Algures no país do fogo…

O meu nome é Kiryu e tenho 5 anos. A pequena vila onde moro está num grande rebuliço. Estão várias casas a arder, pessoas a correr de um lado para o outro e a gritarem. Eu fui a andar atrás deles, mas para onde é que eles iam? O que se passava? Eu ouvia muitos deles a gritarem “Konoha, Konoha! Precisamos de ajuda de Konoha! Temos de chegar a Konoha!” Mas onde era Konoha? Onde é que eu estava? Já não estava na vila, não sabia onde estava. E os meus pais onde estão? Aliás, onde está toda a gente? Já não vejo ninguém. Eu estava a segui-los, mas…perdi-os. Não sei para onde foram, e também não sei voltar para a vila, embora ache que não é muito seguro voltar para lá. Onde estou? Só vejo árvores à minha volta, e está muito escuro para reparar em algo que esteja a mais de 10 metros de mim.
De repente vi um grande clarão de luz à minha frente…Mas, espera…Já não estou na floresta. Estou num…hospital? Estava preso a uma maca pelas mãos, pés e cintura, e estava de tronco nu…Que frio! Estão mais dois homens na sala, estão vestidos de preto. Estão a guardar uma porta, a única na sala pelos vistos…Devem ser shinobis. De repente outros dois homens passaram por mim, e levavam outra maca com eles. Estava um rapaz deitado nela, inconsciente, e com umas marcas no peito. Saíram da sala, pela porta que os homens de preto estavam a guardar…Isto não era um hospital de certeza, era demasiado…sinistro. Comecei a ouvir passos, de duas pessoas. Vinham de direcções diferentes, mas não os conseguia ver, só quando estavam mesmo ao pé de mim, um a meus pés, a segurar um scroll, e o outro mesmo a meu a lado, a segurar…um pincel? “Fá-lo” disse o homem que estava a meus pés para o outro. “Desta vez, vamos conseguir submeter alguém ao famoso Kinjutsu de Iwagakure” Continuou ele a falar abrindo o scroll que segurava, enquanto o outro me pintava no peito, mesmo junto ao coração, algo que parecia igual ao que o outro rapaz tinha pintado, mas o que era? E o que era o Kinjutsu de Iwagakure? O homem a meus pés começou a ler do scroll, e uma dor intensa começou a percorrer o meu corpo, até que parecia querer romper o meu peito e as minhas mãos. Comecei a gritar desalmadamente, até que reparei que estava numa…cama? Foi um pesadelo, ufa.
O meu nome é Kiryu, mas na verdade tenho 12 anos e, (olhando para o relógio em cima da sua mesa de cabeceira) estou atrasado para a cerimónia de graduação da academia ninja!
Levantei-me imediatamente da cama e fui vestir-me. Eu vivo sozinho, o que é estranho para um rapaz de 12 anos, por isso tenho de fazer tudo sozinho. Há algo em mim que criou aversão em todos os cidadãos que estavam dispostos a acolher-me (olhando para as suas mãos, nas quais estavam uma boca, em cada uma, resultado do Kinjutsu de Iwagakure). É claro que eu o percebi na altura. Durante os poucos anos em que eu andei a aprender Ninjutsu e estava desprotegido, vivia com alguns dos instrutores da academia, até que o ano passado, quando já me conseguia desenrascar, mudei-me para uma casa sozinho.
Durante os meus tempos na academia, os instrutores sabiam que eu possuía uma espécie de Kekkei Genkai, devido as minhas “bocas extra”, como alguns deles combateram contra um Nukenin na 4ª Grande Guerra Ninja que usava as mesmas técnicas que eu, um tal de nome Deidara. Eles sabiam que o barro era a melhor aplicação para a minha habilidade, pois era o que Deidara usava. Logo eles arranjaram-me um pouco desse barro para tentar compreender como usar esta técnica, e como hoje me vou graduar da academia ninja, acho que não é preciso dizer que o consegui.
Saí de casa com uma sandes na mão, pois já não tinha tempo para acabar de comer em casa. As ruas estavam num alvoroço com muitos shinobis a andarem de um lado para o outro, devido à recente guerra que tinha despoletado. Mas tinha de chegar a tempo à academia ninja, para me graduar, por isso comecei a correr o mais que podia, embora já sabendo que não ia ver a cerimónia toda, porque sabia que já tinha começado. Só gostava que os meus pais estivessem aqui comigo. Eles ficariam orgulhosos de mim…acho eu. Não sei o que lhes aconteceu depois daquela invasão, nem sei como eles eram. As minhas memórias em relação ao meu passado estão algo limitadas. O pouco que me lembro é aquilo com que sonho todas as noites: a invasão à vila, e o Kinjutsu que me deu esta aparência e habilidade.
Quando cheguei à academia, já estavam a anunciar as novas teams de Gennins, e os seus respectivos Senseis. Devido à guerra, o Raikage Denkou não podia estar na cerimónia ele próprio, e por isso um Jounnin estava a anunciar as teams.
Procurei por todo o lado pelo público e finalmente encontrei a minha grande amiga Akiza, sentada, que prometeu que me guardava um lugar ao pé dela. Ela era a minha única amiga em Kumo, a única que não teve medo de mim na academia.

