com uma série de fortes murros e pontapés que a rapariga deflectiu com extrema facilidade. No meio daquela dança entre os dois Naho também conseguiu ver o local onde ela guardava o scroll. Não sabia se deveria admirar a audácia dela, ou lamentar pela equipa dela já que tal demonstração de "coragem" iria certamente sair-lhe caro. A rapariga ter-se-ia aproveitado da situação imediatamente, não fossem os dois emplastros que ainda os observavam.

-Consegues distraí-los? - Sussurrou a ruiva para Senshou, que imediatamente inquiriu a jovem sobre qual era o seu plano. - Eu consigo tirar o scroll àquela tipa nas calmas. Mas não se tiver dois emplastros em cima do meu rabo.

Quase como se tivessem sido invocados pela mera menção, os dois gémeos caíram entre o Himura e a Kita. Com ágeis reflexos a dupla desviou-se do caminho dos dois habilmente; Senshou concentrando chakra e usando um àgil Sunshin para se deslocar um pouco para o lado, e Naho deixando-se cair sobre o ombro, evitando o golpe descendente com uma cambalhota. Logo de seguida concentrou o seu chakra e realizou um único selo, quebrando o selo do Utsubo e preenchendo parte da sua aljava com flechas metálicas. Tal quase lhe custou caro já que um dos gémeos se armou com uma kunai e a atacou imediatamente a seguir a aterrar, e Naho apenas teve tempo de aparar o golpe com uma das suas cimitarras, fazendo a kunai deslizar sobre a sua superfície, apanhando o rapaz desprevenido e fazendo-o perder o equilibrio, embatendo contra uma das paredes. O outro gémeo estava de costas para ela, debatendo-se mano-a-mano com Senshou que deferia rápidos e fortes murros contra o adversário.  Conseguindo captar a atenção do companheiro por breves segundos, Naho fez-lhe sinal para que se afastasse. Compreendendo de imediato o Himura deu um último empurrão ao seu oponente, concentrando chakra nos pés e elevando-se com um duplo salto (Nijuutobu), logo seguido de nova concentração de chakra rapidamente moldado e modificado por rápidos selos, realizando um Aoarashi (colchão de ar) que lhe permitiu afastar-se rapidamente em pleno ar. Aproveitando imediatamente a oportunidade Naho espetou uma tira explosiva numa flecha, arremessando-a com grande agilidade e destreza na direcção do gémeo com auxílio do seu arco. Com uma breve e pequena concentração de chakra para activar a tira explosiva, Naho fê-la detonar antes que esta alcançasse o oponente. Não queria causar danos para já, apenas arranjar tempo para comunicar com Senshou.

-Não tenho a certeza se consigo fazer isso. - Começou o Himura, observando as cimitarras da ruiva com vago interesse. Tinha-se questionado, ao ver a aljava da rapariga, onde raio ela guardaria o arco. Nunca pensara que as lâminas que ela transportava às costas fossem o próprio arco. - Qual é a ideia?

-Como estava a dizer, eu consigo tirar o scroll à "líder" deles. - Continuou Naho, concentrando chakra e quebrando o segundo scroll que tinha na aljava (Sanzanya) com um selo rápido. - O problema é não acertar no Kazuki, o que deve ser facilitado se tiver tempo sem um daqueles dois em cima para me posicionar e fazer pontaria. Mal conseguir-mos apanhar o scroll fugimos, não há necessidade de continuar-mos a lutar contra eles. Tu e o Kazuki procuram a saída mais próxima, e eu cubro-vos.

-Parece-me arriscado. - Contestou Senshou com um sorriso nervoso. - De certeza que consegues fazer isso sem acertar no Kazuki?

Naho anuiu, não querendo transparecer qualquer insegurança. Na realidade sabia que o risco de atingir o colega de equipa não era tão reduzido quanto isso: muito menos quando ele e a oponente estavam em constante movimento. Mas, da perspectiva da jovem, as hipóteses que a própria equipa tinha de momento não eram muito melhores do que um plano tão hipotético. Tirando Senshou, tanto ela como Kazuki decerto estariam bem abaixo das capacidades desta equipa de oponentes que haviam encontrado (e praticamente qualquer outra equipa que defrontassem, se podia ser honesta consigo mesma). Adicionando a isso o facto de o local onde se encontravam não possuir quaisquer pontos de vantagem ou estruturas que pudessem ser utilizadas, poucas saídas estratégicas lhes restavam.

-Eles não vão parar de nos perseguir, especialmente se fugir-mos. - Avisou Senshou sem olhar para a ruiva, observando a nuvem de fumo causada pela tira explosiva que ela detonara há segundos atrás e que, aos poucos, ia assentando. - Estás ciente disso, certo?

-Lidamos com um problema de cada vez. - Assegurou Naho de modo prático, quase ronronando as suas próximas palavras. - Mas honestamente, espero que o façam.

Senshou retribuiu-lhe um aceno positivo, antes de a rapariga se equipar com uma nova flecha e a atirar agilmente na direcção dos gémeos. "Depois do susto que levaram, de certeza que se vão atrapalhar todos com isto.", raciocinou Naho. Apesar de, desta vez, ser realmente apenas a flecha metálica sem qualquer outra arma adicionada (e esta não se encontrar em rota de colisão com nenhum deles), o susto inicial de levar com uma seta explosiva causou a que os gémeos, instintivamente, se desviassem do caminho da mesma de forma apressada e atabalhoada, ficando perdidos por alguns segundos. Senshou aproveitou imediatamente essa abertura criada pela colega para agir, concentrando chakra nas pernas para se aproximar do duo mais agilmente com um Shunshin, logo de imediato concentrando chakra no seu punho direito e deferindo um punho na direcção de um dos gémeos caídos. Naho, por sua vez, correu na direcção oposta em direcção a Kazuki e a sua oponente. Atrás de si apenas ouviu um barulhento "baque" contra metal, e um grito assustado por parte de um dos dois ninjas de Amegakure. Não conseguiu evitar um sorriso trocista e vitorioso.

Kazuki, por sua vez, ainda se debatia contra a kunoichi de longos cabelos escuros. Observando a situação, e assumindo que a rapariga estaria de mãos cheias e distraída o suficiente no seu combate com o rapaz, Naho esgueirou-se para lá do duo, esperando não captar a atenção da kunoichi. Esta, parecendo enfadada do constante ataque e bloqueio a curto alcance, afastou o rapaz com um único murro mais forte contra o estômago do mesmo. Kazuki pareceu não ficar extremamente incomodado com o golpe, ainda que tivesse caído ao solo e perdido o ar durante alguns momentos. Por esta altura já Naho se encontrava numa das laterais dela, afastada o suficiente para passar despercebida. O seu companheiro de equipa, também não tendo notado a presença da ruiva, levou ambas as mãos à sua bolsa de armamento. Naho muniu-se de uma flecha, colocando-a sobre as cimitarras em forma de arco e puxando o fio para trás com força, esperando pelo momento certo para atacar.

-Admito, és melhor do que estava à espera. - Admitiu o rapaz, ofegante e com o rosto brilhante graças ao suor. A rapariga sorriu, assumindo uma expressão que mostrava claramente que não precisava de tais elogios para o saber. Parecia estar à espera de um "mas", que nunca chegou. Agilmente Kazuki arremessou 6 shurikens contra a rapariga: 3 de cada mão, cada uma delas presa a um fio elástico e transparente. A kunoichi desviou-se facilmente do conjunto de estrelas ninja. - Bons reflexos!

