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O Dokizune estava a chegar perto de Kuraigakure no Sato quando pela primeira vez em dias observava dois ninjas. Reparou primeiramente nas hitaites, o símbolo era semelhante a uma ampulheta o que indicava que eram dois ninjas de Sunagakure. Quando reparou nos rostos dos rapazes abriu a boca, um deles era outro Dokizune, mais propriamente o seu irmão mais velho Oshitsune. Correu para o rapaz e deu-lhe um soco no braço como cumprimento.
“Kamui.”, disse o seu irmão de espanto num misto de saudades abraçando-o. “Ah quanto tempo, como vai isso?”
“Vai bem Oshi, o pai e a mãe? E a mana?”, quis saber ele à pressa.
“Estão todos bem. O pai e a mãe ficaram tristes por te teres tornado nukenin, nunca perceberam porquê. Mas eles sabem que tu és bondoso e que por alguma razão foi. Tens de nos fazer uma visita, um dia destes. Os velhos têm saudades páh.”
“Pois eu percebo, um dia apareço lá.”, ficou admirado pelo irmão estar a elogia-lo, devia ser o efeito das saudades.
“Espera lá, Oshitsune-kun.”, disse o ninja que o acompanhava provavelmente um sensei jounin. “Este é o Dokizune Kamui que está a valer 1200 ryo? Desculpa aluno, mas a minha vida está mal e preciso deste dinheiro.”, sem dar tempo a Kamui de fugir o sensei de Oshitsune deu-lhe um soco e outro em Kamui deixando os dois inconscientes. Agarrou no Dokizune mais novo e levou-o rapidamente para Suna para reclamar o seu prémio.

Durante alguns meses, Kamui foi mantido na prisão da Vila da Areia à espera da sentença que Arashi lhe ia aplicar. O Kazekage certamente devia estar ocupado com outras coisas. A família Dokizune visitava diariamente o rapaz fornecendo-lhe a comida e a água que os guardas não lhe davam. Durante esses encontros Kamui contou à família o porquê de ter fugido da vila, a partir desse dia o rapaz deixou de ter visitas da família. Um dos prisioneiros disse-lhe que os guardas ouviram tudo e que proibiram as visitas. Que ditadura, pensou. Sem visitas não havia comida, e o rapaz começou a ficar fraco. Passava os dias a dormir ou nessa posição para não gastar energias e ir-se aguentando. Um dia acabou por cair num sono que não era de sono, desmaiou sem energias para se manter acordado.
Começou a acordar do sono ao ouvir ruídos que não eram normais. Abriu os olhos que lhe pareciam bastante pesados e observou vários guardas no átrio pelas grades. Um vulto rapidíssimo percorreu o átrio fazendo vários zigue-zagues tão rápidos que Kamui não acompanhou com os olhos. Assim que o vulto parou na outra ponta os guardas caíam um a um. Rastos de sangue pintavam as paredes e no chão uma poça vermelha. Voltou de novo os olhos para o assassino depois de contemplar aquele massacre. Era Rokuu, o seu amigo. Ao seu lado chegou uma rapariga, de cabelos castanhos mais ou menos da sua idade.
“Que shunshin tão rápido Rokuu.”, comentou Suurin.
“Obrigado.”, disse ele derretido pelo comentário da rapariga. “Rápido temos de resgatar o Kamui.”
“Estou aqui…”, disse o rapaz com uma voz fraca.

