Fuuton, Suiton e o Kouji!
(Manhã)
Quando Riri chegou a casa depois daquela última missão, estava exausta. Kouji mal entrou em casa foi logo deitar-se na cama dela e adormeceu numa questão de segundos. A sua dona seguiu-o depois de cumprimentar os pais e de insistir que estava bem e que apenas precisava de dormir. Ao chegar ao quarto o seu cansaço desapareceu no momento em que viu uma carta para si em cima da secretária.
Depois de pousar o Dai Tessen que tinha comprado no regresso a casa no chão e de o encostar à parede, aproximou-se e pegou-lhe. “Mas quem é que me mandou uma carta?”, pensou enquanto abria o envelope.
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“Olá, sou Kasumi, o teu novo sensei. Os teus irmãos pediram-me que te treinasse enquanto eles estavam fora e eu aceitei com todo o respeito. O primeiro treino é amanhã, mal o Sol nasça, no lago onde costumas treinar. Vem preparada.”… hmm… Mas, preparada para quê? – Esta foi a pergunta que pairou no quarto de Riri.
O único barulho que interrompeu as dúvidas de Riri, foi o ressonar do seu cão. Foi ter com ele, pegou-lhe e chegou-o mais para o fundo da cama, para também ela se poder deitar.
Acordou um pouco antes de o Sol nascer, apesar de ainda ter sono tinha que ir passear o Kouji e queria ser a primeira a chegar ao lago. Quando ficou pronta para sair de casa chamou o Kouji, mas este não veio e quase que o teve que levar ao colo para fora de casa.
O Sol estava a começar a subir por detrás das árvores e das nuvens quando a Riri chegou ao lago. Ao mesmo tempo que se aproximava da água outro rapaz de cabelo azul-escuro e roupas claras também o fazia, mas este estava do lado oposto ao seu.
“Quem é ele?”, a rapariga não sabia o que devia fazer, mas achou melhor sentar-se na relva a fazer festas ao Kouji enquanto esperava que o sensei aparecesse.
Passado pouco tempo um homem com o cabelo preto e as roupas verde-escuras apareceu no meio do lago, em cima da água.
- Bom dia. Sou Kazumi, o vosso sensei. – Disse ele, muito calmamente. A rapariga e o cão aproximaram-se mais do lago, enquanto que o outro rapaz fez o mesmo. – Por favor, apresentem-se.
Como o outro rapaz nunca mais dizia nada, Riri foi a primeira a falar.
- Eu sou a Riri e este é o meu cão Kouji. – Disse seriamente, mas terminou com um sorriso.
- Eu sou o Shiryu. – O rapaz parecia ser alegre e simpático e percebia-se que estava nervoso.
- Está bem. Podem começar. – Disse o sensei ao mesmo tempo que se sentava sobre a água.
Riri olhou para Shiryu e este retribuiu-lhe o mesmo olhar confuso. Como o rapaz não tinha coragem de perguntar teve que ser ela a fazê-lo.
- Mas… começar o quê?
- A lutar, obviamente. – Agora o homem estava a divertir-se com a perplexidade dos gennins.
- Hmm... Está bem. – Disse Shiryu começando a afastar-se do lago e a adoptar uma posição defensiva.
A rapariga fez o mesmo e ordenou a kouji que continuasse onde estava e que não saísse de lá. O cão fez o que ela mandou.
- Muito bem, comecem! – Quando as palavras acabaram uma leve brisa passou por eles, fazendo pequenas folhas rodopiarem no ar e abanarem a relva.
Riri sem desviar o olhar de Shriyu tirou o enorme leque das costas e pousou-o no chão, encostando-se a ele. O seu oponente percebeu que ela esperava que atacasse primeiro, talvez para estudar as suas tácticas, mas o problema era que ele queria fazer o mesmo. De qualquer forma achou melhor que fosse ele o primeiro. Já sabia que ela tinha um leque gigante e um cão, mas se não fizesse nada não conseguiria obter mais informações.