Após aquele último elogio, Kazuki controlou os shurikens com os fios translúcidos, fazendo-os dar uma curva em vez de seguirem na trajectória de arremesso. Obedientemente os shurikens seguiram a trajectória desejada por Kazuki, novamente em direcção da rapariga mas desta vez aproximando-se pelas suas costas. No último momento a rapariga baixou-se, fazendo com que as pequenas estrelas passassem sem lhe causar sequer um arranhão. Kazuki, sem tempo algum para reagir, foi atingido pelos próprios shurikens no peito, braços e coxas. "Ok, já chega de circo", pensou Naho enquanto observava a oponente de Kazuki a aproximar-se dele com um sorriso trocista nos lábios. Antes que a kunoichi se pudesse aproximar mais a ruiva fez pontaria e soltou a flecha, mandando-a a voar certeira contra um dos lados do corpo da oponente e apanhando-lhe o cinto, que prontamente se rasgou no local onde foi atingido.

-Mas que… - A rapariga pareceu confusa, tendo ficado com a impressão de que havia sido tocada no fundo das costas mas não pressentindo ninguém próximo o suficiente para lhe conseguir tocar. Munindo-se de outra flecha Naho voltou a preparar-se para disparar, soltando um assobio alto para chamar a atenção não só dos seus companheiros mas também da rapariga à sua frente. Esta última apenas deu pela presença de Naho após o disparo da segunda flecha, que a apanhou na cintura de raspão: efectivamente rasgando-lhe a lateral do cinto, e causando um corte de raspão no seu caminho. - Como raio é que…

Antes que a kunoichi pudesse processar o que se passava já Senshou se aproximava do ar, após ter concentrado chakra moldado por selos e realizado um Aoarashi, e parecendo preparado para deferir um pesado golpe. Um berro por parte dos gémeos que haviam ficado para trás alcançou a rapariga, que se desviou do caminho mesmo a tempo: Senshou havia novamente concentrado chakra, e embatido com um forte Okasho no solo, causando uma enorme cratera.

-Ajuda o Kazuki. - Avisou Naho, posicionando-se de frente da única porta que se encontrava na sala. Olhando para o exterior podia ver uma ponte de extenção moderada, de aspecto nada seguro, suspensa por pequenos cabos e ligando aquela sala à próxima sob um fosso enorme. - E leva o scroll.

Prontamente Senshou apanhou o scroll, ainda preso no cinto, enfiando-o apressadamente na sua bolsa de armamento. Logo de imediato aproximou-se de Kazuki, ajudando-o a levantar-se e usando toda a força que ainda lhe restava para o puxar atrás de si. Parou por momentos ao ver um dos gémeos já próximo e pronto a atacar. Fora repentino demais, apanhando-o desprevenido e sem tempo para reagir. No entanto, atrás deles e com ágeis reflexos, Naho retirou uma flecha da aljava e prontamente a disparou contra o atacante, atingindo-o de raspão no ombro e produzindo um corte algo profundo. Este deteve-se, deixando-se cair no solo e recuando para trás.

-Rápido. - Avisou Naho, assim que Senshou e Kazuki passaram por si. - Mal acabem de atravessar a ponte eu junto-me a vocês.

Senshou anuiu, engolindo em seco. Conseguira aguentar-se contra os dois gémeos a custo. Nem queria pensar no que seria de Naho se a rapariga tivesse de enfrentar todos os três, frente a frente, sozinha. E Kazuki não estava propriamente num estado que lhe permitisse correr, dado não só aos shurikens que o haviam atingido mas também à exaustão de se ter aguentado sozinho durante tanto tempo contra aquela kunoichi. "O que raio é que vais fazer", questionava-se Senshou enquanto apressava Kazuki a atravessar a instável ponte de metal.

-Diabos me levem se não vos mato a todos. - Praguejou a kunoichi, rosto completamente vermelho e braços cruzados numa tentativa de manter o kimono fechado. Aparentemente o cinto onde atara o scroll era a única coisa que mantivera a sua decência protegida até ali.

-Melhor despachares-te então. Parece-me que eles já vêm aí. - Retorquiu Naho com um leve rosnar hostil a timbrar a sua voz, apontando para o tecto da sala. Acima dele conseguia ouvir-se a restante torre, gemendo dolorosamente perante o vento e a chuva que se faziam certamente sentir no exterior. "Pode ser que consiga compensar o que me falta em habilidade com bluff", pensava Naho, que de momento se encontrava a bloquear a visão dos três oponentes para que Senshou e Kazuki pudessem atravessar a ponte sem interferências.

-Cuidado. - Avisou um dos gémeos, agarrando um dos braços da kunoichi que, ainda a ferver de raiva, começara a mover-se de modo ameaçador na direcção de Naho. Falava quase como que num suspiro, mas ainda assim Naho conseguia ouvi-lo perfeitamente. - Não a substimes, ela tem setas explosivas.

-Correcção, toda eu sou explosiva. - Continuou Naho a provocar, lançando um olhar de soslaio em direcção da ponte. Os seus dois companheiros iam sensivelmente a meio caminho. "Aguenta só mais um bocadinho Naho. Quantos mais os irritares, menos se concentram. Quanto menos se concentrarem, mais hipóteses tu tens".

-Só te tenho visto a mandar setinhas. - Cuspiu a kunoichi, claramente ainda cega de raiva. - Isso vai a quanto, uma por cada 3 segundos? 2? Podes ter tido sorte contra um de nós de cada vez. Contra os três em simultâneo? No máximo, e com sorte, consegues atingir dois. E o último acaba o trabalho.

-5 a contar com as meninas. - Apontou Naho de modo falsamente modesto, tentando esconder o nervosismo com falsa boa disposição.

-Tu não tens noção do perigo miúda. - Sibilou a rapariga de modo ameaçador, parecendo pronta a arrancar a jugular à ruiva com os próprios dentes. - Quem é que tu pensas que és?

-Erm… - Naho voltou a lançar um curto olhar para a ponte. Senshou e Kazuki já haviam terminado a travessia. "Hora de me pôr a andar daqui para fora". Sem saber bem o que fazer em seguida, enfiou uma das suas mãos na bolsa de armamento de forma discreta. Simultaneamente com a outra, e de improviso, colocou o dedo indicador sobre o lábio superior, imitando um bigode. - Sou Burt Reynolds, advogado de causas perdidas.

-Quê…? - A kunoichi nem teve tempo de expressar a sua confusão, pois Naho rapidamente arremessou uma bomba de fumo no solo à sua frente. A morena apertou ainda mais os braços contra o peito, temendo que o kimono fosse escorregar-lhe pelos ombros abaixo por algum motivo. - Estão à espera do quê? Não a vão deixar simplesmente fugir pois não?

-Então e…? - O gémeo não conseguiu acabar de falar antes de ser interrompido pela companheira de equipa.

-Não esperas que vá eu atrás dela neste estado, pois não? - Cuspiu ela, transpirando raiva por cada um dos seus poros.

