BAKA!! LARGA ESSA COISA NOJENTA SUKI!! – berrou o meu sensei enquanto se afastava o mais possível de mim, colher de pau na mão e chapéu branco de chef na cabeça. Olhava para mim aterrorizadamente como se eu fosse o diabo em pessoa. Como resposta, dei um passo em frente, aproximando-me dele com apenas um vestígio de malicía nas minhas feições.
Eu tinha a noção de que o que estava a fazer era um pouco injusto, mas, infelizmente para o meu sensei, continuava desesperada para fugir dos cozinhados dele, e situações desesperadas requerem medidas desesperadas – fobias incluídas.
Mudando a minha expressão falsamente assustada para uma cara bastante confusa, eu olhei para a “coisa”.
- Neh Kaito-sensei, mas ele é bastante fofinho. – disse eu inocentemente, abraçando o ratinho de á bocado contra o meu peito. Ele debateu-se um pouco nos meus braços, mas nós tinhamos feito um acordo – ele ajudava-me, e eu dava-lhe nozes. Tão simples quanto podia ser. Eu gostava de ratos, eram inteligentes e só recorriam á fofura quando ganhavam algo com isso. De resto, eram bastante independentes e não chateavam.– Não posso ficar com ele? – perguntei, mais uma vez tão inocentemente como possível.
- NÃO! – bradou ele de volta, raiva e terror ambos eminentes na sua cara. Eu retirei-lhe alguns segundos da minha atenção para olhar para as panelas ao meu lado, desiludida por ver que nenhum dos seus conteúdos já estava estorricado. Qualquer pessoa no meu lugar faria uma cara extremamente desesperada e desiludida, mas eu tinha aprendido a ser uma boa actriz. Como diz Jin numa das suas muitas sessões de transmissão de conhecimentos “ Para a manipulação só podemos mostrar o que os outros querem ver. O controlo das tuas emoções é algo que tens de aprender para chegar aonde quer que seja, e vai ser uma arma indispensável ao longo da tua vida blahblah tretastretas ”.
Apesar de eu adormecer a meio dessas sessões, tinha de reconhecer a verdade naquilo tudo. Manipular era, digamos, bastante útil. Deixar as pessoas confusas com a minha maneira de ser também fazia o meu género.
Voltando á situação inicial, eu estava ciente de que, atrás de mim, a familía Natsuri e companhia ( duas empregadas) ambas torciam por mim e pelo meu sucesso. No entanto, as panelas não pareciam estar do meu lado, e a comida ainda não tinha estorricado. Estava a tentar salvar-nos a todos mais pelas empregadas do que pela familia, mas, infelizmente, essas súbitas inspirações heróicas que tenho são sempre muito breves.
Por isso, sendo a má pessoa que sou, tomei uma decisão.
- Okay okay... – suspirei eu, desconsoladamente – Vou metê-lo lá fora.
- Eu vou com ela para lhe mostrar o caminho! – disse Tastsugaki enquanto eu lhes atirava olhares apologéticos. Excepto á Barbie (a.k.a. Kiyo), é claro. Para essa reservei um olhar mortífero, especialidade da familía Yasumi. Eu sei que não é muito maturo de mim, mas que se lixe, ela partiu-me a arma.
- Não não, não é preciso, eu consigo encontrar o caminho! – disse o mais rápida e seguramente que pude depois da minha pequena troca de olhares, dando risadas falsas antes de subtilmente correr para a porta e fechá-la atrás de mim.
Não pude deixar de congratular a minha maldade e esperteza assim que engoli uma gulfada de ar fresco, isenta de qualquer cheiro relacionado com a comida do sensei.
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((Odeio este filler, mas tem de ser.
Daqui a... sei lá, 2 minutos, vem outro, de que eu já gosto mais. E dai a umas horas ou segundos, um 3º filler, que também gosto apesar de não tanto.
Já agora, não faço a minima qual dos próximos dois escolher para o concurso de fillers - alguém vai ter de me ajudar nisso. xP))