- Achas mesmo que tenho ar de estúpida? – perguntei, mandando-lhe um olhar sarcástico. Tinhamos parado á frente de uma porta no meio de um pequeno corredor sem janelas. Se havia alguma coisa que devia estar perto da saída, eram janelas.
Tinha notado a falta de decoração naquela parte da casa e o progressivo estreitamento dos corredores. Os tapetes eram cada vez mais velhos e os quadros já tinha desaparecido. As ocasionais mesinhas encontradas ao pé de algumas portas também não estavam á vista.
Para minha grande irritação, a única resposta dele foi um suspiro. Estava prestes a exigir-lhe uma explicação quando Keyo, de repente abriu a porta e ,não me dando tempo para protestar sequer, pegou-me pelo braço e meteu-me dentro da sala.
Confusa e caida no chão, levei algum tempo a perceber o que tinha acontecido.
- Nem penses que me escapas! – murmurei para mim e própria, e meti o pé á frente da porta que se estava quase a fechar. Keyo olhou para mim surpreendidamente – não devia estar á espera que eu fosse tão rápida.
Eu, aproveitando o momento de surpresa, peguei-o pelo casaco e puxei-o lá para dentro. Com o auxilio de algum chakra, ele acabou a rebolar no chão, apenas parando... aos pés da Kiyo?
A Kiyo estava aqui?
THUMP!- GAHHHHHH – Estou a ser atacada!!
- SUKI-CHAN! – o quê? Quem é que estava a gritar o meu nome? – Tenho uma surpresa para ti!
Hesitantemente abri um olho, foi tudo o que precisei para a situação ser explicada.
Tatsugaki.
....
Suspirei.
Eram precisas mais palavras?
- Tatsugaki–sensei, – disse o mais calmamente possível. Talvez o sossego fosse contagioso. – pode largar-me por favor?
- O quê? – respondeu-me confusamente – Do que te estás referir Suki-chan?
- Estou a referir-me ao facto dos meus ossos estarem a ser esmagados. – elucidei, tentando fazer a minha raiva decrescer, mas falhando completamente. Porque é que não havia nenhum cacto por ali?
- Ahhhh, sim, tenho uma coisa para te mostrar! – disse-me Tatsugaki entusiasticamente e, surpreendentemente, largou-me, apesar de não ter ouvido uma única palavra proferida na minha frase anterior.
Enquanto ele ia buscar a minha surpresa, eu disfrutei dos poucos segundos de calma que os deuses me tinham atribuido. Pensei em agradecer-lhes, mas só o facto de terem feito o homem aparecer na minha vida já tinha extinto todos e quaisquer pensamentos positivos sobre eles.
- Awww, não te preocupes Suki-chan, ele é assim com toda a gente nova que lhe aparece pela frente! – disse Kiyo, fazendo-me uma festinha nos cabelos. Um olhar foi o que bastou para ela recuar.
Agora que via bem os meus arredores, estava ligeiramente surpreendida. Estávamos numa sala de armas. Uma enorme sala de armas, cheia de bonitos, assustadores e brilhantes objectos mortiferos. Seria de esperar de uma familía de ninjas tão estranhamente rica, mas não pude evitar que os meus olhos se abrissem um pouco mais.
- Gostas do que vês? – perguntou-me Keyo, ainda espalhado no chão.
Franzi o sobrolho.
- Estás a atirar-te a mim? – perguntei da maneira mais aterrorizadora e fria que pude.
- Estou a refeir-me ás armas. – respondeu-me secamente, olhando para mim como se fosse estúpida.
- Ahhh... okay. – declarei e, sentindo-me idiota, comçei a olhar para a porta por onde Tatsugaki tinha desaparecido. Ela não demorou muito tempo a escancarar-se aberta.
- Cheguei!! – gritou o cientista, carregando uma enorme caixa fina e comprida. De seguida, aproximou-se de mim e meteu-me a caixa á frente da cara. – Preparada?
Eu estava prestes a dizer que não e a fugir dali, mas um repentino jacto de brilho e beleza fez-me ficar no mesmo sitío.
Eu olhei, olhei e olhei. Podia apostar de que tanto olhar os meus olhos já tinha ficado esbugalhados.
- É... – as palavras custavam a ser aticuladas – É linda...
Será que era permitido babar-se á frente de uma familía de loucos?
- Hehe, eu sabia que ias gostar... – disse Tatsugaki, um grande sorriso estampado na sua cara.
A minha resposta foi um sorriso igualmente defeciente.
Lentamente, extendi a mão para o bastão á minha frente. Era feito de metal, muito simples, mas o seu brilho atraía-me que nem um íman. Eu tinha um fetiche por armas... gostava principalmente de espadas e de facas, mas tinha sido treinada para usar bastões.
-Hey Suki. – disse-me Tatsugaki, mas eu mal o ouvi.
-Sim? – aproximava a minha mão cada vez mais.
-Ainda não podes te-la. – e fechou a caixa, com “CRASH!” alto, a meros milimetros dos meus dedos.
- Nani?? – lamentei-me eu, a imagem da arma gravada na minha memória tão presente como a minha irritação, que crescia a cada segundo.
- Só depois de amanhã treinares comigo. – disse-me ele triunfantemente. – Ou então, podes dizer adeus ao teu novo bastão.
Eu dirigi um olhar miserável á caixa antes de admitir derrota e aceitar.
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(( Agora que li outra vez, acho que o outro está melhor.
Já agora, créditos de inspiração vão para o Killer (que me fez um desconto na arma - eu estava toda feliz até perceber que me faltavam 0,75 pontos de constituição para a ter xDxD), ao Madeira (que me inspirou a escrever na 1ª pessoa... aliás, balelas, a ideia é dele,
) e ao Ghost ( cujas conversas dão-me sempre vontade de escrever :3). ))