Obedientemente os dois gémeos se aventuraram por entre a nuvem de fumo, rapidamente rasgando-a do outro lado e vendo Naho já a meio da ponte. A rapariga olhou para trás, vendo que os oponentes haviam começado a perseguição, estando ainda a alguma distância de entrar na ponte. "Perfeito". Sem parar de correr retirou uma das suas flechas mais fracas da aljava. Quando a colocou sobre as cimitarras, pronta para ser disparada, deixou-se cair sobre o seu ombro direito enrolando-se numa àgil cambalhota para abrandar um pouco sem escorregar no metal húmido, rodando sobre o joelho esquerdo de forma a ficar de frente para os seus perseguidores que se encontravam a meros passos da saída da sala. Rapidamente Naho soltou a flecha, disparando-a a grande velocidade para o chão do interior da sala. A flecha desfez-se em dezenas de estilhaços metálicos, que graças à força de arremesso e impacto continuaram a fazer ricochete em todas as superfícies metálicas da sala que encontravam. Apesar de ouvir baixos gemidos de surpresa e dor Naho sabia que esta não era uma boa altura para parar. Armou-se com duas flechas metálicas mais resistentes, espetando tiras explosivas em ambas. Disparou-as em rápida sucessão para a base onde a ponte começava, atirando-se em corrida logo de seguida. Estava quase a chegar ao limiar da próxima sala quando ouvir os passos dos oponentes a pisarem a ponte. "Não há como evitar isto". Naho retirou rapidamente alguns metros de harigane da sua bolsa, sem nunca parar ou olhar para trás. Concentrou chakra nos fios, tornando-os imaleáveis com um Tsunagime. Teria de ser rápida para se conseguir safar disto. Com um único selo activou as tiras explosivas que atirara previamente, detonando-as. A ponte desprendeu-se prontamente, começando a cair. Naho sentiu-se imediatamente escorregar sobre a superficie, perdendo pé mais rapidamente do que calculara. "Porra…". Com grande velocidade arremessou o fio imaleável de harigane para cima, apontando atabalhoadamente para um dos cabos de suporte da ponte que ainda restavam. Agarrou-se firmemente com uma mão à harigane, aguardando nervosamente o puxão que aconteceu alguns segundos depois assim que a corda atingiu o seu limite. Naho teve de dar uso a todas as suas forças para se manter agarrada à harigane sem escorregar. "Se solto isto, acabou."

Tudo correra como planeado, excepto isto. A kunoichi oponente encontrava-se na porta da sala do combate, perdida entre praguejos ameaçadores e berros preocupados. Naho não sabia o que acontecera aos gémeos, mas assumia que tivessem caído após a explosão. E agora estava ela ali pendurada, com forças suficientes para não cair mas sem forças para se içar até ao topo. E sem ideia de quanto tempo a harigane aguentaria com a amarração ao cabo da ponte intacta.

-Senshou! - Tentou Naho gritar, quase não conseguindo projectar a sua voz devido à sua condição actual. Ainda assim o companheiro de equipa conseguiu ouvi-la, a sua cabeça espreitando imediatamente do interior da sala segura para o que restava da ponte.

Nem foram necessárias quaisquer instruções ou pedidos. De imediato Senshou agarrou uma parte do harigane que conseguia alcançar, puxando Naho para cima com força tremenda. O último puxão foi um esforço conjunto, com Naho e Senshou a agarrarem os braços um do outro e fazendo força com as pernas para acabar de içar a ruiva. Assim que esta se encontrou em solo firme deixou-se cair para o solo, exausta. Senshou conseguiu aguentar-se, mas parecia estar também no seu limite. Entretanto, os gritos da oponente haviam cessado por completo.

-És completamente doida. - Apontou Senshou, lutando desenfreadamente por recuperar o seu fôlego.

-E isto sou eu num dia bom. - Retorquiu a Kita a meia voz, quase sem forças. - Como é que está o Kazuki?

-Quer dizer… Não está em perigo mortal, se é isso que te preocupa. - Descansou-a o Himura, olhando na direcção do rapaz que se encontraca encostado a uma das paredes metálicas da sala, o seu rosto pintado de dor. - Mas convinha tratar-lhe das feridas e deixá-lo descansar um pouco.

-Todos nós devíamos descansar um pouco. - Corrigiu Naho. Dentro da imponente estrutura metálica todos eles haviam perdido noção do tempo, e como tal era-lhes impossível apontar com certeza há quantas horas se encontravam no seu interior. Ainda assim, tinham noção que se deveriam encontrar ali há demasiado tempo, e todo ele havia sido passado em esforço físico. -No mínimo dos mínimos, temos de comer alguma coisa e dormir um pouco. Caso contrário não duramos muito mais tempo nesta maldita lata velha.

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Os gennins ainda tiveram de percorrer uma vasta porção da torre antes de encontrarem um local relativamente "seguro". Ainda assim, enfiados num buraco metálico, frio, e húmido, não se sentiam relaxados o suficiente para sequer pensarem em dormir. Como se não bastassem os ruídos causados pelos elementos no exterior, a torre também retombava com ocasionais "baques" e gritos que, o trio assumiu, provinham de combates travados entre as várias equipas participantes. Portanto a sensação de urgência era constante, e os gennins sentiam-se sobressaltar com o mais pequeno ruído.

-Não me parece nada boa ideia acender uma fogueira aqui. - Admitiu Naho num sussurro, usando o seu Sekkai to Hagane para atear o fogo nos pedaços de roupa que ensopara no álcool de uma das duas esferas que transportava consigo. Apesar das suas palavras, Naho sabia que precisavam de se aquecer. Não só isso, não podiam comer a sua "caçada" sem a cozinhar primeiro: visto que nenhum dos três possuía mantimentos em suficiente, o jantar desta noite seria rato assado. Não que fosse a primeira escolha de qualquer um deles, mas a cavalo dado…

-Vai correr bem, não te preocupes. - Assegurou Senshou, retirando a última das shurikens que havia penetrado o corpo de Kazuki. - Erm… Cozinho eu e tratas tu dele?

Naho anuiu silenciosamente, o seu rosto iluminado pela ténue chama azul proveniente do pequeno fogo que ateara. Trocou de lugar com o Himura de forma atrapalhada, já que mal se conseguiam mexer no interior daquele buraco metálico. "Qual torre. ISTO é que é a lata de sardinhas. Naho concentrou chakra, tecendo rápidos selos e colocando as mãos a alguns centímetros do peito de Kazuki, vendo as suas mãos começarem a emitir uma coloração verde à medida que ela ia curando as feridas do companheiro com uma esfera de cura. Passaram esse tempo em pacato silêncio, sempre assombrados pelos ruídos da torre e de combates que pareciam cada vez mais próximos. Naho quase não se conseguia concentrar. Para uma das feridas mais profundas de Kazuki, na perna, Naho realizou um Pano Curativo. Concentrou chakra e moldou-o com rápidos selos, começando a sentir os fios de seda a lentamente saírem pelos poros das suas mãos. Concentrou novamente chakra, moldando-o com um conjunto de selos diferentes e juntando ambas as palmas das mãos no final, imbuindo o chakra de uma esfera curativa na seda à medida que esta se entrelaçava por entre os seus dedos. Terminado o processo pousou o pano cuidadosamente sobre o corte, concentrando chakra para a seda e permitindo assim que esta começasse o processo de remendamento e cura. Por esta altura já Kazuki estava acordado.

-Vá, toca a encher a barriga. - Chilreou o Himura assim que acabou de cozinhar o "festim", estendendo um dos ratos espetado numa flecha a Kazuki. - Cuidado que está quente.

-De certeza que é seguro comer isto? - Gemeu o jovem com uma cara de nojo.

-Mais seguro do que passar fome. São free range, criados de forma natural no interior da torre, caçados e cozinhados de forma humana e indolor. - Contestou Naho, começando imediatamente a comer assim que Senshou lhe estendeu um dos roedores. Quando finalmente Kazuki se sentiu confiante o suficiente para experimentar uma dentada, Naho decidiu colocar mais sal na ferida. -  Não te preocupes, no pior dos casos estão carregados de água de esgoto e cresce-te um par de braços novos depois de os comeres.