- Pronto, eu começo primeiro… – Disse ele, num tom de brincadeira. - Kirigakure no jutsu!
Ao dizer aquilo um nevoeiro intenso afundou completamente o local.
“Nevoeiro? Bolas, assim não consigo ver nada… Já sei!”, Riri pegou no leque, abriu-o e começou a concentrar o seu chakra fuuton.
- Kamaitachi no jutsu! – Ao abanar o leque, aberto, da direita para a esquerda, criou uma forte rajada de vento que rapidamente dissipou o nevoeiro. Quando já estava tudo normal, ela procurou o seu adversário, mas este já não se encontrava mais no descampado.
“Para onde é que ele foi?” - Mizu no Aiba! – Afinal o rapaz estava mesmo atrás dela. A sua velocidade e perícia eram incríveis.
Riri pegou novamente no leque, que já estava fechado, apoiou-se no pé direito para poder voltar-se para trás e rapidamente ficou cara-a-cara com o ele, então usou o leque como escudo, mas como foi apanhada desprevenida não conseguiu ser rápida o suficiente o que a fez ficar com um corte pouco profundo no braço. Contudo, conseguiu empurra-lo cerca de um metro para trás.
Depois de ser empurrado, Shiryu recuou ainda mais. Agora já tinha percebido para que é que servia o leque,
” Ela é, provavelmente, possuidora de chakra fuuton e aquilo era a sua arma. Para além de criar fortes rajadas de vento também era feito dum material bastante resistente.”, pensava o rapaz.
Riri também estava a analisar a situação. Ela viu do que era feito o seu ataque: Suiton. Aquilo parecia uma espada feita de água.
“Não há margem para dúvidas… Ele é bastante forte e preciso de atacar primeiro para ganhar vantagem.”, com isto recuperou fôlego e preparou-se para a investida.
Voltou a abrir o leque e a concentrar chakra, agora tinha um plano.
- Kamaitachi no jutsu!
E uma nova rajada de vento foi em direcção ao gennin que não tinha como se desviar. Foi atirado para longe e agora também tinha vários cortes nas roupas e nos braços, por estar a proteger a cabeça com eles. Quando destapou a cara viu várias kunais a irem ao seu encontro.
Ao todo eram dez. Duas prenderam-lhe as calças, de cada lado, ao chão, pelo lado de fora, outras duas, em cada perna, prenderam-lhe as calças pelo lado de dentro, cinco foram direccionadas às mangas e a última ficou espetada no solo, poucos centímetros acima da sua cabeça. Mas quando todas as kunais atingiram o solo, uma nuvem de corvos apareceu no lugar onde estava Shiryu.
“Karasu bunshin no jutsu? Onde é que ele agora está?”, assim que a rapariga percebeu que aquele rapaz podia estar onde bem entendesse a preparar o contra-ataque, ficou preocupada. A única coisa que podia fazer era ficar em posição de ataque, pronta para correr ou saltar do que é que fosse e de qualquer direcção que viesse.
- Suiton: Mizurappa!
A rapariga virou-se na direcção das palavras e logo viu o que as acompanhava: um jacto de água que vinha mesmo na sua direcção. Ela não tinha tempo de pegar no leque, pois a força da água era tal que aquilo a ia atingir em poucos segundos, também não podia saltar pois a largura do jacto era considerável.
Então lembrou-se de algo que talvez a pudesse ajudar. Concentrou-se e proferiu:
- Shunshin no jutsu!
Saiu dali mesmo a tempo, se tivesse sido um pouco antes ou se não tivesse sido tão rápida teria sido arrastada vários metros e, provavelmente, derrotada. Agora a Riri estava ao lado do seu cão e precisava que ele a ajuda-se.
- Kouji, já sabes o que fazer.
O rapaz ao ouvi-la a falar, procurou-a com o olhar. Viu que ela estava ao pé do cão, provavelmente a ordenar-lhe um ataque. Mas o que poderia um mero cachorro fazer contra os seus jutsus suiton? Como não via nenhuma maneira do cão o poder derrotar, deixou-se ficar a observar o espectáculo.