Já iam pelo caminho, longe de Sunagakure. Kamui estava já recuperado da sua fraqueza. Ainda assim continuava a comer sofregamente e a beber água. Foi então que pelo caminho interpelou Rokuu.
“Quem é esta rapariga, alguma namorada nova?”, questionou Kamui.
“Namorada, nunca!”, disse Suurin a rir-se. “Vou começar pelo inicio Kamui. O meu nome é Suurin, sou uma nukenin de Kirigakure. Vivia em Kirigakure até há bem pouco tempo com o meu amigo, Ranmaru Mori. Por alguma razão o Mizukage confessou-lhe que o mundo shinobi iria começar uma nova guerra brevemente. As razões são as mesmas de sempre, criar um mundo de paz e sem corrupção, mas ironia das ironias para fazer a paz partem com a guerra. Que ideia mais estúpida.”, fez uma pausa. “Há vários meses atrás eu e o Mori-san parti-mos para Hantoumei Shingai. Foi aí que conhecemos o Akechi, que nos ouviu falar sobre a guerra e ficou nosso amigo para nos ajudar a fazer algo contra a guerra. Na vossa primeira semana o Akechi teve de vos espiar a pedido do líder de Hantoumei.”, fez uma nova pausa. “Acontece que ele gostou de vocês e tornaram-se bons amigos, mas isso não interessa muito. O que interessa é que o líder, Genza também ele tinha ouvido falar dos rumores da Guerra. Mas com o rancor dele por ser do lado Este e ninguém lhe dar importância, planeou em segredo destruir a vila para que reparassem nele. Felizmente ele confiou os seus planos ao Akechi, e ele contou-nos tudo para discutirmos o que fazer.”
“Nesse momento partiste para Ishigakure a pedido de Kiba.”, disse Rokuu continuando o discurso de Suurin. “Foi aí que o Akechi nos contou tudo, a mim à Tsubame e ao Suzako. Nesse momento o Mori veio ter connosco e falou-nos sobre todas as coisas que estavam a acontecer. Eu juntei-me logo ao plano deles, mas o Suzako e a Tsubame decidiram não o fazer.”, disse Rokuu fazendo uma pausa para Suurin continuar.
“Soubemos que foste preso e concordamos em vir-te buscar. Durante o tempo que estives-te preso. O Suzako e a Tsubame mataram o Genza e revelaram ao povo toda a corrupção que ele tinha planeado. Foram escolhidos para novos líderes da vila e assim ficaram. Apesar de não se juntarem a nós prometeram ajudar-nos em qualquer coisa.”, acabava Suurin de resumir todos os acontecimentos.
“Juntas-te a nós Kamui?”, perguntava Rokuu.
“Sim. Somos alguma espécie de organização ou assim?”, perguntou curioso.
“Julgo que não, mas somos um grupo que está contra a guerra e vai fazer algo para impedir mortes inocentes.”, disse Suurin relembrando a sua vida e que também ela tinha sido lesada pela guerra.


“Bom dia a todos.”, disse Rokuu acabado de entrar no esconderijo secreto em Oto, a Vila Escondida no Som. Esta ia ser a sua localização durante a Guerra, visto que Oto e o País do Arroz eram um sítio neutro.
“Bom dia Rokuu.”, disse Mori sentado na mesa redonda onde também estavam Akechi, Kamui e Suurin sempre com um sorriso bem disposto.
“Páh, este vai ser o sítio das nossa reuniões certo?”, perguntava Suurin.
“Em principio sim.”, respondia Akechi.
“Kamui está tudo bem?”, perguntou Mori.
“Sim sim, só estou com umas dúvidas. O que somos nós afinal?”, inquiriu o rapaz.
“Outra vez?”, disse Suurin sempre a rir-se com uma cara alegre. “Nas guerras existem sempre três partes, o lado A que luta contra o lado B e o lado C que é contra a guerra e pretende acabar com ela.”
“Nós somos o lado C, e vamos fazer de tudo para acabar com esta guerra de merda.”, disse Mori.
“Ah já percebi, tudo bem então.”, disse Kamui. “Sendo assim posso considerar-me nukenin de Suna e Kuraigakure. A minha cabeça vai aumentar de valor. Nunca pensei que o Kawakage tomasse uma decisão destas, a ideia foi toda dele praticamente.”
“Não te preocupes com isso.”, disse Rokuu eu também estou no Bingo Book como nukenin de Kuraigakure.
“Só uma cena.”, interveio Mori com uma linguagem mais casual. “Aqui ninguém é o líder nem o subordinado, somos liderados por sugestões e críticas de cada um. Não sei se concordam, mas precisamos de mais duas pessoas.”
“Mais duas pessoas?”, questionou Akechi.
“Sim, para nos ajudar a combater.”, colmatou Mori.
“Eu concordo.”, responderam os restantes em coro.

Gostei da filler. Tal como gostei das tuas.

Bom filler, já há muito tempo que não tinha lido nada teu, e sinceramente acho que melhoraste, parabéns, escreve mais =B

Vou começar a seguir a tua saga.

Obrigado aos dois