-Estás a brincar, certo? - Kazuki engoliu em seco, parecendo descrente.

-Talvez? - Naho falou de boca cheia, encolhendo os ombros e imitando um falso tom de insegurança. - Vá, come de uma vez para descansares. Estou só a reinar contigo.

Kazuki assim fez, e o grupo novamente caiu no silêncio. Este apenas os envolveu por breves segundos, antes de um forte embate metálico distante cortar a calma do trio. Acabaram de jantar, e entretanto o fogo que haviam acendido extinguiu-se. Recostaram-se nas paredes do esconderijo, algo apertados, discutindo estratégias para o dia seguinte enquanto Naho limpava as flechas que haviam sido usadas como espetos. Senshou revolvia nas suas mãos o scroll que haviam "roubado" da outra equipa. Da parte desses não sabiam exactamente o que esperar, já que desconheciam o que tinha acontecido aos gémeos após a sua queda da ponte.

-Não vale a pena perder-mos muito tempo a pensar nisso. - Cortou Naho, sentindo que o ambiente voltara a ficar pesado entre os três. Encontrava-se agora a guardar as flechas de volta na aljava. - Muito provavelmente não os voltamos a ver, depois de uma queda daquelas duvido que… Oh? Ups.

-Que foi? - Inquiriu imediatamente Senshou, alarmado. Teria Naho visto alguma coisa, ou dado por algo que lhes havia escapado.

-Nada de mais, eu…  Tenho boas e más notícias. - Começou a jovem, retirando rapidamente a última flecha que havia colocado na aljava para o exterior e escondendo algo. - Quais preferem primeiro?

-As más. - Pediu Kazuki.

-Temos dois scrolls iguais. - Declarou Naho, revelando um scroll com o kanji "Ar" escrito no exterior. Encontrava-se com uma das extremidades furadas, muito provavelmente devido a ter sido furado pela seta que a ruiva tinha guardado há poucos segundos atrás.

-Encontras-te o nosso scroll? - Senshou parecia surpreendido, mas Naho não conseguiu perceber se de forma positiva ou negativa.

-É, essas são as boas notícias. Aaaacho eu.

- Bah... Nada a fazer! - Kazuki, deixando o seu corpo descontrair para trás. - A sorte não parece estar do nosso lado. Depois de tanto esforço e ficamos apenas conseguindo um scroll "repetido".  

Naho torceu a boca:
- Por esta hora já várias equipas devem ter conseguido os dois scrolls, se considerarmos a nossa situação. - Tentou redimir-se partilhando um novo raciocínio estratégico. - Talvez seja boa ideia mesmo fazer um "sprint" prédio acima até encontrar um local ideal para uma embuscada.  
- Consideremos esse plano então. - Kazuki. - Infelizmente só uma das salas pelas quais passamos tinha janelas, seria uma opção subir o prédio pelo exterior, acho que nada o impediria.
- Pois, mas isso agora é impensável! - Senshou. - Essa devia ficar no 1° piso e nós já estamos no...  

Na verdade, nunca pensaram muito nisso. Tinha a sensação de já estar a três quartos e o cansaço de já ter subido duas vezes a altura do arranha-céus, mas na verdade ainda iam sensivelmente a meio.  

~  

Depois de razoávelmente recuperdos, os três gennins continuaram a subir, degrau-a-degrau, piso-a-piso.  

Acabaram por subir uma escadaria de altos degraus em forma de "U", que os fazia tomar o sentido inverso ao do piso anterior. Ao fim do corredor um fosso, o mesmo espaço da ponte por onde passaram anteriormente, só que mais acima, junto ao teto.
Tendo à sua frente uma questão de vida/morte, eles empenharam-se a concentrar chakra nos pés para caminharem no teto e atravessarem para o outro lado.
- Não olhem para baixo... Ou para cima! - Aconselhou Kazuki. - Como quiserem intrepretar.

A absência de luz naquele local impedia que fosse possível vê-lo do piso inferior, e vice-versa. Acabaram por concluir a sua localização por mera dedução.  


Mais degraus, e um novo piso.

Assim que pisaram os mosaicos da sala retangular onde entraram, flechas começaram a sair das paredes. Senshou bloqueou uma com a sua Tanto. Naho contorsia-se numa estranha dança de "controcionismo" combinada com a sua agilidade e ia-se esquivando à medida que avançava na direção da porta do lado oposto. Watake resguardava-se inteligentemente atrás do hábil Himura, cobrindo-o das flechas que lhe escapavam ao seu raio de visão. Eles acabaram por chegar ao outro lado intactos!

  ~

E mais degraus que puxavam pela força e resistência dos três.
Estes conduziram-nos a uma sala cuja porta metálica fechou-se atrás deles. Por sua vez, abriu-se um grande orifício no teto. Os gennins tiveram que cambalhotear para a frente, para evitarem ser esmagados por uma bola de ferro gigante!
«0.0! / 0.0! / 0.0!»
Correram até ao outro extremo com os "calcanhares a bater no cú!"  

~  

- Mas este edifício está-se a revelar bem perigoso! Já tinha lido acerca da floresta de konoha usada para este tipo de exame e da sua fama quanto ao perigo. Compreende-se que esta possa ser uma prova equivalente ou até mais exigente!
- Aff... - Suspirou Naho com as mãos nos joelhos. - Não sei, mas já me desejo em qualquer lado menos aqui! A minha vila soa-me bem!
- Ainda por cima estes caminhos e desafios parecem demasiado restritos. - Kazuki, mais preocupado com tudo à sua volta. - Não está a ser fácil cruzarmo-nos com outras equipas. Desta forma vai ser complicado encontrar uma com o scroll de "terra".

À medida que os três ascendiam aos pisos superiores, os estranhos sons que ecoavam nas diversas divisões e escadarias não só se iam intensificando, como o intervalo entre eles se ia encortando.  


...- Fuuton/Katon/Doton/Raiton/Suiton/Ninpou/Katsu...!!!!!

«BOOM!ZASH/TRAZ/PASH/PIM/PAM/PUM/CADAJUTSUMATAMAISUM!!!»  

Acabaram por chegar a uma espécie de "lobby", tendo em consideração os pisos anteriores. Um espaço amplo com escadarias ascendentes e descendentes em toda a volta. Um verdadeiro campo de batalha!
Três equipas combatiam entre si.
Naho, Kazuki e Senshou recuaram para a escadaria e agacharam-se.
- Contei nove! - Disse o sunanin após dar uso à sua observação treinada pelo seu tutor Ikuza. - Que fazemos agora? - Olhou para os seus colegas.
- Esperamos que se "matem" uns aos outros! - Sugeriu Watake Kazuki.
- Vamos lá e lutamos também! - Foi a sugestão espontânea de Himura Senshou.
Naho Kita usou ambas as mãos para lhes dar um soco entre os olhos!
X.x / x.X
- Baka!!! -_- Não podemos ficar aqui toda a vida espera de um resultado desconhecido. E não nos vamos arriscar a perder os nossos scrolls no meio daquela guerra! Mantemos o plano original! Avançamos e faremos uma embuscada. - Ela esticou a cabeça para espreitar. - Temos que avançar discretamente para a escadaria mais próxima. Em caso de emergência, eu posso usar o Oboro Bunshin e Senshou poderá usar os seus clones para os distrair e nos dar tempo para escapar.
- Eu também posso usar o Bunshin no jutsu! - Acrescentou Kakuzi.
- Ótimo! Vamos então... Os três estavam agachados, virados para o "lobby". Levantaram-se e começaram a dirigir-se à escadaria logo à direita em pontas dos pés. Senshou e Naho esquivaram-se agilmente de um shuriken perdido que voou na direção deles, debruçando-se um para cada seu lado.
- Eii!! Vocêzes aíee!!! - Ouviram a voz de sotaque estranho, mas nem se deram ao trabalho de ver quem era o autor.
- Bunshin no Jutsu! - Kazuki era quem estava mais "a postos" e começou a concretizar o plano. Criou três clones que avançaram na direção da confusão. - Vamos! Isto deve chegar! - Ele viu que um shinobi loiro com um pescoço comprido e uma face esquisita correndo na direção deles fora atingido por uma bola de fogo adversária.
- Shunshin! - Após um selo, os três surgiram junto à escadaria para a qual se dirigiam. Sem hesitar, apressaram-se a subir.


