Os passos de Rima eram lentos e pesados, lentamente entrou no cemitério… Ainda chovia e Rima estava molhada até aos ossos, mas tal não parecia incomoda-la, continuou a caminhar de cabeça erguida, de olhos vagos.

- Flashback –
Rima estava sentada num banco com a preocupação no rosto, Emiko que ia a passar vê-a e vai ter com ela, sentando-se ao seu lado.
- O que se passa? – Perguntou Emiko
- N-nada… - Murmurou colocando a cabeça no ombro de Emiko, este acaricia-lhe os cabelos carinhosamente.
- Podes contar-me, não deve ser assim tão mau…
- Lembras de me ter prometido, que não me abandonavas?
- Claro.
- Não quebres a promessa, eu conto-te.
- Fim de Flashback –

Por fim Rima parou diante de uma lápide, ajoelhou-se e colocou uma frágil flor na jarrinha rachada que ali se encontrava.

- Flashback –
- O QUÊ?! – Pergunta Emiko chocado, levantando-se repentinamente do banco.
- F-foi só um sonho, sabes que eu não sou assim… - Murmurou Rima à beira das lágrimas
- Os sonhos reflectem os nossos desejos mais íntimos.
- M-mas, eu nunca desejei tal coisa, eu amo-te. E eu prometi que o faria apenas contigo, tu sabes isso.
- Será que sei? – Pergunta Emiko magoado e afastando-se deixando Rima no banco a chorar.
- Fim de Flashback –

As lágrimas de Rima escorriam misturando-se com as gotas de chuva, acariciou a lápide, murmurando baixinho: desculpa…

- Flashback –
Rima estava no seu quarto agarrada a uma almofada soluçando, a culpa era toda dela, se ela tivesse esquecido e não lhe tivesse dito nada, Emiko não se teria magoado e eles estariam bem. Mas a culpa não também não era totalmente dela, aqueles sonhos começavam a aparecer com frequência e Rima não tinha como os evitar. Mas o último fora estranho: Rima havia beijado um rapaz qualquer que não Emiko à frente deste sorrindo. E Emiko sentiu-se magoado, pois pensou que Rima desejava mesmo isso e quem sabe não o teria já feito nas suas longas ausências.
Rima levantou-se bruscamente, os exames chunnin começariam hoje, e Emiko iria entrar, calçou-se e saiu.
Entrou no edifício onde eles iriam fazer a prova escrita, mesmo a tempo, pois avistou Emiko. Correu para ele e puxou-o por um braço.
- D-desculpa Emiko-kun…
- Quem és tu? – Pergunta, soltando o braço
- Eu amo-te…
- Eu pensava que sim, não te quero voltar a ver.
- Porra Emiko, era só um sonho, eu era incapaz de te magoar! – Gritou Rima, enquanto Emiko lhe virava as costas, esta enfureceu-se – É assim? Espero que morras!!
- Fim de Flashback –

- Eu nunca desejei isto, tu sabes, tu conheces-me… Eu nunca quis que tu… Que tu… Já não bastava ter de te perder, como ainda tens de me assombrar a toda a hora, perseguindo-me com esta culpa que não devia pesar… Magoei-te, mas tu vingaste-te da pior maneira, não é justo, não foi…

- Flashback –
Chovia torrencialmente, e relâmpagos rasgavam o silêncio. Era a última fase do exames e Rima, juntamente com Shizuna, iria ver Emiko combater, e tentar fazer as pazes. Ao entrar, viu afixado num cartaz os que tinham passado à última fase, percorreu-o rapidamente mas o nome de Emiko não constava.
- Rima. – Chamou Shizuna, que se encontrava ao pé de um cartaz negro.
Rima aproximou-se, era o cartaz com o nome daqueles que faleceram, o coração de Rima parou, Emiko estava lá. Horrorizada fugiu deixando Shizuna, corre pelas ruas da vila enquanto lágrimas corriam, grossas, pela face abaixo, só parou quando chegou ao cemitério, os seus olhos percorreram os nomes nas lápides e fixaram-se numa; a lápide de Emiko. Rima aproximou-se da lápide e deixou-se cair de joelhos, enquanto chorava e o coração se comprimia, mal a deixando respirar.
Desmaiou, e deu por si numa cama de hospital, com Shizuna ao seu lado. Parecia tudo um sonho, mas ela sabia que não fora.
- Fim de Flashback –

Rima olhava para o nome de Emiko, soluçando. Sente uma mão no seu ombro: Shizuna. Esta levanta Rima e abraça-a, deixando-a chorar, enquanto lhe murmura ao ouvido palavras de reconforto.

Fim

Aqui têm um pouco do passado de Rima, comentem!
Continua no Filler 11: “Olhar em frente”.

Está muito bom ^^
Gostei da maneira como desenvolveste as coisas, parabéns