Treino 3 – Habaki Nagatsu
Ayame liderava a corrida pelo bosque. Nagatsu corria atrás dela sempre olhando para o ambiente circundante. Houve uma vez que olhou para o rabo de Ayame a abanar enquanto corria. Deu um soco a si próprio quando percebeu que estava a ser muito porco. A rapariga estava a ajudá-lo e ele a ser parvo. Para evitar o que o seu cérebro queria acelerou o passo e foi para junto dela.
“Nagatsu faz o kinobiri e vamos começar a correr pelos troncos. É mais rápido.”
“O kinobiri?”, disse Nagatsu sem esperar pela resposta. “Ah percebi, para o caso de cair-mos do tronco certo?”
“Sim, tu até és inteligente.”, disse ela com um risada.
Nagatsu concentrou chakra nos seus pés e com o kinobiri colou-se à árvore. Esperou por Ayame e começaram os dois a correr e aos saltos pelos troncos. O frio aumentou e o raciocinio de Nagatsu disse-lhe que provavelmente estavam perto do País da Neve. Se realmente isso fosse verdade então tinham avançado bastante. De Kumo a Yuki ainda era muito de longe. Não poderiam estar assim tão perto.
“Ayame, ficou frio de repente. Estamos perto de Yuki?”
“Exacamente Nagatsu, temos de chegar lá antes de noite.”
“Essa madeira deve ser muito boa, para vires tão longe comigo só para a minha marioneta.”
“Achas mesmo isso? Eu vim porque preciso deste tipo de madeira, aproveito e levo alguma para ti.”
“Ah, está bem.”, disse Nagatsu embaraçado.
Passado algum tempo o sol começava-se a pôr. Ayame deu-lhe ordens com a mão para parar e este parou e ainda bem pois estava completamente cansado. Rapariga tirou da mochila dois serrotes manuais. Um para ela outro para Nagatsu. Fez-lhe sinal com o indicador da árvore que devia começar a cortar. Ele pegou no serrote. Com força espetou os bicos num ramo e começou a movimentar as serrilhas para trás e para a frente. Para a frente, para trás, para a frente para trás. Um ritmo que era acompanhado pelo som do serrote a roer a madeira. Cortou um e deixou-o cair lá para baixo. Enquanto cortava usava o kinobiri para se segurar à árvore. O mesmo ritmo começou e cortava mais um ramo, e mais outro e mais outro e mais outro.
Já era bem de noite quando eles sairam da li. Com todos os ramos bem atados e bem cortados, na generalidade com 50 centimetros de comprimento, os nós dados proporcionavam-lhe estabilização e conseguia fazer uma mochila de troncos. Nagatsu e Ayame subiram para as árvores de novo mas desta vez para voltarem para Kumo. Com suor a corre-lhe pela face, Nagatsu esqueceu-se que se encontrava perto do País da Neve. Concentraram chakra nos pés, mais uma vez naquela noite e saltaram pelos troncos em direcção a Kumogakure.
Chegaram a Kumo, bem de noite. Nagatsu observou a lua e lembrou-se das aulas na Academia. “A Terra circunda em volta do Sol e a Lua circunda em volta da Terra”, disse-lhe uma vez um professor. Isto siginifica que quando a lua gira de um sitio para o outro, e que é possivel na Terra observar-se o seu movimento. “Então talvez consiga saber que horas são, mais ou menos”, pensou. Calculou que o moviemento da lua fosse igual ao do Sol. A lua encontrava-se a meio do céu, por isso estariam por volta da meia noite. Mais uma vez Nagatsu mostrou a si próprio que tinha um excelente raciocinio lógico.
“Vamos Nagatsu, entra.”, disse a rapariga ao abrir a porta para se abrigarem da chuva repentina.
Entrou.
“Então que vamos fazer?”
“Estás a ver esta madeira mais grossa?”
“Sim, tenho de cortá-la para fazer a parte principal da marioneta.”
“Pois, como sabes isso?”, perguntou Ayame surpresa.
“Reparei nos catálogos que me mostras-te de manhã, e deduzi que fosse isso.”
“Que belo sentido de dedução.”, disse a rapariga a sorrir.
“Ok, depois tenho de fazer umas bolas para fazer os encaixes e articulações, certo?”
“Certo, mas isso faço eu que é preciso saber-se o que se faz.”
“Está bem.”
“Começa a lixar isso que eu vou fazendo as asas e a cabeça.”
“Está bem.”, disse Nagatsu a procurar por uma lixa.
Assim que a encontrou começou a lixar a madeira negra. Fez pressão com o papel contra a madeira e começou a imitar os movimentos que tinha feito com o serrote. Para a frente, para trás, para a frente para trás. Sempre assim durante grande parte da noite. Muitas e muitas vezes repetiu o gesto de levar a mão à testa e limpar o suor. Sentia-se cansado mas não o queria mostar a Ayame. A rapariga acabou de fazer as restantes partes da marioneta ao mesmo tempo que Nagatsu finalizou de lixar o tronco.
“Agora que já tens isto feito deixa-me fazer a parte principal.”
“Nunca pensei que fosse tão rápido fazer uma marioneta.”
“E não é, mas esta é pequena.”
“Ah ok. Então e o que vou fazer enquanto fazes isso?”
“Vai treinando o Kugutsu com esta.”
“Vou treinando o quem?”
“Oh meu, não sabes o que é o kugutsu? Mas afinal para que queres uma marioneta?”
“O kugutsu é aquilo que se usa para controlar a marioneta?”
“Isso mesmo. São linhas de chakra.”
“Ah estou a perceber.”, disse Nagatsu.
“Só tens de concentrar o teu chakra e criar linhas para controlares a marioneta.”
“Isso não parece fácil.”
“Vai treinando enquanto eu acabo isto.”
Nagatsu afastou-se de Ayame. Pegou na marioneta que estava em cima da mesa e começou a brincar com as articulações para ver como funcionava. Começou por concentrar o chakra na ponta dos dedos, algo que não era nada fácil. Depois tinha de fazer com que esse chakra saisse do corpo e ligasse às várias partes da marioneta. Fecho os olhos e concentrou-se, focou o seu chakra nos dedos e esperou por algo diferente. Nagatsu estava a sentir o seu chakra a trabalhar e notava qualquer coisa de diferente, mas as linhas ainda não estavam criadas. Concentrou mais um bocado de chakra e quando abriu os olhos viu linhas azuis de chakra a colarem-se nas várias partes da marioneta. Nagatsu mexeu os dedos para tentar fazer a marioneta voar, mas ela insistia em não o fazer.
“Acabei.”, disse Ayame estafada.
“Foste rápida.”
“Achas que quatro horas é rápido?”
“O quê? Estive esse tempo todo a treinar o kugutsu e não o sei fazer como deve ser?”
“Pois Nagatsu, parece que sim.”
“Olha, muito obrigado pela Marioneta. Quanto é?”
Assunto: Treino 3 – Habaki Nagatsu 
Dom 24 Jan 2010 - 11:54