A cada sequência de degraus surgia um patamar com uma entrada em arco que dava acesso a estreitos corredores. Porém, eles optaram por ignorar todas elas e continuar subindo, já que aquelas escadas de mármore o permitiam.
- Bolas! - Reclamou Senshou. - E no fim de contas ainda nos falta um scroll!

Aquelas escadas terminaram finalmente, num patamar idêntico ao dos pisos anteriores. Passaram através da entrada em arco para o elegante corredor, bem iluminado por focos embutidos no teto. Estátuas "humanóides" junto às paredes se alternavam de ambos os lados.  corredores idênticos, como sendo o centro de uma cruz ("+"). No fim do corredor um espaço largo que ligava outros três. Ali, tudo ficou mais silencioso, bem silencioso!
- Aqui está! Um bom local para colocar em prática o nosso plano! - Kita, Naho, de sorriso cheio.
- É mesmo! - Concordou Kazuki. - Eu mesmo posso usar o Hengue para me transformar numa dessas estátuas!
- Fazemos assim, vamos um para cada lado. Kazuki, usas essa excelente ideia do lado de lá do corredor. Senshou, tu escondes-te algures à direita e eu, aqui, deste lado.

Conforme o plano de Naho, Senshou e Kazuki avançaram para o centro do cruzamento. Enquanto isso Naho concentrava o seu chakra para preparar o Kenpu. No entanto, acabou por quebrar a concentração no instante seguinte:
- Parem! - À ordem estérica da gennin. Senshou e Kazuki travaram-se a um metro do cruzamento.
- Que foi Naho-san? - Senshou, girando a cabeça para ela.
- Tal como disse, este é um ótimo local para uma emboscada! - Divulgou o atempado raciocínio. Eles arregalaram os olhos:
- Narokoto!!! - Em uníssono.
Senshou voltou-se para a frente, realizou um selo, mantendo-o, e fechou os olhos para auxiliar a sua concentração:
- Chakra Chie! - Existia uma pequena fonte de chakra, mesmo à sua frente, abaixo de si! Sentou também outros chakras ali perto além dos seus colegas. Ele fez um gesto com a mão que subentendia pedir «silêncio!» e «não se movam!».
Senshou baixou-se, realizou alguns selos e esticou a mão direita em direção ao tapete bêige debaixo dos seus pés.
- Kibaku Fuuda Tekushutsu! - Cuidadosamente, extraiu uma tarja explosiva que estava camuflada no tapete, ficando assim desativada.
Nesse momento, uma estátua do outro lado do corredor transformou-se num shinobi de Sunagakure vestido de cima-abaixo com um equipamento preto. - Agora! - Disse ele voando na direção dos três gennins que ainda estavam no seu corredor.

- Ayatsuito no Jutsu! - Kazuki não esperou e lançou os seus shurikens com harigane!
- Kaiten Douka no Suiton! - Surgiu um shinobi com um kimono branco da direita girando sobre si de forma a criar uma esfera de água que o envolvia em correntes espirais, bloqueando com isso os projéteis de Kazuki.
Da esquerda surgiu o terceiro membro dessa equipa, uma shinobi "rechonchuda" de cabelos loiros pelo pescoço. Ela, sem ver nem entender o porquê dos seus colegas se imobilizarem, lançou uma kunai na direção do corredor onde estariam os seus adversários. Senshou agachou-se, também ele retraído e um pouco embasbacado. Kazuki encostou-se à parede. A kunai acabou por atravessar um turbilhão de pétalas que se voltaram a reunir atrás de uma estátua, onde surgiu Naho:
- Senshou cobre-te! - Avisou ela após ter usado o Hanabira Toubi.
Mas Senshou ficou no meio do corredor, numa posição descontraída. Seus companheiros estranharam e espreitaram. Viram-no frente-a-frente com os trés adversários a conversar divertidamente!
Ò.Ó#'!! / Ò.Ó#'!!
- Ei!!! Senshou-baka!!! Que pensas que estás a fazer!? - Kazuki quase gritou, por ele e por Naho.
- Ah! - Ele girou a cintura e chamou os colegas com um gesto descontraído. - Podem vir, eu conheço-os!
- E só agora é que avisas!? - A konohanin ficou incerta se o disse em voz alta ou não.

Juntamente com Kazuki, aproximaram-se de Himura Senshou.
- Estes são Kato, Ruka e Arya! - Apresentou ele. - Formaram-se comigo na academia de Suna. Formaram uma equipa os três, como a maioria dos formandos. Eu tive um outro destino.
Naho pousou-lhe a mão no ombro e aproximou a boca do ouvido dele: - ...E o scroll!? <.<
- Ah, pois! Já me esquecia de vos dizer! Parece que a má sorte acabou para ambos! Eles também ainda só se cruzaram com uma equipa que tinha o mesmo scroll que eles, então eles agora ficaram com dois scrolls "terra"! - Os olhos de Kazuki e Naho brilharam. - E ainda bem, porque eles eram mais fortes que eu, pelo menos na academia. Não me agradava nada ter que combater contra eles. - Arya corou atrás dele.
- Fantástico! - Explodiu o Watake. - Assim podemos fazer uma troca, já que temos dois scrolls de "ar"!
Os quatro sunanins acentiram com a cabeça.
Ruka estendeu um dos seus scrolls e Naho estendeu-lhe um scroll para a troca. Assim ficaram com um scroll de cada, "ar" e "terra", os necessários para completar a missão.

Restava-lhes apenas chegar ao topo do edifício.
Seguiram a equipa de Suna pelo corredor à sua direita que terminava numa biforcação de escadarias ascendentes. Cada equipa optou por seguir um caminho diferente. Senshou, Naho e Kazuki subiram pelos degraus da direita...  

A escadaria em "caracol" pela qual optaram parecia interminável! Quem se queixava eram as coxas e os gêmeos dos gennins.

A escadaria terminou num estreito corredor onde só conseguiam passar dois shinobi lado-a-lado. Ao fundo, viram passar um shinobi. «Aquele era...!?» Senshou pareceu reconhecer, mas ficou incerto se era ou não o Kumonin com quem já realizara uma missão...
«Será que ainda falta muito!?» Perguntavam-se.

-Acham que estamos perto? - Inquiriu Kazuki, enquanto o fôlego lhe falhava. Já devia ser a terceira vez que fazia a mesma pergunta, e pela terceira vez Senshou lhe respondia para ter calma. Ainda assim o rapaz não conseguia evitar reclamar. - De certeza que não tinha sido mais fácil irmos pelo exterior da torre?