-Finalmente, onde é que estiveste? – Disse a Akiza quando me sentei ao pé dela.
-Adormeci querida, estava a ter um sonho tão bom contigo e com os nossos futuros filhos – Disse-lhe eu na brincadeira. Era assim que agia ao pé dela, brincalhão, não gostava que ela visse a tristeza que eu sentia.
-Ahah, que engraçado – Disse ela – Tiveste outro pesadelo? – Olhando para mim com um ar preocupado.
-Hmm, sim – Disse mudando rapidamente de humor – É sempre o mesmo. Mas enfim, ainda não nos anunciaram?
-Não, acho que vamos ser os últimos. Aparentemente eu sou a única pessoa na academia inteira que quer estar na mesma team que tu. Vamos ser só nós os dois e um Sensei.
-Hmm, ok – Disse rebaixando o olhar. Eu já estava habituado a ser rejeitado, mas mesmo assim ainda doía.
-Team 15, Kiryu…e Akiza Izayoi. Sensei: Crow Kuzuyama! – Anunciou o Jounnin. Nós levantámo-nos e dirigimo-nos ao palco para receber os nossos hitaiates. O nosso futuro sensei não estava lá, pelo que o Jounnin anunciador disse que ele estava numa montanha à nossa espera. Ele também disse que o Raikage queria falar comigo, mas que não sabia porquê.
-Vai lá ter ao gabinete do Raikage falar com ele – Disse Akiza – Eu vou ficar aqui mais um bocado e depois vou lá ter contigo para irmos conhecer o nosso sensei, ok?
-Pode ser – Respondi-lhe – Até logo então – Despedi-me.
Fiz o meu caminho até ao gabinete do Raikage, e quando entrei ele estava a espreitar pela janela grande atrás da sua secretária a olhar para a vila.
-Mandou chamar Raikage? – Perguntei-lhe algo intimidado.
-Sim, Kiryu. Entra – Convidou Denkou.
-O que se passa senhor? – Perguntei-lhe ainda intimidado.
-Relaxa um pouco, eu não mordo – Disse Denkou com um sorriso – Entendo que tens tido sonhos, sobre o teu rapto é verdade? A tua amiga Akiza contou-me, ela parece preocupar-se muito contigo.
-Sim, mas não é nada de muito revelador não consigo ver a cara de ninguém claramente. Mas parece que cada vez mais sonho com algo novo. Não sei é difícil explicar, mas parece que algo em mim, que parece que não se quer lembrar de nada, mas outra que quer chegar até ao fundo de isto tudo – Disse eu.
-Hmm, eu percebo – Disse Denkou – Bem, se te lembrares de mais alguma coisa avisa. Eu sei que agora estás muito ocupado, por isso vou deixar-te ir. Falaremos em breve…
-Sim, senhor – Respondi-lhe fazendo uma vénia e saindo do seu gabinete de seguida…

Está bom, penso que é um bom recomeço ^^
Vê lá se desta vez dás continuidade ao teu char, Kibaku Nendu rullava ^^

Faço minhas as palavras do Horns.
Começaste muito bem. É interessante como abordaste a iniciação do Kinjutsu e a tua história.

Vê-se melhorias na tua escrita tambem ^^
Boa sorte