Estava como novo do outro combate, e havia ficado uma ronda sem puder lutar. Um gajo qualquer chamado Kamui decidiu desistir, e o outro já nem estava em condições de lutar, por isso, fiquei sem oponente. Vi o Selim e mais uns quantos a lutar, ele ganhou, como eu esperava, e ganhou também outro rapaz de Kiri que supostamente iria lutar contra mim. Quando os combates acabaram dirigi-me para o balneário novamente, e a caminho passei pelos que perderam, que se dirigiam para a enfermaria.
- Selim, parabéns – disse eu sorrindo para o rapaz de cabelos claros. Ele retribuiu o sorriso, mas estava a ser analisado por um shinobi com o símbolo médico no uniforme. Olhei para o outro rapaz, que iria ser a lutar contra mim, e questionei o quão forte ele seria. Quando os nossos nomes foram chamados, deslocamo-nos ambos para a arena, onde se encontrava a Jounin do meu primeiro combate.

- Bem, já combateram cada um, já sabem muito bem o que fazer, portanto… espero que não tenham nenhuma dúvida porque… - a jovem ninja levantou o braço e bruscamente o deixou cair – Hajimé!
- Hajimashite, o meu nome é Uchiha Hayato e sou de Konoha – disse eu fazendo uma ligeira vénia e sorrindo. O rapaz de roupas escuras olhou para ele e acenou com a cabeça. Estava com as mãos nos bolsos e parecia um tanto entediado.
- Kimahu, daqui – soltei uma pequena gargalhada, não querendo de modo algum ofender o rapaz, simplesmente lhe achei piada.
- Prepara-te – disse eu, explodindo em corvos (shunshin). Apareci atrás dele a alguns metros, e já concentrava algum chakra nos pulmões e executava alguns selos. Tinha sido um longo caminho para fazer aquilo numa perfeita sincronização. Saltei e disparei umas quantas bolas de fogo que não chegaram a atingir o rapaz, que se desviou.

- Já começas assim? Ai, ai… - disse ele retirando as mãos dos bolsos e começando a correr para mim. Eu ergui uma kunai e defendi-me d’algumas shurikens que ele mandou pelo caminho, mas o seu verdadeiro objectivo tinha sido cumprido, acertar-me com um Daiendan após se transportar rapidamente para trás de mim. Eu dei alguns pulos para me afastar dele, não queria por agora iniciar um combate curto.

- Tsc… - disse eu um bocado revoltado por ele me ter acertado, enquanto limpava as minhas roupas. Atei uma Kibaku Fuuda à minha kunai e lancei-a na direcção do rapaz de olhos castanhos, este desviou-se agilmente e escapou à explosão, mas não ao meu Okasho que consegui executar após, rapidamente, me meter ao lado dele. Ele rebolou alguns metros pela arena e eu coloquei-me logo em posição de defesa, a ver qual seria próxima jogada do Kirigakuriano.

- Bem, parece que tenho que dar mais um pouco de mim… - disse ele suspirando – os prémios são bons, afinal de contas. – fez uns selos rapidamente e lançou-me um grande Goukakyuu que eu contra-ataquei concentrando chakra e expelindo um Mizurappa. Extingui por completo o ataque do rapaz, que ficou um pouco surpreso ao ver que estava a usar um jutsu Suiton – “Nanda? Ele não era Katon?” Humph… arrancou numa corrida rápida para mim, que me afastei e lancei uma shuriken que multipliquei após concentrar um pouco de chakra à minha volta. Ele desviou-se e defendeu-se de todas, o que não muito espaço de manobra a não ser colocar-me em defesa. Deu-me um soco potente que me fez recuar dois passos para trás, mas eu ripostei rapidamente com uma tentativa de Konoha Senpuu. Digo tentativa porque não lhe consegui fazer o que queria, executei a primeira rasteira em cheio, mas o pontapé ascendente não o fez levantar muito do chão.

- Apanhei-te! – Disse-me ele acertando-me com o cotovelo em cheio na minha face esquerda. Eu recuei novamente e decidi que seria altura de lutar, nem que fosse um pouquinho mais a sério. Os meus olhos emanavam agora um vermelho vivo, e três pequenos pontos habitavam na periferia da pupila – ai Jesus… só me dás trabalho rapaz.

- Vamos começar um pouco mais a sério – soltei um scroll do bolso para o ar e fiz aparecer o meu leque de guerra. Concentrei chakra em todo o meu corpo e transportei-o para o leque, lançando de seguida um Kamaitachi que ocupou o rapaz de Kirigakure. Espetei o leque no chão e agarrei em duas kunais, com Kibaku Fuuda atada, um em cada uma.