-Absoluta. - Retorquiu Naho de imediato, sentindo dificuldade em articular mais do que uma única palavra. As escadas que percorriam ligavam-se ao tecto, sendo coroadas por uma pequena porta de sótão quadrada que de momento a jovem konohanin tentava abrir usando a força de um dos seus ombros. Acabou por ouvir um ranger seco de metal, conseguindo levantar a porta alguns centímetros. De imediato (e com a casualidade de alguém que já o fizera várias vezes durante aquela jornada) atirou algumas kunais em várias direcções, como que à espera de activar armadilhas. Não vendo ou ouvindo nada a acontecer decidiu que era seguro prosseguirem, abrindo o que faltava da porta. - Com a pressão que o vento causava sobre as paredes da torre na melhor das hipóteses sufocávamos, na pior caíamos lá abaixo. Pode demorar mais, mas esta opção foi a melhor.

-Mas já estamos aqui há tanto tempo... - Choramingou Kazuki, desta vez conseguindo ter alguma simpatia por parte dos dois companheiros de missão. Já tinham perdido a conta à quantidade de tempo que haviam passado dentro da torre. E graças a todas as armadilhas, puzzles e imprevistos que encontraram pelo caminho, estavam completamente drenados de energia e inundados de cansaço.  

-Podia ser pior. Temos os dois pergaminhos, tudo o que nos resta é chegar ao final da torre e entregá-los. - Interveio Senshou, tentando fazer com que os outros dois vissem o lado positivo da situação. Não que ele estivesse menos exausto ou farto de estar dentro da constante cinzenta e húmida que era aquela torre do que eles, mas julgou que um pouco de positividade apenas iria facilitar. - Depois já podemos ter o nosso merecido descanso.

-E água que não saiba a mofo. Oh! E um bife. - Acrescentou Naho, caminhando entre os dois com os ombros descaídos e com a cara a derreter-se numa mistura de frustração e gula. - Um grandessíssimo bife de alguma coisa que não tenha crescido dentro desta torre.

Kazuki juntou-se imediatamente à Kita numa tirada sobre o mais diverso tipo de pratos e acepipes que faziam intenção de se empanturrar com assim que saíssem dali, deixando o Himura a abanar a cabeça numa divertida atitude de "estes dois não têm remédio". No meio das suas divagações nem repararam nas coisas que Senshou ia vendo pela sala. Grande, metálica e cinzenta como todas as outras por onde tinham passado até ali. Mas ao contrário das anteriores, esta sala era adornada por diversos tipos de estátuas metálicas a toda a sua extensão: todas elas humanoides mas de aspecto diferente; umas de aspecto mais ornamentado, outras de decoração mais humilde; todas elas com expressões pacíficas e neutras, tendo as mãos presas em selos ou a segurar algo entre os dedos inertes. Na sua distracção a observar as estátuas o Himura nem reparara em algo que, em simultâneo, também captou a atenção da dupla distraída com gastronomia. A parede do fundo da sala era inexistente, sendo em vez disso ocupada por uma luminosidade azulada muito fraca. Ao fundo, praticamente indistinguíveis devido à luminosidade, duas figuras altas encontravam-se frente-a-frente. À medida que se aproximavam conseguiam distinguir um pouco mais do cenário em frente, reconhecendo nas figuras os uniformes típicos dos ninjas de Amegakure. Um pouco atrás desses dois shinobis encontrava-se uma mesa de madeira, rodeada por algumas cadeiras.

-Acham que...

-Yup! - O ninja de Kumo rapidamente se deixou levar pelo entusiasmo, não deixando o colega de Suna terminar a sua questão. A sua exclamação foi acompanhada de um sprint em direcção daquela fraca luminosidade azul. - Estamos no topo da torre, finalmente!  

Senshou e Naho, por sua vez, continuaram no mesmo ritmo e velocidade de anteriormente. Ambos sentiam a adrenalina da expectante vontade de se despacharem para acabar de vez esta fase do exame, mas nenhum deles pareceu encontrar vontade suficiente para desatar em corrida desenfreada do modo que Kazuki fizera.

-Gostei de fazer equipa convosco. Foi interessante. - Comentou Senshou, não olhando directamente para Naho enquanto os dois andavam. O seu rosto ocultava um semblante algo entristecido. - Depois disto vai ser cada um por si. Na fase de duelos... Não assumo que seja certo, mas é possível que dois de nós se defrontem em combate.

-Ou todos. - Contrariou a Kita, de mãos nos bolsos. Não parecia muito incomodada com a ideia de combater contra aqueles que haviam sido formalmente seus aliados. - Mas já devíamos estar conformados com essa ideia. Já sabíamos desde o início da segunda fase que seria assim.

-Não deixa de ser uma noção estranha. - Atalhou o Himura, a meio de um largo sorriso. Kazuki, que entretanto já estava a alguns passos dos examinadores, voltou-se para trás e fez um largo sinal para que o duo se despachasse, gritando algo sobre últimos lugares e ovos podres. Naho e Senshou aceleraram um pouco o passo. - Eh, matamo-nos uns aos outros e acabamos todos amigos na mesma. Vamos é despachar antes que o rapaz perca a cabeça à nossa espera.

-Estava a ver que nunca mais. - Reclamou Kazuki assim que a restante equipa finalmente o alcançou, dando um punho ao de leve e de forma brincalhona no ombro de Senshou que nem se moveu perante o impacto. - Precisamos de ir os três para acabar a miss...

As palavras do kumonin interromperam-se assim que este viu uma kunai com uma tira atada no cabo a aterrar mesmo em frente do trio. Naho e Senshou conseguiram, com reflexos incrivelmente rápidos, afastarem-se o suficiente para não serem apanhados no bruto da explosão: o Himura saindo completamente ileso, a Kita sendo atingida por uma farpa de metal que lhe cravou um profundo corte na bochecha. Kazuki, apesar de ter sido o primeiro a avistar a arma e a reagir, acabou a ser apanhado na onda de choque causada pela explosão, embatendo de costas numa das estátuas e ficando imóvel assim que embateu no solo. Antes que Naho ou Senshou pudessem reagir e deslocar-se para perto do jovem, um trio familiar deixou-se aterrar no solo à sua frente.

-Autênticas baratas. - Murmurou a ruiva, vendo-se mais uma vez frente a frente com os gémeos de Ame e a rapariga de Kusa: esta última aparentemente descartara o seu kimono, e tinha agora o tronco coberto por um dos casacos antes usado por um dos gémeos, fechado até cima. Ao seu lado Senshou concentrou chakra rapidamente, tecendo uma série de selos e sentindo o chakra de Kazuki. Naho reconheceu de imediato os selos à medida que o rapaz os realizada, identificando prontamente aquilo que ele estava a tentar fazer. - Ele está bem?

Senshou anuiu silenciosamente. Não era um diagnóstico muito fiável ou exacto, mas se pelo menos conseguiam verificar que a corrente de chakra de Kazuki se encontrava estável já não era mau de todo.

-Revista-o, por favor. - Pediu prontamente a morena de Kusagakure, apontando para o corpo caído de Kazuki.

-Deixa-o, sou eu quem tem o vosso scroll. - Senshou rapidamente revelou a ponta do pergaminho do "Ar" que tinha guardado num compartimento da bolsa de armamento, numa tentativa imprudente de levar a equipa adversária a deixar o kumonin em paz.  

A tensão foi quebrada momentaneamente, graças a um súbito festejo vindo da zona onde se encontravam os examinadores.

-Aha, eu disse-te! - Gritou um deles, um homem de sedosos e longos cabelos castanhos, desaparecendo por trás da mesa por meros segundos e reaparecendo com um gigantesco balde de pipocas na mão, sentando-se prontamente numa das cadeiras livres.  

