Filler 3 - Yukiko Sukai Hokousha

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Capítulo 3 – Confiança

O Sol começava agora a raiar e tentava escapulir um pouco da sua luz pelos espaços que as nuvens abriam entre si. Yukiko acordara à minutos, vestira a sua capa e saira para o átrio: Estava um gélido dia de Inverno, porém ligeiramente menos fresco que o dia anterior que acabara à pouco. Caminhava sobre a neve, deixando o rasto que denunciava a direcção que tomava no pouco sólido material em que caminhava. Atravessara o átrio em três passos, atingindo rapidamente o corredor de casas que separava a parte Norte, onde vivia, da parte Sul, onde os membros mais idosos da família, já não podendo exercer a sua habitual actividade se entretinham no campo de cultura do Clã.
Procurara a casa do meio. Encontrando-a, com três pancadas secas batera na porta de correr, assinalando a sua presença, como combinado. Tirara o capuz que lhe protegia a cabeça, e, com jeito, abrira a porta de correr que a separava daquele mundo interior.
Lá dentro existia uma pequena sala de espera que servia de zona separatória de duas habitações: Uma grandiosa, de onde se podiam ouvir vozes falando, e outra bem mais pequena, onde certamente não estaria ninguém. Encontrara uma almofada e sentara-se em cima dela, esperando.
Uns minutos depois, não muitos, saiam cinco pessoas, quatro homens e uma mulher, da sala onde saia o ruído. Yukiko levantara-se, rapidamente, e em sinal de respeito fizera uma vénia. Duas dessas figuras ficaram à sua frente, enquanto as restantes enquanto saiam olhavam-na, como se tivessem estado a falar dela à pouco tempo, fazendo-a sentir-se um pouco pressionada com os olhares daquela gente importante.
- Qui-Gon, a tua missão – Dissera o pequeno ser – dar-ta-ei brevemente.
- Sim, Mestre Ryu – Respondera o outro, baixando a cabeça em sinal de respeito
Pararam todos por um momento, o suficiente para o temeroso e frio silêncio se intrometer e intrigar a rapariga ainda mais. Um deles não deveria estar ali, como combinado.
- Por favor – Ryu interrompera o silêncio – Falar com Yukiko a sós, quero eu.
O olhar de Qui-Gon dizia que este já sabia o que ali se passava.
- Sim, Mestre – Terminara ao sair da pequena sala, saindo pela porta do exterior.
A rapariga pegara na capa, deixada dobrada em cima da almofada e seguira Ryu, que pedira para ela vir com ele à pequena habitação ao lado daquela onde estavam. Ryu tinha meditado naquela noite, mesmo assim ainda não sabia o que dizer à jovem rapariga que o seguia, um autêntico enigma. Como poderia ser assim?
- Entra, por favor – Pedira
Yukiko aceitara de bom grado. Era uma pequena casa, por assim dizer. Tinha sítios onde não media mais que dois metros de altura, tornando-se assim difícil de visitar por um humano de estatura normal. Ali, tudo era pequeno: O pequeno hall que se dividia depois em duas divisões, um quarto onde tudo era pequenino e a cozinha. Estavam completamente adaptados a Ryu, o que justificava a necessidade de tão pequeno espaço. Porém era um sítio bem iluminado, cada divisão tinha a sua janelinha que deixava entrar a luz do dia. Assim se vivia debaixo de um pequeno vão de escadas.
O Mestre pusera uns pequenos bolinhos na mesa e pedira a Yuki para se sentar. Enquanto a rapariga se sentou de bom grado, este procurou um livro, onde supostamente guardava a sua informação de emergência.
- Pois cá estou como prometido, Mestre – Pronunciara a jovem ninja – Explique-me, esta visita que me pediu tem algo a ver com aquelas estranhas audições que tenho tido?
Ryu parara por um bocadinho, com um ar pensativo.
- Sim – Respondera – Por isso, foi precisamente que te pedi para vires aqui. Essas vozes, voltaste a ouvir?
- Como lhe digo, de todas as vezes que me fecho em mim, quando volto à realidade ouço-as com toda a nitidez. Não houve uma única vez que não tivesse acontecido, desde o dia no lago. Desde então, parece que também consigo sentir presenças. Não sei como, às vezes sinto-me como se estivesse a ouvir o que Qui-Gon pensa, mas no entanto não oiço nada.
Começara a desfolhar o livro, em busca de informação. Porém começava a ter certezas do que julgara no dia anterior. A sua mente de eremita enchia-se de questões e probabilidades. Era algo que acontecia uma vez num milhão, não o esperava de todo. Como poderia ser? Alguém tão, tão… Jovem!
- Falar da Força, já ouviste tu?
- Sim, Mestre Ryu – Disse a questionada em tom de resposta – Qui-Gon já me falara que a força é um campo de sentimentos, opções e probabilidades que existe em torno de um Sukai Hokousha.
- Por ai, ele se ficou?
- Desconheço tudo o resto sobre este magnetismo.
Sentia-se muito mais confiante do que na noite anterior, onde começara a ouvir tais vozes. Ryu, embora enigmático, transmitia-lhe segurança na sua hospitalidade. Mesmo o desfolhar do pequeno livro era doce, seguro, digno da sua confiança.
- Explicar-te, irei eu – Declarou Ryu
- Serei toda ouvidos.
O silencio voltou a apoderar-se, até que, numa lufada de ar fresco o misterioso ser começou o seu discurso.
- Bem, dizes tu. Um conjunto de sentimentos, de fragmentos da tua alma, a força é. À tua volta, a Força circula, e pelas tuas veias, flúi ela. Porém não te é totalmente e desconhecido, o que essa Força faz, pois por ouvir essas vozes, provado está que a sentes, e de que ouvi-las é o sinal.
- Então diz que é a Força que me faz ouvir isto?
- Sim – Respondeu Ryu – Essa Força, podes ouvir e ver quem te transmite conseguirás, mas para tal, a Força terás de controlar bem. O poder de dizer que a Força em ti é grande, tenho eu. A Força move, sente … Mover objectos de qualquer tamanho poderás, se a Força bem controlares. Mas para isso, bem treinada terás de ser.
- Diga-me o que poderei fazer para tal Força conhecer, Mestre.
Ryu fechara o livro e olhara a nos olhos.
- Treinar-te com Qui-Gon, eu irei.

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