Decidi esperar pelo vento amainar para lançar depois as shurikens, que desencadearam duas explosões de igual intensidade. O rapaz saiu de lá a correr, parecia não ter sido afectado por nenhuma das duas, o que me surpreendeu, e fez levar com um soco em cheio na face. Mas não me deixei ficar, e muito menos caí. Dei-lhe um pontapé lateral ao nível das ancas e a seguir desviei-me eficazmente graças ao Sharingan de uma cabeçada. Agarrei-lhe num braço para não fugir, e dei-lhe um potente pontapé lateral que o fez afastar-se um ou dois metros – Eheh, gotcha – coloquei a mão no meu leque e descarreguei algum chakra para ele, fazendo com que as suas beiras se tornassem autênticas lâminas. Lancei o leque, agora laminado, para o rapaz, fazendo-lhe um corte na zona do peito.

- Urgh… - queixou-se ele afastando-se, mas não se deixando ficar – Daiendan! – uma quantidade de fogo inesperada caiu sobre mim, não me deixando qualquer alternativa a não ser lançar sobre mim próprio um Mizurappa.

- Quente, quente – dizia eu enquanto bufava para uma queimadura que tinha nas costelas. Mantemo-nos os dois a olhar um para o outro, nenhum actuava. Já não tínhamos tanto chakra como no inicio, mas a vontade de ganhar de cada um havia aumentado. Motivos diferentes, mas ambos a tínhamos. Fui a partir para o ataque. Lancei um Daikamaitachi no Jutsu, que fez Kimahu voar alguns metros para trás – e agora… - espetei o leque no chão, concentrei chakra, fiz alguns selos e lancei uma grande bola de fogo em direcção ao rapaz, que se encontrava agora frente a um verdadeiro inferno – Consegui, caramba! – olhava para a fumaça que o ataque tinha criado e não via qualquer movimento.

- Phew… foi mesmo a tempo – ouvi uma voz por trás de mim. Virei-me rapidamente, completamente boquiaberto. O rapaz estava a minha frente, limpando as suas roupas um pouco chamuscadas. Olhou para mim e pôs-se numa correria desenfreada. Tentou socar-me mas o meu Sharingan previu por completo aquele movimento um pouco tosto. Eu retaliei com um pontapé, mas ele aguentou e deu-me uma cabeçada que me fez afastar – humph, fraco… nem com o sh- interrompi o rapaz, não suportava que me chamassem fraco. Levantei-me, apoiando-me num joelho e explodi em corvos (gen), para aparecer atrás dele.
- Vamos acabar isto – disse eu num tom não habitual, frio. Concentrei chakra a nível cerebral e olhei o rapaz nos olhos, espelhando a sua visão. Depois, dividi algum do meu chakra em pequenas porções à minha volta e criei alguns corvos, que atacaram o rapaz – fraco? – os corvos separaram-se em dois grupos e cada um desses, aglomerou-se criando um clone – eu é que sou o fraco, e tu é que estás paralisado? – soltei uma pequena gargalhada após transferir a minha intenção assassina para o rapaz.

- “Nani?! Isto é o Shikumi… tenho que me libertar” – o jovem tentava quebrar o fluxo de chakra a todo o custo, mas o seu cansaço não o ajudava. Comecei a concentrar chakra nos pulmões e a executar uns selos, assim como os meus dois clones. Afastamo-nos num pulo, e ainda no ar, proferimos:
- Katon – Goukakyuu no Jutsu! ; Fuuton – Atsugai! ; Suiton – Mizurappa! – em perfeita sincronia, os três jutsus acertaram no rapaz fazendo um enorme impacto devido à mistura de elementos - *cof cof* acho que acabou, de vez – disse eu fazendo com que os clones explodissem em corvos. A nuvem de fumo intenso dispersou, e vi o corpo de Kimahu inerte, no chão.
- Kuso… parece que só fico com o terceiro prémio – sussurrava o rapaz de olhos escuros. A árbitra chegou perto de nós e anunciou-me como vencedor desta ronda, e consequentemente, que tinha um lugar na final. Peguei em Kimahu e transportei-o à enfermaria.
- Atenção… só pego em ti porque não te podes mexer – os dois rimo-nos, havia sido um combate esplêndido.

Eu estava feliz… Akane e Ryuku estavam também, por me ver mais maduro, mais... Shinobi.