-Eu não acredito, outra vez... - Murmurou a kunoichi examinadora que o acompanhava, uma mulher alta e esguia de curtos cabelos vermelhos e rebeldes. Tapava a cara com uma das mãos, abanando negativamente a cabeça.  

-Sacana d'um raio. - Um terceiro examinador, com cara de poucos amigos e até então oculto, depositou 100ryos nas mãos do shinobi que segurava as pipocas, quase como que a saldar uma qualquer aposta desconhecida aos restantes. Sentou-se ao lado do homem e, sem cerimónias, começou também ele a retirar pipocas do balde enquanto observavam as duas equipas de gennins que se encontravam a poucos metros da mesa. - Andor gente! Não temos o dia todo!

Naho e Senshou entreolharam-se por momentos, rapidamente dispersando a confusão do sucedido. Sabiam perfeitamente o que tinham de fazer, e sabiam que não valia a pena enveredarem num combate até às últimas consequências agora que estavam tão próximos de conseguirem finalizar esta provação. Apenas tinham de arranjar uma forma de, rapidamente, alcançarem a mesa dos examinadores juntamente com o ainda imóvel Kazuki. E claro, não perder nenhum dos scrolls. Os gémeos foram os primeiros a tomar iniciativa, arremessando kunais contra o duo à sua frente. Com ágeis movimentos Senshou conseguiu desviar-se, assim como Naho - sendo esta última imediatamente circundada pelos dois oponentes, ficando isolada do Himura que se havia desviado na direcção oposta. Provavelmente aquele trio de inimigos havia ficado com a impressão (errada) de que Naho era a mais competente ou forte do grupo, já que fora ela a ficar para trás no seu primeiro confronto para permitir que os seus dois companheiros escapassem em segurança. A Kita reagiu desembainhando as suas cimitarras, concentrando chakra nas mesmas e embatendo ao de leve com as pontas delas no solo, libertando pequenas lufadas de vento que rodearam os pés dos gémeos próximos (Kazesou). Logo de imediato voltou a concentrar chakra nas afiadas lâminas, e após um pequeno salto à rectaguarda afastou-se do duo com um Colchão de Ar, prendendo as cimitarras através dos cabos assim que aterrou. "Vou mantê-los irritados o suficiente para se concentrarem mais em mim. Assim o Senshou tem mais abertura para atacar", pensava a jovem enquanto um sorriso nervoso lhe brincava nos lábios.

Senshou desembainhou a sua Tanto e começou a correr na direcção da ruiva e dos gémeos, quase como se tivesse lido as ideias de Naho. Foi interceptado pela kunoichi de Kusagakure, que caía do ar sobre ele com intensos traços de electricidade amarela a rodear-lhe as mãos. O Himura não conseguia desviar-se do ataque a tempo, escolhendo em vez disso atingir a morena no estômago com o cabo da sua pequena espada, aproveitando imediatamente o momentum da queda dela e, com o auxílio da sua mão livre, fazendo-a passar por cima da sua cabeça e vendo o corpo dela embater com um ruído tremendo no solo da torre, puxada pesadamente pela gravidade. Atirou a sua Tanto contra um dos gémeos, acertando com o cabo na base do pescoço de um deles que, por momentos, ficou um pouco desorientado. O outro, empunhando uma kunai e atacando Naho directamente, teve o seu pulso atingido pelo gume cego da cimitarra da jovem, gume esse que o atingiu com força suficiente para obrigar a sua mão a abrir e a largar a arma. Em menos de nada Senshou apareceu por trás do shinobi que Naho acabara de desarmar, arrebatando-o pelo pescoço com uma das suas pernas e obrigando-o a cair no solo, ficando o amenin agora com o joelho do Himura na sua garganta e impossibilitado de se mexer sem causar grande desconforto a si próprio. Naho resgatou a Tanto do companheiro do solo, atirando-a com grande precisão de volta para as mãos do mesmo que lhe agradeceu com um breve aceno.

Entretanto, tanto a kunoichi morena como o seu compincha haviam-se conseguido estabilizar, vendo Senshou com o seu outro companheiro à sua mercê e com uma espada na mão, e olhando para ele com um misto de incerteza e expectativa. Senshou forçou o rapaz a levantar-se, sentindo os seus braços queimarem com o esforço necessário, e encostando o gume cego à garganta da sua "vítima". Não tinha qualquer intenção de o magoar, mas esperava que os seus oponentes não percebessem isso. Pelo menos não imediatamente.

Naho teve a sua atenção captada por um baixo gemido a alguma distância de toda esta comução. Olhou para a fonte do mesmo, e viu Kazuki a tentar levantar-se. Envolvidos na tensão do momento, nenhum dos outros ali presentes reparou nisso. Silenciosamente a ruiva captou a atenção do kumonin, levando logo em seguida um dos seus dedos aos seus lábios selados, indicando ao rapaz que fizesse pouco barulho. Este anuiu, e Naho indicou-lhe com um trejeito de cabeça discreto que se fosse aproximando da mesa de avaliadores. Mais uma vez Kazuki anuiu, levantando-se o mais discretamente possível e dando alguns passos atrás, disfarçando a sua presença nas sombras. "Um problema resolvido. Falta só... Livrarmo-nos destes empecilhos", pensou Naho enquanto sentia o seu rosto descair numa expressão de enfadamento.

-Apetece-te correr? - Murmurou ela para Senshou, que ainda segurava fortemente o ninja de Ame com o seu braço, mantendo a Tanto encostada ao seu pescoço sem nunca a afastar.

-Se tiver de ser... - Respondeu Himura, encolhendo os ombros no que parecia ser uma expressão mais aleviada.

Mal acabou de falar, Senshou afrouxou ambos os braços e, logo em seguida, empurrou o rapaz que tinha feito refém contra a dupla de oponentes que ainda estava próxima. Seguindo essa acção com uma coordenação impecável, Naho arremessou duas granadas de fumo para o solo, na esperança de cobrir a sua fuga por tempo suficiente para que conseguissem alcançar a mesa dos examinadores. Assim que conseguiram escapar a densa nuvem de fumo cinzento, tanto Naho como Senshou viram que Kazuki já se conseguira esgueirar até ao exterior. A dupla, ainda a correr, foi assaltada por uma chuva de shurikens arremessada pela equipa oponente: que entretanto também se conseguira livrar da cortina de fumo. Dois deles atingiram Naho no ombro esquerdo, fazendo cortes medianos não muito graves mas apanhando a kunoichi de surpresa. Senshou, numa tentativa de atrasar os oponentes e impedir novo ataque logo de imediato, contra-atacou arremessando alguns shurikens contra os três oponentes. No tempo que eles demoraram a desviar-se, Naho espetou uma tira explosiva numa das suas flechas, fazendo pontaria para uma das estátuas de metal colossais que se encontravam nas paredes. "Com alguma sorte consigo usar uma destas para lhes dificultar a passagem durante alguns momentos". Com essa linha de pensamentos, a ruiva fez rápida pontaria para a parte superior da estátua, soltando a flecha que rapidamente voou até se alojar na base do pescoço da estátua metálica, entre esta e a parede.

-Uh oh... - Senshou soltou inadvertidamente a interjeição assim que percebeu aquilo que a Kita estava a tentar fazer, lançando mais uma torrente de shurikens contra os três inimigos antes de desatar a correr em direcção à mesa de examinadores.