Às ordens de Riri, Kouji esticou o pescoço em direcção ao céu e começou a uivar. Enquanto ele fazia isto, a rapariga esperava que o adversário caísse na armadilha.
“Só preciso que o Koiji corra na sua direcção, se desvie dos ataques que ele provavelmente lhe irá mandar e que comece a correr à sua volta. Espero que a pata não fraqueje, se não ele não conseguirá atingir a velocidade necessária.”, assim que viu as expressões de Shiryu a olhar para o Kouji soube que era a altura ideal.
- Kouji, vai! – Gritou ela e o cão começou a correr a uma velocidade impressionante em direcção ao adversário.
Shiryu só percebeu o que estava a acontecer quando o cão já estava a quase doze metros dele. Nessa altura voltou a fazer o Suiton: Mizurappa, mas desta vez o seu alvo era aquele feroz animal. Kouji já estava à espera e com um movimento rápido e gracioso desviou-se facilmente do ataque. Quando o fez mudou de trajectória e começou a correr à volta do rapaz que, confuso, já não sabia o que haveria de fazer. Tentava acertar-lhe com mais jactos de água, mas o cão era demasiado rápido para ele lhe conseguir acertar e também já estava a ficar com pouco chakra.
O cão ia-se aproximando aos poucos dele, até que ficou à distância que Riri queria. Então ela começou a concentrar chakra e a fazer os selos precisos para que o Magen: Narakumi no jutsu fosse bem sucedido.
- Magen: Narakumi no jutsu! – Disse ela, concentrando-se no seu alvo.
O Shiryu começou a ter aquela tão conhecida sensação de insegurança quando alguém é exposto àquele genjutsu, mas não se apercebeu que já estava sobre o efeito dele. Afinal, ter um cão a correr à sua volta e não conseguir ataca-lo dava-lhe a mesma sensação. Quando percebeu o que se passava já era tarde de mais, não conseguia sair daquilo.
A rapariga colocou o leque às costas e correu na direcção de Shiryu. O Kouji já estava a correr muito mais devagar e o círculo já tinha apertado, já só faltava mais uma ordem para que este mordesse o rapaz na perna, não com força, é claro.
- Kouji, não sejas mauzinho. É só uma pequenina mordidela. – Disse Riri enquanto se ria e se preparava para apanhar o rapaz. Desfez rapidamente o genjutsu, mas o gennin ainda estava atordoado.
Então, o cão, que quase foi a trotar para perto do seu oponente, mostrou-se radiante. Sentou-se ao lado dele e encaixou a sua boca na perna direita do derrotado. Depois fechou-a e deixou os seus dentes cravarem-se a alguma profundidade. Foi o suficiente para Shriryu sair daquele genjutsu.
O rapaz possuidor de chakra suiton, desequilibrou-se e caiu para trás, mas Riri amparou-o. Este percebeu logo que tinha sido derrotado e rapidamente se recompôs. Os dois gennins e o cão estavam bastante cansados, mas felizes por terem combatido.
- Bem, parece que ganhas-te. Boa técnica! – Confessou Shiryu.
- Obrigada, foi uma boa luta. E não te preocupes, o Kouji não volta a morder-te… a não ser que seja mesmo preciso, claro. – Ambos estavam satisfeitos com o rendimento daquela luta, por isso havia tempo para rir da situação.
Todos foram ter com o novo Sensei, que já tinha saído de cima do lago e os esperava na relva.
- Boa luta, parabéns a ambos! – Disse-lhes, sorrindo. – Com este exercício consegui estudar as vossas tácticas e estilo de luta. Estão os dois num bom nível, mas precisam de melhorar certas coisas e aprender mais. À tarde vamos fazer um treino. Por isso comam bem para terem forças.
- Hai! – Disseram os dois gennins e cada um voltou para sua casa.