Madrugada escura. Quarto de Nagatsu. O jovem dormia enquanto a luz da lua lhe brilhava na cara graças ao céu limpo. Parecia um anjinho mas nada disto era verdade. Estava a ter um sonho algo para o badalhoco: enquanto bebia sakê várias meninas abraçavam-se a ele e beijavam-lhe a face branca que rapidamente mudava a tonalidade para algo mais rosado. De repente Katsumoto chega ao bar em que Nagatsu estava a ter o sonho e senta-se em frente dele e diz-lhe olá. Uma moça sai de baixo da mesa na zona onde Nagatsu tinha as pernas. A moça tinha algo no canto a boca e Nagatsu estava com uma cara feliz.
- Acorda, acorda. – Dizia Katsumoto enquanto o estremecia para este acordar.
- An… O quê? … Ah é o senhor. Como está senpai?
- Bem, obrigado. Vamos andando?
- Andando? Para onde, senpai?
- Vamos treinar, depois da nossa missão ainda não treinamos. Quero ver se tens evoluído.
- Ah está bem, vamos lá então.

Chegaram ao campo de treino ainda de noite mas mesmo assim já se encontravam lá dois ninjas persistentes a treinar. Cumprimentaram Katsumoto quando o reconheceram e afastaram-se novamente para treinarem.
- Hoje vou-te ensinar três genjutsus fáceis, mas úteis, e como são fáceis vou dificultar-te a vida.
- Gosto de desafios, então e qual vai ser a dificuldade.
- Primeiro que tudo toma estes pesos e coloca-os.
Nagatsu colocou, com dificuldades, a mochila de aproximadamente dez quilos, os pesos nas pernas e um conjunto de dois pesos em ambos os pulsos.
- Certamente isto vai-te dificulta a vida, mas o que te vai dificultar a vida ainda mais é que tens de aprender os genjutsus enquanto estás em cima de água.
Nagatsu olhou para o lago que reflectia a lua e percebeu que o senpai queria que ele à medida que concentrava chakra nos pés concentrava também na cabeça para aprender os tais genjutsus.
O rapaz caminhou para o lago, mas antes de se colocar a levitar sobre a água focou grande parte da matéria azul nos pés e começou então a caminhar, com alguma dificuldade pois os pesos adicionais faziam força para este ir para baixo e ele tinha de se concentrar a cada momento para não se molhar.
- Então o primeiro genjutsu chama-se Tori no Ken, cria a ilusão que pássaros estão a voar para o teu oponente mas na realidade os pássaros são armas que tu atiras. Basta concentrares um pouco de chakra e olhares para o teu adversário, depois atiras as kunais sem que ele note.
- Acho que percebi.
Nagatsu olhou para o senpai e fez lhe um sinal que estava preparado. O jovem de cabelos escuros concentrou o chakra por várias zonas distintas da cabeça e lanços alguns olhares a Katsumoto. Colocou as mãos nos bolsos e atirou três kunais com cada uma. Katsumoto limitou-se a defender as kunais com uma sua.
- Não vi pássaros nenhuns, tenta de novo.
Novamente Nagatsu direccionou o chakra para a cabeça e manteve-o ali. Voltou o olhar para o seu mestre que estava à sua frente. Retirou duas kunais com cada mão e projectou-as para o velho sannin. As kunais rasgavam o céu mas Katsumoto apenas via corvos negros a voarem contra si. Deixou-se ferir porque tinha usado o Kawarimi e depois apareceu ao lado de Nagatsu dando-lhe uma palmadinha nas costas.
- Consegui? – Inquiriu o jovem ansioso.
- Sim, sim. Muitos parabéns.
- Agora só faltam mais dois genjutsus certo?
- Sim. O Shikumi no Jutsu e o Ennetsu Jigoku no Gen.
- E espera que eu os aprenda aqui em cima de água.
- Sim, aprendes-te o primeiro e nem notas-te muita diferença.
- Pois, não sei. Diga-me o que fazer.
- O Shikumi no Genjutsu é uma técnica que faz com o que o teu adversário tenha visões fortes sobre as pessoas que gosta ou ele prórpio a morrer ou a sofrerem. É bastante simples e semelhante ao Tori no Ken na maneira de executar, não precisas de mandar nenhuma kunai como é obvio.
- Está bem, vou tentar.
Pela terceira vez naquele dia, o jovem do clã Habaki estava a concentrar chakra pela cabeça, mas esqueceu-se de manter a concentração nos pés também e mergulhou no lago. Voltou á superfície concentrando o chakra nos antebraços e apoiando-se na água como se fosse algo sólido. Colocou-se em pé e desculpou-se ao senpai colocando a mão atrás da cabeça.
Retomou a tentativa do jutsu. Concentrou chakra em duas partes distintas do corpo, nos pés para se manter em cima de água, e na cabeça para efectuar o genjutsu. Olhou com intenções assassinas para Katsumoto e o velho sannin começou a tremer: - Siim. Gritou Nagatsu ao aperceber-se de que o seu mestre tinha caído no genjutsu.
- Vamos a mais um?
- Sim.