Com um breve selo e concentração de chakra (que não requeriram grande concentração ou esforço da konohanin), Naho detonou a tira explosiva, correndo de imediato no encalço do Himura, sentindo as pernas arderem em reclamação perante o esforço. O estrondo foi seco, distante, quase como se a explosão tivesse ocorrido no interior de uma caverna. Seguiu-se de um ruído alienigena de gelar os ossos, semelhante a um glaciar a partir-se no meio de nenhures, ecoando com força por toda a sala metálica. O choque da explosão fez com que a parte superior da estátua se soltasse, inclinando-se para a frente. E então, arrastada pelo seu próprio peso, a estátua começou a cair.

Apesar da ameaça eminente, o trio perseguidor não desistia da sua caça. Pareciam determinados em alcançar Senshou antes da queda da estátua, de forma a poderem roubar-lhe os pergaminhos de que tão desesperadamente necessitavam. Enquanto dava passos lentos à rectaguarda Naho começou a desembainhar, uma por uma, flechas de metal mais fraco. Usou 4 de uma assentada só, disparando-as individualmente em rápida sucessão contra o solo alguns centímetros à frente do trio oponente. Á medida que embatiam no solo as flechas desfaziam-se em dezenas de fragmentos, ricocheteando do chão metálico e contra outras lascas de flecha que já se encontravam dispersadas no ar, soltando faíscas à medida que metal fragmentado batia contra metal fragmentado, criando um obstáculo ameaçador mas não muito longo ou eficaz. A Kita já voltara a correr quando olhou para trás, agora a alguns metros de alcançar o check-point final. Após o voo dos fragmentos de flecha ter cessado, os gémeos e a sua companheira continuavam a correr em desenfreada perseguição. Nem notando que, acima deles, a estátua de maciço metal acelerara a sua queda, estando quase a embater no chão. "Idiotas, se não param agora vão ser esmagados pela estátua". Num impulso não ponderado, Naho retirou da aljava uma seta na qual espetou mais uma tira explosiva. Aflitiva e rapidamente disparou a flecha para o solo em frente à equipa adversária, fazendo-a explodir em pleno ar, esperando que com o choque da explosão eles fossem atirados para trás e poupados ao esmagamento pela estátua. A sua visão foi obstruída pelo fogo e fumo da explosão, que prontamente foram esmagados e alastrados pelo embate da enorme figura metálica no solo. E depois silêncio, apenas quebrado pela queda de poeiras e estilhaços no solo.

-Naho...? - A voz de Kazuki, algo fraca e amedrontada, chamou por ela de um local que lhe pareceu estranhamente distante. Apesar de o rapaz se encontrar a escassos metros dela. - Temos de acabar a prova.

Naho anuiu, desprendendo os olhos do cenário de destruição que tinham acabado de causar.

-C'um camandro... - Deixou escapar o examinador que tinha o balde de pipocas no colo, logo em seguido soltando uma sonora risada e batendo nas costas do homem que se havia sentado ao seu lado, fazendo-o entalar-se nos pedaços de milho que ainda tinha na boca. - EU NÃO TE DISSE? Chucha mano, paga e não chora.

-Ai que criancinhas. - Lamentou-se a única mulher do grupo de examinadores, revirando os olhos sem qualquer paciência para lidar com a situação presente, enquanto o homem que se entalara voltava a pagar mais 100ryos ao seu conterrâneo. A kunoichi, assumindo uma postura profissional, dirigiu-se aos gennins que tinha à sua frente, encontrados perfeitamente alinhados numa linha paralela à mesa de madeira velha. - Chegaram ao 101º andar da torre, no último dia da prova. Têm os scrolls convosco?

O sunanin rapidamente respondeu com um entusiástico "sim", retirando ambos os pergaminhos da sua bolsa de armamento e entregando-os à examinadora que procedeu a congratular a equipa, e a explicar-lhes o que seguiria depois disto. A atenção de Naho, no entanto, estava noutro lado: observava o espaço em volta da estátua caída, onde os gémeos e a sua companheira de equipa se iam levantando, ajudando-se mutuamente. Estavam cobertos de poeira e traços de fino sangue, parecendo ainda estar bastante afectados pela explosão que os salvara de serem esmagados. A ruiva observou-os enquanto se abraçavam, com aparente alívio por nada lhes ter acontecido. Ainda assim os seus rostos estavam timbrados pela tristeza, à medida que se iam sacudindo e trocando palavras e ideias, provavelmente planeando uma emboscada para a próxima equipa que por ali passasse.

Era isto a vida de um shinobi, pensava Naho. Caírem e voltarem a levantar-se, insistindo até concluírem a tarefa que lhes havia sido confiada. Ou falhar, e enfrentar as pesadas consequências. Tudo por um poder maior que ela mal conseguia compreender. Tudo por ambições, vontades, e sonhos que lhe eram completamente estranhos. Voltou-se novamente para a mesa, e assim que a kunoichi veterana acabou de os instruir, Senshou e Kazuki saltaram de alegria, envolvendo todo o trio num enorme e apertado abraço. Naho acabou a ser contagiada por essa alegria da qual não partilhava. E à medida que um dos examinadores os instruía e ajudava a descer da torre por um percurso mais rápido, foi apenas nisso que Naho se conseguiu concentrar. Não compreendia a motivação, e mesmo a missão que acabara de concluir não parecia mais do que um borrão sem significado na sua mente. A sua fraca alegria residia no facto de, finalmente, se ter livrado daquele espaço claustrofóbico. Ao contrário dos seus colegas de Suna e Kumo, cuja felicidade parecia provir de orgulho e sentido de dever cumprido por terem conseguido ultrapassar este obstáculo metálico com aquele grupo de aliados que, até há uns dias, eram perfeitos desconhecidos. E Naho não conseguia compreender isso. "Estarei mesmo pronta para este mundo?"

O trio separou-se, por fim, na base da torre. Uma despedida agridoce, temperada por aquilo que eles sabiam que iria acontecer na próxima fase.

Bump! Algum avaliador corajoso?
Prometo que é uma história cativante para avaliar! (diria eu)
;p

Pegando o reservo ^^ Sorry pela demora

Avaliação de naho Kita

H.N.

Ninjutsu: 10,5 + 0,75
Taijutsu: 1
Kenjutsu: 12,75 + 1,25
Genjutsu: 1,5
Selos: 10,5 + 0,5
Trabalho de Equipa: 4 + 1

H.C.

Força: 9,75 + 0,5
Agilidade: 14 + 1
Controlo de Chakra: 10,75 + 1,25
Raciocínio: 10,25 + 1
Constituição: 5,25 + 0,75

7/7 + 1 TE

Total: 90,5 + 8 = 98,5

-----------------------------------------
Avaliação Himura

H.N.

Ninjutsu: 18,25 + 1,25
Taijutsu: 17,25 + 1
Kenjutsu: 11,75 + 0,25
Genjutsu: 5,75
Selos: 12,25 + 0,5
Trabalho de Equipa: 5 + 1

H.C.

Força: 13,25 + 0,75
Agilidade: 25,25 + 0,75
Controlo de Chakra: 15,75 + 1,25
Raciocínio: 6,75 + 0,5
Constituição: 11,75 + 0,75

7 /7 + 1 te

Total: 143 + 8 = 151

Coment: foi uma missao bastante divertida ahha ainda me parti a rir numas partes, tivera também um óptimo trabalho de equipa gostei mesmo muito da missao, keep on the good work

VOu actualizar com metade da recompensa do taron kali pela sua ausencia e pelo vosso trabalho a adiciona lo, levam um belo meio pergaminho assinado pelo Zehel senpai ahha