Já de tarde…

- Aprendes-te três genjutsus hoje, acho que já podes fazer um combate mais sério dando luta.
- Está a dizer que eu não dou luta, Mueki Sennin.
- Eu ouvi essa do Mueki Sennin.
- Eu sei, fiz de propósito. – Disse o rapaz meio irritado com o homem por este continuar a ser convencido.
- Bem, mas vamos lá testar se és realmente forte ou não. – Nagatsu lançou-lhe uma kunai para o peito. – Hey, que estás a fazer, não é contra mim, ainda te matava.
- Não? Então vou lutar contra quem?
- Contra aquele. – Disse Katsumoto apontando para um dos jovens que se tinham cruzado de madrugada. – Hey tu, estás disposto a lutar contra este jovem?
- Katsumoto-sama, seria uma honra. Já agora o meu nome é Socrah Tes.
- Olá Socrah Tes, eu sou o Habaki Nagatsu.
- O quê? O único sobrevivente do clã Habaki? – Pensou Socrah Tes.
- Vamos começar? Não tenhas medo de me magoar. – Disse-lhe Nagatsu.

Após uma breve contagem até aos três de Katsumoto ambos os gennins afastaram-se um do outro e começaram a atirar kunais um para o outro. Ambos desviavam-se com algumas acrobacias velozes ou então com uma outra kunai segurada pela mão esquerda. Com um Kaze Shunsin no Jutsu, Nagatsu moveu-se com enorme velocidade por um pequeno ciclone de vento até que chegou perto de Socrah Tes e deu-lhe um soco potente na cara.

Rapidamente Nagatsu fez um grupo de selos enquanto pensava na sua estratégia. Terminou no selo do Tigre. Katsumoto perceber que ia usar um dos genjutsus que lhe tinha ensinado hoje, o Ennetsu Jigoku no Gen. Socrah Tes começou a ver a sua roupa a arder e desde logo começou a bater com as mãos nas calças para tentar abafar o fogo que cada vez mais aumentava. Foi assim que Nagatsu percebeu que o seu adversário era fraco a genjutsu.

Enquanto o rapaz rebolava no chão a pensar que estava a arder, Nagatsu realizou alguns selos, concentrou chakra e gritou Karasu Bunshin no Jutsu. Quatro réplicas suas apareceram diante de si. Ao notar que o rapaz ainda não tinha saído do genjutsu atirou-lhe com uma pedra para o rapaz olhar para si e começarem a lutar outra vez.

- Afinal era só um genjutsu? – Perguntou Socrah Tes.
- Sim. – Responderam os quatro clones e o verdadeiro ao mesmo tempo.
- Não esperava outra coisa de um miúdo do clã Habaki. – pensou.
- Vamos continuar a lutar, parece-me que tenho de matar uns quantos clones ainda.
- ‘Bora, estou à espera.

Antes de ordenar que os clones de corvo atacassem Socrah Tes, Nagatsu tinha de pensar em qualquer técnica que pudesse usar para que o seu adversário não notar que ele iria para trás dele. Surgiu-lhe uma ideia. Concentrou algum do pouco chakra que lhe restava e criou várias clones ilusórios que saiam do chão em forma de um liquido espesso, tinha usado o Bunshin Jusha. Nesse instante usou um outro genjutsu que tinha aprendido naquele dia, o Tori no Ken. Foi nessa altura que os seus clones feitos de corvo correram para Socrah Tes tapando-lhe alguma parte da visão e permitindo que Nagatsu se movimentasse para trás do adversário.

Encontrava-se com as costas do adversário à sua frente, nesse instante ele virou-se para combater os clones de corvo e Nagatsu atirou-lhe várias kunais com agilidade. Sem se aperceber das kunais os clones desfaziam-se em pequenos corvos pretos que em vez de desaparecerem para cima voavam contra ele, escondendo kunais. As kunais atacaram o rapaz e feriram-no em vários pontos. Nesse instante os clones do genjutsu desapareceram e os de corvo também desapareceram. Agora apenas se encontravam Nagatsu e Socrah Tes. O jovem de cabelos negros e pele pálida teve a amabilidade de pedir desculpa e carregá-lo, apoiando-lhe o braço nas suas costas.

- Afinal sempre dás luta Nagatsu.
- Parece que sim, senpai.
- Estiveste muito bem Habaki. – Disse Socra Tes. – Parabéns.
- Ah, obrigado não foi nada. – Nagatsu percebera desde o inicio que Socra Tes tinha uma admiração por Katsumoto e então aproveitou o facto para tramar o seu senpai. – Acho que o Katsumoto-senpai te pode levar ao hospital nas suas costas. – Disse-lhe sorrindo e piscando o olho.
- Arigato Habaki-kun.